DIA DE TODOS OS SANTOS – DIA DE FINADOS – HALLOWEEN

Colonização americana da Cultura Europeia

Cada cultura tem os seus costumes e ritos e seus eventos para expressar as suas alegrias e tristezas, medos e esperanças numa de festejar a vida. Nas sociedades de caracter mais religioso abundam os ritos e eventos de cunho religioso.  A sociedade secularizada em que domina o material e o utilitário imediato, procura substituir os ritos religiosos por eventos paralelos, mas com outro espírito (comércio e consumo) que se impõe cada vez mais devido à colonização cultural dos Estados Unidos e ao materialismo cultural em voga.

A Igreja Católica celebra e homenageia no dia 1 de novembro o dia de Todos os Santos (1) e no dia dois o Dia de Finados em que recorda todas as almas falecidas (2). Os Celtas (Irlandeses) festejavam no Hallowin (= “Véspera do Dia de Todos os Santos”) os ritos da morte.

Hoje, o Halloween – noite das bruxas ou dos fantasmas (3) – serve-se do imaginário humano para transformar o original religioso Dia de Todos os Santos, e de todas as almas em um evento de espírito comercial como oportunidade para gerar lucro.

Não trato aqui de expulsar o diabo do Halloween com o Belzebu das tradições cristãs, mas sim de pensar como os ritos culturais vão sendo transformados no espírito da ideologia predominante e actualmente se encontram em transformação mais ao serviço da economia e do consumo (americanização). A festa é uma expressão humana integral e como tal legítima. Importante é descortinar o que se encontra por trás de cada festa, rito ou costume para nos tornarmos mais conscientes de nós mesmos, do que nos serve e do que nos influencia.

O nome “Halloween” vem do inglês e é uma abreviatura de “All Hallows’ Evening”. Traduzido significa: “na noite anterior ao Dia de Todos os Santos”, altura em que, segundo tradições antigas, os espíritos dos mortos visitavam a terra. Na verdade, o Halloween vem da Irlanda (celtas).

Principalmente nos países de influência anglo-saxónica, ao entardecer (31.10) multidões de crianças vestidas com fantasias assustadoras (bruxinhas, fantasmas e monstros) vão de porta em porta dizendo „Doçuras ou Travessuras” (4) . Supõe-se que católicos irlandeses assumiram costumes celtas de se fantasiaram na noite anterior ao Dia de Todos os Santos para se protegerem dos espíritos malignos, que assombravam aquela noite.

A tradição das caras assustadoras das abóboras esvaziadas e iluminadas com velas com a finalidade de afastar os fantasmas terá a sua origem na Irlanda.

Também há referências a Halloween como o início de um novo ano satânico e uma espécie de “aniversário do diabo”.

 

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) O Dia de todos os santos: https://antonio-justo.eu/?p=7930 . Em Portugal, neste dia, também conhecido como o “pão por Deus”, grupos de crianças vão de casa em casa e recebem como oferta pão, frutas, frutos secos ou doces.

(2) Dia de Todos os santos, de todas as almas e do Halloween: https://antonio-justo.eu/?p=7930

(3) https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_das_Bruxas

(4) https://pt.wikipedia.org/wiki/Travessuras_ou_gostosuras

PARALELO ENTRE A POSIÇÃO DE GUTERRES SOBRE O CONFLITO ISRAEL/PALESTINA E A POSIÇÃO DO PAPA SOBRE O CONFLITO UCRÂNIA/RÚSSIA

Palestina e Ucrânia Palcos de Interesses de fora

Quando se defrontam os interesses de potências globais, a discussão pública geralmente é polarizada e descontextualizada com intenção de influenciar os públicos. Neste sentido o polo dos não alinhados é diabolizado e o próprio é branqueado. A verdade dos factos é complexa pelo que deveria ser contextualizada, doutro modo a informação passa a viver do pós-verdade. Situação e solução são complicadas e não poupam ninguém.

O discurso de Guterres relativamente a Gaza em que disse: “É importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo. O povo palestino foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante… (1)”, faz lembrar a afirmação do Papa Francisco quando se falava da possibilidade de ele ir a Kiev;  então o Pontífice tomou posição no Corriere della Sera (03.05.2022) dizendo: “Penso que antes de ir a Kiev, tenho de ir a Moscovo”. Referiu que o possível encontro (com Putin) não serviria exactamente para condenar Putin, porque o verdadeiro “escândalo” da guerra de Putin era “o ladrar da NATO às portas da Rússia”, fazendo com que o Kremlin “reagisse erradamente e desencadeasse o conflito” (2). https://antonio-justo.eu/?p=7410

Veja-se em nota o texto completo de António Guterres para se poder fazer um julgamento menos cópia das interpretações do mainstream.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) DECLARAÇÃO DE ANTÓNIO GUTERRES NA ONU, 24.10.2023:

«A situação no Oriente Médio está a ficar mais terrível a cada hora.

A guerra em Gaza está a assolar-se e corre o risco de espiral em toda a região.

Divisões são sociedades fragmentadas. Tensões ameaçam ferver.

Num momento crucial como este, é vital que fique claro sobre os princípios — a começar pelo princípio fundamental de respeitar e proteger os civis.

Condenei inequivocamente os horrorosos e sem precedentes actos de terror do Hamas em Israel de 7 de Outubro.

Nada pode justificar o assassinato deliberado, ferimentos e sequestros de civis – ou o lançamento de foguetes contra alvos civis.

Todos os reféns devem ser tratados humanamente e libertados imediatamente e sem condições. Noto respeitosamente a presença entre nós de membros das suas famílias.

É importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram no vácuo.

O povo palestino foi submetido a 56 anos de ocupação sufocante.

Eles viram as suas terras constantemente devoradas por colonatos e atormentadas pela violência; a sua economia sufocada; o seu povo deslocado e as suas casas demolidas. As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm desaparecido.

Mas as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas. E esses ataques terríveis não podem justificar o castigo colectivo do povo palestiniano.

Até a guerra tem regras.

Temos de exigir que todas as partes cumpram e respeitem as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional; tenham cuidado constante na condução de operações militares para poupar civis; e respeitem e protejam os hospitais e respeitem a inviolabilidade das instalações da ONU que hoje abrigam mais de 600.000 palestinianos.

O bombardeamento implacável de Gaza pelas forças israelitas, o nível de vítimas civis e a destruição por grosso de bairros continuam a aumentar e são profundamente alarmantes.

Choro e honro as dezenas de colegas da ONU que trabalharam para a UNRWA — infelizmente, pelo menos 35 e a contar — mortos no bombardeamento de Gaza nas últimas duas semanas.

Devo às suas famílias a minha condenação destes e muitos outros assassinatos semelhantes.

A proteção de civis é primordial em qualquer conflito armado.

Proteger civis nunca significa usá-los como escudos humanos.

Proteger civis não significa ordenar que mais de um milhão de pessoas evacuem para o sul, onde não há abrigo, nem comida, nem água, nem remédios e nem combustível, e depois continuar a bombardear o próprio sul. Estou profundamente preocupado com as claras violações do direito humanitário internacional a que estamos a assistir em Gaza.

Deixe-me ser claro: nenhuma parte num conflito armado está acima do direito humanitário internacional. Felizmente, alguma ajuda humanitária está finalmente a entrar em Gaza.

Mas é uma gota de ajuda num oceano de necessidade. Além disso, os nossos abastecimentos de combustível da ONU em Gaza esgotarão numa questão de dias. Isso seria outro desastre.

Sem combustível, a ajuda não pode ser entregue, os hospitais não terão energia, e a água potável não pode ser purificada ou mesmo bombeada.

O povo de Gaza precisa de uma prestação contínua de ajuda a um nível que corresponda às enormes necessidades. Essa ajuda deve ser prestada sem restrições.

Saúdo os nossos colegas da ONU e parceiros humanitários em Gaza a trabalhar em condições perigosas e a arriscar as suas vidas para prestar ajuda àqueles que precisam. Eles são uma inspiração.

Para aliviar o sofrimento épico, tornar a entrega da ajuda mais fácil e mais segura e facilitar a libertação de reféns, reitero o meu apelo a um cessar-fogo humanitário imediato.

Mesmo neste momento de perigo grave e imediato, não podemos perder de vista a única base realista para uma verdadeira paz e estabilidade: uma solução de dois Estados.

Os Israelitas devem ver as suas necessidades legítimas de segurança materializadas, e os Palestinianos devem ver as suas aspirações legítimas para um Estado independente realizadas, em consonância com as resoluções das Nações Unidas, o direito internacional e os acordos anteriores. Finalmente, temos de ser claros quanto ao princípio da defesa da dignidade humana.

Polarização e desumanização estão sendo alimentadas por um tsunami de desinformação.

Temos de enfrentar as forças do anti-semitismo, fanatismo anti-muçulmano e todas as formas de ódio. Hoje é o Dia das Nações Unidas, completando 78 anos desde que a Carta da ONU entrou em vigor.

Essa Carta reflecte o nosso compromisso comum de promover a paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos.

Neste Dia da ONU, nesta hora crítica, apelo a todos para que se retirem da beira antes que a violência ceife ainda mais vidas e se espalhe ainda mais.

Muito obrigado»

(Tradução publicada por Alexandra Lucas Coelho no Facebook. Texto em inglês AQUI.

(2) https://antonio-justo.eu/?p=7410

 

 

PROTEÇÃO POLICIAL DE INSTITUIÇÕES DE VIDA JUDAICA NA ALEMANHA

 

Na Alemanha a vida político-social parece fervilhar. Vive-se um clima de insegurança a vários níveis (social, económico e político) e o discurso público chega a ser contraditório.

Em grande parte, devido ao acréscimo de antissemitismo importado, os judeus não se sentem seguros na Alemanha, por outro lado cresce em partes da população ta ideia que não se deve confundir antissemitismo com qualquer crítica à política de Israel e que a atitude tomada pelo governo alemão leva à confusão de uma posição com a outra.

Com o conflito Judeia/Palestina as autoridades estão ainda mais atentas prestando assistência policial onde ocorra vida judaica (sinagogas, jardins infantis, etc.).

Na Alemanha, já há hábito de proteger instituições  judaicas. O mesmo confirmam o ministro da Justiça e o ministro do Interior de Hesse, dizendo:  “Em Hesse, a presença policial foi assegurada durante anos em frente a todas as instalações onde a vida judaica ocorre”.

A efervescência social contribuirá para um melhor desenvolvimento na Alemanha e na Europa porque obrigará a política a ter de resolver problemas acumulados de que o povo se queixa porque directamente com eles confrontado.

 

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DIREITO INTERNACIONAL NOS CAMINHOS TORTOS DOS POVOS E DA HISTÓRIA

Segundo a opinião de especialistas, o direito internacional tenta encontrar um equilíbrio entre os interesses militares e humanidade. E parte do princípio que os objectivos militares pressupõem danos colaterais.
É crime de guerra utilizar civis para fins militares (por exemplo, como escudo protetor).
A punição coletiva é ilegítima. Um cerco é legítimo se o objetivo não for matar a população de fome.
Como se pode ver na guerra, a desumanidade é senhora embora com aparências de humanismo.

A história da humanidade é uma história de guerras e, gostemos ou não, o homem continua a ser “madeira torta”, como afirmou o filósofo Kant. A esperança, porém será a última a morrer porque sem esperança não haveria História humana.
Churchil que liderara a Inglaterra contra a Alemanha nazi dizia: A diferença entre os humanos e os animais é que os últimos nunca permitem que um estúpido lidere a manada!”
António CDJusto
Pegadas do Tempo

JUDEIA/PALESTINA UMA SITUAÇÃO DRAMÁTICA E POLÉMICA

Conflito israelo-palestiniano importado para a Europa

O acto terrorista e vil do Hamas de 7.10 no festival em Israel (com 1.400 barbaramente executados, crianças decapitadas e 199 sequestradas para a Faixa de Gaza), vem mostrar a impossibilidade de resolução do conflito na Judeia/palestina. O Hamas encontra-se na linha do daesh/isis.

Simplificando: na Judeia/Palestina decorre uma guerra por procuração onde se encontram representadas duas civilizações em luta: de um lado o islão e o socialismo e do outro Israel e o capitalismo liberal; daí o seu significado mundial geoestratégico e daí o perpetuar-se de uma situação desumana e fatídica. Todo mundo está lá envolvido, atuando pela calada da noite e à margem do povo, sob o manto de uma mixórdia de interesses onde se procura agradar a Deus e ao Diabo. Por outro lado, na discussão do drama da Judeia/Palestina resume-se a manifestações de tendências geralmente tidas como objectivas. O fatal, numa sociedade de tendências (e esta é a única que temos) é que o tendencioso evidencia a tendência que já se tem: afirmando-a ou questionando-a, mas sem efeito, o que no final de contas vem justificar a acção violenta e a razão de interesses desumanos.

Interesses representados em núcleos (potências aliadas a ideologias) expressam-se de maneira especialmente cruel nos conflitos da Judeia/Palestina e na Ucrânia. Os interesses dos EUA (Nato), muçulmanos, russos e chineses são os mais evidentes nos conflitos atuais. Conflitos de interesses hegemónicos não têm resolução militar e menos ainda nos povos de cultura árabe onde política, religião e comércio fazem parte do espírito do povo.

Agora que Israel se mostra decidido a bloquear Gaza, a Arábia Saudita, a Rússia e a China apelam para o cessar-fogo e o fim do bloqueio de Gaza. Por seu lado Israel sabe do inimigo cruel que tem pela frente e dos erros que cometeu no passado contra o povo palestiniano e está certo que, se não desalojar os terroristas de Gaza, o contencioso Israel-Palestina continuará como dantes (e para mais na fase de tentativa de nova ordenação do mundo entre Brics… e G7…). Facto é que o Hamas está a ganhar a guerra ideológica ao conseguir unir o mundo árabe e parte do não árabe em torno de si conseguindo a liderança na abertura dos telejornais mundiais.

Um efeito colateral grave das lutas económico-culturais vem-se acentuando mais e mais depois da segunda guerra mundial. Os interesses político-económicos que abateram a cultura judia em Auschwitz são os mesmos que deram a entrada a 20 milhões de muçulmanos seus figadais inimigos. O conflito israelo-árabe já há muito que chegou à europa especialmente através da emigração muçulmana e cada vez se faz sentir mais nas escolas alemãs e na sociedade em geral. Também a Europa está vocacionada a tornar-se cada vez mais uma zona de conflitos atendendo à sua política de migração, importando de maneira sustentável os conflitos inerentes ao islão (nação islâmica”, Ummah).

No ponto de encontro ou de eclosão de interesses contraditórios torna-se difícil determinar quem está no lugar certo e no lugar errado. Esta incerteza fomenta as certezas de um e do outro lado; estas são, porém, certezas que se excluem e criam escravos de um lado e do outro, como é próprio da lógica do poder. Grupos hegemónicos só conhecem o caminho para a victória final e este é assinalado por intransigência, povo morto e sacrificado.

Há que considerar que onde há escolha há interesse que se quer ver legitimado pela liberdade. A questão permanece, porém, nas certezas que por sua vez pretendem legitimar interesses. O cum quibus da questão é que conjecturas são apresentadas pelos formadores de opinião e media como dados certos.

A defesa de um valor ou direito abstracto não pode servir para justificar a existência da violência concreta. Nem a violência do movimento terrorista do Hamas nem acções terroristas nem acções de retaliação vitimadoras de inocentes dos povos israelita e palestiniano são legítimas. Por outro lado, há que aceitar a história, doutro modo continuaremos num dilema justificador da violência de parte a parte que se resume na opinião pessoal de Benjamin Netanyahu: “Se os árabes depusessem hoje as suas armas não haveria mais violência. Se os judeus depusessem as suas armas não haveria mais Israel”. 

O fatal no meio de tudo isto é viver-se de correlações fora de qualquer causalidade.

A situação de injustiça criada em que estão envolvidas as duas partes não pode justificar o agir delas: nem a violência dos palestinianos nem a política israelita de colonização. Os meios de comunicação social e os políticos comportam-se como têm feito no conflito da Ucrânia: em vez de fornecerem informações factuais e justas, criam informações de campanha militar mais apelativas ao sentimento do que à razão. Só uma atitude que conduza à compreensão das duas partes poderá ajudar a resolver o problema à margem da ocupação e do terror.

A Faixa de Gaza com o Hamas é a ponta de lança do islão e a Liga Árabe tem mais de 360 milhões de cidadãos…

Como têm mostrado as guerras com o islão (Iraque, Líbia, Afeganistão) este não perde. Ele tem uma dinâmica de poder resiliente e de sustentabilidade garantida pela religião/povo.

Em termos de civilização o Alcorão está para os árabes, como a Mensagem bíblica está para os europeus. O Corãoé político e  privilegia os direitos culturais árabes em detrimento dos direitos individuais e o Cristianismo favorece os direitos humanos individuais, de uma maneira geral, o que, no contexto social em que vivemos e em termos políticos o enfraquece. É por isso que o Islão é uma religião sobretudo política e o estado islâmico defende  o derrame de sangue inocente como se prega em muitas mesquitas; segundo os livros sagrados do islão, o muçulmano recebe a sua dignidade através da pertença à religião (Ummah) e não conhece o amor ao próximo nem a ideia de uma humanidade toda ela feita de filhos de Deus (a solidariedade é limitada ao grupo crente); assim,  a vida e o cidadão são concebidos em termos de função institucional  e daí a indiferença perante a vida e o indivíduo. Os radicais matam sem medo nem dores de consciência porque ao fazê-lo servem o islão e são premiados com o paraíso como promete o Corão.

A estratégia e finalidade do Hamas é espalhar o islão e destruir Israel. Apesar dos intrincados interesses geopolíticos na região quem apoia o Hamas apoia o terrorismo de um grupo que não representa o povo palestiniano. O extremismo despreza os próprios membros de religião usando-os como escudo pois tudo o que serve o avanço do islão é legítimo (até a mentira) o que impede a maioria dos muçulmanos de tomar partido ou de se manifestarem. Naturalmente que aqui falo do islão e não dos muçulmanos em geral porque na generalidade são muito mais humanos do que muitas das premissas da sua religião e no seu dia-a-dia têm as mesmas preocupações que todos os outros. O problema vem das mesquitas e de associações que se aproveitam da sociedade europeia aberta para afirmar a sua sociedade fechada (Gueto) e assim, com o tempo, criam problemas étnicos como vimos documentado no processo de fragmentação da antiga Jugoslávia.

Em 629 um exército árabe islâmico tentou invadir a Palestina, mas foi derrotado pelas tropas romanas. O Corão da fase de Meca reconheceu a Palestina como terra dos judeus! Como a Palestina estava então fora da sua esfera de influência, o Corão reconheceu aquela terra aos judeus dizendo na Sura 17: “E dissemos aos Filhos de Israel: ‘Habitem a terra!… Tome esta cidade para sua habitação.” E uma das últimas suras de Meca (parte do Corão escrito na época pacífica) diz: “E demos ao povo oprimido as partes oriental e ocidental da terra (isto é, toda a terra) como uma herança que abençoamos. E a boa palavra (promessa) do teu Senhor veio a ser transmitida aos filhos de Israel (como recompensa) pela sua paciência.” A veneração de Jerusalém pelos muçulmanos é um fenómeno forçado após a fundação do Estado de Israel.

A contradição que se encontra na geopolítica Judeia/Palestina encontra-se, importada nas ruas da Alemanha e nas declarações do governo! Enquanto os políticos na Alemanha fazem declarações políticas afirmando que a defesa de Israel faz parte da razão de Estado alemão, nas ruas é festejado o ataque vil do Hamas contra o festival da juventude e nas escolas aumentam as expressões de ódio contra os judeus. Na Alemanha, as instituições judaicas devem ser protegidas pela polícia. Karl Lagerfeld dizia: “Não podemos matar milhões de judeus e permitir que milhões dos seus piores inimigos entrem no país”. Uma sociedade que pretende ser multicultural desresponsabiliza-se ao não exigir responsabilidade aos imigrantes árabes que se afirmam contra ela.

António CD Justo

Pegadas do Tempo