MUDANÇA GLOBAL DO CLIMA EXPRESSA NOS FOGOS EM PORTUGAL

A Poluição que mais provoca a Mutação climática a Nível mundial

António Justo

A natureza cada vez grita mais, deixando na paisagem as marcas da dor das populações e, no ar da recordação, a amargura do luto e do fumo. A felugem dos fogos cobriu os telhados das nossas casas, chegando a entrar por portas e janelas a avisar que o problema é de todos nós.

Cada vez mais nos tornamos testemunhas de períodos de seca alongados, instabilidades climáticas, fogos, ciclones e inundações. Incêndios monstruosos assolaram Portugal provocando 64 mortos em junho e 42 em outubro; na Galiza houve também 4 mortos e na Califórnia 31.

Temos que alargar o passo para acompanharmos a mudança e assim podermos mudar-nos com o clima, para podermos antecipar-nos a muitas das catástrofes e assumir novas atitudes e decisões.

É preciso dar-nos conta da mudança no clima. O Glaciares com o degelo das regiões polares, embora distantes, já se fazem sentir nas nossas praias com o aumento do nível do mar, com desertos e tempestades.

Observamos uma mudança na natureza que além de ser determinada pela radiação solar e fenómenos naturais, também se deve à maneira agressiva como o Homem se comporta em relação à sua companheira Terra e , além disso, a energia criminosa em acção.

O aumento da temperatura global torna-se decisivo nas alterações climáticas. O seu fator mais importante vem da produção de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono CO2 proveniente principalmente da queima de combustíveis fósseis, desflorestação, etc.

A mudança climática além das calamidades regionais, fortalece as desigualdades regionais existentes.

O Katar produz 35,77 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, por cabeça; a Arábia Saudita produz 17 toneladas, os EUA 16 toneladas, o Canadá 16 toneladas, a Alemanha 10 toneladas, Portugal 4,71 toneladas, Brasil 2,19 toneladas, Tanzânia 0,2 toneladas, Angola 0,16 toneladas. O dióxido de carbono ajuda a aumentar a injustiça que, embora favorecedora de alguns, é distribuída por todos.

O povo português, embora paciente, manifestou-se contra a avalanche dos incêndios e o governo reagiu com 11 medidas contra fogos; antes tinha havido o Relatório de Outubro 2017 sobre os incêndios e o puxão de orelhas do Presidente ao governo.  

Não chega mover os mecanismos de solidariedade, é urgente mudar de mentalidade. A plataforma eletrónica para gerir donativos às vítimas de Pedrogão registou grande solidariedade por parte dos cidadãos.  Resta, além da solidariedade com donativos muitas outra iniciativas  concretas a nível individual e colectivo, como plantar árvores, etc.

Quem desejar comparar as emissões de dióxido de carbono a nível mundial pode clicar aqui.

As mutações climáticas são de responsabilidade individual, nacional e mundial. A nível de poluição, os habitantes dos países mais pobres são os mais limpos, mas aguentam no corpo com as sujidades que advêm da nossa riqueza.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito

 

A VOZ DO PRESIDENTE NUM ESTADO FRÁGIL GOVERNADO POR FRAGILIDADES

No Rescaldo do Segundo Pedrógão Grande (64+42 mortos)

António Justo

Desta vez as labaredas dos fogos, juntas ao silêncio dos seus novos 42 mortos, acordaram o Presidente Rebelo de Sousa, levando-o à província, onde a vida se sofre e sente, (Oliveira do Hospital); daqui, do chão do país,  pediu contas aos governantes, com um discurso iluminado.

Numa hora em que se reconhece a necessidade da união do sentimento e da inteligência para bem governar a nação, Rebelo de Sousa constatou: “O certo é que a fragilidade existiu e existe e atingiu os poderes públicos e exige uma resposta rápida e convincente”; Marcelo quer a humanização da política portuguesa; talvez demasiada exigência para um Estado habituado a dar abrigo aos seus boys e a deixar o povo na rua!

 

Costa pode continuar descansado, Rebelo de Sousa não é Sampaio!

O aviso do Presidente não pode ser motivo para a direita empolar nem para a esquerda se responsabilizar; num habitual regime de amigos, o Estado é meio e não fim. Pedro Siza Vieira, consultor do governo, velho colega de faculdade de António Costa, passa a novo ministro adjunto e o confrade Eduardo Cabrita assume o MAI. Costa pode continuar descansado, Marcelo não é Sampaio!

A fumarada sempre existiu, apenas iludida por alguns outonos soalheiros num entardecer já demasiado longo que as labaredas dos fogos vêm pôr mais à vista. A Geringonça só foi possível contra o voto maioritário do povo, num parlamento espelho de um país demasiadamente virado para uma esquerda de tradição jacobina. Este país é muito equilibrado, não gera criminosos só suspeitos.

Os fogos seriam uma trágica oportunidade para o povo português conseguir maior equilíbrio político e cultural. Uma sociedade que só gera extremismo de um lado do hemiciclo parlamentar terá de continuar sempre a mancar e nas pausas a olhar para o ar, à espera que melhore o tempo!

Uma política, a jogar entre Estado e povo, com um António Costa às fintas entre governo e parlamento não oferece sustentabilidade criadora de futuro; a confiança não se gera com palavreado, embora o inconsciente português sinta que “com papas e bolos se enganam os tolos”. Um Estado adulto não poderia servir o país baseando o seu atuar em compromissos de interesses partidários sem que os partidos estabeleçam um compromisso com o povo.

A esquerda radical portuguesa pode atuar descansada; sem adversários, basta-lhe falar de uma ultradireita, só presente na sua fantasia, para justificar a real existência do radicalismo de esquerda (em psicologia, a este fenómeno, chama-se projecção!). A esquerda moderada vai-se aproveitando bem deste fenómeno, pois até dá a impressão de sere um conglomerado temperado representante do centro popular.

Num país político, de consciência sem pesos nem medidas, a culpa vive num beco sem saída e a responsabilidade também; não é o sentido de responsabilidade que o orienta e desculpa, mas a consciência política embotada de um estado de graça garantido pela culpa (dívida) sempre coberta por um Estado em estado sem cobertura, mas que serve de para-raios a quem se instala debaixo dele. Mas a vida é assim: o poder não se merece, apanha-se e a maioria ainda não notou isso.

Entre o sobressalto da tragédia e as insónias de sonhos de um futuro fumegante, o presidente acordou e falou para um povo sonâmbulo de ouvido surdo e olhar vidrado numa música distante.

António Costa não pode varrer a casa porque só tem o cabo da vassoura, a vassoura encontra-se no Parlamento. O problema é que a Geringonça, com o seu parlamento, quer ser esquerda responsável e esquerda radical ao mesmo tempo.  

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

LUTERO GARANTE A EMANCIPAÇÃO COMO PRINCÍPIO IMPULSIONADOR DA IDADE MODERNA – Apresentação do meu livro

O Legado de Martinho Lutero nos 500 anos de reforma

 

Ideais entre Dependência religiosa e Dependência política

Por António Justo

Celebram-se este ano os 500 anos da mitológica afixação das 95 teses de Lutero na porta da igreja do Castelo de Wittenberg, em 1517. Com este acto de rebeldia, seguido por muitos teólogos da altura, inicia-se um processo de relevância axial histórica: o eixo do desenvolvimento passa a assentar sobretudo na afirmação do polo da individualidade sobre o da comunidade. A afirmação da dignidade e autoridade individual como contraposição à autoridade institucional vai tornar-se no princípio emancipador (individual e social) de toda a Idade Moderna; hoje encontra a sua expressão social num sistema plural democrático sempre em renovação.

Com a acentuação do polo da individualidade sobre o polo da comunidade (instituição – o nós), o eixo da História (económico-socio-cultural) passou dos países de maioria católica do Sul para os países maioritariamente evangélicos do Norte. Principalmente a pessoa de Lutero tornou-se o rosto do longo movimento emancipatório germinado durante a Idade Média. É o grande catalisador das ideias medievais que vão impregnar a modernidade como processo de emancipação.

O protestantismo além de içar a bandeira das forças emancipatórias e democráticas deu-lhe forma institucional e deste modo conferiu-lhe sustentabilidade…

Solicito a divulgação da publicação de minha autoria, “Lutero garante a Emancipação como Princípio impulsionador da Idade Moderna”, publicada em e-book e em papel na  Amazon .

Uma profícua leitura!

António da Cunha Duarte Justo

Nota: Uso a designação “Idade Moderna” no conceito de “Tempos Modernos”, designação usada pelas correntes historiográficas anglo-saxónicas – período ainda não acabado.

Pegadas do Tempo,

 

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NOVO PARTIDO NA ALEMANHA QUER INICIAR A REVOLUÇÃO AZUL

A Hora dos Conservadores na Europa

 

Por António Justo

Os Factos

Uma civilização à procura do sentido, um predomínio de temas de esquerda determinadores da cultura e da política, a presença social de um Islão conquistador, um globalismo avassalante, um eleitorado desconfiado de partidos e da classe política, constituem os principais ingredientes com que se tempera e determina a vontade do eleitor. A Alemanha, a Áustria e a Suiça são significativos representantes dos sintomas e dos indícios de desenvolvimento do futuro social na Europa.

 A AfD tornou-se na terceira força política no Parlamento alemão com uma quota de 12,6%, o que corresponde a 94 deputados; a CDU/CSU viu o resultado reduzido para 33%, o SPD para 20,5%, os Verdes para 8,9% e o FDP conseguiu os 10,7% e A Esquerda os 9,2%. A ascensão da AfD deve-se a muitos erros da classe política do regime vigente e por ter conseguido mover eleitores que eram abstencionistas e deslocado para si votantes da CDU (Merkel) e do SPD. Relevante é o fenómeno dos partidos mais à esquerda terem perdido substancialmente votos e os partidos populares CDU/CSU e SPD verem a popularidade a emigrar para a direita.

As lutas internas na AfD entre forças conservadoras moderadas e forças radicais levam Petry à cisão com o partido e determinam o surgir de “O Partido Azul” que quer uma política nacional liberal. A diretoria de „O Partido Azul“ „Blauen Partei“ é formada por  Michael Muster (presidente), Thomas Strobel e Hubertus von Below. Frauke Petry mantem-se ainda encoberta.

 

“O Partido Azul” – A Cor dos Conservadores!

 

Após a eleição do Parlamento alemão, em setembro, Frauke Petry anunciou a sua retirada da AfD (Alternativa para a Alemanha). 

 Frauke Petry ,  ex-presidente do partido AfD, comunicou a 13 de outubro a fundação de um novo partido com o nome de “Die Blaue Partei” (O Partido Azul”). Permanece primeiramente no Parlamento alemão como deputada, não ligada a uma fracção. O passo de Petry é compreensível dado já antes ter procurado, em vão, conduzir a AfD para um curso de “política real”. Para Petry, a AfD tinha-se deixado influenciar pela ala da direita nacionalista. Ela quer um “conservadorismo razoável”, um partido conservador liberal.

Petry, que, com os seus companheiros, fundara o partido uma semana antes das Eleições federais, quer iniciar um Fórum dos Cidadãos,”Blaue Wende” / ‘Mudança Azul (ou Rrevolução Azu)l’ no qual cada cidadão, independentemente da cor, se pode engajar com ou sem pertença ao partido “. Para Petry “Azul representa conservador, mas está também para uma política liberal na Alemanha e na Europa. Azul é a cor, que primeiramente tornou a CSU politicamente popular na Baviera. Trata-se de estabelecer isso a nível nacional”. Petry quer ganhar também conservadores decepcionados;

O seu modelo político é o CSU (União Social Cristã) da Baviera e a CDU dos anos oitenta (altura em que fazia a crítica ao espírito da geração 68); ela afirma que a „islão político” é contra os valores alemães, defende a expulsão da Alemanha de estrangeiros que cometam crimes e o fortalecimento das fronteiras alemãs.

De facto, a presença social de um Islão gueto, intransigente e hegemónico, está a determinar a atmosfera social e política na Europa. O seu caracter medieval possibilita uma conotação social crítica a um modernismo ao mesmo tempo bem-intencionado e irresponsável.

A partir de novembro, “O Partido Azul” pretende começar com eventos públicos a partir da Saxónia e depois em todo o país.

Os Polos (Esquerda-Direita) determinam o Movimento do Centro

A sociedade, tal como a pessoa ao andar, apoia-se ora na direita ora na esquerda. Assim consegue andar mais ou menos direita!

O panorama político europeu e em especial a política alemã encontram-se em convulsão depois de uma época em que a geração 68 abusou da influência da esquerda em todos os sectores da sociedade. As eleições alemãs e austríacas são os melhores indicativos da mudança dos ventos. As forças internacionalistas e de esquerda acentuaram demasiado a sua presença nos Estados europeus fortalecendo o seu polo em desfavor da ala direita social criando-se assim um desequilíbrio social e cultural na Europa. De momento assistimos a uma sociedade descontente consigo mesma e à procura de novos caminhos, mas com a pretensão de uma correcção em favor do polo da direita.

Atendendo à incontinência da política da geração 68, seguida na Europa, com o consequente enfraquecimento do polo conservador, nota-se agora uma saturação, em toda a sociedade; a ideologia de esquerda cometeu o erro de se entranhar na sociedade de forma jacobina arrogante, dogmática e polarizadora como se expressa ainda no moralismo do “pensar politicamente correcto” em voga – uma espécie de pensar de tesoura na cabeça como órgão inconsciente de autocensura. Consequentemente, o nacionalismo e o polo da direita tenderão a aumentar. O medo do islão fortificado com um certo cepticismo em relação à união europeia e ao euro ajudam a rebelião em curso.

O vácuo político actual deve-se também ao facto de os partidos conservadores, especialmente a CDU se ter desenvolvido de maneira a assumir os temas da esquerda do SPD e dos Verdes e a uma insatisfação geral da população com os partidos do regime.

O partido AfD continuará como forte força política para conservadores, patriotas, liberais do mercado e para amantes da lei e da ordem – uma constelação sem limites à direita em contraposição a uma paisagem política tolerante de partidos sem limites à esquerda.

Frauke Petry, encontra-se num horizonte ainda não definido; continua a ser uma estrela com grande carisma, mas, o problemático das estrelas é que só brilham durante a noite!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

O FUTURO DA ESPANHA SERÁ UM ESTADO FEDERAL

 
 

Um certo centralismo vigente em países latinos tornar-se-ia tolerável se tivesse como ponto mitigador o respeito pelo regionalismo.  De facto, o centralismo exacerbado transforma-se no inimigo do desenvolvimento das regiões distanciando-se, ao mesmo tempo, do povo! Em sistemas democráticos o centralismo napoleónico torna-se anacrónico.

A Suiça é o melhor exemplo de país federal que embora pequeno (oito milhões de habitantes), com alta qualidade de vida, tem grande influência mundial. Na Suiça a democracia ganha foros especiais com participação directa e as regiões afirmam-se de maneira própria, o que contribui para um maior desenvolvimento do todo, o povo suíço.

A Catalunha, a Galiza, etc. deveriam lutar pelo estatuto de estados federados ; a política espanhola cometerá um grande erro se não tomar a iniciativa de, a nível constitucional, possibilitar a organização do Estado espanhol numa federação ou confedreação.

A regionalização e a personalização são factores garantes do desenvolvimento e de sustentabilidade.

António da Cunha Duarte Justo