CRISE DO GOVERNO DE ESQUERDA EM LISBOA

Uma Tempestade num Copo de Água

 

O governo de António Costa entrou em crise pelo facto de o Orçamento para 2022 ter sido reprovado no Parlamento; teve 117 deputados contra,  cinco abstenções e só conseguiu 108 deputados a favor.

A discussão pública, demasiado acesa – como se se tratasse de vida e de morte de um país – revela apenas um país dividido e irreconciliado consigo mesmo! É de temer uma solução um pouco desengonçada; esta encontra-se nas mãos do presidente e dos atores do regime.

A situação foi criada e cuidada pela esquerda e agora a crise foi consumada pela esquerda. Costa ao hostilizar a direita sabia que só poderia contar com os seus de casa!

Costa consegue ir-se afirmando com a sua tática de maneira a conseguir até embrulhar o PR!

António CD Justo

Pegadas do Tempo!

DISCUSSÃO SOBRE AS 20 BOMBAS NUCLEARES DOS USA ESTACIONADAS NA ALEMANHA

Na Alemanha há uma discussão pública sobre as bombas atómicas dos USA estacionadas no território como medida de defesa.

A discussão tem-se dado sobretudo entre a CDU e a esquerda (SPD e Verdes) que, em parte, advoga a retirada de bombas nucleares da Renânia-Palatinado, Alemanha.

A CDU receia o efeito dominó que uma tal discussão pode causar na Bélgica e na Holanda que também possuem material nuclear no seu território

Isso poderia provocar na Europa uma corrida ao armamento nuclear.

Então a Polónia poderia solicitar aos USA o estacionamento de bombas atómicas no seu território, o que provocaria Moscovo.

Na Renânia-Palatinado encontram-se cerca de 20 bombas atómicas estacionadas.

Nesta discussão, nota-se cumplicidade na intenção (defesa e centro de ataque) porque onde há bombas nucleares, é também natural que a Rússia ou a China as vejam como centros de ataque para os seus respetivos adversários.

Também não seria de desconsiderar o facto da resolução dupla da NATO de 1979 ter tido como resultado um forte desarmamento como consequência dos tratados de desarmamento.

As tendências imperialistas ainda não passaram à História, como se pode ver no comportamento da Rússia na Crimeia e na Ucrânia Oriental; Intenções semelhantes revelam as ameaças   por parte da China, na região do Pacífico.

Numa era de confronto entre as culturas parece estar-se a preparar, a longo prazo, a transião para um imperialismo global!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

PORTUGAL CONSUMINDO CRÉDITO

Política consumista revela-se já ultrapassada e criadora de Dependência! 

Por António Justo

Na União Europeia, o crédito fiado, produzido pelas máquinas de impressão do Banco Central Europeu (BCE gerando dinheiro sem base nem valor real), tem conseguido impedir revoluções internas nos estados periféricos, como é o caso de Portugal!

Deste modo é sistemicamente impedido também o desenvolvimento dos povos periféricos e das regiões mais fracas política e economicamente. Esta política económica pretende levar a maior empobrecimento das camadas sociais média e pobre (chega-lhes manter satisfeitas as suas elites económicas e políticas); assim, haverá menor consumo, o que terá como efeito periférico a redução do carbono  e a entrada definitiva, da economia atual, na era de uma economia digital!

Esta política de concentrações é especialmente concebida para satisfazer as elites de povos que, com tais modelos económico-políticos, se sentem servidas e servidoras de quem lhes possibilita afirmar-se local e internacionalmente; nesta dinâmica, povos sem cabeça própria nem vontade política, são  condenados a definhar e a tornar-se cativos das próprias elites e a tornar-se factoress de sustentabilidade de dependência total das potências mais fortes.

Investir localmente seria a resposta dos países periféricos à depressão e inflação económica que se avista, mas a classe dos novos ricos identifica os seus interesses com um internacionalismo globalista.

Uma economia globalista favorece apenas povos fortes com muitos milhões de população (consumidores) e os grandes mercantilistas internacionais que os servem. Os povos das periferias económicas passarão a ser cada vez meros satélites de cada vez maiores planetas económicos que tudo sorvem! Agora a Ásia barata produz principalmente para o mundo ocidental! Em contrapartida especialmente a União Europeia importa os futuros trabalhadores (reserva) vindos da África, da América Latina e de outras regiões pobres.

O sistema continuará nos mesmos moldes: o mais forte a rodear-se do mais fraco. Só os mais fracos unidos poderão condicionar um pouco a órbitra dos fortes.

A união dos mais fracos não resiste porém à força de atração dos grandes corpos; esta é a lei dos corpos no universo; também na sociedade o corpo e o elemento fazem parte da mesma realidade regida pelas mesmas leis!

Encontramo-nos a caminho de um colapso da economia e de um colapso da cultura humanista!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

CRIAÇÃO DE UMA FORÇA DE REACÇÃO MILITAR RÁPIDA DA UNIÃO EUROPEIA

Portugal entre os primeiros na Iniciativa de Formação de um Exército da EU

Na Cimeira da EU desta semana, entre o assunto do preço dos combustíveis e o litígio com a Polónia, a Alemanha aproveitou para apresentar uma iniciativa de criação de uma tropa de intervenção europeia.

De facto, “os recentes acontecimentos no Afeganistão demonstraram, mais uma vez, que a UE deve ser capaz de … agir com firmeza e rapidez”, diz o documento elaborado pela Alemanha, Holanda, Portugal, Finlândia e Eslovénia. Em termos concretos, o conceito prevê um maior desenvolvimento dos Agrupamentos Táticos da UE em forças poderosas de resposta armada a crises, para que podem ser destacadas a curto prazo.

A iniciativa alemã, também no sentido de, a longo prazo, se formar um Exército da União Europeia, limita-se, para já, a abordagens bi- ou multinacionais.  Isto porque as divergências políticas entre os membros da EU e à má coordenação europeia das forças militares não permitem ainda uma coordenação europeia conjunta das forças militares. Este é um impulso para a formação de uma força de intervenção coordenado agora pelos cinco países.

Agora, que os EUA se estão a retirar do seu papel de polícia mundial, a Europa sente-se obrigada a cuidar da sua própria segurança e estratégia geopolítica.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DO DIREITO TORTO DA UNIÃO EUROPEIA E DO CONTENCIOSO COM A POLÓNIA

O Governo da Polónia nega-se a ultrapassar as próprias Instituições

A União Europeia está em construção. Por isso são compreensíveis erros na sua edificação. O que não é compreensível é a arrogância como um constructo incompleto se arroga direitos de Estado sobre os Estados membros servindo-se do atuar de oligarcas de Estados membros legitimados, em parte, apenas por contratos à margem da discussão pública e da via democrática.

A disputa entre a UE e a Polónia sobre o Estado de direito da Polónia ameaça dividir a UE, como se observa na recente cimeira da UE.

O pano de fundo da atual disputa é uma decisão do Tribunal Constitucional polaco em Varsóvia que declara partes do direito da UE como incompatíveis com a Constituição polaca. Na cimeira, o primeiro-ministro polaco manteve-se firme e afirmou que certas instituições da UE, tais como a Comissão e o Tribunal de Justiça Europeu, usurparam poderes que não lhes tinham sido concedidos e “não era esse o acordo e, por conseguinte, nem o governo polaco nem o parlamento polaco atuarão sob pressão de chantagem nesta matéria”.

Há países em que a independência dos parlamentos e governos não é colocada sob o ajuizar do cidadão e dos parlamentos porque o dinheiro ajuda os governos e substitui as disputas.

A UE está inquieta com a Polónia por esta não consentir, ao contrário do que fazem outros governos contra as próprias constituições (Estes governos não vinculam suficientemente a opinião pública nem o Parlamento em questões em que está em jogo a soberania nacional e em que a EU, de facto, interfere na soberania de países criando factos consumados sem a legitimação necessária). Os governos, em falta perante a própria população e as próprias instituições, estão todos eles interessados em que a Polónia seja castigada; tornar-se-ia muito incómoda uma discussão pública de factos consumados à margem de Estados e do cidadão se o proceder da Polónia viesse pôr na praça pública assuntos comprometedores!

Embora a reforma judicial polaca seja um empreendimento questionável, por outro lado, a Comissão Europeia, a fim de aplicar a chamada lei europeia, utiliza um tribunal (TJCE) que presume ter soberania sobre a constituição dos Estados nacionais ligados apenas por tratados na UE, e não por tribunais nacionais nem legitimados democraticamente e, portanto, sem obediência constitucional (Este é um assunto muito controverso entre os juristas!).

De facto, a lei europeia não é elaborada/legitimada através dos canais democráticos parlamentares. “O Parlamento da UE tem, na melhor das hipóteses, o direito de participar, mas não o direito de iniciar legislação, que é característico de um parlamento democraticamente legitimado” (Jens-Carsten Petersen). E, finalmente, permanece a questão de saber a que serviço e direito disciplinar os juízes do TJCE estão efectivamente sujeitos. No caso da Polónia, a UE está a agir de forma tecnocrata autónoma, apesar de necessitar de remodelação.

Seria de se desejar da Polónia maior colaboração com uma União Europeia em fase de construção e seria de desejar da União Europeia que respeite a soberania dos Estados (muito embora ela tenha de ser participada sem ser, contudo, atropelada) e as vias democráticas de cada país! O Poder democrático da EU não pode ser alcançado através de mera compra porque então os países marginais passariam a ser colocados num papel de pedintes que se acomodam à custa do que lhes daria honra.

António CD Justo

Pegadas do Tempo