O AUMENTO DAS REFORMAS NA ALEMANHA SUPERA OS 3%

António Justo

A partir de Julho, nos antigos estados federais, as reformas são aumentadas de 3,22% e de 3,37 nos novos estados federais.

Em mil euros dá-se um aumento de 32,2 euros no oeste alemão e 33,7 euros no leste da Alemanha.

Como base de orientação para o aumento das reformas foi tido em conta o aumento salarial de 2,93% no Oeste e de 3,06 % no Leste.

Prevê-se para 2018 uma inflacção de1,7%.

O valor da pensão (Rentenwert) ou seja, o valor dos pontos de pensão (Entgeltepunkte) também são aumentados a partir de julho. O aumento na zona ocidental passa de 31,03 euros para 32,03€ e no Leste de 29,69€ para 30,69€.

Desde 2014 a reforma teve um aumento de 12% na parte ocidental da Alemanha e de 16% na oriental.

A reforma na antiga Alemanha socialista atinge assim os 95,6% do nível ocidental

Em 2017 a caixa de pensões teve um superávit de 300 milhões de euros.A receita foi de 293,5 bilhões e as despesas 293,2 bilhões de euros.

Aposentados ficam sujeitos a impostos a partir de uma reforma de 9.000 euros (esposo e esposa 18.000). Como refere Focus online, se o rendimento tributável mensal dos aposentados exceder 750 euros (900 euros divididos por 12 meses), eles devem pagar impostos sobre o excedente. Além da renda de pensão, outros rendimentos, tais como rendimentos de investimentos, renda ou pensões profissionais também incluem renda tributável.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

DINAMARCA CONTRA SOCIEDADES PARALELAS!

Integração forçada?

António Justo

O Governo dinamarquês apresentou um projecto para “uma Dinamarca sem sociedades paralelas: nenhum gueto até 2030.” O presidente Rasmussen argumenta: “ainda temos tempo para mudar a tendência, mas, para isso, temos que reagir agora”.

O governo quer transformar em bairros dinamarqueses normais as 22 áreas sociais problemáticas (guetos), identificadas como tal na Dinamarca, segundo o governo, para evitar vandalismo, criminalidade em torno da droga, roubo e ameaças de outros moradores dos guetos.

Senhorios poderão terminar o contrato a moradores que tenham antecedentes criminais; pessoas anteriormente condenadas não poderão estabelecer-se em guetos e moradias problemáticas que devem ser demolidas até 2026” (HNA 19/03); moradores recebem novas habitações com melhor ambiente de integração; para isso são previstos 1,6 bilhão de euros.

Os pais, nos Guetos, serão obrigados a mandar os filhos (a paritur do primeiro ano) para os jardins infantis gratuitos do estado, doutro modo é-lhes cortado o abono de família. O abono de família também será diminuído a alunos que tenham uma quota de falta à escola de 15% do trimestre. No ano pré-escolar as crianças farão um teste de língua e se o resultado for insuficiente terão de frequentar cursos nas férias de verão. (O Abono de família na Dinamarca é de 145 Euro – criança 0-3 anos)

O programa tem também a aprovação dos social-democratas embora se encontrem reticentes no que toca a alguns aspectos radicais.

O Governo quer que todas as pessoas tenham na Dinamarca o direito a afirmar-se e a serem livres e iguais segundo o Direito Fundamental.

O problema surge se se considerar que os muçulmanos imigrantes e que seguem outros sistemas de valores.

Numa população de 5,6 milhões a Dinamarca tem 490.000 imigrantes.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

CUMPLICIDADE DA ALEMANHA E DA EU NA INVASÃO TURCA CONTRA OS CURDOS

Conflito turco-curdo transportado para a Alemanha

Por António Justo

“Erdogan terrorista!”, tanques alemães, fora do Curdistão! “,”Merkel financia, Erdogan bombardeia!” „Afrin, Afrin!” são os gritos da marcha de 15 a 20 mil manifestantes, especialmente curdos, em Hanôver no Sábado passado (17.03.2018). Manifestam-se, tal como em outras cidades alemãs, contra a ofensiva militar turca no norte da Síria. Na sexta-feira, 16 civis foram mortos num ataque a um hospital da cidade Afrin de maioria curda.

A ofensiva turca “Ramo de Oliveira” no norte da Síria, no parecer do Serviço Científico do Parlamento Alemão, não é compatível com o direito internacional. O artigo 51 da UN Carta só permite o direito à autodefesa. Forças armadas turcas nesta ofensiva já “neutralizaram” 3.055 curdos, como relata o governo turco!

Ataques contra organizações e mesquitas turcas

Depois da invasão da Síria pela Turquia contra os curdos, a Alemanha assiste no seu território a uma série de ataques contra mesquitas e Instituições turcas.

Segundo a Ditib, (União turco-islâmica – organização tecto de 900 associações turco-islâmicas na Alemanha), nos passados dois meses houve ataques a 27 mesquitas e 12 empresas e clubes turcos na Alemanha.

Já que a imprensa não se escandaliza com o escândalo da perseguição ao povo curdo, os curdos e apoiantes parecem determinados a escandalizar para poderem ser ouvidos. Na Alemanha prossegue a guerra turco-curda na Alemanha com outros meios. Na Alemanha acumulam-se extremistas turcos, neonazistas, membros do IS e extremistas de esquerda à mistura com muita gente de boa vontade.

Na Alemanha vivem 3 milhões de cidadãos de origem turca e, destes, cerca de um milhão são curdos. O conflito entre os dois grupos é cada vez maior.

Esta concentração de ataques é classificada como reacção à invasão militar turca contra a organização curda YPG no norte da Síria junto a Afrin.

O Partido dos trabalhadores curdos (PKK) na Turquia e a Milícia curda YPG na Síria, lutam por um estado curdo independente no seu território de origem. Para impedir tal, o exército turco procura aniquilar os curdos do estado vizinho porque no caso de ser formado um estado curdo em parte do Curdistão vizinho (Síria) então a região curda da Turquia mais facilmente conseguiria esforçar o seu reconhecimento, se não com estado independente, como estado federado!

Turquia conquista Afrin

Ancara festejou ontem (18.03) a tomada de Afrin onde os soldados já destruíram a estátua de Kawa símbolo da luta curda contra a tirania. O Observatório Independente dos Direitos Humanos na Síria fala de 300 civis vítimas da invasão turca. A Turquia apoiada pelo grupo aliado FSA (exército sírio livre) tenciona prosseguir a invasão na direção de Manbidsh, contra a organização curda YPG aliada dos USA na luta contra o grupo terrorista IS (Estado Islâmico). A Turquia não tolera que o povo curdo faça do Curdistão o seu estado. De futuro prevê-se paralelamente ao terrorismo IS, a luta do povo curdo pela sua  independência, através da guerrilha, até que as nações lhe reconheçam o direito a um nome e a liberdade de mandarem na própria terra.

Quanto aos ataques às instituições turcas na Alemanha, as autoridades ainda apalpam o escuro no terreno e partem do princípio que são ataques de motivação política e veem nos actos de violência uma reacção à ofensiva militar contra os curdos; segundo a Polícia Criminal Federal (BKA), a cena esquerda identifica-se com a situação dos curdos; também o órgão de Proteção constitucional alemã relata a presença de membros do PKK nas demonstrações curdas na Alemanha; também as associações islâmicas veem a participação da organização PKK que é proibida na Alemanha. Os políticos alemães sentem-se inquietados com o potencial da escalação do conflito de modo que o Ministério do Interior já pensa em colocar as mesquitas sob proteção policial especial, tal como acontece com as sinagogas.

Cumplicidade no crime contra os curdos

Em nome da cooperação internacional, a Alemanha faz negócio com armas apoiando a Turquia na guerra contra os curdos da Síria.

Este ano o governo alemão, após a invasão da Síria pela Turquia, aprovou a entrega de armas à Turquia no valor de 4,4 milhões de euros.

No mesmo espaço de tempo do ano passado tinha exportado armas no valor de 3,6 milhões. Sahra Wagenknecht do partido Die Linke (A Esquerda) acusa a Alemanha de cumplicidade e de ajuda à Turquia na invasão da Síria e no crime contra os curdos. Mais dados sobre o negócio de armas, aqui.

O ódio divide a sociedade e não pode ser justificado pela solidariedade com os curdos na síria nem com a solidariedade da Alemanha com a Turquia ao apoiá-la e fornecer-lhe armas da morte. Por outro lado, ataques a instituições religiosas são também ataques à liberdade.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

 

PARLAMENTO EUROPEU EXIGE MAIS DINHEIRO DOS ESTADOS MEMBROS

Depois do Brexit, o parlamento quer mais 30% para o orçamento da EU.

A União Europeia custa a cada cidadão 84 Cêntimos por dia, refere o HNA. De cada Euro que um país membro paga para a EU recebe de volta 95 centavos 95 Cêntimos. Com eles são promovidos grandes projectos em zonas pobres. A EU pretende, a partir de 2021, uma subida de 30% nas despesas. Para isso, o Parlamento quer que os Estados membros subam a taxa de contribuição para a EU, do actual 1%, da produção económica anual, para 1,3%.

A Suécia, Dinamarca e Holanda são contra o aumento. Só a Alemanha, Luxemburgo e Portugal se pronunciaram por uma maior transferência de dinheiro para Bruxelas.

A Áustria e a França não querem reduções para os agricultores nem para as infra-estruturas.

Em 2018 o orçamento anual da EU é de 145,2 bilhões de euros, que podem ser gastos.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

DIREITOS CULTURAIS CONTESTAM DIREITOS HUMANOS NA ALEMANHA

Administração permite poligamia a refugiados e proíbe-a a alemães

António Justo

No Município de Montabaur foi reconhecido asilo a um sírio (refugiado) com quatro mulheres e 23 filhos. Antes as mulheres viviam em diferentes cidades da Síria em casas do marido. A lei do reagrupamento familiar concede também aos refugiados o direito a mandar vir a família. O problema começa, porém, com a definição do modelo de família.

O islão permite ao homem possuir até quatro mulheres e um número arbitrário de escravas, desde que o homem as possa manter.

Devido aos protestos de cidadãos alemães que se sentem discriminados pela lei alemã, as autoridades responderam:” A legalidade de um casamento é regida exclusivamente pela lei do país em que foi concluída. E na Síria, os homens podem ter até quatro mulheres.”

Casos como este dificultam a compreensão para a integração de muitos refugiados até porque, naquela família, os membros masculinos impediam as meninas de frequentar a escola. Surgiram outros problemas como se relata aqui, (1) no jornal “Rhein Zeitung”.

Também em Schleswig-Holstein, no distrito de Pinneberg, um refugiado da Síria, que vive na Alemanha com sua esposa desde 2015, conseguiu que os 4 filhos da segunda mulher viessem para a Alemanha e recebeu agora a permissão para que a sua segunda esposa se venha juntar a ele (2). As autoridades disseram que agiram no “interesse das crianças” e certamente também no interesse do islão. A Constituição alemã, no artigo 3, diz: “Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança”. Segundo a lógica, também o casamento de homens com crianças será permitido, dado isso ser da competência do país onde se realiza o casamento!

 

O Estado negligência os seus deveres perante a própria cultura

Nas situações descritas observa-se um conflito entre a defesa de interesses individuais e a defesa de direitos culturais e, por outro lado o confronto entre direitos culturais de uma nacionalidade em relação à outra. São confundidos interesses de pessoas com os interesses das suas organizações contribuindo-se para situações discriminatórias quer para a sociedade maioritária quer para a minoritária. Na discussão pública confunde-se a defesa de interesses culturais com a defesa de direitos individuais. Isto leva aos mesmos preconceitos como a discussão se o islão pertence à Alemanha e se o cristianismo pertenceria à Turquia em vez de se respeitar a liberdade de religião apesar das diferentes estratégias de autoafirmação entre elas.

O regime político europeu tem negligenciado uma política do equilíbrio e da defesa dos direitos humanos também dentro dos grupos muçulmanos (a mulher é desprotegida e mantida na qualidade de pessoa subjugada ao homem!).

Para legitimar o negócio das armas e para dar resposta ao envelhecimento da população europeia a classe política tem em conta a desvalorização de valores humanos europeus e negligencia o aspecto da bilateralidade nas relações interculturais. O Estado, ao permitir, no seu território, a imposição de direitos culturais contra direitos humanos, esvazia necessariamente os direitos culturais europeus (baseados nos direitos individuais humanos) e deste modo favorecer a cultura muçulmana (baseada no seu direito cultural sobre o indivíduo) contra a cultura europeia!

Dado os estados de maioria muçulmana se definirem sobretudo pela religião, os estados europeus, embora provenientes da cultura cristã (nela inculturada gregos, romanos, judeus e bárbaros), ao incluírem nas suas relações com outras culturas apenas o aspecto económico e político (comércio de produtos) criam um vazio cultural na sociedade maioritária, proporcionando assim um clima de desconfiança entre os diferentes grupos populacionais.  Em nome da religião, uma cultura hegemónica pode afirmar-se contra uma cultura aberta e permissiva. Este dilema não encontra suficiente interesse político. Assim no povo europeu surge cada vez mais uma consciência antissistema político, como reacção a uma política liberalista de anticultura ocidental. A classe política não tem a coragem de dizer ao povo que o que lhe interessa é a conquista camuflada, o negócio, a venda de armas legitimadoras dos seus interesses apostados nos países queridos de guerra e por isso têm a obrigação moral de receber aquele povo que procura fugir do fogo das armas e dos interesses cruzados de grupos e elites organizados de cá e de lá.  

Integração
Fala-se muito de integração, mas grande parte dos turcos que se encontram na Alemanha, há várias dezenas de anos, provam o contrário de tais esperanças. Há muitos turcos a viver na Alemanha na segunda e terceira geração convictos que se tocarem numa mulher e ela tiver a menstruação, se tornam impuros. Ainda hoje noticiou um jornal (HNA) que, um polícia muçulmano da Renânia Palatinado, foi condenado a pagar 1000 euros de multa por ter recusado o aperto de mão, por razões religiosas, a uma colega polícia (justifica religiosamente a discriminação).   E depois, os políticos perguntam-se da razão por que o AfD é cada vez mais eleito! Também aqui se organiza uma discussão pública hipócrita dos a favor e dos contra, que se contentam no combate de posições ideológicas também elas abafadoras do que realmente se passa e em vez de analisarem profundamente as questões no sentido de abolir discriminação, fortalecem com a sua posição pro e contra o status quo de injustiças cometidas para com as minorias e para com as maiorias.

Fomento do tráfico de mulheres e de casamentos fora da Europa

O facto de haver liberdade religiosa e o Corão permitir a poligamia, (excepcionalmente permitida na Administração alemã,) a prática alemã incrementa o tráfico de noivas e os casamentos em países islâmicos! O islão permite a poligamia, mas a Alemanha, mais atenta à dignidade e aos direitos da mulher, até a bigamia proíbe para os alemães.

Discriminação factual da mulher

Isto torna-se num busílis, pois o governo alemão, com a sua prática, torna-se cúmplice de ajuda à bigamia e, indirectamente, legitima a inferioridade legal da mulher na sociedade islâmica; esta não permite à mulher ter familiar e socialmente os mesmos direitos que o homem! Por outro lado fomenta  o hábito de muitos turcos irem buscar as suas noivas à Turquia. Com a sua prática a classe política põe em causa os valores da dignidade humana transportados pela civilização judaico-cristã. Esquece que a laicidade e a secularização fazem parte integrante da cristandade, ao contrário do que acontece com o islão.

Temos assim uma sociedade de duas justiças; na mesma sociedade temos uns a quem é permitida a poligamia e outros condenados a pena de prisão se a praticarem. Casar com duas ou mais mulheres também seria um privilégio masculino que muitos másculos alemães quereriam para si. Ou será que terão de se tornar muçulmanos e casar num país onde a sharia seja reconhecida, para adquirirem tão torto direito?

Exige a o governo alemão, por uma razão de bilateralidade, que os países muçulmanos reconheçam o casamento gay de uniões de homens estrangeiros? Porque é que o direito dos países que seguem o direito muçulmano (sharia) não permite às mulheres terem também elas vários homens! Ou será que a mulher só interessa em vista da procriação e consequente expansão?

Independente da liberdade ser mais ou menos masculina, a sociedade europeia, cada vez tem mais problemas, por usar dois pesos e duas medidas.

Encontramo-nos numa situação em que, no mesmo Estado europeu, são permitidos direitos culturais contra direitos humanos e consequentemente a desigualdade de trato do homem e da mulher perante a lei. Ou será que uma política fomentadora de homens másculos quer conseguir, através da via travessa do Islão, voltar às regalias patriarcais da antiguidade?!

A Europa quer importar pessoas, mas estas são muçulmanas e trazem consigo costumes, mesquitas enquanto que o Estados europeus, pelo facto de não serem religiosos e menosprezaram o aspecto ético, não salvaguardam o direito do seu povo religioso poder manifestar-se igualmente em religião com direito a construcção de igrejas nos países muçulmanos.  

As perspectivas mudam-se através da maciez da classe política e da bengala do Islão!!!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo