PLANO DE PROIBIÇÃO DE ALIMENTOS NÃO SAUDÁVEIS

 

O Ministro Federal da Alimentação na Alemanha apresentou um projecto de proibição de alimentos não saudáveis ​​porque falharam os compromissos voluntários assumidos pelos fabricantes.

Publicidades voltadas para crianças para produtos com muito açúcar, gordura e sal, tal como anúncios de doces entre filmes de desenhos animados e propagandas de salgadinhos na internet e em jogos da TV, serão proibidas de acordo com os planos do ministro.

Não apenas para programas infantis, mas das 6h às 23h.

15% das crianças dos 3 aos 17 anos têm peso a mais, o que é um risco para diabetes ou doenças cardiovasculares.

Os hábitos alimentares e de exercícios são estabelecidos durante a infância.

Não será fácil levar adiante tal plano, pelo menos na íntegra na coligação governamental, porque os interesses dos Lóbis farão valer a sua influência.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DUPLO PADRÃO NA APRESENTAÇÃO DO CONFLITO OESTE-LESTE A DECORRER NA UCRÂNIA

Hipocrisia ao Serviço de Narrativas políticas contra Populações e Estados

A invasão russa da Ucrânia é um reflexo da invasão americana do Iraque e isso é ocultado pelos media e pelos políticos. Também foi em nome dos valores ocidentais que os EUA aprisionaram, por muitos anos, 400 árabes sem acusações em Guantánamo/Cuba.

A afirmação de Moscovo que não marchariam sobre a Ucrânia é tão mentira como a do Ocidente quando prometeu que nunca se daria uma expansão da OTAN para o Leste e quando diz que a guerra começou em 24 de fevereiro 2022. A OTAN desculpa-se agora dizendo que a promessa dada à Rússia não tinha obrigatoriedade de cumprimento porque não pertencia ao direito internacional. Nesta lógica da mentira mútua como se legitima a valorização de uma e a desvalorização da outra a ponto de uma mentira se tornar verdade?

Durante dezenas de anos, enquanto, na Ucrânia, o Ocidente lavrava a terra, Moscovo deitava adubo e cada um na esperança de vir ter a melhor colheita.

Naturalmente cada parte tem direito à sua verdade-mentira para levar a sua adiante enquanto o povo dormir, mas nem uma parte nem a outra deveria ter a arrogância de demonizar a parte oposta e assim se continuar a viver no faz-de-conta que é verdade! 

Os media pró EUA/OTAN criaram em toda a União Europeia a opinião de que quem não dá a culpa absoluta a Putin não se deve sentir homem de bem, o que demonstra que estamos todos enredados na verdade alternativa de espírito maniqueu: de um lado Deus, do outro o Diabo. Torna-se fatal este puritanismo para toda a humanidade mantendo-a atualmente refém dos EUA. Que outros diabos se encontrem já em cena ao lado do grande Belzebu não faço referência aqui.

Tanto a Nova Rota da Seda como os gasodutos Nord Stream 1 e 2 contrariavam os planos dos EUA tendo-os boicotado (empresas que participassem neles), chegando ao ponto de destruir os gasodutos. Quem deixa aos EUA a função de polícias do mundo perde a oportunidade de ver um mundo não só ocidental, mas também oriental e o facto é que o dinheiro seduz independentemente de ser chinês, russo ou americano! A ideia de uma Europa soberana e politicamente livre não terá hipótese de realização enquanto os Estados Unidos da América do Norte continuarem a jogar com os interesses nacionalistas de nações europeias como impedidores da construção da Europa no sentido da Eurásia e mantiverem as suas bases atómicas em países europeus como apenas defensoras dos seus interesses e enquanto o contrato 2+4 tiver validade prática para a Alemanha e não passar ao nível do simbólico.

Com a intervenção de Putin contrária ao direito internacional, o mundo deixou de ser monopolar para ter a chance de vir a ser multipolar muito embora num processo de “bipolaridade” dinâmica chamada a  transcender-se; a Europa e os EUA não se mostram interessados em reconhecê-lo (preferindo manter-se como bloco monopolar decadente),  nem a Europa parece aceitar  que deixou de representar o mundo (depois das grandes guerras), papel (unipolar global) então assumido pelos  EUA que se tornou num processo anti natural e cego porque abusador ao arrogar-se ser a síntese da “bipolaridade” natural.

O factor egoísta do “primeiro América”, terá de dar lugar a uma nova plataforma de entendimento com espaço para a diversidade e de maneira a incluir os diferentes interesses de todos os povos. O processo conflitual construído na Ucrânia em duas dezenas de anos quer pelos EUA, quer pela Rússia assenta em conceitos estratégicos antiquados a que falta o reconhecimento dos sinais dos tempos e por isso conduziu à catástrofe em via. Também a viragem alemã afirma a velha filosofia do “preparemos a guerra” porque o mundo que nos rodeia é inimigo! Esta filosofia atrasará, várias dezenas de anos, o desenvolvimento dos povos!

Para nos aproximarmos um pouco mais da realidade, seria suficiente uma análise neutra dos fatos que não viesse das fileiras da OTAN nem da Rússia e que contemplasse os interesses dos diferentes povos. O ex-primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, desabafou dizendo que os seus esforços de mediação pela paz falharam e não por causa de Putin ou de Selensky, mas por causa da intervenção dos EUA e do Reino Unido. Recentemente Israel atacou a capital da Síria, destruindo edifícios causando 15 civis mortos e dezenas de feridos. O mesmo tem feito a Turquia agindo contra o direito internacional na Síria. Disto não se fala na Europa porque se trata de um amigo dos EUA e  um povo bem informado constituiria um perigo para os actores geoestratégicos; um povo bem informado (não manipulado)  não se deixaria levar na enxurrada e passaria a acautelar-se  da corrente, ficando-se mais na margem não se deixando opiar numa visão maniqueísta da vida que só serve impostores poderosos encostados aos altos valores militares!

A uma Rússia humilhada segue-se a Rússia combatida e isso não pode levar a bom fim como já tivemos o exemplo da Alemanha ao ser humilhada no fim da guerra 1914-1918. A arrogância afirma-se dos dois lados: Enquanto o senhor do Ocidente (“Leviatã bíblico”) assenta o seu trono na Polónia e fala aos seus súbditos, o senhor da Rússia (“Leviatã bíblico”) procura em Moscovo convencer os seus súbditos.

A duplicidade de critérios na apresentação do conflito induz as populações a conclusões falsas de que os políticos deveriam ser responsabilizados não só pelos crimes em acto mas também pelo seu papel desconstrutivo da democracia.

A Importância da Hipocrisia ajuda à criação e factos determinantes da História muito embora à posteriori se revelem como motivados pela mentira; assim a mentira passa a determinar o futuro, porque em termos de História os factos é que contam; desta premissa parecem partir os beligerantes!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

TRISTE ANIVERSÁRIO DA INTERVENÇÃO RUSSA

8 milhões de refugiados ucranianos

Numa guerra que já dura anos, só se avista injustiça, miséria e desumanidade em relação ao passado e ao futuro. Por que não substituir armas por negociações e diplomacia, em vez de deixar a iniciativa diplomática para o fim? As armas atingem tanto a população russa da Ucrânia como a ucraniana.

Ontem, na Assembleia Geral da ONU votaram 141 dos 193 estados membros a favor de uma resolução com formulações vagas sobre o final da guerra: diz-se que “alcançar uma paz abrangente, necessária, daria uma contribuição significativa para o fortalecimento da paz mundial e internacional segurança”.

Na Europa encontram-se (estatística de 7 de fevereiro de 2023) 8 milhões de refugiados ucranianos. 5,35 milhões no próprio país. A maioria dos refugiados no exterior está na Polónia (1.541.384), seguida pela Alemanha (1.062.029), República Tcheca (487.393), Moldávia (108.885), Roménia (108.840) e Eslováquia (108.488).

Segundo as Nações Unidas a guerra Rússia-Ucrânia já custou pelo menos 8.006 vidas entre a população civil ucraniana, incluindo pelo menos 487 crianças.

Quanto às estatísticas sobre mortos tanto a Rússia como a Ucrânia mentem para não desmotivarem os próprios soldados… As Informações sobre os soldados mortos variam muito: uns cifram-nas entre 10.000 e bem mais de 100.000 (1).

A guerra propaga a morte e o Ódio. A propaganda militarista conseguiu ganhar a primeira parte da guerra: implantar o ódio no coração de muitas pessoas. É triste quando o olhar não procura ir além da própria trincheira.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://web.de/magazine/politik/russland-krieg-ukraine/soldaten-ukraine-krieg-37726800 .Os números fornecidos pelo general norte-americano Mark Milley em novembro são ainda maiores. Até agora, um total de 200.000 soldados foram mortos ou feridos, bem mais de 100.000 deles do lado russo. No final do ano, o próprio conselheiro de Zelenskyy, Mykhailo Podoliak, estimou o número de baixas ucranianas em 13.000. Blogueiros militares russos no Twitter e outras plataformas colocam as “baixas irrecuperáveis” das forças armadas da Ucrânia em 20 de outubro em 402.000 pessoas, com 387.000 mortos.

 

 

PRÉMIO 2022 POR REALIZAÇÃO EXCELENTE

Pode ser uma imagem de texto que diz "SOL PORTUGUESE SUN PORTUGUÊS GOLO GOAL 2022 AWARD OF EXCELLENCE HONOURING antónio Justo FOR OUTSTANDING AND EDICATED SERVICE TO ORTUGUÊS GUESE SUN NEWSPAPER NOVEMBER 2022"

PRÉMIO 2022 POR REALIZAÇÃO EXCELENTE
Atribuído a António Justo
pelo serviço jornalístico extraordinário e dedicado
ao SOL PORTUGUÊS
Jornal Sol Português

Estou muito agradecido aos editores e redactores de  “SOL SUN  Português” pela placa de reconhecimento do meu trabalho.

António CD Justo

CONSTRUINDO UMA CULTURA DA PAZ

A Falácia de “o Povo é quem mais ordena”

Somos filhos da guerra com padrões de comportamento e relacionamentos transmitidos baseados na competição, aquele destino que domina a natureza que se quer afirmar à custa do inferior e que se observa na ordem natural e na ordem cultural. Seria de se experimentar uma cultura que tenha como base a solidariedade em vez de competição.

O slogan de que “o povo é quem mais ordena” revela-se como uma mentira e parte certamente do princípio que o povo que nisso acredita não tem suficiente capacidade de raciocínio e de discernimento, na necessidade de ser dirigido. Faz parte dos meios ideológicos de que no poder os fins justificam os meios numa estratégia de levar o povo a servir os objetivos da ideologia e interesses dos seus representantes!

Também o sistema democrático se revela como um eufemismo válido do ditatorial porque a ditadura e a democracia se encontram implantadas em cada humano (entre autoafirmação e solidariedade) e é da essência do poder defender interesses e não pessoas/povo. A igualdade legal e a igualdade de dignidade humana encontram-se em contradição com a desigualdade natural e social vigente porque a natureza se perpetua e é legitimada  na afirmação do superior (mais forte) sobre o inferior e estas discrepâncias dão oportunidade aos mais fortes de se colocarem numa situação sobranceira, até porque no âmbito legal quem faz as leis são os que mais são servidos pelo sistema e a nível social quem determina o ritmo e a marcha são os mais fortes. Se o confronto se dá entre os mais fortes interrompe-se a subordinação natural das coisas e então eles procuram lutar para vencer querendo um aniquilar o outro, como fazem os cabritos para dominarem a fêmea.

Toda a ordem se baseia na subordinação, mas não seria descabido estabelecer-se uma ordem de paz já não baseada na competição, mas na colaboração solidária. 

Se observamos mais de perto as sociedades logo notaremos que estas vivem sobretudo da indústria armamentista, do comércio de armas, da guerra contra a natureza, da exploração humana, da rivalidade entre a cidade e o campo, da luta entre o religioso e o secular, entre o materialismo e o espiritualismo, da guerra contra o amor, da guerra contra as âncoras espirituais  e deste modo contra as moradas da espécie humana.

Há uma discrepância entre o querer do povo e o querer do poder, mas como o poder se adquire à custa da ordenação/subordinação do povo, o que resta é o poder e não a solidariedade que o constituiu. Este, também ele fruto da afirmação competitiva (candidatos), quer-se afirmar cada vez mais ainda e para isso à custa de barreiras intransponíveis para o povo (que não tem valência como tal mas como indivíduo, que ele mesmo produz no seu meio através de competição individual  e que uma vez destacado no povo distancia-se dele passando a querer dominá-lo porque a sua posição transpôs a barreira anónima popular para o colocar no círculo (olimpo) dos grandes.

O povo deseja relacionamento amistoso, crescimento da confiança e solidariedade com todos os semelhantes. A Democracia, seguindo a própria matriz, não quer isto porque seus representantes são fruto da competição e não da solidariedade que é quebrada ao mudar-se a perspectiva do olhar (agora sobranceiro); também por isso na educação todo o ensino está ordenado no sentido competitivo de autoafirmação e de exclusão. Neste sentido até fica mal a partidos e organizações falarem de igualdade e de dignidade humana quando nas próprias estruturas domina a luta feroz por chegar a atingir um lugar mais alto sem olhar a meios.

De resto, o povo já tem suficientes conflitos para resolver em casa e uma sociedade estruturada com base na concorrência no ciclo do medo e da violência ao tornar-se um verdadeiro circuito global fomenta a consciência geral de que é normal a guerra em todo o lugar; o que leva  à lei da inércia, oposta a uma cultura da paz!

Assim se aceitam civilizações produtoras de dor, de separação, medo da perda, de abandono e de violência.

Resta substituir o medo pela confiança e a concorrência pela solidariedade muito embora na consciência de que tudo é complementar!

António CD Justo

Pegadas do Tempo