A PROPÓSITO DO 25 DE NOVEMBRO 1975

O agir do Grupo dos Nove e a acção militar do 25 de Novembro comandada por Jaime Neves, de cariz conservadora, livrou Portugal do susto da ditadura comunista. Amantes da liberdade vieram pôr cobro à agitação político-social e pôr ordem no rectângulo. Foi o passo para o início da democracia partidária.
Mas como foi próprio de outras revoluções mudou-se o regime, mas as moscas ficaram as mesmas.
Sustentável revela-se a ganância pessoal e o superintendente e comprometido “arco da governação”!
Enfim, apesar de tudo, continuamos a viver num Portugal sem rei nem roque!

Em troca, em termos de Estado, temos a dívida soberana e as imposições supranacionais (anda-se à conta da EU, agendas globais e das parcerias de empresas multinacionais) …

Depois da revolução liberal de 1820 a sabedoria popular desafogava-se expressando-se assim: «foge cão que te fazem barão, mas para onde se me fazem visconde».

Como se expressaria a sabedoria popular hodierna?

António CD Justo
Pegadas do Tempo

O PRESERVATIVO É MAIS POPULAR DO QUE A PÍLULA NA ALEMANHA

70% dos entrevistados usam métodos anticonceptivos

Pela primeira vez em poucos anos, as pessoas com mais de 18 anos usam mais o preservativo (de latex) do que a pílula.

Segundo noticia a imprensa alemã as mulheres jovens têm uma visão crítica em relação às hormonas.

Conforme pesquisas do Centro Federal de Educação em Saúde (BZgA) de Colónia, constatou-se que 53% usam preservativo e 38% usam pílula.

Em 2007 a situação era inversa: 55% usavam pílula e 36% usavam preservativo.

61% das mulheres e homens com idades entre 18 e 49 anos afirmam que a contracepção hormonal tem “efeitos negativos no corpo e na alma”.

Em 12 anos a proporção do declínio no consumo de pílulas entre os jovens de 18 a 29 anos caiu de 72 para 46% nesta faixa etária.

No geral, 70% dos entrevistados com idades entre 18 e 49 anos usam métodos contraceptivos.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

A UNIÃO EUROPEIA TENCIONA ESTIGMATIZAR E LESAR CONDUTORES DE IDADE SUPERIOR A 70 ANOS

A Comissão Europeia quer submeter os detentores de carta de condução com idade superior a 70 anos a regras duras e discriminatórias

O projeto de uma nova diretiva europeia de trânsito estipula que os condutores com 70 anos ou mais devem atualizar a sua carta de condução de cinco em cinco anos. O seu estado de saúde também deve ser verificado através de um exame médico obrigatório ou de uma autoavaliação. Os membros da UE decidem qual destes dois requisitos lhes deve ser aplicado.

O Ministro Federal dos Transportes alemão, Wissing, insurge-se contra o propósito da UE falando claro: “Não quero testes de aptidão obrigatórios para condutores com mais de 70 anos e estou confiante de que não haverá uma maioria a favor disso na UE. Oponho-me ao facto de o indivíduo ser cada vez mais transformado em objeto, e ser submetido a exames obrigatórios.” “Isto torna a nossa sociedade mais desumana se intervirmos com esta dureza”.

As estatísticas de acidentes não mostram “nenhum número significativo de acidentes graves” na faixa etária acima dos 70 anos, disse o ministro. De facto, “sem responsabilidade pessoal, uma sociedade não pode funcionar.” Parabéns senhor ministro; declarações públicas destas não se ouvem da boca de outros representantes de estados.

Observa-se cada vez mais a tendência de organizações superiores como OMS, União Europeia, etc. para desrespeitar a pessoa humana e sistematicamente esvaziá-la de direitos fundamentais através de medidas e regulamentações sem legitimação democrática séria.

A pretexto da globalização supraestruturas políticas, distantes das populações, têm, através de medidas burocráticas vindo a desqualificar cada vez mais o cidadão e os próprios Estados. Os governos transformados em meros administradores procuram, por sua vez, fazer validar tais medidas nos parlamentos sem verdadeira discussão pública. Esperemos que estados membros da EU mais conscientes ponham travão às tendências tecnocráticas de Bruxelas.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

NOVAS ELEIÇÕES EM PORTUGAL A 10 DE MARÇO 2014

Uma Oportunidade para Portugal passar da Cepa torta?

No meu entender esta foi uma boa decisão do Presidente para não deixar margens para mais manobras partidárias.

Costa permanecerá como chefe de governo interino até ser substituído após as eleições. O Parlamento permanece operacional apenas até ao decreto formal do presidente de dissolução, que acontecerá depois de aprovar o orçamento de Estado e alguma outra lei importante.

Segundo informou a imprensa, Costa apresentou a sua demissão ao Presidente depois de a polícia ter revistado a sua residência e a de outros políticos e empresários do governo.

O Presidente Rebelo de Sousa ordenou novas eleições para 10 de março. Só seria de esperar que esta não fosse mais uma estratégia de forças detentoras do Estado para tentarem fugir ao julgamento do cidadão; esta suposição é legítima num país onde a esquerda (PS) tem ocupado todos os lugares relevantes do Estado com a comparticipação de partidos da oposição, pertencentes ao arco do poder também eles mais ou menos comprometidos ou coniventes com a corrupção  por interesses pessoais.

Passo a citar um documento que me chegou às mãos sem que reconhecesse a fonte, mas pela evidência e sobriedade da apresentação oferece dados que obrigariam a repensarmos em termos de Estado: “António Costa demite-se do Governo e deixa: – A maior carga fiscal de sempre: 36,4% do PIB – A maior dívida pública de sempre: 276 mil milhões de euros – O maior número de portugueses sem médico de família de sempre: 1,7 milhões de portugueses – 42,5% dos portugueses em risco de pobreza antes de transferências sociais – O menor número de processos findos nos tribunais portugueses desde 1985: 524 mil (com exceção de 2020, ano de maior impacto da pandemia) – O ano de menor acesso dos cidadãos à justiça desde 1979: 484 mil processos entrados nos tribunais portugueses – O pior mês da história do Serviço Nacional de Saúde, nas palavras do próprio Governo – 583 mil utentes em lista de espera para consultas – 235 mil inscritos em lista de espera para cirurgias – 32% dos utentes a serem atendidos para lá do tempo recomendado´ – Médicos e enfermeiros em guerra – Professores e auxiliares em guerra – Forças Armadas em processo de falência e com níveis operacionais em risco – Crise total na habitação, impossibilidade de os portugueses conseguirem casa para morar´ – A própria Economia a começar a definhar, o último trimestre já foi de contração. Esta é uma fotografia real, com dados oficiais, de alguns dos mais importantes indicadores da sociedade que somos. É neste quadro que António Costa se demite.”

Agora os portugueses têm a oportunidade de durante os próximos quatro meses repensarem a maneira de estar do Estado português e em especial sobre a promiscuidade político-económica de muitos dos seus governantes e outras forças em que se apoiam.

A promiscuidade e o compadrio institucional é tanto – também na imprensa e TV – que já brada aos céus, mas seria necessária uma força sobre-humana do povo para poder remover do Estado e do país a gangrena que o tolhe.

Um regime político que transforma o seu povo em rebanho prescinde até de pastores porque a sua elite pode viver melhor na anonimidade, bastando-lhe, para isso, alimentar bem os seus cães de guarda.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

LOBO ANTUNES FALA TEXTO CLARO

De facto deixamos de ter governantes para termos administradores de misérias com a agravante de esconderem a sua mediocridade por trás de Agendas que lhes ditam. Cometem tanta asneira que já começa a dar nas vistas quem não nota! O rei vai nu!…
Aqui o texto:
A SOCIEDADE PRECISA DE MEDÍOCRES
▪︎ A sociedade necessita de medíocres que não ponham em questão os princípios fundamentais e eles aí estão:
Dirigem os países, as grandes empresas, os ministérios, etc…
Eu oiço-os falar e pasmo não haver praticamente um único líder que não seja pateta, um único discurso que não seja um rol de lugares comuns.
Mas os que giram em torno deles não são melhores.
Desconhecemos até os nossos grandes homens…
Quem leu Camões por exemplo? Quase ninguém.
Quem sabe alguma coisa sobre Afonso de Albuquerque?
Mas todos os dias há paleios cretinos acerca de futebol em quase todos os canais.
Porque não é perigoso. Porque tranquiliza.
Os programas de televisão são quase sempre miseráveis mas é vital que sejam miseráveis.
E na maioria dos casos, queremos que as nossas crianças se tornem adultos miseráveis também, o que para as pessoas em geral significa responsáveis.
Reparem, por exemplo, em Churchill.
Quando tudo estava normal, pacífico, calmo, não o quiseram como governante.
Nas situações extremas, quando era necessário um homem corajoso, lúcido, clarividente, imaginativo, foram a correr buscá-lo.
Os homens excepcionais servem apenas para situações excepcionais, pois são os únicos capazes de as resolverem.
Desaparece a situação excepcional e prescindimos deles.
▪︎ Gostamos dos idiotas porque não nos colocam em causa.
Quanto às pessoas de alto nível a sociedade descobriu uma forma espantosa de as neutralizar: adoptou-as.
Fez de Garrett e Camilo viscondes, tal como a Inglaterra adoptou Dickens.
E pronto, ei-los na ordem, com alguns desvios que a gente perdoa porque são assim meio esquisitos, sabes como ele é, coitado, mas, apesar disso, tem qualidades.
Temos medo do novo, do diferente, do que incomoda o sossego.
A criatividade foi sempre uma ameaça tremenda.
E então, entronizamos meios-artistas, meios-cientistas, meios-escritores.
Claro que há aqueles malucos como Picasso ou Miró e necessitamos de os ter no Zoológico do nosso espírito embora entreguemos o nosso dinheiro a IMBECIS OPORTUNISTAS a que chamamos gestores. E, claro, os gestores gastam mais do que gerem, com o seu português horrível e a sua habilidade de vendedores ambulantes…
Porquê?
Porque nos sossegam.
Salazar sossegava.
De Gaulle, goste-se dele ou não, inquietava. Eu faria um único teste aos políticos, aos administradores, a essa gentinha.
• Um teste ao seu sentido de humor.
Apontem-me um que o tenha. Um só.
Uma criatura sem humor é um ser horrível.
Os judeus dizem: os homens falam, Deus ri.
E, lendo o que as pessoas dizem, ri-se de certeza às gargalhadas… e daí não sei.
Voltando à pergunta de Dumas
》Porque é que há tantas crianças inteligentes e tantos adultos estúpidos?
▪︎ Não tenho a certeza de ser um problema de educação que mais não seja porque os educadores, coitados, não sabem distinguir entre ensino, aprendizagem e educação.
A minha resposta a esta questão é outra.
Há muitas crianças inteligentes e muitos adultos estúpidos, porque perdemos muitas crianças quando elas começaram a crescer.
Por inveja, claro. Mas, sobretudo, por medo.
ANTÓNIO LOBO ANTUNES