LEI DA AUTODETERMINAÇÃO – MAIS UM PASSO  NA DECOMPOSIÇÃO DA PERSONALIDE HUMANA E UM ACTO DE SABOTAGEM CULTURAL

O Parlamento alemão aprovou a lei de Autodeterminação que possibilita anualmente uma Escolha de Sexo

Ideólogos e poderes não declarados pretendem uma mudança de paradigma da sociedade e para tal fazem uso de agendas, de activistas, da política, do direito e de novas tecnologias para estabelecerem uma nova realidade social – a sociedade plural.

Como uma sociedade plural traz consigo conflitos sociais, para se evitarem reivindicações sociais está em via uma política de informação (formatação social) no sentido de ser modelada uma nova consciência social de modo a ser anonimizada mediante um procedimento de despersonalização.

Por estas e por outras verifica-se que o Estado, em cumprimento de agendas superiores, está empenhado até na própria deslegitimação que leva a uma autodestruição legitimadora da formação de supraestruturas globais. A velha geração dos governantes está, à margem das populações, a ser transformada paulatinamente numa nova geração de meros administradores e aplicadores de agendas e de diretrizes superiores.

Mais uma medida no sentido de nos tirarem a identidade para ficarmos à disposição dos donos disto tudo. Querem levar-nos à apatia, do já não sou eu e deste modo criar pessoas disponíveis de obediência cega e algum menos adaptado pode recorrer ao suicídio.

A 12 de abril de 2024, o Bundestag aprovou a Lei de Autodeterminação; independentemente do sexo os pais poderão escolher o género da criança até aos cinco anos; depois dos cinco anos começa-se a perguntar à criança se está de acordo; os jovens podem mudar de sexo a partir dos 14 anos, sem nenhuma exigência, uma vez por ano. Podem fazê-lo mesmo contra a vontade dos pais, porque em caso de litígio o tribunal de família concederá a autorização e se se “chamar alguém pelo nome que os pais lhe deram pode custar-lhe então uma multa até 10 mil euros”.

A organização CitizenGO chama a atenção para a aberração de tal lei. “Vivemos num país onde você pode escolher o seu sexo, mas não o seu sistema de aquecimento”.

Atribuem autonomia ao cidadão até ao ridículo e por outro lado aumentam a sua dependência do Poder e de corporações a ele ligadas. Assim o paragrafo 9 não permite a aplicação de tal lei para assuntos de serviço militar.

A lei entra em vigor em 1 de novembro de 2024 se os chefes de governo dos estados federados alemães não obstarem. O Tribunal Constitucional ainda pode derrubar a Lei de Autodeterminação desde que um partido apele contra a lei. O resultado da votação no parlamento foi escasso tendo votado a favor da lei quase 51% dos deputados.

A irresponsabilidade e falta de critério de muitos que nos dirigem é tal que criam um mundo que nos transforma em meros possuídos: a pretexto de uma extrema liberdade individual cria-se um sistema político-social controlador da própria consciência humana no sentido de um determinismo orquestrado. O sexo já não conta sendo degradado para experiências médicas que se vão afirmando de experiência em experiência.

Faz parte de agendas globais quebrar a orientação do indivíduo e da população. O que é dado como certo é questionado. As ideologias que prevalecem colocam em perigo não só os jovens e os adultos desprotegidos como abrem também a porta à arbitrariedade.

Tal lei também permite a possibilidade de múltiplas personalidades porque um homem que escolhe ser mulher na Alemanha continua a ser um homem na Turquia ou noutros países.

Esta das pessoas poderem mudar de sexo todos os anos vai dar oportunidade a homens e a mulheres que poderão mudar de sexo também para escolher a prisão de mulheres ou de homens conforme o instinto ordene.

Segundo o sindicato da polícia alemã, criminosos poderão aproveitar-se desta lei para se esconderem. Os criminosos poderão esquivar-se de um mandado de prisão ou limpar a ficha criminal mudando de nome. Isto vem de encontro aos interesses de responsáveis do partido, do governo, Os Verdes, interessados na degradação não só da pessoa, mas também nacional.

Outra possível consequência na qual a coligação do governo aparentemente não pensou: pode ser que tenham também inadvertidamente legalizado a mutilação genital de raparigas com a Lei de Autodeterminação.

Os governos da União Europeia encontram-se em processo de despedida da realidade.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

11 ANOS DE PONTIFICADO DE FRANCISCO

Parabéns ao Santo Padre e desejos de muita saúde para também poder coroar a caminhada que iniciou com o “Caminho Sinodal” com sucesso para o bem de toda a Igreja.

Aniversário da eleição do Cardeal Jorge Mário Bergoglio para Papa a 13.03.2013. Com o início do seu papado o eixo da história movimentou-se para Sul iniciando-se também um mundo multipolar. Inicia-se uma época que nos obriga a sermos mais regrados no ter para podermos todos ser mais!

Francisco interferiu em todas vertentes que hoje preocupam a humanidade com escritos como três encíclicas:

Luz da Fé (Lumen Fidei), de 2013 sobre a fé e que recolhe reflexões de Bento XVI

Louvado sejas (Laudato si) de 2015 sobre o cuidado da casa comum

Irmãos todos (Fratelli tutti) de 2020 sobre Fraternidade e Amizade social: propõe acções globais que superem as contradições do presente:  “De fato, quem não ama o próprio irmão a quem vê, não pode amar a Deus que não vê” (1Jo 4,20).

Escreveu também as exortações apostólicas: A alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium)

A alegria do amor (Amores Laetitia)

Cristo vive (Christus vivit) aos jovens e a todo o povo de Deus

Querida Amazónia, exortação Pós-Sinodal dirigida ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade.

As encíclicas encontram-se em várias línguas no seguinte Link: https://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals.html

Vale a pena ler para se entrar melhor no espírito do Papa Francisco

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES – VALE A PENA LUTAR

Luta por uma Matriz mental e social integradora da Masculinidade e da Feminilidade

A nossa sociedade é dirigida por uma matriz (baseada no patriarcado) que não age nem cede nada de graça nem com amabilidade – a sua causa é a competição, o lucro e não a simpatia – e por isso, enquanto não se criar uma matriz político-social justa a luta torna-se num imperativo, valendo a pena lutar por boas causas.

As mulheres lutam pela igualdade de género na vida social e têm alcançado, a nível de funções, alguns postos relevantes, mas tudo isso à custa de grande luta e empenho, dado a sociedade estatal se orientar pela funcionalidade das pessoas e não pela sua dignidade e relacionamento. Já conquistaram muito, especialmente ao nível das leis, mas a sociedade em geral e as instituições encontram-se atrasadas não só em relação às leis, mas sobretudo em relação a uma ética de humanidade não praticada.

Continua também a haver abusos e violências, como mutilação genital, definição da feminilidade em serviço de funções sociais, etc.

A agressão vem de uma masculinidade exagerada versus feminilidade. O caminho certo seria o reconhecimento da complementaridade equitativa nos princípios da feminilidade e da masculinidade sendo para isso necessária uma transformação dos princípios orientadores da nossa sociedade; para se ter uma equidade social justa seria necessário valorizar a feminilidade e a masculinidade em termos de igualdade e de funções sociais de maneira a poder alcançar-se-ia um equilíbrio adequado na sociedade; condição para isso seria trabalhar-se no sentido de um equilíbrio de funções mas sobretudo na criação e institucionalização de nova matriz social.

A luta contra a matriz social masculina é inteiramente justificada porque não existe uma matriz de pensamento intelectual e social onde a masculinidade e a feminilidade se integrem e atuem de forma inclusiva e integral! O modelo (matriz integradora da feminilidade e da masculinidade não condicionada apenas ao aspecto da funcionalidade) poderia dar-se à imagem dos hemisférios cerebrais (no seu agir complementar integrado o lado esquerdo acentua o pensamento lógico e o direito o criativo e emocional) sem que para isso se destruam os alicerces da natureza, resolveria pela raiz os maiores problemas da sociedade no sentido das bem-aventuranças.

Na Alemanha há uma diferença salarial de 18% em muitas áreas, em desvantagem para as mulheres.

Na consequência, o Estado não trata a feminilidade na sociedade da mesma forma que trata a masculinidade de caracter meramente funcional produtivo e técnico. O Estado e com ele os regimes políticos procuram impor à sociedade a matriz masculina porque a sua orgânica é toda ela baseada na masculinidade exacerbada. Áreas onde é necessária mais humanidade, como cuidados, são mal remuneradas e, portanto, muitas vezes deixadas para mulheres estrangeiras ou pessoas de condição social estanque.

A matriz actual prejudica o homem e a mulher porque ao não contemplar a feminilidade e a masculinidade como factor dos dois e da sociedade impede o desenvolvimento humano integral e fomenta uma sociedade de concorrência injusta.

Urge a criação de uma matriz social que possibilite o viver amorosamente uns com os outros. Uma matriz social equilibrada de feminilidade e masculinidade, com o amor e a empatia como meta, teria então espaço para pessoas que esperam e acreditam. Nada surge do nada e se continuarmos a contar apenas com a matriz masculina continuaremos a precisar de lutas mais sustentáveis.

Falta vontade para uma solução socialmente existencial continuando a seguir os ditames extremos da natureza, que tem como ditame recompensar os mais fortes e assim perpetuar a luta. Esta lógica aplicada na política e na sociedade vai contra a razão e contra a criação de uma cultura de paz.

Trata-se de passar da estrutura social de caracter mecanicista para uma estrutura orgânica humana.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

NÚMERO DE PEDIDOS DE ASILO EM 2023 NA EUROPA: 1,14 MILHÕES

A Agência de Asilo da União Europeia registou no seu relatório anual 1,14 milhões de requerentes de asilo na UE em 2023 (1).

A Alemanha recebeu 334.000 novos pedidos em 2023.

A maioria dos requerentes de asilo veio de muçulmanos da Síria, Afeganistão, Turquia, Iraque, Irão.

Em janeiro de 2024, foram registadas cerca de 740 passagens ilegais de fronteiras de refugiados para a UE na rota dos Balcãs Ocidentais (rota terrestre). Houve 6.643 refugiados através da rota da África Ocidental.

Qualquer pessoa que critique a política de asilo da UE é difamada como populista de direita.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1)

https://mediendienst–integration-de.translate.goog/migration/flucht-asyl/eu-asylpolitik.html?_x_tr_sl=de&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-PT&_x_tr_pto=sc

 

CONTRADIÇÕES DEMOCRÁTICAS

Para se defender a diversidade e a imigração expressas na vontade dos governos europeus, outros grupos populacionais com opiniões diversas são demonizados ou excluídos, como se observa exemplarmente na Alemanha e na maneira como é canalizada a insatisfação das massas populares.

A   política de imigração, as exageradas medidas governamentais relativas ao Coronavírus, a guerra na Ucrânia e por último Gaza acentuaram a desconfiança das populações nos governos que com o seu seguimento de agendas alheias incrementam a divisão social e política cada vez mais insuportável.

Trágico torna-se, porém, o facto de vidas particulares, familiares e de amigos serem intoxicadas com posições partidárias ideologicamente envenenadas que, sem levarem em conta perdas de humanidade, têm a intenção de influenciar a opinião popular para rebuscadamente levarem a sua avante.

A Democracia cada vez se desacredita mais ao não aceitar pensares diferentes. E os principais demolidores estão a tornar-se os partidos políticos ao expressarem-se de maneira radical na negação das razões do adversário chegando mesmo a demonizá-lo.

A imigração desregrada constitui um problema cultural e social tal como qualquer posição xenófoba. Daí a necessidade de ser permitida uma discussão sem tabus em atmosfera relaxada sobre os aspectos negativos e positivos da imigração e assim se evitar uma discussão política preconceituosa de um lado e do outro dos polos interessados no negócio!

O político e economista Thilo Sarrazin escreveu o livro “A Alemanha abole-se a si mesma” e foi considerado “poluidor do ninho” político sendo, por isso, boicotado e difamado pela política estabelecida embora o livro oferecesse uma oportunidade para uma análise diferenciada da situação. Sarrazin explica os perigos do pensamento ideológico para a nossa sociedade e a nossa cultura política e descreve caminhos errados típicos.

A política é mal-aconselhada ao dar-se ao luxo de estabelecer temas tabus e ao pôr fora de jogo grupos incómodos ou então jogando-os uns contra os outros, como está acontecendo na Alemanha, em Portugal e por toda a Europa; enfim, a afirmação do poder através de ideologias encontra-se em estado exaltado!

Muitos políticos preferem ir de cabeça contra a parede a encarar a questão de maneira prática, racional e argumentativa. Certamente, se as populações também pensassem seria dificultada a praxis governativa atual, mas, a longo prazo, dar-se-ia uma evolução social e política.

A política ainda não passou da fase moral do que é certo ou errado para a fase da  ética do que é bom e do que é mau!

António CD Justo

Pegadas do Tempo