ANTÓNIO COSTA APRESSADO EM VISITAR KIEW

 

Ontem, 1 de dezembro de 2024, António Costa passou a ser o presidente do Conselho Europeu. A ida a Kiev, no mesmo dia da tomada de posse, revela um beija-mão a Ursula von der Leyen e um ajoelhar-se perante os interesses alemães em Bruxelas.

 

Certamente, Costa conseguiu o posto advogando publicamente em tempo propício os interesses de países como Alemanha e França que querem que os países pequenos abdiquem da sua soberania e com isto do seu direito a veto para fortalecerem o aparelho de Bruxelas e o eixo Alemanha-França já sem o incómodo de ter de prestar atenção aos legítimos interesses das nações

 

Será de esperar que os países membros com menos peso na Europa, com o tempo, levem António Costa a representar também os interesses dos países com menos relevo.

 

Doutro modo desiludirá também os portugueses e então a União Europeia continuará – ignorando a Europa – a ser uma mera acólita dos EUA e a apoiar a sua política resumida na “Doutrina de Rumsfeld- Cebowski”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

O PRESIDENTE JOE BIDEN CONCEDEU PERDÃO AO SEU FILHO HUNTER BIDEN CONDENADO EM PROCESSOS FEDERAIS

 

Justiça contaminada pela Política

O presidente Joe Biden indultou o filho Hunter Biden antecipando-se assim a uma possível e grave pena de prisão do filho, apesar das suas garantias dadas anterioriormente de que não interferiria nos problemas jurídicos do seu filho.

Joe Biden justificou a decisão por considerar que as três condenações em causa – posse de armas, ocultação de consumo de drogas e evasões fiscais – “tiveram motivações políticas”.

Hunter Biden tinha-se considerado culpado no caso de fugas ao fisco (saldando as dívidas fiscais de 1,4 milhões de dólares relativas a 2016-19, actividades na Ucrânia) mas mesmo assim avalia-se que poderia vir a ser condenado em “17 anos de prisão no caso fiscal e 25 anos de prisão por posse ilegal de armas”.

Também Trump tem uma sentença ainda pendente depois de ser condenado em maio. Também já se prevê a solução para os apoiantes de Trump que foram condenados por crimes após a tomada do Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

Esta atitude de Joe Biden só vem confirmar, pela negativa, os enredamentos políticos na justiça americana e não só lá (juízes e conselhos sujeitos a aprovações de cunho partidário!).  Isto vem criar um clima de insegurança e instabilidade nas partes do povo que ainda acredita que é a moral que rege a política, quando nela o que conta são os interesses. Forças interesseiras envolvidas na coisa pública ainda têm o desplante de se queixarem da voz do povo, ao qualifica-la de populismo.

O advogado Hunter Biden tinha já sido expulso de reservista da Marinha americana, em 2012, devido a um teste positivo de cocaína.  A partir de abril de 2014 entrou no conselho de administração da empresa ucraniana Burisma, grande produtora de gás, registrada no Chipre, um paraíso fiscal.  Aquando da invasão russa em 2022 a Rússia acusa Hunter Biden de financiar laboratórios biológicos apontando o fundo de investimento Rosemont Seneca Thornton, fundado por Hunter Biden e o Fundo Soros, de participarem do financiamento dos supostos laboratórios de armas biológicas na Ucrânia (1).  Se temos de estar atentos à informação propagada na Europa condicionada aos interesses da NATO e da EU, será de ter a mesma cautela relativamente às informações propagadas sob a perspetiva dos interesses russos. Missão difícil numa sociedade relativista convencida de viver de “certezas”como se a própria ideologia fosse o espaço da paz a impor ao sistema concorrente. .

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

(1) https://www.infobae.com/br/2022/03/24/russia-acusa-hunter-biden-de-financiar-laboratorios-biologicos-na-ucrania/

Bill Clinton perdoou o seu meio-irmão por acusações de cocaína e Trump perdoou um genro por acusações de evasão fiscal. Em ambos os casos, os homens já tinham cumprido a pena de prisão.

ESCOLA PÚBLICA

Hoje é o dia do inventor da escola pública e gratuita! Ele foi perseguido…, abriu escolas em toda a Europa para crianças pobres e abandonas.
Não, ele não viveu no século XX, mas no século XVI/XVII.
Não, ele não era comunista, mas padre. São José de Calasanz, nasceu em 1557 na Espanha.
Foi o fundador da primeira escola pública cristã e da Ordem Religiosa das Escolas Pias mais conhecida por Escolápios (por se dedicar à educação da juventude). Em 1948, o papa Pio XII declarou José de Calasanz patrono das escolas cristãs. Várias ordens religiosas seguem a sua espiritualidade e carisma. As suas ideias educativas centravam-se no respeito pela personalidade da cada criança vendo nelas a imagem de Cristo.
Em 1717, na Prússia, que surgiu a educação estatal pública, instituída como escola obrigatória para crianças entre 5 e 12 anos, pelo rei Frederico Guilherme.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo

FINALMENTE CONVERSAÇÕES À VISTA ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

O futuro presidente dos EUA, Trump, nomeou um enviado especial para a Ucrânia e a Rússia. O ex-general Kellogg foi nomeado por Trump para elaborar um plano e entabular conversações entre a Rússia e a Ucrânia, como informa a imprensa alemã.

Durante a campanha eleitoral trump tinha prometido pôr fim à guerra na Ucrânia antes de assumir o cargo se fosse eleito.

Deste modo é contrariado o objetivo declarado da NATO de só terminar a guerra quando ganhasse a guerra. É de se dizer, Trump (USA) locuta causa finita!

Agora os Media terão oportunidade de se tornarem mais objetivos nas suas informações e comentários em relação ao conflito geoestratégico de que a Ucrânia foi vítima.

O plano terá em vista congelar as linhas de fronte de batalha nas suas posições actuais e obrigar os dois contraentes a sentarem-se à mesa das negociações; se a Ucrânia não entrar em conversações de paz ser-lhe-á negado o fornecimento de armas e se a Rússia não entrasse em negociações isso pressuporia a continuação do fornecimento de armas à Ucrânia pelos USA. Também a adesão da Ucrânia à NATO é posta fora de questão.

Esta será uma oportunidade para a União Europeia se voltar para a Europa e defender os seus genuínos interesses; estes estão determinados pela geografia que pressupõe a construção de boas relações entre a Rússia e a Europa. No sentido do bem-estar da Europa e dos cidadãos só falta que a União Europeia reconheça o caminho errado que tem sido seguido até agora e o repare.

Os mais sacrificados foram os ucranianos e a Ucrânia que terá de ceder territórios à Rússia, o que não aconteceria se se tivesse mantido neutra.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

POVO EUROPEU INDUZIDO EM ERRO PELOS MEDIA NA SUA NARRATIVA SOBRE AS ELEIÇÕES NOS EUA

 

Com grande surpresa dos cidadãos europeus os americanos deram uma vitória clara aos Republicanos tendo estes conseguido um avanço de 4,5 milhões de votantes em relação aos democratas (socialistas).

Os meios de comunicação europeus ao tomarem partido pelos democratas, favorecendo nas avaliações o partido de Kamala Harris e demonizando Donald Trump fixando-se no que este tem de bizarro, falharam o ideal da informação isenta que deveria centrar-se nas políticas subjacentes ao programa republicano e democrata!

Atendendo ao resultado das eleições, Media e institutos de sondagens revelaram estar muito distantes da realidade político-social americana; o que se torna muito grave é o facto de as agências de informação europeias terem induzido os espectadores e os leitores em erro sabendo, de antemão que, à posteriori, não serão chamados à responsabilidade pelos cidadãos, apesar do seu timbre mais propagandista que informativo. Apesar de melhor conhecimento, persistiram em confundir os interesses do povo americano com supostos interesses partidários da União Europeia, o que implicou uma política de desinformação, de desrespeito e abuso das populações europeias em geral. Na Alemanha Harris chegou a ser apresentada nas pesquisas como liderando.

Mais uma vez se verificou que a vontade informativa de cunho socialista domina Bruxelas e seus multiplicadores nos estados parceiros europeus. Perante o resultado das eleições tudo mostra que a opinião pública foi deformada e que de uma maneira geral o jornalismo é cego e partidário quando se trata de informações relativas a conservadores e progressistas; tem a justifica-los o relativismo gnóstico que vive da confusão da falsidade com a verdade e se concretiza numa política de informação pós-fáctica.

O resultado mostra que a maioria do povo americano não é socialista embora os meios de comunicação social tenham uma atitude benévola em relação à esquerda: temos assim o fáctico a ser substituído pela sua interpretação que é apresentada ao público como factual. As agências de informação dão forma ao espaço público, mas o inato desejo de se ser o líder do pensamento ou da informação nem sempre é o melhor conselheiro.

Contra todas as espectativas do jornalismo europeu, os republicanos passaram a ter a maioria nas diferentes instituições do poder político: Senado, Câmara dos Representantes e Presidência.

Uma Licão: o espectador e o ouvinte têm de se questionar sobre quem os informa, que motivo e posição representa e que intenções políticas ou sociais tem com a informação transmitida. Embora as forças de esquerda dominem a informação, o povo americano mostrou-se superior a elas demostrando que estavam erradas nas suas avaliações e prognoses.

Republicanos, de cunho capitalista, defendem a independência dos cidadãos perante o Estado enquanto o socialismo favorece soluções institucionais que conduzem ao controlo do estado sobre os cidadãos quartejando-lhes a liberdade. Naturalmente, a liberdade favorece os mais fortes o que pressupõe e justifica a intervenção mediadora do Estado com medidas reguladoras e protetoras dos mais precários.

Agora que caminhamos para um mundo multipolar os EUA perderão a sua hegemonia global e naturalmente continuarão a pressionar a União Europeia para esta se militarizar mais e assim os americanos poderem disponibilizar de meios para intensificarem a sua presença militar no índico-pacífico.

Com o governo de Trump, os EUA continuarão mais interessados no espaço índico-pacífico, o que obrigará a Europa a ter de se entender com o seu parceiro geográfico natural que é a Rússia. Apesar de erros e confusões será de esperar que políticos não deixem envolver a Europa em futuras guerras a realizarem-se no espaço asiático.

O púbico europeu foi embrulhado com a narrativa Corona e depois enganado com a narrativa da Invasão da Ucrânia pondo o conflito a começar com a guerra a 22 de fevereiro 2022 quando a guerra tinha começado, depois de preparada, em 2014 e por último unilateralmente envolvido pelos media na política partidária americana. Deste modo os meios de comunicação relevantes na sociedade desacreditam-se perante o cidadão que tem também outras fontes de informação.

É chegada a hora de pedirmos mais responsabilidade aos nossos governantes e ao nosso jornalismo. Só assim poderemos ter esperança num povo mais crítico e consciente. Doutro modo chegaremos a um ponto em que o povo já não se interessará por liberdade nem democracia, mas apenas por segurança.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo