FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA A LEMBRAR O MODELO DA VIDA

O Futuro e o Passado no Presente a acontecer

Festa da Sagrada Família é uma comemoração de caracter modelar que tem muito a dizer tanto a crentes como a não crentes..

A relação mãe-pai-filhos está sinalizada na relação Jesus-Maria-José. O ponto da Relação é fidelidade; a fidelidade do ser pai-mãe que gera o filho que se perpetualizam no amor (uma verdadeira terceira individualidade que dá sustentalidade aos dois!). Na Sagrada Família temos a dita de ver num só lugar o espelho, a dinâmica de toda a realidade, a Realidade humano-divina; isto é, de  poder ver a parte e o todo (relação trinitária), numa só imagem que expressa o abraço de toda a realidade material e espiritual.

Para lá da obediência está a correspondência equilibrada. Na sagrada família espelha-se a terra e o céu, matéria e espírito, numa realidade processo que se podia expressar na imagem de ventre que tudo gera e encerra.

A família é ao mesmo tempo a fórmula concretizada da relação expressa no mistério da santissima trindade (a verdadeira Fórmula de toda a realidade), a Relação de toda a relação. A força que tudo sustenta é o amor, a bondade, a dedicação que tudo eleva.

Em Jesus cristo, expressa-se, a nível terreno,  a concretização e perene realização da relação trinitária que supera toda a dualidade, o fenomenologicamente contraditório.

Tudo em processo, em processo há caminho há meta a atingir, há o caminhar histórico que no sentido sagrado se submete às normas próprias de cada tempo e de cada sociedade, tal como Maria e José se submeteram à ordem de recenseamento dada pelo imperador Augusto. (A nossa caminhada e de toda a criação encontra-se em processo de realização já concretizada no tempo em Jesus Cristo, o protótipo de tudo e todos).

Assim a terra e a humanidade toram-se no presépio, na gruta, onde se alberga a espiritualidade, o amor divino sempre presente como verdadeiro sustentáculo de todo o ser (recorde-se a fórmula-mistério trinitário). A matéria, aquilo que muitas vezes é superficialmente desprezada é ao mesmo tempo lugar e acontecer.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

BOAS FESTAS DE NATAL 2020

 

A história de Jesus, Maria e José assemelha-se à situação extrema em que nos encontramos hoje: muitos obstáculos para onde quer que se olhe. Maria, Jesus e José resumem a história da humanidade e as histórias de cada um de nós.

Em Jesus, Deus vem revelar-se, de carne e osso como nós, no silêncio… Deus não se tem nem se pensa, Ele encontra-se (é encontrado!); Deus é o encontro e o presépio pode ser o nosso coração!

Imagine-se a situação de Maria numa pequena aldeia, ainda muito jovem e já grávida; o noivo José a acompanhá-la; a longa caminhada para Belém para se registarem e que ficava a mais de 160 km; a procura de alojamento e a recusa a quem é pobre e necessitado e o nascimento em condições adversas e estranhas numa gruta de animais.

Os pastores pobres são os primeiros a ouvir a boa nova do nascimento de Jesus. ( Bem-aventurados os pobres de espírito (os não orgulhosos), porque deles é o reino dos céus” Mateus 5:1-3.)  Eles são os trabalhadores de hoje em condições precárias de emprego; são os refugiados de uma sociedade que os não quer; são as pessoas com amarguras psicológicas por não encontrarem guarida no coração de quem esperam.

Na realidade cristã, a história da vinda de Deus é especialmente para aqueles que não estão bem: os humildes, aqueles que têm de recordar sozinhos, aqueles que de boa vontade esperam por uma chance que não lhes é dada, aqueles que têm medo do seu futuro.

O stress também faz parte do Natal; Jesus não veio nascer num mundo perfeito nem no mundo dos ricos de bens materiais nem nos de espírito autossuficiente!

Não há que ter medo de um Natal com tensões emocionais nem recear o ambiente natalício devido a uma afectividade que se desconhece. Deus torna-se humano para satisfazer as pessoas nas suas necessidades. Ele é o lugar do encontro, o lugar da relação e do encontro com e nas pessoas. Deus não quer conhecer ideias ou imaginações, mas sim as pessoas de qualquer lado e aceitá-las como elas são.

Jesus só precisa da abertura do coração para uma pequena manjedoura onde a relação possa acontecer.

Jesus não está à procura de um mundo perfeito, de um mundo ideal porque o mundo dos ideais é aquele que frequentemente nos divide.

A luzência ofuscante da crise pode torna-nos cegos para um horizonte cheio de maravilhas que nos podem esperar se não nos colocarmos entre Deus e as pessoas, se não nos colocarmos entre nós e as imagens que, por vezes, fazemos do próximo.

É Natal e o presépio encontra-se em cada um de nós! Nele pode surgir o Reino de Deus; Nele jesus quer nascer! Natal é relação universal,  paz e amor a acontecer!

A  fé e a esperança já brilham na estrela natalícia.

Boas Festas

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O IMIGRANTE ASSASSINADO NOS SERVIÇOS DE ESTRANGEIROS

 
 
Coisa inaudita! Em Março, no aeroporto de Lisboa, o imigrante ucraniano Ihor Homeniuk foi assassinado por três agentes da repartição nacional do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras), que se encontram actualmente em prisão domiciliária.
Só agora o governo decidiu indemnizar a família do ucraniano. Só passados nove meses é despedida Cristina Gatões Batista, directora do SEF ! Tal mora revela uma certa conivência por parte do Ministro da Administração Interna. O ministro não se demitiu nem foi exonerado.
O sistema do conluio nos nossos ministérios e a falta de responsabilidade da presidência preferem que Portugal faça internacionalmente má figura do que instituir um exemplo de intolerância da violência nas repartições do Estado português.

Num país de menor cumplicidade política, o ministro ter-se-ia demitido de imediato ou sido exonerado.

O PM diz que “mantém total confiança no ministro Eduardo Cabrita!” Esta declaração de caracter meramente político, não é suficiente;  pelo contrário, revela-se cínica se se pretender restabelecer a confiança na instiruição portuguesa e seus órgãos responsáveis.

Um assunto desta gravidade deveria pressupor o assumir de responsabilidades capazes de salvaguardar o rosto de Portugal!

António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

IDEOLOGIAS

IDEOLOGIAS

Nenhuma ideologia pode salvar o mundo, porque toda a ideologia cria inimigos de classe.
Se bem observamos, ideologias tornam-se numa sebe para manter o povo controlado.

As ideologias são o ópio adequado para os cães de guarda das ovelhas.

As ideologias, por um lado, treinam a obediência e por outro tiram a humanidade.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo