ESPANHA QUER TRAVAR O BREXIT POR CAUSA DE GIBRALTAR – E PORTUGAL CALA EM RELAÇÃO A OLIVENÇA E ÀS ILHAS SELVAGENS!

António Justo

O PM espanhol, Pedro Chances, declarou ontem que a Espanha recusará a aprovação do Acordo Brexit se não houver alteração na questão de Gibraltar (contencioso ente Espanha e GB) no projeto de Acordo-Brexit, entre EU E GB.

 

Gibraltar encontra-se desde 1713 sob soberania britânica.

 

Nesta lógica, o que acontece com a inclusão de Olivença no tratado, por parte de Portugal em relação ao conflito Espanha-Portugal?

 

Olivença é reivindicada, de jure, por Portugal mas encontra-se, de facto, ocupada pela Espanha.

 

O Tratado de Alcanizes, de 1297, estabelecia Olivença como parte integrante de Portugal e no Congresso de Viena de 1815, a Espanha comprometeu-se (a acabar com o conflito luso-hispânico ocorrido em 1762)  a restituir Olivença a Portugal dado ter-se apossado indevidamente de Olivença através da imposição a Portugal pelos tratados de Badajoz de 1801.

 

Um caso ainda mais grave para o futuro é o facto de a Espanha também pretender assenhorear-se da zona marítima das Ilhas Selvagens (portuguesas)!

 

Espanha quer que se ignorem as Ilhas Selvagens portuguesas, entre as Ilhas Canárias e a Madeira que considera apenas como rochas, enquanto que o Estado Português insiste na sua classificação como ilhas, o que permite a ampliação da Zona Económica Exclusiva (ZEE) portuguesa. Portugal tem lá um farol.

 

Atendendo à caturrice espanhola, o governo português deveria passar a atuar como faz o governo chinês, com ilhas semelhantes, no Mar do Sul da China. A China aumenta as ilhas artificialmente e transporta para lá areia de outras zonas do mar.

 

Tudo isto constitui naturalmente um problema relativo à integração europeia, mas uma parte, importante a não ser descuidada, é a defesa da integridade nacional não se deixando ir na onda, a pretexto dos interesses dos maiores da EU. Mais tarde é que se reconhecem os erros cometidos ao longo da História. O mar é o grande potencial de recursos do futuro!

O que outrora tornou grande Portugal foi a consciência de expressar e espalhar no mundo o espírito europeu e não o de um seguidismo obediente de uma União Europeia que se prostitui por meros interesses de grandeza económica.

© António da Cunha Duarte Justo

In “Pegadas do Tempo”

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

O caminho da perfeição, calendarizado ritual e pedagogicamente no ano litúrgico, começa com a Quaresma (quarta-feira de cinzas) num processo ascendente de ascese a culminar na Páscoa.

 

O “Homem-pó “dá valor à vida da mudança; levanta-se do nada na procura do hálito vivificante, para, depois de embalado no pó da existência, conseguir a realização na Páscoa.

 

Cada tempo tem a sua maneira própria de celebrar e realizar a quaresma. De interesse a leitura do Sermão da Quarta-feira de Cinzas – Por Santo António de Lisboa (Sermões, vol. III, pg. 139ss). Para quem estiver interessado no tema torna-se muito proveitosa a leitura do Padre António Vieira sobre o assunto.

 

Também o jejum e a abstinência consolidam corpo e alma no processo de libertação.

Quarta-feira de cinzas em 2019 coincide com o 6 de Março. A Páscoa recairá a 21 de Abril!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

TERRORISMO PORQUÊ?

Esboço de uma Radiografia do Terrorista islâmico no Âmbito individual

 

Por António Justo

Segundo relatórios da ONU, os terroristas estrangeiros, a combater pelo EI (Estado Islâmico) na Síria e no Iraque, provêm de 80 países e diminuíram de 15.000 para 12.000.

O Handelsblat de 16.11.2018, refere que atualmente há 5.000 jihadistas europeus na Síria e no Iraque.  Da França provêm  627 e da Alemanha mais de 900.

Na França 9.300 são considerados “radicais islâmicos violentos”, dos quais 30% são mulheres e 20% são menores.

De acordo com pesquisas, segundo o Die Welt,  mais de 80% de todos os sauditas e até mesmo um terço dos turcos têm simpatia pela ideia do EI. Da mentalidade da primeira e segunda geração de turcos a viver na Alemanha pode tirar-se conclusões preocupantes ao verificar-se que a percentagem de eleitores do islamista Erdogan foi ainda maior na Alemanha (64,78%) do que na Turquia. Felizmente há muitos outros turcos que não só participam da democracia alemã como até a fomentam participando activamente em partidos alemães.

 

Esboço de uma Radiografia do Terrorista islâmico no Âmbito individual

 

O muçulmano, como indivíduo, é uma pessoa como tu e eu; o risco que muitos temem vem das organizações muçulmanas que pregam um Islão integrista e de gueto em mesquitas.

A nível individual, na base do terrorismo, encontra-se muita revolta, ódio, narcisismo e por vezes um certo sentido de justiça reprimida. A nível institucional o Islão parece encontrar-se em batalha cultural (a viver num estado de impasse/desagrado enquanto não se encontrar em situação de maioria). O orgulho velado conduz muitos muçulmanos ao complexo da superioridade islâmica que os impede da atitude “à terra onde fores ter faz como vires fazer”!

No terrorista junta-se, além da situação precária, muita raiva engolida e pregada por almas desvairadas a sentir a areia a fugir-lhes debaixo dos pés e como tal, a sentir-se ameaçadas porque não se sentem inclinados à adaptação nem à concorrência. (A não facilitar a situação, a civilização árabe, consciente das próprias fraquezas, aposta na própria religião como artigo de exportação em contrapartida à importação da tecnologia ocidental; de resto parece chegar-lhe o dinheiro (petrodólares) e uma moral simples burilada à medida do islão, compreendido como a fronteira do mundo.)

Por falta de empatia humana, identificam-se com uma ideologia do gueto que lhes ofereça perspectivas à medida da sua situação. Por outro lado, encontram-se numa sociedade cada vez mais plana que aplaina as pessoas e consequentemente fomenta seres que se agarram a símbolos genéricos.

O terrorista bebeu, muitas vezes já com o leite, o ódio da ideologia depois alimentado por uma vida malsucedida e afogueada por crises de sentido, que o leva a procurar reconhecimento e sentido num grupo que talvez lhe ofereça chances de subir, ou de morrer, mas não sozinho.

A situação precária procura uma relação de proximidade (cumplicidade) em pessoas e em grupos também eles em posição extrema que usam o extremismo como ponta de lança.

Como vivem numa sociedade europeia decadente não se sentem motivados a levá-la a sério e reconhecem na ideologia islâmica, uma perspectiva grupal libertadora e de libertação (esta função libertadora e de libertação funciona quase exclusivamente em relação ao mundo exterior que não seja sunita ou xiita.) Uma vez alinhados neste exército ideológico, a sua frustração da vida é elevada a uma situação de missão vocacional. Assim, já não são eles a actuar na sua precaridade, então passam a ser a identificação do islão em missão. De facto, a radicalização precisa de algo adversário e de uma ideologia de vítima que catalise as suas forças. Já que não podem fazer missão pelo transbordar de amor pela humanidade fazem-na na raiva de uma presumida autodefesa contra um imaginado inimigo.

O islão, ao ser considerado só como adversário, por alguns grupos da sociedade acolhedora, também avigora, ainda mais, o extremista islamista, porque então, ódio legitima ódio.

O islamista vive da ambivalência entre o seu ser de fiel e o oposto (o infiel só suportável como ser inferior e pagador de “tributo” pelo facto de não ser muçulmano), entre realidade e idealização. A prática da ambivalência vive do medo e de um pensar polar (“branco/preto, parceiro/adversário”) que conduz ao fanatismo isolante que não deixa sair de si mesmo, mantendo-se prisioneiro do calor da própria cultura.

O complexo de vítima cultivado leva-o a combater o que seja símbolo da injustiça e como tal legitimador da agressão e do ódio; a sociedade de acolhimento ainda os fortalece nesta situação de vítima, ao tentar ver a causa desta situação prearia apenas na sociedade acolhedora, em vez de analisar a situação diferenciadamente.

Assim, torna-se legitimo combater contra o inimigo e para mais quando o Corão e os Ditos e feitos de Maomé estimulam a isso. Por medo, ingenuidade ou interesse ninguém se atreve a fazer uma anatomia do islão e, por razões de medo inconsciente criam-se visões unilaterais.

Por outro lado, o narcisismo islâmico dá resposta à necessidade de superioridade e de sentido do islamista narcisista, possibilitando-lhe a aquisição de um rosto superior. A autoestima é elevada a alta potência, e a ideologia ajuda-o como moleta.  

A ideologia possibilita a formação de uma rede que conecta diferentes energias e que promete futuro ao possibilitar a concretização de uma ideia numa acção.  Os Media sociais funcionam como canais de comunicação que criam a sensação de relação e de comunidade a pessoas, por vezes, solitárias. Assim, grupos terroristas fazem uso privilegiado das redes de Internet para a recolha de aspirantes ao extremismo.

Por outro lado, a desindividualização dos actos crime e da pessoa, em via nos média, torna a acção criminosa irrelevante, mas, por outro lado, a sua divulgação individualizada fomentaria emocionalismos populares que também não são favoráveis a duas culturas que se desejariam ambas de braços abertos.

Infelizmente a falta de discussão séria sobre o Islão (o Corão, os Ditos e Feitos do Profeta Maomé – Ahadith, que estão na base do agir dos terroristas) a nível intelectual e de elites políticas não ideológicas, impede o fomento de um islão reformador (uma espécie de protestantismo islâmico ad intra) e, deste modo, deixa o assunto aos extremos da sociedade e para aqueles que se aproveitam do socialismo árabe para fazerem o seu negócio. Deste modo nem é servido o islão nem as sociedades de acolhimento e na Europa o sistema político e social sofre grandes males.

Enquanto a discussão sobre o islão se reduzir ao discurso partidário e de grupos de interesse específico, continuaremos a não servir nem a sociedade ocidental nem a sociedade islâmica. Já dá nas vistas o só se falar da discriminação por parte da maioria (de deveres da parte da maioria para com a minoria) e não se falar da discriminação por parte da minoria (dos deveres da minoria relativamente à maioria); assim contribuímos todos para um pensar só a negro e branco, em vez de nos encontrarmos num diálogo que parta da natureza humana, independentemente da pertença religiosa, para, em contextos culturais se reconhecer a cumplicidade comum.

Ao ler-se a História, verifica-se que uma ótica de afirmação da sustentabilidade árabe na sociedade e na história, também se dá através dos “assassinos” e de grupos esotéricos que atuam nas/das mesquitas.

Uma religião da obediência-cega e que alberga o terrorismo internacional, mas que se apresenta como a religião da paz, parece ter muitos adeptos e compreendedores do terrorismo islâmico e da discriminação da mulher, ao ver só o inimigo no tal populismo popular que reage instintivamente às falhas da classe ideológica e política. Esta posição crítica em relação ao Ocidente (e à religião cristã) e acrítica em relação ao islão parece já sofrer do mesmo paradigma de pensamento islâmico que, na sua tática relacional e convencional, se serve da ambiguidade, partindo do princípio que o mal está no outro e o inimigo está fora, o que consequentemente impede a integração. Uma crítica do Islão não significa ódio ao Islão, mas um cuidado para que se compreenda e este se desenvolva no tempo e para lá dos limites islâmicos, no sentido de possibilitar uma aproximação honesta das duas culturas. A cultura árabe, comum ao islão, tem imensas riquezas que vão da arte à literatura não se deixando extinguir num homo arabicus confinado à religião. A nós compete-nos fomentar mais aquelas forças islâmicas interessadas na construção de um islão aberto.

António da Cunha Duarte Justo

© Pegadas do Tempo

 

DA PROCLAMAÇÃO DA “REPÚBLICA EUROPEIA” – REFLEXÃO

Países envergonhados dos seus “Feitos de Guerra” como Nação querem impor a Países europeus a Vergonha por serem Estados-Nação

Por António Justo

Grupos de artistas de várias cidades europeias, que vão de Salónica a Dublim e de Helsínquia ao Porto, proclamaram simbolicamente a “República Europeia”, a 10.11.2018 às 16 horas.

Muitos teatros e outras instituições participaram no evento em mais de 150 cidades europeias onde foi lido um manifesto. O projeto inclui eventos, entrevistas, debates e intervenções artísticas; nele se envolvem mais de 100 instituições e organizações.

100 anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, no âmbito do “Projecto Europeu Varanda” os artistas pretendem que se transfira „a soberania dos estados-nação para os cidadãos “, quer-se „tomar o nosso futuro em nossas próprias mãos” e que se organize uma Europa das Regiões, mas no sentido de se desestabilizarem as nações, muito embora numa “democracia transnacional”.

Esta é mais uma Peça de Teatro exibida em Teatros europeus – apenas útil para se repensar a Ribalta de Bruxelas

Quem teve a ideia da “República europeia” foi o politólogo e publicista Ulrike Guérot e o escritor Robert Menasse; este escreveu o manifesto! Pretendem, por um lado, “superar o vocabulário centrado na EU e, por outro, obstar às tendências nacionalistas crescentes”. Apostam em um Plano B para a Europa: a República Europeia. Conscientes de que “o nosso continente pode evoluir para um lugar pós-nacional”.

A vertente europeia nórdica (Alemanha), dos “envergonhados” da Nação, pretende continuar a moldar determinantemente a ideologia da Europa e do mundo!

Na Homepage República Europeia, apregoa-se que o bem comum, res publica, serve como princípio orientador de uma futura ordem europeia.

Querem abrir um debate sobre a EU que vá para além do discurso público atual e que ponha em questão e negue a ainda existente “soberania (residual) dos estados-nação”.

Dão a impressão de terem sido danificados pelas grandes guerras, ao partirem da experiência da Alemanha e da Áustria e em vez de assumirem a realidade da sua destruição passaram à ideologização da própria situação (envergonhados da nacionalidade) pensando que o falhanço das suas nações pode ser agora reparado com a luta contra identidades baseadas em Estado-nação.

O pior “nacionalismo” encontra-se no querer (Frankfurter Schule, etc.) levar todos os europeus a pensar que a Europa e a sua cultura são as responsáveis pelo que os países iniciadores das duas guerras mundiais fizeram! Este enredo é usado pela ideologia marxista e aproveitada pelo neoliberalismo para prosseguir a velha luta contra as bases da cultura ocidental, luta esta que assenta no combate a Deus, pátria e família, simbolizados no conceito de nação.

O manifesto tem ideias aproveitáveis, mas, na sua intenção intrínseca, esconde um espírito revolucionário nostálgico a atuar em palco. É mais uma iniciativa que indirectamente serve o burocratismo à la troika (soviética) que, por outro lado, se aproveita de um globalismo sem raízes nem rosto bem como da plutocracia. Mais uma luta pela activação do espírito revolucionário e pela conquista do poder nas instituições da EU, tudo isto, em nome de uma democracia do abstracto (cifrada num regionalismo reduzido a números entre 8 e 15 milhões de cidadãos por grupo (1), certamente a substituir as nações). Além dos interesses que a iniciativa alberga, tem a vantagem de fazer pensar e também o risco de fomentar a moda da “maria vai com as outras”! De facto, “o que está em voga tem um poder extraordinário sobre o pensar das pessoas simples que tudo aceitam sem refletir nas consequências” dizia-me uma ilustre leitora portuguesa que conhece bem a onda que nos leva.

Numa EU em que alguns povos ainda não conseguiram a consciência de nação (problema também de muitos Estados africanos!) quer-se acabar com as nações, com as nações de povos que têm uma certa unidade cultural; da constatação da evidência de a EU não dominar a crise e do facto de uma nação não poder controlar a EU e de Bruxelas ter dificuldade em controlar os Estados-Nação, não pode levar à conclusão que a solução seria a abolição das nações.

Uma identidade de caracter internacional deve assentar num caracter orgânico, reconhecendo que todo o cidadão faz parte de um povo, de uma cultura constituída de identidades individuais, familiares, étnicas, nacionais. Como se pode ser sério ao querer-se, em nome de um cidadão abstracto, querido meramente indivíduo, acabar com os seus factores de identidade familiar, étnica, nacional e religiosa?

É uma utopia, certamente! Mais uma acção PR resultante do impasse em que se encontra a EU do Brexit, dos burocratas, de uma politica de imigração apressada e de um envergonhado nacionalismo! A iniciativa peca, também ela, por se encontrar longe do povo, demasiado concepcional sem uma ideia de representações orgânicas do povo.

O projecto vem, pelo contrário, fomentar radicalmente o burocratismo e as ideologias de que sofre a EU; falta-lhe a capacidade de enquadrar uma Europa de povos-nações e de culturas, além de desconhecerem verdadeiramente a realidade nacional e pré nacional em que se encontra grande parte da humanidade; seria mais óbvio renovar e transformar as instituições da EU no sentido dos seus povos. Criar-se um seguro de desemprego europeu, como quer Olaf Scholz, ministro alemão das finanças seria um bom passo no sentido do cidadão-povo; também a criação na EU de um orçamento separado e um ministro das finanças da UE sob o controlo parlamentar, como propõe Macron, poderiam constituir medidas que desviariam muitos ventos que sopram contra as velas da EU.

Defender a utopia de se terem cidadãos sem estruturas fortes (neste caso sem o Estado-nação) parece encontrar-se na linha directa de uma agenda global turbo-capitalista e antiocidental na sequência de uma filosofia neoliberal totalizante, na linha de um pós-modernismo que quer acabar com a História, com a cultura e com o Homem, dela surgido.  A filosofia inerente ao grupo alinha-se na estratégia da agenda globalizadora a que assiste um certo radicalismo anti-cultura, como se observa em muitos grupos Gender.

Ao ler o Manifesto, gostei do seu realismo ao colocarem as suas exigências na categoria de utopia! Também gostei de um certo interesse pelo cidadão, mas pecam por querem um cidadão que não cheire a povo e que seja só embrulhado pelas fraldas de ideologias.

Com o argumento do desenvolvimento, fomenta-se o tribalismo e, de maneira ingénua, adopata-se, indirectamente, um socialismo árabe, como se o regresso à Idade Média e o aproveitamento da propaganda feito por alguns contra os Estados-nações fosse a solução e o suficiente para ignorar a realidade mundial das nações. A ideologia do internacionalismo socialista foi agregada ao globalismo do capitalismo liberalista e à materialização cultural. Isto complica, cada vez mais, um discurso livre e desempenado!

Até a ONU corresponde à realidade das nações, embora a sua agenda subtérrea seja superar-se a elas e deste modo facilitar mais o dirigismo que interessa ao turbo-capitalismo e ao marxismo radical cultural.

Sou pelo regionalismo e pelos biótopos culturais e deste modo pela democratização da governação e da economia; querer acabar com os biótopos Estados nações é um serviço em prol de oligarquias económicas e ideológicas que prescindem do Homem para o tornar máquina num sistema tecnológico em que uns poucos de técnicos, com seus programas e configurações, regulam o funcionamento do povo à margem do cidadão.

Os criadores do “European Balcony Project” têm muita razão quando advogam que o populismo não destrói a UE, mas a UE produz populismo, mas perdem a razão ao quererem combater o vício do nacionalismo com uma agenda anti-cultura ocidental. Não só os nacionalistas prejudicam o estado de direito, mas também o fazem muitos ativistas nas suas cruzadas contra Deus, a pátria e a família.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  • ) O Manifesto visa agora identificar as cidades e regiões em grupos administrativos de 8 a 15 milhões de habitantes e tornar os seus representantes numa instituição para substituir o Conselho Europeu, e assim destruir o poder nacional. Querer-se obstar-se ao nacionalismo mediante a criação de uma organização meramente burocrática é desrespeitar os diferentes factores de identidade e querer formatizar a sociedade no sentido da agenda do turbo-capitalismo e da ideologia radical marxista. Naturalmente que o desalfandegamento dos produtos africanos deve tornar-se prioridade na EU. Tudo isto não deixará de ser música atordoadora bem-sonante enquanto a oligarquia e os movimentos “revolucionários” mais activos continuarem a desproteger a própria cultura.

ABSOLVIÇÃO DE CRISTÃ PELO SUPREMO TRIBUNAL SUSPENSA DEVIDO A PROTESTOS DE RUA

Atestado de Falência do “Direito” que regula o Estado

António Justo

Depois de nove anos de prisão de Asia Bibi, acusada de blasfêmia, a Suprema Corte do Paquistão absolveu a cristã da pena de morte por crime de blasfêmia e ordenou sua libertação; isto na sequência de muitas campanhas a nível internacional pedindo a liberdade de Asia Bibi.

Depois de protestas na rua contra a decisão do tribunal supremo, o Governo paquistanês, em conivência com as manifestações da rua, acordou, com os seus representantes, ignorar a jurisprudência.

Estado de direito e cultura muçulmana excluem-se mutuamente, porque o pleno direito é condicionado ao islâmico. Disto só fala gente “non grata” porque é tabu para o pensar politicamente correcto. Para o ocidente, tudo isto é varrido para debaixo do tapete com o argumento de que são apenas extremistas em acção.

O advogado de Asia Bibi, não se encontra seguro no próprio país e por isso já fugiu para o estrangeiro.

A cristã paquistanesa foi acusada de ter ofendido o profeta Maomé. O tribunal achou as alegações de culpa não suficientemente fundamentadas e por isso ordenou a libertação de Asia (51 anos).

Num verão quente, Asia ofereceu água a duas trabalhadoras do campo. As duas muçulmanas não quiseram aceitar a  água (porque a água vindo das mãos de uma cristã era  impura). Perante isto originou-se uma discussão na qual a cristã supostamente terá dito algo ofensivo sobre o profeta Maomé. A mãe de cinco filhos negou sempre a acusação.

Asia e família estão em perigo de vida (alguns especulam que já se encontrará fora do país)!  Mesmo se lhes fosse dado asilo num país ocidental teriam de viver sob uma outra identidade porque o islamismo encontra-se já por todo o lado. Aqui se vê a fraqueza das nossas leis de asilo que acolhe no seu seio precisamente parte da multidão que no Paquistão grita contra pessoas doutra religião ou etnia. O asilo não se enaltece por dar asilo a pessoas fortes que se tenham distinguido na defesa da liberdade e dos direitos do Homem independentemente de etnia ou religião. Dá-se asilo a grupos internos a quem se vendem armas e deste modo acolhem-se muitos radicais islâmicos.

Asia, agora nem na prisão não estará segura.

Em 2011 o governador da província de Punjab foi assassinado pelos seus próprios guarda-costas por ter criticado a lei da blasfémia. Dois meses depois foi também assassinada a ministra das minorias paquistanesas por ter intervindo na defesa da cristã.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo