Na Alemanha há uma discussão pública sobre as bombas atómicas dos USA estacionadas no território como medida de defesa.
A discussão tem-se dado sobretudo entre a CDU e a esquerda (SPD e Verdes) que, em parte, advoga a retirada de bombas nucleares da Renânia-Palatinado, Alemanha.
A CDU receia o efeito dominó que uma tal discussão pode causar na Bélgica e na Holanda que também possuem material nuclear no seu território
Isso poderia provocar na Europa uma corrida ao armamento nuclear.
Então a Polónia poderia solicitar aos USA o estacionamento de bombas atómicas no seu território, o que provocaria Moscovo.
Na Renânia-Palatinado encontram-se cerca de 20 bombas atómicas estacionadas.
Nesta discussão, nota-se cumplicidade na intenção (defesa e centro de ataque) porque onde há bombas nucleares, é também natural que a Rússia ou a China as vejam como centros de ataque para os seus respetivos adversários.
Também não seria de desconsiderar o facto da resolução dupla da NATO de 1979 ter tido como resultado um forte desarmamento como consequência dos tratados de desarmamento.
As tendências imperialistas ainda não passaram à História, como se pode ver no comportamento da Rússia na Crimeia e na Ucrânia Oriental; Intenções semelhantes revelam as ameaças por parte da China, na região do Pacífico.
Numa era de confronto entre as culturas parece estar-se a preparar, a longo prazo, a transião para um imperialismo global!
António CD Justo
Pegadas do Tempo
Pró que der e vier o seguro morreu de velho abraço camarada
Isto não tem importância nenhuma. Teria importância se fossem bombas nucleares russas ou chinesas. Sendo americanas, são boas e portanto a discussão é um “fait divers”.
Sim, o problema está também na subjectividade dos ângulos de visão e na inimizade cultivada!
Sem dúvida. Eu chamo a isso falta de orientação. A Europa está alinhada e quando isso acontece, surge a subjectividade.
A Europa encontra-se na concorrência de ideais e mundivisões postulados por conservadores e progressistas!
Se, se continua com tendências imperialistas e elas estão presentes em quem de facto pretende ter domínio ou ser dominante a nível mundial, essa discussão torna-se vazia e oca a nível mundial, sendo apenas discussão regional.
Sou do parecer que o imperialismo/colonialismo se encontra num processo de passagem de países/territórios para grupos do capital. A China ao unir capital e ideologia no mesmo território revelar-se-á como a força mais eficiente no domínio do mundo! Para o cientista González Casanova, “no processo de construção de um império mundial, o projeto imperialista caracteriza-se por articular o imperialismo ao capitalismo a ponto de tornar incompreensível cada um sem o outro”.
António Cunha Duarte Justo, tem razão, uma vez mais. Mas a Europa sempre foi um continente que aprendeu as suas lições em troca do “trial and error”. Criou a Inquisição, mas também o Humanismo. Criou o fascismo, mas também a Democracia, numa aprendizagem que lhe custou muitas vidas, mas que lhe trouxe uma aprendizagem única, sendo um dos faróis de cultura mais importantes de todos os tempos. Mais: a Europa tem uma cultura própria, rodeada de outras culturas bem diferentes, mas que soube manter a sua identidade até aos anos 60 do século XX. De lá para cá, a Europa perdeu tudo o que havia ganho, tendo-se transformado numa seguidora de uma determinada linha político-económica, quando, internamente, existem outras linhas políticas e económicas que poderiam ser procuradas e exploradas, mantendo a integridade.
Prezado Ernesto Vaz Ribeiro, na minha opinião, a Europa no passado aprendeu com os erros dos outros e com os próprios erros (num processo de tentativa e erro) mas especialmente depois da grande guerra não soube resistir ao turbocapitalismo nem ao socialismo (marxista, leninista, etc.) e em vez de apresentar alternativa, encontra-se num momento de autodestruição tal como aconteceu como império romano. O Globalismo e as agendas globalistas são de tal maneira fortes e ilusórias que levam tudo de enxurrada. A sua desintegração começa pelas ideias e pela cabeça, isto é na desintegração cultural – a sua cultura era a sua alma, que se encontra globalisticamente a ser destruída para dar lugar a outras potências com uma outra mundivisão meramente pragmatista e materialista. Repito aqui a resposta que dei a um outro interlocutor num outro site: Sou do parecer que o imperialismo/colonialismo se encontra num processo de passagem de países para grupos do capital. A China ao unir capital e ideologia no mesmo território revelar-se-a como força mais eficiente no domínio do mundo! Para o cientista González Casanova, “no processo de construção de um império mundial, o projeto imperialista caracteriza-se por articular o imperialismo ao capitalismo a ponto de tornar incompreensível cada um sem o outro”. Encontramo-nos, movidos por agendas, a desmiolar a pessoa para a tornar mero indivíduo indefeso, a destruir a família em nome de valores subsidiários que não seria preciso negar mas sem o preço da famíla e na destruição da ideia de povo: a ideia de patriotismo transformou-se em nacionalismo e a de nacionalismo em internacionalismo sem eira nem beira mas abrigado apenas sob o sol da ideologia!
António Cunha Duarte Justo Partilho integralmente a sua opinião. A Europa tem a social democracia desenvolvida nos países nórdicos, algo de intrínseco aos europeus do norte. Infelizmente, mesmo essa, está a ser desmantelada aos poucos e a transformar-se, aos poucos em mais uma corrente neoliberal que secará, em absoluto, os princípios da doutrina.
De resto tem toda a razão na ligação que faz ao capitalismo e ao imperialismo. E justamente por isso é que penso que a Europa se deveria afastar da actual corrente que nos faz perder a identidade e seguir o seu caminho. Mas ao entregar, por exemplo, a sua defesa à NATO, hipotecou a possibilidade de seguir independente nos seus destinos. Depois há as ligações financeiras e os quadros de topo, hoje governantes de muitos países europeus, mas que têm um eixo comum: formaram-se em Universidades que vendem ideologias.
Não foi esta Europa com que sonhei e a forma como o caro António Cunha Duarte Justo termina é muito clara: Estamos num mundo de nacionalismos que se disfarçam de internacionalismos, mas que são banhados por uma ideologia.
Foi um gosto trocar ideias consigo.
Evidente, a “pauta” capitalista, se se pode dizer que existe pauta, quando a mim é termo errado, por isso colocado entre aspas, não pode existir a construção de um império, seja ele qual for, sem a força do capital, pois, a construção de relações de troca e poder está assente numa base monetária. É por isso que nenhuma ideologia prescindiu do capital. Podia-se pensar estruturar de outra forma, mas a mudança seria tão abrupta que levaria quase tanto tempo, como levou para estabelecer as relações e estruturas que hoje temos.
O pensar (teoria) e o agir (Prática) andam interligadas não podendo haver uma acção do capital sem uma ideia que a sustente; daí, na construção de um imperialismo global se unirem capital e ideologia (em termos hodiermos, socialismo).