O 1° de Maio na Defesa do Trabalhador e dos seus Biótopos sociais



Dumping salarial – Uma Praga a alastrar-se por toda a Europa

António Justo

Hoje dia 1 de Maio entra em vigor, na União Europeia, a livre circulação de trabalhadores e a livre prestação de serviços também para os povos da europa de Leste: Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Eslovénia, Estónia, Lituânia, Letónia.

Ao abrigo da lei de livre prestação de serviços, também as firmas assumem o direito de envio dos próprios trabalhadores para o estrangeiro (espaço da União Europeia) e a ser remunerados sob as mesmas condições de trabalho do país de origem.

Trabalhadores receiam a concorrência e têm medo que se abuse dos novos trabalhadores para Dumping salarial.

Os sindicatos alemães exigem que, na Alemanha, se alargue o salário mínimo de 8,5 € hora para os sectores laborais ainda sem lei de salário mínimo. Exigem também “salário igual para trabalho igual”.

O trabalho temporário e o sistema de empresas que emprestam trabalhadores a outras firmas põem, cada vez mais, em perigo trabalhos estáveis e salários humanos. Firmas recrutam pessoal no estrangeiro, podendo trazê-lo ou enviá-lo em condições precárias. Não só por razões humanitárias mas também para defenderem o mercado de trabalho interno, os sindicatos exigem a lei de salário mínimo de 8,5€/hora.

Os alemães temem a concorrência em trabalhos pouco qualificados, especialmente em serviços sociais, assistência, matadouros e ramos de transporte e logística. Receiam uma espiral descendente em empresas que empregam trabalhadores do leste europeu, passando estas a substituir os nativos que ganham mais pelos estrangeiros.

Os mini-empregos aumentam principalmente para assalariados e para trabalhadores de empréstimo temporário. Segundo estimativas da DGW (Sindicato alemão), na Alemanha, há já 900.000 pessoas empregados por firmas de empréstimo de trabalhos temporários, e estas ganham, em média, um terço menos que o pessoal permanente. Isto também cria problemas de ordem social. Os sindicatos vêem como principal cavalo de batalha a imposição do salário mínimo a nível de lei.

Os mini – empregos proliferam por toda a Europa. Por outro lado o falso trabalho independente leva muito trabalhador a ter de se responsabilizar pelas consequências dos problemas criados no mercado de trabalho por uma ditadura financeira de carácter anónimo e por uma política impotente que a acompanha.

Um problema do futuro será assegurar o trabalho bem pago! Uma consequência da globalização e da União Europeia tem sido a proliferação de trabalhos precários por toda a parte. Cria-se em todas as nações uma sapata comum de proletariado precário. Assiste-se a uma destruição sistemática de pessoas, famílias e estados.

Quem trabalha deve ter direito a poder viver, com o seu salário, uma vida honrada. O trabalho que deveria ser honrado é sistematicamente degradado.

A situação, a continuar a agravar-se, só deixa como esperança real o desejo duma bancarrota simultânea dos estados, para se poder começar de novo. Doutro modo poderá prever-se para o espaço Europeu um cenário muito sombrio com conflitos sociais de grande alcance, atendendo a não ter de resolver os seus problemas mas também os duma população africana que também aspira a melhores dias!

O que está a acontecer com a Grécia e com Portugal é política e socialmente intolerável. Os abutres internacionais já não se contentam com a exploração dos trabalhadores nas fábricas e do cidadão, tornado cliente, como até já se atrevem, anonimamente, a humilhar e destruir nações.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

www.antonio-justo.eu

Quem paga e quem recebe na União Europeia


O Busílis da União Europeia

António Justo

Feitas as contas das transacções dos dinheiros na União Europeia (EU) há 12 países a pagar para a Europa e 15 a receber. Todos os países pagam para a EU mas também todos os países recebem apoios estruturais dos fundos da EU. Feitas as contas das entradas e saídas resta um líquido negativo para 12 Estados e um líquido positivo para os restantes 15 Estados.


Países pagadores

Segundo os dados da Comissão Europeia relativos a 2008, a Alemanha, foi quem, pagou mais para a EU, tendo transferido 8.774 milhões de euros; a Itália transferiu 4.101 milhões de €, a França 3.843 milhões de €, os Países Baixos 2.678 de €, Suécia 1,453 de €, A Grã-Bretanha 844 milhões de €, a Bélgica 721milhoes de €, a Dinamarca 543 milhões de €, Áustria 356 milhões de €, Finlândia 319 milhões de €, Luxemburgo 22 milhões de € e o Chipre 18 milhões de €.

Países recebedores

Os países que tiveram um saldo líquido positivo com as transferências de euros da EU foram: Grécia 6.280 milhões de €, Polónia 4.442 milhões de €, Espanha 2.813 milhões de €, Portugal 2.695 milhões de €, Roménia 1.581 milhões de €, República Checa 1.178 milhões de €, Hungria 1.112 milhões de €, Lituânia 843 milhões de €, Eslováquia 726 milhões de €, Bulgária 670 milhões de €, Irlanda 566 milhões de €, Letónia 407 milhões de €, Estónia 227 milhões de €, Eslovénia 114 milhões de €, Malta 30 milhões de €.

Naturalmente que, nestes dados estatísticos, não se encontram cifradas as vantagens dos países tecnologicamente fortes nem as desvantagens que os países periféricos têm por não poderem concorrer a nível de produtos com as firmas internacionais que ao abrigo do direito da EU têm entrada livre nos mercados nacionais. Um outro problema actualmente insolúvel, é o facto de os países de economia fraca, que pertencem à Zona Euro, não poderem desvalorizar a moeda para se defenderam e poderem apresentar, no mercado, os seus produtos a preços concorrentes com os países fortes. Uma europa com diferentes economias ao possuir uma moeda comum favorece as economias fortes. Por outro lado uma prática financeira baseada na especulação atinge lucros exorbitantes à custa dos mais fracos. Tudo isto, aliado à incompetência governativa, levou Portugal quase à falência, pondo-o nas mãos dos tubarões mundiais do mercado financeiro.

A EU e o FMI, com o pretexto de ajuda destroem a nação pondo-a nas mãos de interesses globalistas (globalistas e não globais porque fruto duma ideologia e não duma organização basilar) que querem destruir os biótopos culturais e sociais naturais e assim destruir a identidade de povos. Esta úlcera já está a atingir a alma da nação portuguesa. Imperceptivelmente já se expressa em vozes que abordam o tema duma subjugação a Espanha ou outras ideias peregrinas, que a crise alimenta proficuamente. “Em casa sem pão, todos ralham e ninguém tem razão”. O medo e a fome são a grande oportunidade para os abutres.

Neste momento difícil para o povo português é trágico assistir-se a uma discussão pública em grande parte ingénua e à margem dos problemas e da responsabilidade. Grande parte da discussão tende a branquear a situação e a desculpar os governantes. A desinformação também é formação!

O globalismo que integra interesses ideológicos e económicos está empenhado em desenraizar o Homem da nação e da cultura nacional (em destruir a identidade). A crise conduz à desorientação e esta favorece os golpistas interessados em destruir as democracias locais para assim justificarem um dirigismo anónimo e centralista! Encontramo-nos todos a caminho duma ditadura doce!

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

www.antonio-justo.eu

Nigéria elegeu um Presidente cristão apesar da férrea oposição muçulmana

Democracia fortalecida apesar de lutas sangrentas

António Justo

Nas eleições de 16.04 para a presidência da Nigéria ganhou Jonathan, um cristão do sul do país.

No dizer dos observadores estrangeiros estas foram as eleições mais livres e democráticas até hoje realizadas.

Os muçulmanos do norte, que até agora tinham o país na mão, revoltaram-se contra a vitória de Jonathan. Jonathan pertence à etnia dos Ijaw, uma etnia com pouca influência em comparação com as etnias Hausa,Yoruba e Ibo.

Para o Frankfurter Algemeine 24.04, “a eleição de Jonathan é uma prova que a Nigéria, apesar da rivalidade entre as etnias e confissões, apesar da corrupção e da falta duma administração que funcione, é um estado federal com cidadãos livres”.

O Norte muçulmano revoltou-se contra a eleição do cristão matando 500 pessoas e pondo  mais de 40.000 em fuga.

Jonathan, o chefe do estado eleito com 57% dos votos, apelou aos dignitários muçulmanos para condenarem publicamente os ataques aos cristãos em Kano e os incêndios de igrejas em Kaduna. O seu concorrente, que perdera as eleições, correspondeu ao apelo, enquanto o homem mais forte do norte, o emir de Sokoto, se mantem calado. E isto embora os ditadores muçulmanos tenham levado o país quase à ruina.

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@googlemail.com

www.antonio-justo.eu

25 de Abril uma Estação na Via popular

25 de Abril uma Estação na Via popular

O Povo a acordar é Inverno a passar

António Justo

Um ar de Abril assome às ruas da nação

Num misto de vozes, gestos e cores, o povo unido

Marcha em filas ao ritmo da canção

Do quartel militar prás casernas do partido

“O povo unido jamais será vencido”…, gritava a cidade ao ritmo da marcha. ” Grândola Vila Morena…” cantava o povo que, por momentos, descobria as cores da vida nos passos da liberdade ao ritmo ordenado da canção. A alegria da união dançava nos corações. Era o Portugal colorido a vibrar.

No campo da pátria cheirava a Abril e as cores do arco-íris deslizavam, despreocupadas, pelas ruas. Era festa, a festa do povo a florir em cravos, rosas e papoilas. Um fluir de cores e vozes a acenar na pátria em flor. Por um momento, se acaba a noite; a esperança acorda; no alfobre do povo, brilha o dia.

O vermelho escuro, do sangue derramado no ultramar, ressurge e corre agora nos cravos das ruas a acenar. A vida pula na praça a cantar. Um misto de vozes e ritmos de paradas e de marchas populares ressoa cavo nos altos das colinas da cidade. É o sentimento de cores e vozes das ruas baixas nos altos a ecoar.

Quem gritava, cantava e acenava, aspirava a tornar-se povo mas o ritmo dos altos altifalantes “revolucionários” só conhecia população a acomodar!

Depressa a sombra do entardecer bate à porta do povo. O dia sem noite findou. A diferença voltou! Ao longe, logo se ouvem os clarinetes do toque a recolher às casernas dos partidos. A liberdade fica agora apiada ao ritmo da marcha dos partidos. No arame farpado do pensamento, o povo dividido, canta já desafinado. O dia acabou. É hora de recolher.

Nos andores dos revolucionários de Abril continuam a passar figuras de sorriso redondo a insuflar-se do sorriso e da ária duma população a definhar num gesto sonolento e amarelo. A foicinha da revolução ceifou-lhe as cores. Portugal de farda parda. O povo veste agora a cor do momento.

Os zangados de ontem tornaram-se nos contentes de hoje! À custa de novas zangas, novas opressões.

Mudar de filas, é ordem do dia, é a ordem da revolução! No andor da televisão, só os contentes acenam a sua cor, que não o colorido da nação. Continuam a fita do corta fitas na finta à nação.

O sol de Abril perdeu-se no nevoeiro da estação. A colonização, lá fora, acabou, mas, cá dentro, há muito que começou.


Portugal sem norte, na valeta

Marca passo, esquerda-direita

É massa em linha, sem visão,

Já em vias de rebelião!


Vinte e cinco de Abril

Filho ignoto da nação

Ninguém te quer acolher

Abril dos cravos no chão

Festa da conformidade

Portugal inda por fazer

António da Cunha Duarte Justo

Abril de 2011

antoniocunhajusto@googlemail.com

www.antonio-justo.eu

Boas Festas de Páscoa

Queridas/os leitoras/es e visitantes

Boas festas de Páscoa, Aleluia!


A esperança é o outro lado do medo, como a ressurreição é o outro lado da morte.  O medo faz do Homem um animal subjugável. Ele controla, fixa a mente e distrai do essencial. O medo leva-nos a agarrar-nos às saias da autoridade, ao factual banal. Leva a levantar os olhos para cima e a não notar o que acontece ao lado e, assim, a confundir a Realidade  com o Jardineiro. O medo torna-se mais arriscado que o nevoeiro cerrado da manhã. Com ele, as ideias e os sentimentos entram em curto-circuito, impedindo assim a reflexão. Neste estado, uns tornam-se fugitivos da vida  e outros chamam pelos “bombeiros” que se afiguram como salvadores. Em vez de ideias claras e de acções surgem desejos. O inimigo do Homem sabe que o medo é a melhor arma contra a liberdade e contra o desenvolvimento pessoal e social. A esperança garante a dignidade pessoal e estimula à mudança.

Quem experimenta ressurreição fica cativado e não tem mais medo, vive a comunidade. De cabeça erguida descobre o que se passa em cima, em baixo e ao lado. Não só dialoga, mas entra em triálogo na comunhão da realidade da Trindade, no processo de incarnação e ressurreição.


O acontecimento pascal, o JC torna-nos insubmissos mas obedientes à divindade a ressuscitar em nós. A vida é bela, “ama e faz o que queres”!


Votos de uma Santa e Feliz Páscoa para vós, familiares e amigos!

O meu abraço!


António da Cunha Duarte Justo