Categoria: Política
O PAPA FOI AO IRAQUE COMO MENSAGEIRO DE PAZ
Hoje terminou a visita de três dias feita pelo Papa Francisco ao Iraque (5 a 8 de março).
Com a visita ao Iraque, o Papa tinha dois objetivos principais: fortalecer a comunidade religiosa, que foi prejudicada pela guerra e pela perseguição, e aprofundar as relações com o Islão.
É a primeira vez que um papa visita o Iraque. Para os cristãos da região, é um evento do século. A comunidade cristã que antes tinha um milhão de fiéis, hoje, tem entre 250.000 e 400.000 pessoas, em consequência da guerra e da perseguição feita pelo Estado Islâmico. Muitos cristãos foram mortos sob o governo do EI.
O Papa visitou a catedral Sajjidat al-Nadscha, onde há onze anos através de um atentado foram mortos 50 cristãos.
No segundo dia de sua viagem ao Iraque (1), teve um encontro na cidade de UR com representantes de cristãos, muçulmanos, judeus e Yazidis, minoria muito perseguida pelo EI.
“Não haverá paz sem povos que apertem a mão de outros povos”, disse o pontífice na antiga cidade de Ur, considerada o local de nascimento de Abraão, o pai ancestral dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos. Aí se encontrou com os representantes do judaísmo, do Islão e da comunidade Yazidi.
O Papa Francisco teve uma reunião com o Grande Aiatola e o mais alto clero xiita (Ali al-Sistani) no Iraque.
Francisco viajou como „Peregrino da Paz”, no espírito da encíclica “Fratelli tutti” (Todos Irmãos), tentando, como sempre estender as mãos na tentativa de que as religiões se irmanizem porque em tempos, já não das nações, mas das civilizações, as boas relações entre as religiões são decisivas para a paz universal.
Já em 2019, o Papa e o Grande Imame egípcio, Ahmed al-Tajjib, alto representante do Islão sunita, assinaram o acordo “A irmandade de todas as pessoas – Para uma coexistência pacífica no mundo” em Abu Dhabi.
Tendo na memória o destino comum de muitos cristãos e do povo Yazidi, lembrou que a comunidade Yazidi, “teve que lamentar a morte de muitos homens sob o governo do EI e teve que ver milhares de mulheres, meninas e crianças sequestradas, vendidas como escravas e submetidas à violência física e conversões forçadas”.
Francisco disse que aqueles que sobreviveram aos ataques terroristas precisam de perdoar. “Perdão é uma palavra chave. O perdão é necessário para permanecer no amor, para permanecer cristãos».
A viagem do Papa, em tempo de Corona, presta-se como símbolo e testemunho de que o Covid-19 não tem a soberania total sobre a humanidade.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
(1) https://www.youtube.com/watch?v=Kxtv42fcCYM
VACINAS EM TEMPOS DE CONTRADIÇÕES
Como os Media referem, a eficácia da vacina Astrazeneca é de 70% , a da Biotech / Pfizer é de 95% e a da Moderna é de 94%. Portanto, a eficácia de Astrazeneca é 20% menor.
De um dia para o outro, Astrazeneca que só era recomendada para pessoas com idade inferior a 65 anos, passa, a ser boa para pessoas com mais de 65 anos.
O preço também pode desenvolver uma lógica própria: Astrazeneca custa 1,78 €, Biotech / Pfizer € 12 e Moderna € 15.
Se observamos as diferentes medidas até agora tomadas, no que respeita ao Covid-19, vão-se observando contradições tendo-se, cada vez mais, a impressão que há uma preocupação de adaptação a muitos parágrafos em vez de uma orientação pela realidade.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
OS NOVOS INQUISIDORES TAMBÉM NÃO GOSTAM DO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS
Extremismo Intolerância e Preconceito como Expressão de alguns Dançarinos do Poder
Por António Justo
Na onda dos violadores da cultura e da história até já um avançado do PS defende a demolição do Padrão dos descobrimentos (1)!
Uma vaga activista, de mentalidade intolerante, na falta de criatividade para melhor construir a sociedade portuguesa, optam por combate-la e assim instalarem um outro padrão de referência; quer-se fazer tabula rasa da nossa consciência histórica.
A nossa esquerda sente-se à-vontade com o seu radicalismo por saber-se protegida pela parte ideológica da Constituição.
Em vez de uma luta comum contra injustiça, opressão e desumanidade usam-se as descobertas e o colonialismo como cavalo de batalha já desde os tempos da Guerra Fria, anteriores ao 25 de Abril; já então atraiçoavam os interesses de Portugal para melhor servirem o imperialismo da União Soviética. Pelos vistos, os imperialismos, de um lado e do outro, tornam-se nos grandes legitimadores de toda a desonrosa luta.
Seguindo a lógica de certos ativistas, porque não destruir a Ponte Salazar e muitas obras e monumentos de dominadores do território português? Porque não apagar a nossa língua?
A história para não ser falsificada terá de ser vista à luz da cor local, à luz da mentalidade e das circunstâncias do tempo em que se deram os factos. Cada época e cada tempo tem a sua consciência, os seus óculos próprios de verem e fazerem história.
Por vezes vai-se tendo a impressão que os crentes do Zeitgeist se servem exageradamente de interpretações das falhas do passado para com elas negligenciarem os próprios fiascos e engomarem as falhas do presente! Este recalcamento é, porém, hereditário porque, nesta ordem de ideias, que teriam os nossos vindouros para não falarem mal do nosso presente, seu passado!
A perspectiva ou ângulo de visão é um princípio individualizador necessário, mas que peca se atraiçoar a visão do todo que é o círculo (380 graus).
Nasci num país resultado de colonizações e de filhos colonizados em que muitos procuravam e procuram distinguir-se pela empresa de “colonizarem” outros, seja económica, seja ideologicamente; o deputado Ascenso Simões revela-se aqui como perpetrador ideológico!
Às atrocidades de ontem já encontramos um termo para as descrever: colonialismo e racismo; as desumanidades de hoje ignorámo-las para gerações posteriores julgarem.
Por vezes, o estudo da História serve para continuar a tradição da violência porque é instrumentalizado através de diferentes lógicas de abordagem e usada exclusivamente para servir esta ou aquela clientela ou para se adquirirem créditos partidários. Informação ao serviço do xeque-mate!
A História poderia ser mestra da vida mas abusa-se dela para falar mal dos outros e como remédio para as próprias feridas. Esquecemo-nos que as diferenças gritantes entre grupos e povos e o nosso bem-estar social de hoje se dá à custa dos que passam mal, tal como acontecia no passado entre senhores e servidores. Uma coisa não justifica a outra mas exigiria auto-reflexao e mudança.
A realidade é a-perspectiva mas nós continuaríamos no mesmo erro se a reduzíssemos a um só ângulo de visão. A esquerda usa a sua perspectiva esquerda para se definir contra a direita e a direita faz a sua interpretação dos factos da história tal como os colonizados a fazem sob a perspectiva oposta aos dos colonizadores. Para mal dos nossos pecados persistimos em conceber desenvolvimento baseado apenas numa relação de submissos e de submissores! Da definição e da demarcação é que vivem os contraentes do poder! Imagine-se que se reconciliavam uns com os outros. Que seria do poder e da ‘violência’? O fim da História?!
Nem tanto ao mar nem tanto à terra!
Os fortes ventos das ideologias ajudam a atear novos fogos e estes multiplicam-se. Do rio da intolerância se alimentam os adversários, alheios à inclusão!
Precisamos de crítica política e crítica partidária, mas não de arruaceiros nem de adversários. Estes destroem a confiança em uma sociedade democrática.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
- (1) O deputado Ascenso Simões: https://www.noticiasaominuto.com/politica/1694646/padrao-dos-descobrimentos-destruido-daria-para-os-apanhados
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PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOSLado Poente (1ª foto)1 Infante D. Pedro, Duque de Coimbra (filho do rei João I de Portugal);2 Dona Filipa de Lencastre (Rainha, Mãe dos Infantes, mulher de D. João I);3 Fernão Mendes Pinto (escritor e aventureiro do Oriente);4 Frei Gonçalo de Carvalho (Dominicano);5 Frei Henrique de Coimbra (Franciscano);6 Luis Vaz de Camões (poeta épico, o maior de Portugal);7 Nuno Gonçalves (pintor);8 Gomes Eanes de Zurara (cronista);9 Pêro da Covilhã (viageiro);10 Jácome de Maiorca (cosmógrafo);11 Pêro Escobar (navegador/piloto);12 Pedro Nunes (matemático);13 Pêro de Alenquer (navegador/piloto);14 Gil Eanes (navegador);15 João Gonçalves Zarco (navegador);16 Infante D. Fernando, (o Infante Santo, filho do rei João I de Portugal).Lado Nascente (2ª foto)1 D. Afonso V de Portugal (Rei);2 Vasco da Gama (navegador/descobridor do Caminho Marítimo para a Índia);3 Afonso Baldaia (navegador);4 Pedro Álvares Cabral (navegador/descobridor do Brasil);5 Fernão de Magalhães (Navegador/Viagem de Circum-navegação);6 Nicolau Coelho (navegador);7 Gaspar Corte-Real (navegador/Península Labrador);8 Martim Afonso de Sousa (navegador);9 João de Barros (Cronista/Historiador);10 Estêvão da Gama (capitão);11 Bartolomeu Dias (navegador/descobridor do Cabo da Boa Esperança);12 Diogo Cão (navegador);13 António de Abreu (navegador);14 Afonso de Albuquerque (Vice-rei da Índia/governador);15 São Francisco Xavier (missionário/evangelizador);16 Cristóvão da Gama (capitão)A respeito da ideia peregrina
PROMISCUIDADE ENTRE EMPRESAS GLOBAIS E O ESTADO
Uma pequena notícia com conteúdo problemático
Os jornais alemães informaram que, de acordo com uma opinião de peritos, a exibição preferencial dada pelo Google a um portal federal alemão de saúde, pode ser problemática para a liberdade de imprensa.
O serviço científico do Bundestag chegou à conclusão de que uma cooperação do Estado com o Google poderia significar uma violação “contra a exigência da distância do Estado”.
De facto, todos nós estamos cada vez mais dependentes dos motores de pesquisa na Internet e deparamos, muitas vezes com informações que não procurávamos.
A promiscuidade entre Estado e empresas globais afirma-se como um grande risco, sabendo nós que somos informação resultado de informações!
Que os grandes se unam na defesa dos seus interesses é compreensível, mas que isso aconteça à custa dos consumidores dependentes, é uma violação significativa contraprincípios de ética elementar! Sim, porque só a solidariedade dos dependentes terá a possibilidade de se afirmar (organizar) contra o princípio de imposição violenta dos mais fortes, num processo, sempre à posteriori, de reacção tardia.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo