Democracia fortalecida apesar de lutas sangrentas
António Justo
Nas eleições de 16.04 para a presidência da Nigéria ganhou Jonathan, um cristão do sul do país.
No dizer dos observadores estrangeiros estas foram as eleições mais livres e democráticas até hoje realizadas.
Os muçulmanos do norte, que até agora tinham o país na mão, revoltaram-se contra a vitória de Jonathan. Jonathan pertence à etnia dos Ijaw, uma etnia com pouca influência em comparação com as etnias Hausa,Yoruba e Ibo.
Para o Frankfurter Algemeine 24.04, “a eleição de Jonathan é uma prova que a Nigéria, apesar da rivalidade entre as etnias e confissões, apesar da corrupção e da falta duma administração que funcione, é um estado federal com cidadãos livres”.
O Norte muçulmano revoltou-se contra a eleição do cristão matando 500 pessoas e pondo mais de 40.000 em fuga.
Jonathan, o chefe do estado eleito com 57% dos votos, apelou aos dignitários muçulmanos para condenarem publicamente os ataques aos cristãos em Kano e os incêndios de igrejas em Kaduna. O seu concorrente, que perdera as eleições, correspondeu ao apelo, enquanto o homem mais forte do norte, o emir de Sokoto, se mantem calado. E isto embora os ditadores muçulmanos tenham levado o país quase à ruina.
António da Cunha Duarte Justo