25 de Abril mais um Aborto da Nação – Porquê?

“Mais quero Burro que me leve que Cavalo que me derrube”

UM SISTEMA PARTIDÁRIO GERADOR DE MEDIOCRIDADES

António Justo

“Mais quero asno que me leve, que cavalo que me derrube”, é o mote encoberto da classe política portuguesa (e da nação), bem descrita na “ Farsa Inês Pereira “ de Gil Vicente. A classe política prefere ser levada por um povo asno (Pero Marques) do que ter um povo esperto (cavalo) que a controle.O mesmo se poderia dizer do povo.

Inês Pereira é uma moça interesseira e preguiçosa que vive insatisfeita na monotonia do dia-a-dia. Por isso pretende arranjar um marido progressista que a tire da pasmaceira duma vida insignificante. São-lhe apresentados dois pretendentes: Pero Marques (conservador, bom, rico, ingénuo e simplório) e o Escudeiro Brás da Mata (progressista, homem com maneiras, controlador e refinado). A dificuldade de Inês na escolha do marido, vem-lhe do conflito que traz consigo. Nela debatem-se duas mundivisões: a medieval (Pero Marques) e a moderna (Cavaleiro). Inês recusa o primeiro pretendente Pêro Marques, mas ao notar que o Escudeiro Brás da Mata (segundo pretendente) é demasiado exigente e não a honra; Inês, logo que se livra dele, casa com Pero Marques. Este é tão bobo e saloio, que cantando e bailando a leva às costas a um ermo onde ela pode dormir com um falso Ermitão (antigo amigo). Inês Pereira é ajudada por vários personagens, todos eles só estão interessados no negócio com o casamento.

Na Farsa, além do fadário do país na sua luta entre a visão tradicionalista e a visão modernista, reconheço a classe política representada pela protagonista Inês Pereira (oportunista) que trai o marido Pero Marques (povo tradicional) e não sofre as consequências disso. Em Inês podemos reconhecer tanto o rescrito da nação como dos partidos. Inês serve-se da esperteza para granjear a simpatia. A classe política também se tem servido da alcoviteira Lianor Vaz e dos judeus Latão e Vidal (TV, Media, etc.), dos Moços (do partido), dos Ermitãos (maçonaria e interesses internacionalistas, republicanismo mercenário, etc.) e da Mãe (Presidentes da República cúmplices dos jogos da classe política), para se servir a ela e aos seus acólitos.

Uma nação incapaz de integrar nela mesma a terra (conservadorismo) e a ideologia (progressismo) está predestinada a não se encontrar a si mesma e a expressar-se partida. Por isso a sociedade portuguesa não cresce organicamente de maneira continuada. A sua evolução dá-se, aos soluços, de crise em crise, num processo de querer adquirir o perdido nunca alcançado. Isto agravou-se a partir do séc. XIX. A partir daqui a ideologia assume o lugar da terra.

A Nação perdeu o Sentido da Realidade

 “Casa onde falta o pão todos ralham e ninguém tem razão”. A crise financeira portuguesa de 1891, (http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218726298J7kLR2hh1En65AF7.pdf) acompanhada das revoltas republicanas. culminou na abolição da monarquia em 1910. A Carbonária (“defensores da Pátria”), braço direito da maçonaria matara o rei e o infante em nome da defesa dos interesses nacionais e do modernismo, com a mesma ligeireza com que tinha atraiçoado a pátria ao saudar as invasões francesas como libertadoras. A 1ª república acaba também falida no golpe militar de 28 de Maio de 1926, que instala a ditadura militar até 1933. Com a Constituição de 1933, forma-se o “Estado Novo” (regime autoritário com tendências fascistas mas que não assume o fascismo); este entende-se já não como fruto da ideologia mas como tentativa de reabilitar o Estado através do corporativismo económico e social, compreendendo-se como “um Estado pluricontinental e multirracial”. Salazar tenta dar uma nova tarefa ao país: olhar para a terra e defender o ultramar.

A 25 de Abril de 1974 é demitido o regime autoritário de Salazar. A Junta de Salvação Nacional das FMA nomeou como presidente da República o General António de Spínola a 15 de maio de 1974. Segue-se o período anárquico dos revolucionários em torno do PREC (Processo Revolucionário em Curso). Surge o 25 de Novembro de 75 a corrigir um pouco a direcção anárquica com o Presidente da República Ramalho Eanes. A impaciência da liderança partidária e a pressão de “estrangeirados” como Soares, Cunhal, etc., interessadas em arrecadar para si o sol de Abril apressam a tarefa de impor os seus interesses partidários. A 25 de Abril de 1976 a terceira república restabelece o regime democrático, com a nova Constituição de orientação comunista e com as eleições.

Com a derrocada do regime autoritário de Salazar, o 25 de Abril de 1974 restabelece o caracter ideológico da primeira república com muitos avanços a nível de ideias e retrocessos a nível da terra. Portugal desconcilia-se ainda mais e continua a viver na superficialidade de ondas de ideológicas. Para Portugal ser fiel a si mesmo e se reconciliar internamente teria que permitir-se uma discussão séria entre conservadores como Salazar e socialistas como Azedo Gneco; doutro modo seguirá o mau caminho de dupla personalidade (esquizofrenia) à medida dum Mário Soares republicano comunista que depois salva a raposa republicana tornando-se socialista estrangeirado. A tática do seu PS foi difamar e defraudar sistematicamente a direita e a Igreja de maneira a criar na opinião pública num anti-conservadorismo como tinha criado com o anticlericalismo na primeira república (perpetuando uma mentalidade mesquinha do contra, seja ela anticlerical ou anticomunista). Assim um republicanismo jacobino consegue, através dum socialismo estrangeirista vaidoso, impor à nação uma prática cultural extremamente ideológica. Torna tabu tudo o que é conservador esquecendo que uma política séria e dinâmica teria de ter um aspecto conservador e outro progressista como partes integrantes e expressões duma só realidade. Enquanto o país não for capaz de equacionar uma política conservadora e uma política progressista teóricas próprias, auto-conscientes e bem fundamentadas, de origem e convergência nacionais, continuará nas mãos dum internacionalismo para inglês ver.

O país ainda não digeriu a revolução liberal (invasão francesa)! Não conseguindo apaziguar a terra com a sua ideia, vivendo ao rumo de ideologias interesseiras e estrangeiras. Também a primeira república, embora engordada pelos bens Igreja não serviu mais que os interesses dos que a fizeram, fomentando os barões do 5 de Outubro que em 16 anos produziu 39 governo e acabou na bancarrota em 1926. Afinal, o benefício do 25 de Abril foi dar à nação o desenvolvimento que os governos dos países vizinhos, sem o desvio da revolução, deram ao seu povo; caracterizou-se, no seguimento da primeira república, por criar novos barões (os novos ricos) quando o que se esperava era que produzisse cidadãos.

Tal como aconteceu na primeira república, a sociedade portuguesa, em vez de discutir objectivamente a melhor maneira de construir um Portugal solidário independente e de impedir a falência do Estado, é levada a cultivar um discurso partidário em torno duma rectórica de culpas e desculpas geralmente à margem da “coisa pública”. O maior impedimento momentâneo para o desenvolvimento do país encontra-se num estado ocupado a nível de estrutura e inquinado por um discurso unilateral do ou… ou… Neste sentido, o desinteresse da nova geração pelos seus pais, que ocupam a opinião política e pública, só poderá ser de benefício para a nação para o momento em que assumam eles a responsabilidade de dirigir o país.

A sociedade desperdiça-se no partido do contra

A sociedade portuguesa tem vivido dum grande equívoco: o equívoco de identificar os interesses de Portugal com os interesses dos partidos e o equívoco de identificar lógica (rectórica) com a realidade objectiva. 

De facto o que temos é uma nação travada pelas peias dos partidos sempre a mancar atrás do acontecimento e com uma classe política (de conservadores envergonhados e progressistas arrogantes a governar no enclave de Lisboa) a viver da improvisação (Cavaleiro) e a servir de manequim à moda que o estrangeiro produz.

Os que levaram o Estado português à ruina apresentam-se como a solução e, o que é mais grave, Portugal não tem alternativa de escolha: só pode escolher entre maus e piores (aliás uma tendência geral contemporânea!). Neste contexto, também o fenómeno Sócrates não é mais que um sintoma dum Portugal adolescente, melindrado e doentio, dum querer ir ao restaurante sem ter de pagar a conta, dum Portugal Inês Pereira.

Uma cultura democrática, que limita o discurso político à satisfação de adeptos, como se o Estado fosse um relvado onde os políticos jogam o seu jogo perante um povo reduzido a assistência, uma população de claques logo satisfeitas com a perda do clube contrário, desautoriza-se e impossibilita, ao cidadão, a capacidade de referência à realidade. Suficiente parece ser o calor da afronta, pertencer-se ao partido do contra; é-se moderno e sabido na medida em que se tem opinião contra isto ou contra aquilo: contra o governo, contra a Igreja, contra a esquerda, contra a direita, contra a justiça e contra a injustiça… A essência do discurso político e popular parece reduzir-se a duas palavras: ser contra, pertencer aos contras dos contrários. O ser do contra acrítico confere estatura moderna e encobre a ignorância do contra e do contrário. Este espírito de contradição impede a formação duma cultura conservadora crítica séria e profunda e impede também a formação duma cultura progressista crítica séria e aferida ao país. A inveja e a pretensão completam-se…

Um povo é levado ao engano pelos modelos que se lhe apresentam. Só lhe resta a oportunidade de comparação entre os que o sistema político lhes apresenta e estes são reles porque o húmus republicano que os produziu, mais que na ideia, baseia-se num pragmatismo parasitário e oportunista condicionado e condicionante: um sistema de pensamento de matriz partidária.

A República Portuguesa, uma realidade muito enredada e mal feita, (talvez demasiado vergonhosa para poder ser contada nas aulas de História!) só poderá tornar-se frutífera depois dum autoexame crítico sem recalques. Sem o reconhecimento dos erros dos conservadores e dos progressistas, a partir duma grelha da cultura nacional, o país não sairá do ciclo vicioso de extremos pendulares. Fruto de ideologias importadas e mal digeridas, a república, têm conduzido Portugal de insolvência em insolvência, não conseguindo produzir políticos, à altura do povo histórico luso, nem da realidade contemporânea. Herdou da monarquia e da Idade Média os vícios que pretensamente queria combater com a mudança, mas que, de facto, ainda exacerbou ao incorporar as aspirações do “Escudeiro”: nobreza (elite) decadente, aventureira e parasita que vive da trafega do vinho azedado em odres novos!

Portugal na Avalanche do Efeito Decoy

Portugal ainda não terminou a guerra civil. Apenas transformou a guerra civil armada em guerras ideológico-partidárias, numa guerra da cidade contra o campo, do moderno contra o tradicional, do povo contra o povo. Os conflitos armados encontram a sua perpetuação através dos conflitos ideológicos nos partidos numa luta desigual de conservadores intimidados e de progressistas atrevidos.

Na tribuna pública da sociedade portuguesa (TV) reina o discurso partidário e a sociedade não se pode resguardar porque não tem infraestruturas capazes de criar alternativas reais e independentes. Não há grupos de imprensa fortes nem correntes de pensamento de relevância nacional capazes de provocar impacto político que obrigue a nação a reflectir para crescer organicamente. Um Estado ocupado por um sistema de bajulações e de “guetos secretos” pouco mais pode produzir que mediocridades a nível económico, político, cívico e social. Neste sistema, a correspondente ascensão partidária favorece a formação de líderes medianos de espírito mais esperto que inteligente, animais políticos, frutos de influências e jogos; expressam neles mais a esperteza árabe do que a inteligência francesa. Na falta de modelos políticos, económicos e sociais consistentes, Portugal não conhece alternativas aferidas à realidade. Apenas conhece alternativas partidárias, que centram a atenção em modelos particulares inferiores.A República só tem vindo a gerar alternativas atrofiantes. Nenhuma delas tem a qualidade de dominar a outra ou de ser integral. A opinião pública, dado adquirir o conhecimento político através da via demagógica, só é capaz de equacionar os problemas em alternativas binárias partidárias ou na irresponsabilidade de partidos pequenos com ideias luzidias mas não aferidas à realidade portuguesa. Considera como satisfação do seu ideal o servilismo a um partido, quando o ideal passaria por uma terceira via, fruto de uma análise científica fria independente, baseada na realidade, que o sistema impossibilita. Mesmo o povo pensante, aquele que não reduz a sua erudição ao saber acomodado da TV, não é confrontado com uma alternativa real, deixando-se levar pelo efeito Decoy. Assim, o sistema político português não gera alternativas adequadas ao povo e às necessidades da nação. São muitas vezes alternativas copiadas de países também elas decadentes porque baseadas na divisão e na exploração do mais fraco.

No seguimento de quem dá a ideologia e o pão

Lugar-comum das nossas revoluções tem sido o adiar da nação em nome de liberdades coloridas: Tal como elites portuguesas se tinham outrora colocado do lado do invasor napoleónico, também no 25 de Abril, os seguidores do mesmo espírito, se puseram ao lado da União Soviética passando as províncias ultramarinas portuguesas para a influência comunista. Agora, o 25 de abril tropeça na própria ideologia, porque, na realidade “quem dá o pão, dá a criação”. No tempo de D. Manuel o magnânimo, tínhamos os quintos das especiarias, depois o ouro do Brasil, as remessas dos emigrantes e os fundos perdidos. A incapacidade política do país, para acompanhar a nação e a evolução dos tempos, leva-a a viver num estado esquizofrénico (de personalidade fendida). Os egos dos partidos têm sido construídos à custa do povo e contra o ego da nação.

Gil Vicente, quando escreveu a farsa de Inês Pereira, certamente já previa na política de José Sócrates o Escudeiro Brás da Mata e, na de Passos Coelho, o Pero Marques! Na rotação, de noivado em noivado, Portugal emigra, envelhece e não gera.

O remédio é acordar e redescobrir a lusofonia!

António da Cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@gmail.com

www.antonio-justo.eu

 

José Sócrates – um Vendedor moderno de Ilusões velhas

O Filho pródigo regressa à Casa paterna com Aspirações a ser Presidente

 

António Justo

Sócrates é o homem que melhor retrata o estado doentio dum país renitente que se recusa a encarar a realidade em que se encontra para continuar a viver embalado em sonhos e contos da carochinha. A sociedade portuguesa continua a cultivar poleiros como se o cacarejar de galos com penas de modernidade lhe dessem o pão e lhe pudessem compensar o atraso económico. No panorama português continua a não haver alternativa de escolha, a não ser a opção entre o mau e o pior.

 

O Sistema partidário português, num país de adeptos que não de eleitores, não precisa de se preocupar com questões deontológicas, nem com os verdadeiros problemas da nação; vive das victórias partidárias e o desagradável é resolvido pela rectórica e pelos estrangeiros (Troika).

 

Sócrates regressa a Portugal e entra pela porta do cavalo, recebendo um poleiro semanal de destaque no sacrário da nação (TV). Daí pode ditar as suas sentenças e atirar pedras numa nação partidária devota, habituada a comer e calar e a admirar uma argumentação fomentadora de ressentimentos. A argumentação fascina-os, não a realidade nem o objecto da argumentação. Mas por uma questão de justiça para com o povo português terá de ser dito que o que acontece em Portugal já germina, há muito, na Europa e a decadência começa pelos mais fracos.

 

A TV pública, que privilegia os galadores políticos, está consciente de que pode beneficiar e receber, de braços abertos, o seu filho pródigo sem que os seus irmãos fiéis protestem. Aquele abandonou o país depois de o ter conduzido a uma situação desolada; ciente de que o povo tem memória curta, e como esperto “animal político”, aguentou-se em Paris o tempo suficiente para poder descer de paraquedas ao povoado e poder falar da desolação dum país que ele mesmo afundou, ajudado pelos outros partidos. Apesar da bancarrota e da Troika continuam a ter a razão toda; continuam a falar como se fossem libertadores. É um lugar-comum partidário, ignorar a crise económica e cultural, falar mal dos governos e branquear a própria miséria no tempo da oposição. Num país irreal, José Sócrates, com a sua atitude galante, é a melhor Isca que o PS tem também para frustrações e sonhos femininos. Espectadores, que não distinguem entre o brilho do falar e a argumentação seguem, de olhar fixo, mais uma história de embalar crianças.

 

Um país de tanga, com uma TV jacobina à procura de “audiências”, prefere a demagogia gratuita à informação séria paga!

 

A melhor atitude a assumir neste desapropósito, seria o boicote ao programa de Sócrates, e até apagar a televisão; “para quem é bacalhau basta”! O boicote não se deveria dar por razões partidárias mas apenas por uma questão de honra e de respeito por si mesmo e pela nação. Seria ingenuidade pedir responsabilidade à direcção da TV; ela é fruto de interesses mesquinhos e não duma cultura política. De facto, tão culpado é o PS como o PSD por tal desacato.

 

Os interesses individuais são confundidos com os do Estado

“Um político que desiste de puxar pelas energias do seu futuro não está à altura das suas responsabilidades”. No contexto em que Sócrates proferiu esta frase fala como se a defesa dos seus interesses se identificasse com a defesa dos interesses do Estado. E referindo-se ao seu espaço semanal na TV pública como comentador político, a partir do 7 de Abril, disse laconicamente: “Ninguém tem de ter medo”. Como se a sua entronização não fosse um acto partidário inocente numa TV pública sempre partidariamente politizada nem mais uma encenação para um povo que só conhece a realidade política situada entre as frontes dos interesses partidários. Pelo que se constata, Portugal continuará a viver embalado pelo cantar da cigarra a encantar a formiga!

 

É o cúmulo dos cúmulos o que a classe política portuguesa, aninhada nos bastidores da TV pública, se permite. Não é de admirar porque o manancial do grande saber público é a TV. Sócrates, e muitos outros, podem permitir-se fazer o que bem lhes apetecer porque desonraram o povo português a ponto de fazerem do Estado um bordel! O espírito democrático ainda não chegou aos partidos, doutro modo haveria membros que boicotariam tal disparate que só fala mal de Portugal e dos membros dos partidos que se permitem o que em nenhuma nação europeia de respeito se não permitiria.

 

Quando é que o povo regressa de férias para pôr Portugal na linha? Sócrates como comentador na TV pública, é a melhor prova de que Portugal não tem os pressupostos necessários para poder mudar e que a classe política continua a apostar na corrupção e na demagogia. O Bobo tem pele grossa e não nota o que acontece.

 

A cegueira é tanta que até se argumenta que em nome da honestidade e da representação proporcional na TV se deve tratar a todos por igual. Seria porém desonesto pretender-se, em nome da honestidade, falar da desonestidade. O sistema rotativo confirma que a um presidente PSD se sigue um socialista e o povo, sem entender nada do que se passa em Portugal já se cansou de Coelho como antes de Sócrates. Neste cenário, quem melhor que Sócrates para atrair um público feminino com grande poder na votação!

 

Porque nos encontramos num enredo de desonestidades consecutivas, o povo terá de aguentar uma desonestidade rotativa resumida no progresso da continuidade do banal.

 

Naturalmente que cada qual tem direito a honrar e louvar os seus “santos” mas querer, em nome da desonestidade de uns, afirmar o direito à desonestidade dos outros é perversão e deslealdade para com o todo. Esta tem sido uma constante da república.

 

Eles bem sabem que os cães ladram mas a sua caravana passa. O sistema de mafia branca que vive nas entranhas da nossa república tira sempre proveito tanto do sucesso como da bancarrota. O excessivo discurso partidário inquinou a nação. A luta política tira-nos as forças que poderiam ser empregues na defesa de programas objectivos servidores do povo e da nação.

 

Já outrora o povo gritava: soltem Barrabás. E o sábio sermão da montanha diz: “não oponhais resistência ao mau”. Mas o mesmo discurso diz também: “Bem-aventurados os que têm fome e sêde de justiça, porque serão saciados.”

 

António da cunha Duarte Justo

antoniocunhajusto@gmail.com

www.antonio-justo.eu