O PRESERVATIVO É MAIS POPULAR DO QUE A PÍLULA NA ALEMANHA

70% dos entrevistados usam métodos anticonceptivos

Pela primeira vez em poucos anos, as pessoas com mais de 18 anos usam mais o preservativo (de latex) do que a pílula.

Segundo noticia a imprensa alemã as mulheres jovens têm uma visão crítica em relação às hormonas.

Conforme pesquisas do Centro Federal de Educação em Saúde (BZgA) de Colónia, constatou-se que 53% usam preservativo e 38% usam pílula.

Em 2007 a situação era inversa: 55% usavam pílula e 36% usavam preservativo.

61% das mulheres e homens com idades entre 18 e 49 anos afirmam que a contracepção hormonal tem “efeitos negativos no corpo e na alma”.

Em 12 anos a proporção do declínio no consumo de pílulas entre os jovens de 18 a 29 anos caiu de 72 para 46% nesta faixa etária.

No geral, 70% dos entrevistados com idades entre 18 e 49 anos usam métodos contraceptivos.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

NOVAS ELEIÇÕES EM PORTUGAL A 10 DE MARÇO 2014

Uma Oportunidade para Portugal passar da Cepa torta?

No meu entender esta foi uma boa decisão do Presidente para não deixar margens para mais manobras partidárias.

Costa permanecerá como chefe de governo interino até ser substituído após as eleições. O Parlamento permanece operacional apenas até ao decreto formal do presidente de dissolução, que acontecerá depois de aprovar o orçamento de Estado e alguma outra lei importante.

Segundo informou a imprensa, Costa apresentou a sua demissão ao Presidente depois de a polícia ter revistado a sua residência e a de outros políticos e empresários do governo.

O Presidente Rebelo de Sousa ordenou novas eleições para 10 de março. Só seria de esperar que esta não fosse mais uma estratégia de forças detentoras do Estado para tentarem fugir ao julgamento do cidadão; esta suposição é legítima num país onde a esquerda (PS) tem ocupado todos os lugares relevantes do Estado com a comparticipação de partidos da oposição, pertencentes ao arco do poder também eles mais ou menos comprometidos ou coniventes com a corrupção  por interesses pessoais.

Passo a citar um documento que me chegou às mãos sem que reconhecesse a fonte, mas pela evidência e sobriedade da apresentação oferece dados que obrigariam a repensarmos em termos de Estado: “António Costa demite-se do Governo e deixa: – A maior carga fiscal de sempre: 36,4% do PIB – A maior dívida pública de sempre: 276 mil milhões de euros – O maior número de portugueses sem médico de família de sempre: 1,7 milhões de portugueses – 42,5% dos portugueses em risco de pobreza antes de transferências sociais – O menor número de processos findos nos tribunais portugueses desde 1985: 524 mil (com exceção de 2020, ano de maior impacto da pandemia) – O ano de menor acesso dos cidadãos à justiça desde 1979: 484 mil processos entrados nos tribunais portugueses – O pior mês da história do Serviço Nacional de Saúde, nas palavras do próprio Governo – 583 mil utentes em lista de espera para consultas – 235 mil inscritos em lista de espera para cirurgias – 32% dos utentes a serem atendidos para lá do tempo recomendado´ – Médicos e enfermeiros em guerra – Professores e auxiliares em guerra – Forças Armadas em processo de falência e com níveis operacionais em risco – Crise total na habitação, impossibilidade de os portugueses conseguirem casa para morar´ – A própria Economia a começar a definhar, o último trimestre já foi de contração. Esta é uma fotografia real, com dados oficiais, de alguns dos mais importantes indicadores da sociedade que somos. É neste quadro que António Costa se demite.”

Agora os portugueses têm a oportunidade de durante os próximos quatro meses repensarem a maneira de estar do Estado português e em especial sobre a promiscuidade político-económica de muitos dos seus governantes e outras forças em que se apoiam.

A promiscuidade e o compadrio institucional é tanto – também na imprensa e TV – que já brada aos céus, mas seria necessária uma força sobre-humana do povo para poder remover do Estado e do país a gangrena que o tolhe.

Um regime político que transforma o seu povo em rebanho prescinde até de pastores porque a sua elite pode viver melhor na anonimidade, bastando-lhe, para isso, alimentar bem os seus cães de guarda.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

JUDEIA/PALESTINA UMA SITUAÇÃO DRAMÁTICA E POLÉMICA

Conflito israelo-palestiniano importado para a Europa

O acto terrorista e vil do Hamas de 7.10 no festival em Israel (com 1.400 barbaramente executados, crianças decapitadas e 199 sequestradas para a Faixa de Gaza), vem mostrar a impossibilidade de resolução do conflito na Judeia/palestina. O Hamas encontra-se na linha do daesh/isis.

Simplificando: na Judeia/Palestina decorre uma guerra por procuração onde se encontram representadas duas civilizações em luta: de um lado o islão e o socialismo e do outro Israel e o capitalismo liberal; daí o seu significado mundial geoestratégico e daí o perpetuar-se de uma situação desumana e fatídica. Todo mundo está lá envolvido, atuando pela calada da noite e à margem do povo, sob o manto de uma mixórdia de interesses onde se procura agradar a Deus e ao Diabo. Por outro lado, na discussão do drama da Judeia/Palestina resume-se a manifestações de tendências geralmente tidas como objectivas. O fatal, numa sociedade de tendências (e esta é a única que temos) é que o tendencioso evidencia a tendência que já se tem: afirmando-a ou questionando-a, mas sem efeito, o que no final de contas vem justificar a acção violenta e a razão de interesses desumanos.

Interesses representados em núcleos (potências aliadas a ideologias) expressam-se de maneira especialmente cruel nos conflitos da Judeia/Palestina e na Ucrânia. Os interesses dos EUA (Nato), muçulmanos, russos e chineses são os mais evidentes nos conflitos atuais. Conflitos de interesses hegemónicos não têm resolução militar e menos ainda nos povos de cultura árabe onde política, religião e comércio fazem parte do espírito do povo.

Agora que Israel se mostra decidido a bloquear Gaza, a Arábia Saudita, a Rússia e a China apelam para o cessar-fogo e o fim do bloqueio de Gaza. Por seu lado Israel sabe do inimigo cruel que tem pela frente e dos erros que cometeu no passado contra o povo palestiniano e está certo que, se não desalojar os terroristas de Gaza, o contencioso Israel-Palestina continuará como dantes (e para mais na fase de tentativa de nova ordenação do mundo entre Brics… e G7…). Facto é que o Hamas está a ganhar a guerra ideológica ao conseguir unir o mundo árabe e parte do não árabe em torno de si conseguindo a liderança na abertura dos telejornais mundiais.

Um efeito colateral grave das lutas económico-culturais vem-se acentuando mais e mais depois da segunda guerra mundial. Os interesses político-económicos que abateram a cultura judia em Auschwitz são os mesmos que deram a entrada a 20 milhões de muçulmanos seus figadais inimigos. O conflito israelo-árabe já há muito que chegou à europa especialmente através da emigração muçulmana e cada vez se faz sentir mais nas escolas alemãs e na sociedade em geral. Também a Europa está vocacionada a tornar-se cada vez mais uma zona de conflitos atendendo à sua política de migração, importando de maneira sustentável os conflitos inerentes ao islão (nação islâmica”, Ummah).

No ponto de encontro ou de eclosão de interesses contraditórios torna-se difícil determinar quem está no lugar certo e no lugar errado. Esta incerteza fomenta as certezas de um e do outro lado; estas são, porém, certezas que se excluem e criam escravos de um lado e do outro, como é próprio da lógica do poder. Grupos hegemónicos só conhecem o caminho para a victória final e este é assinalado por intransigência, povo morto e sacrificado.

Há que considerar que onde há escolha há interesse que se quer ver legitimado pela liberdade. A questão permanece, porém, nas certezas que por sua vez pretendem legitimar interesses. O cum quibus da questão é que conjecturas são apresentadas pelos formadores de opinião e media como dados certos.

A defesa de um valor ou direito abstracto não pode servir para justificar a existência da violência concreta. Nem a violência do movimento terrorista do Hamas nem acções terroristas nem acções de retaliação vitimadoras de inocentes dos povos israelita e palestiniano são legítimas. Por outro lado, há que aceitar a história, doutro modo continuaremos num dilema justificador da violência de parte a parte que se resume na opinião pessoal de Benjamin Netanyahu: “Se os árabes depusessem hoje as suas armas não haveria mais violência. Se os judeus depusessem as suas armas não haveria mais Israel”. 

O fatal no meio de tudo isto é viver-se de correlações fora de qualquer causalidade.

A situação de injustiça criada em que estão envolvidas as duas partes não pode justificar o agir delas: nem a violência dos palestinianos nem a política israelita de colonização. Os meios de comunicação social e os políticos comportam-se como têm feito no conflito da Ucrânia: em vez de fornecerem informações factuais e justas, criam informações de campanha militar mais apelativas ao sentimento do que à razão. Só uma atitude que conduza à compreensão das duas partes poderá ajudar a resolver o problema à margem da ocupação e do terror.

A Faixa de Gaza com o Hamas é a ponta de lança do islão e a Liga Árabe tem mais de 360 milhões de cidadãos…

Como têm mostrado as guerras com o islão (Iraque, Líbia, Afeganistão) este não perde. Ele tem uma dinâmica de poder resiliente e de sustentabilidade garantida pela religião/povo.

Em termos de civilização o Alcorão está para os árabes, como a Mensagem bíblica está para os europeus. O Corãoé político e  privilegia os direitos culturais árabes em detrimento dos direitos individuais e o Cristianismo favorece os direitos humanos individuais, de uma maneira geral, o que, no contexto social em que vivemos e em termos políticos o enfraquece. É por isso que o Islão é uma religião sobretudo política e o estado islâmico defende  o derrame de sangue inocente como se prega em muitas mesquitas; segundo os livros sagrados do islão, o muçulmano recebe a sua dignidade através da pertença à religião (Ummah) e não conhece o amor ao próximo nem a ideia de uma humanidade toda ela feita de filhos de Deus (a solidariedade é limitada ao grupo crente); assim,  a vida e o cidadão são concebidos em termos de função institucional  e daí a indiferença perante a vida e o indivíduo. Os radicais matam sem medo nem dores de consciência porque ao fazê-lo servem o islão e são premiados com o paraíso como promete o Corão.

A estratégia e finalidade do Hamas é espalhar o islão e destruir Israel. Apesar dos intrincados interesses geopolíticos na região quem apoia o Hamas apoia o terrorismo de um grupo que não representa o povo palestiniano. O extremismo despreza os próprios membros de religião usando-os como escudo pois tudo o que serve o avanço do islão é legítimo (até a mentira) o que impede a maioria dos muçulmanos de tomar partido ou de se manifestarem. Naturalmente que aqui falo do islão e não dos muçulmanos em geral porque na generalidade são muito mais humanos do que muitas das premissas da sua religião e no seu dia-a-dia têm as mesmas preocupações que todos os outros. O problema vem das mesquitas e de associações que se aproveitam da sociedade europeia aberta para afirmar a sua sociedade fechada (Gueto) e assim, com o tempo, criam problemas étnicos como vimos documentado no processo de fragmentação da antiga Jugoslávia.

Em 629 um exército árabe islâmico tentou invadir a Palestina, mas foi derrotado pelas tropas romanas. O Corão da fase de Meca reconheceu a Palestina como terra dos judeus! Como a Palestina estava então fora da sua esfera de influência, o Corão reconheceu aquela terra aos judeus dizendo na Sura 17: “E dissemos aos Filhos de Israel: ‘Habitem a terra!… Tome esta cidade para sua habitação.” E uma das últimas suras de Meca (parte do Corão escrito na época pacífica) diz: “E demos ao povo oprimido as partes oriental e ocidental da terra (isto é, toda a terra) como uma herança que abençoamos. E a boa palavra (promessa) do teu Senhor veio a ser transmitida aos filhos de Israel (como recompensa) pela sua paciência.” A veneração de Jerusalém pelos muçulmanos é um fenómeno forçado após a fundação do Estado de Israel.

A contradição que se encontra na geopolítica Judeia/Palestina encontra-se, importada nas ruas da Alemanha e nas declarações do governo! Enquanto os políticos na Alemanha fazem declarações políticas afirmando que a defesa de Israel faz parte da razão de Estado alemão, nas ruas é festejado o ataque vil do Hamas contra o festival da juventude e nas escolas aumentam as expressões de ódio contra os judeus. Na Alemanha, as instituições judaicas devem ser protegidas pela polícia. Karl Lagerfeld dizia: “Não podemos matar milhões de judeus e permitir que milhões dos seus piores inimigos entrem no país”. Uma sociedade que pretende ser multicultural desresponsabiliza-se ao não exigir responsabilidade aos imigrantes árabes que se afirmam contra ela.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

DA TRISTE SITUAÇÃO DE GOVERNANTES E GOVERNADOS

Dificuldade política dos de Cima e dos de Baixo

Os Estados perdem significado e estão cada vez mais dependentes de agendas globais centrais ou anónimas e como diz o presidente da República “chegou-se ao ponto de para fazer o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência (1)) o Estado ter que recorrer a um gestor privado”.  Marcelo Rebelo de Sousa constata: “o que interessa é a sensação imediata”!

Nesta situação trata-se de manter as populações distraídas com assuntos marginais dado os próprios governantes se encontrarem sobrecarregados num sistema de interdependências sem conseguirem ver o fio da meada que os leva a sentirem-se melhor na defesa de ideologias e no emprego de rectóricas partidárias; povo e governantes andam às apalpadelas! E o Presidente acentua: “Os partidos deixaram de ter gabinetes de estudo internos e o Estado deixou de ter gabinetes de planeamento activos”. Em vez disso o Estado cria gabinetes de aplicação de normas e orientações de organismos internacionais sobreordenados; esta situação desqualifica a política, transformando governantes em meros administradores. Deste modo o poder é redirecionado para a administração que passa a ser o braço direito da execução de agendas políticas de grupos oligárquicos a operar globalmente. Tudo se torna mais tecnocrata ampliando-se a multidão de assessores e da burocracia: Adeus política, políticos e democracia!

A dependência da banca internacional e dos oligarcas mundialmente relevantes para o financiamento das dívidas dos Estados e indispensáveis para o sistema de abastecimento (serviços) da população impossibilitam os governos de uma governação adequada às necessidades específicas de cada país.

Aos governantes dos países não resta senão administrar uma situação entrópica desoladora. Vão por enquanto conseguindo iludir-se e iludir as populações exibindo-se de reunião em reunião com brilho internacional falacioso. Vive-se já na fase falaciosa de uma sociedade artificiosa a viver do engano. Ainda há perspectivas possibilitadoras de futuro digno e livre, mas para isso terão todos de tornar-se conscientes das próprias limitações e confiar mais em si próprios e voltarem-se para as bases.

Sem respeito pelo cidadão tem-se seguido os métodos da publicidade e do apelo à emotividade numa sociedade cada vez mais fria.

Num mundo cheio de certezas e a viver do pós fático e de certezas fabricadas criadoras de crises sobre crises tornar-se-ia óbvio voltar à dúvida metódica e à dúvida do tempo que possibilite de novo o desenvolvimento da natureza criativa e fecundante. Será necessário voltar-se à pessoa humana, à família e à região.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) O Plano de Recuperação e Resiliência é um programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que visa implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa…

UM EXEMPLO ORIGINAL DA MANEIRA COMO RESOLVER CONFLITOS

Na vida dos salesianos de Dom Bosco é conhecido o facto do jovem Domingos Sávio que se deparou com dois colegas que se preparavam para fazer um duelo à pedrada.  Como bem relata o Pe A. Gonçalves, eles já tinham medido os passos de distância e então o Jovem Domingos, com bons modos, colocou-se no meio deles, dizendo: atirai as pedras contra mim.

Domingos evitou o conflito sem culpar ninguém!

António CD Justo

Pegadas do Tempo