HÁ ROUBAR E ROUBAR

MUITO ACTUAL E OPORTUNO!
“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.”
Pe António Vieira, in ‘Sermão do Bom Ladrão’
Pelos vistos e observando o exemplo da operação Marquês do caso de Sócrates e consórcios a justiça assume um caracter de sustentabilidade perene, através de todos tempos, como anpotava já então o Pe. António Vieira!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do tempo

O ELOGIO FAZ MILAGRES – DIA MUNDIAL DO ELOGIO

No dia 1 de Março celebrou-se o dia Mundial do Elogio.

Os elogios fazem-nos felizes, são um factor de autoestima e aumentam os sentimentos de felicidade.

Segundo um estudo japonês de 2012 os elogios chegam até a aumentar a competência e a eficiência.  Conheço uma artista que quando louvada na sua arte ganha forças e inspiração que se reflectem imediatamente na produção e qualidade de obras.

O sentimento de querer ser apreciado é natural e é geralmente aquilo que nos leva a empenhar-nos mais. O elogio não esperado mas merecido é como a música serena que dá paz e força nas adversidades.

Cumprimentos e elogios estimulam a hormona da felicidade oxitocina (dopamina ou seritonina) no cérebro fomentando a empatia (a ligação). Naturalmente também debelitm certos mecanismos de defesa!

Cumprimentos são as especiarias que adoçam a vida. Naturalmente também há cumprimentos interesseiros; importante é estar-se atento à  situção e ao contexto. Somos humanos e como tal não só ajuda o louvor de qualidades interiores mas também o de superficialidades.

O elogio fácil e a censura costumam beber da mesma fonte.

Por vezes um louvor pode causar embaraço. Modéstia e humildade são bons condimentos porque a necessidade de elogios pode levar a um estado de sofrimento no caso de críticas. A dependência de louvores de  levianos puxar-nos-ia para a imprudência; mais importantes são os elogios sinceros.

A satisfação de vida cresce no que louva e no que é louvado. Penso que uma psicologia positiva perante pessoas e uma atitude de análise crítica perante ideias e factos podem ajudar a levar-se uma vida equilibrada.

O exercício do louvor seria um bom exercício para aqueles que têm dificuldade de reconhecer algo positivo nos outros.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

 

OS NOVOS INQUISIDORES TAMBÉM NÃO GOSTAM DO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Extremismo Intolerância e Preconceito como Expressão de alguns Dançarinos do Poder

Por António Justo

Na onda dos violadores da cultura e da história até já um avançado do PS defende a demolição do Padrão dos descobrimentos (1)!

Uma vaga activista, de mentalidade intolerante, na falta de criatividade para melhor construir a sociedade portuguesa, optam por combate-la e assim instalarem um outro padrão de referência; quer-se fazer tabula rasa da nossa consciência histórica.

A nossa esquerda sente-se à-vontade com o seu radicalismo por saber-se protegida pela parte ideológica da Constituição.

Em vez de uma luta comum contra injustiça, opressão e desumanidade usam-se as descobertas e o colonialismo como cavalo de batalha já desde os tempos da Guerra Fria, anteriores ao 25 de Abril; já então atraiçoavam os interesses de Portugal para melhor servirem o imperialismo da União Soviética. Pelos vistos, os imperialismos, de um lado e do outro, tornam-se nos grandes legitimadores de toda a desonrosa luta.

Seguindo a lógica de certos ativistas, porque não destruir a Ponte Salazar e muitas obras e monumentos de dominadores do território português? Porque não apagar a nossa língua?

A história para não ser falsificada terá de ser vista à luz da cor local, à luz da mentalidade e das circunstâncias do tempo em que se deram os factos. Cada época e cada tempo tem a sua consciência, os seus óculos próprios de verem e fazerem história.

Por vezes vai-se tendo a impressão que os crentes do Zeitgeist se servem exageradamente de interpretações das falhas do passado para com elas negligenciarem os próprios fiascos e engomarem as falhas do presente! Este recalcamento é, porém, hereditário porque, nesta ordem de ideias, que teriam os nossos vindouros para não falarem mal do nosso presente, seu passado!

A perspectiva ou ângulo de visão é um princípio individualizador necessário, mas que peca se atraiçoar a visão do todo que é o círculo (380 graus).

Nasci num país resultado de colonizações e de filhos colonizados em que muitos procuravam e procuram distinguir-se pela empresa de “colonizarem” outros, seja económica, seja ideologicamente; o deputado Ascenso Simões revela-se aqui como perpetrador ideológico!

Às atrocidades de ontem já encontramos um termo para as descrever: colonialismo e racismo; as desumanidades de hoje ignorámo-las para gerações posteriores julgarem.

Por vezes, o estudo da História serve para continuar a tradição da violência porque é instrumentalizado através de diferentes lógicas de abordagem e usada exclusivamente para servir esta ou aquela clientela ou para se adquirirem créditos partidários. Informação ao serviço do xeque-mate!

A História poderia ser mestra da vida mas abusa-se dela para falar  mal dos  outros e como remédio para as próprias feridas. Esquecemo-nos que as diferenças gritantes entre grupos e povos e o nosso bem-estar social de hoje se dá à custa dos que passam mal, tal como acontecia no passado entre senhores e servidores. Uma coisa não justifica a outra mas exigiria auto-reflexao e mudança.

A realidade é a-perspectiva mas nós continuaríamos no mesmo erro se a reduzíssemos a um só ângulo de visão. A esquerda usa a sua perspectiva esquerda para se definir contra a direita e a direita faz a sua interpretação dos factos da história tal como os colonizados a fazem sob a perspectiva oposta aos dos colonizadores. Para mal dos nossos pecados persistimos em conceber desenvolvimento baseado apenas numa relação de submissos e de submissores!  Da definição e da demarcação é que vivem os contraentes do poder! Imagine-se que se reconciliavam uns com os outros. Que seria do poder e da ‘violência’? O fim da História?!

Nem tanto ao mar nem tanto à terra!

Os fortes ventos das ideologias ajudam a atear novos fogos e estes multiplicam-se. Do rio da intolerância se alimentam os adversários, alheios à inclusão!

Precisamos de crítica política e crítica partidária, mas não de arruaceiros nem de adversários. Estes destroem a confiança em uma sociedade democrática.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  • (1) O deputado Ascenso Simões: https://www.noticiasaominuto.com/politica/1694646/padrao-dos-descobrimentos-destruido-daria-para-os-apanhados
  • Ficheiro:Lisboa - Padrão dos Descobrimentos (1).jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre
  • PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS
    Lado Poente (1ª foto)
    1 Infante D. Pedro, Duque de Coimbra (filho do rei João I de Portugal);
    2 Dona Filipa de Lencastre (Rainha, Mãe dos Infantes, mulher de D. João I);
    3 Fernão Mendes Pinto (escritor e aventureiro do Oriente);
    4 Frei Gonçalo de Carvalho (Dominicano);
    5 Frei Henrique de Coimbra (Franciscano);
    6 Luis Vaz de Camões (poeta épico, o maior de Portugal);
    7 Nuno Gonçalves (pintor);
    8 Gomes Eanes de Zurara (cronista);
    9 Pêro da Covilhã (viageiro);
    10 Jácome de Maiorca (cosmógrafo);
    11 Pêro Escobar (navegador/piloto);
    12 Pedro Nunes (matemático);
    13 Pêro de Alenquer (navegador/piloto);
    14 Gil Eanes (navegador);
    15 João Gonçalves Zarco (navegador);
    16 Infante D. Fernando, (o Infante Santo, filho do rei João I de Portugal).
    Lado Nascente (2ª foto)
    1 D. Afonso V de Portugal (Rei);
    2 Vasco da Gama (navegador/descobridor do Caminho Marítimo para a Índia);
    3 Afonso Baldaia (navegador);
    4 Pedro Álvares Cabral (navegador/descobridor do Brasil);
    5 Fernão de Magalhães (Navegador/Viagem de Circum-navegação);
    6 Nicolau Coelho (navegador);
    7 Gaspar Corte-Real (navegador/Península Labrador);
    8 Martim Afonso de Sousa (navegador);
    9 João de Barros (Cronista/Historiador);
    10 Estêvão da Gama (capitão);
    11 Bartolomeu Dias (navegador/descobridor do Cabo da Boa Esperança);
    12 Diogo Cão (navegador);
    13 António de Abreu (navegador);
    14 Afonso de Albuquerque (Vice-rei da Índia/governador);
    15 São Francisco Xavier (missionário/evangelizador);
    16 Cristóvão da Gama (capitão)A respeito da ideia peregrina

PROMISCUIDADE ENTRE EMPRESAS GLOBAIS E O ESTADO

Uma pequena notícia com conteúdo problemático

Os jornais alemães informaram que, de acordo com uma opinião de peritos, a exibição preferencial dada pelo Google a um portal federal alemão de saúde, pode ser problemática para a liberdade de imprensa.

O serviço científico do Bundestag chegou à conclusão de que uma cooperação do Estado com o Google poderia significar uma violação “contra a exigência da distância do Estado”.

De facto, todos nós estamos cada vez mais dependentes dos motores de pesquisa na Internet e deparamos, muitas vezes com informações que não procurávamos.

A promiscuidade entre Estado e empresas globais afirma-se como um grande risco, sabendo nós que somos informação resultado de informações!

Que os grandes se unam na defesa dos seus interesses é compreensível, mas que isso aconteça à custa dos consumidores dependentes, é uma violação significativa contraprincípios de ética elementar! Sim, porque só a solidariedade dos dependentes terá a possibilidade de se afirmar (organizar) contra o princípio de imposição violenta dos mais fortes, num processo, sempre à posteriori,  de reacção tardia.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

EDUCAÇÃO: UM DIREITO FAMILIAR

 

A União Europeia é a favor do direito das famílias a escolherem a educação dos seus filhos de acordo com as suas convicções religiosas, filosóficas e educativas, como referiu a portavoz de Educação da Comissão Europeia, Sonya Gospodinova, a  5 de fevereiro. Costata também que a educação é da competência exclusiva de cada Estado.

Segundo a Comissão, o artigo 14(3) da Carta Europeia dos Direitos Fundamentais certifica aos pais o direito que lhes assegura a educação das crianças.

Enfim, um direito natural e que culturalmente deveria ser considerado como adquirido!

António da Cunha duarte Justo

Pegadas do Tempo