SUBSÍDIO DE CIDADANIA PARA DESEMPREGADOS NA ALEMANA

Mensalidade das necessidades de uma família com dois filhos: 3.038€

Na Alemanha, o chamado “subsídio de cidadão” (1) é de 502 euros por mês a uma pessoa que viva só no caso de ser desempregada; a esta quantia são acrescentados os custos totais de alojamento; no caso de custos de aquecimento, no entanto, pode ser verificado se estes são razoáveis.  A legislação tem validade a partir de 01.01.2023. Este subsídio destina-se a quem tem condições de trabalhar e não consegue cobrir as suas despesas de subsistência. Mas há sanções para quem não se interesse pela procura de trabalho.

Um casal com dois filhos com menos de seis anos tem uma necessidade padrão total de 1.538 euros por mês. A família ainda tem direito a 1500 euros pelo aluguer da casa quente (1538+1500 = 3038 euros). Se o rendimento da família (com 2 filhos) for inferior a 3.038 euros, é provável que tenham direito a um subsídio de cidadão. Em alternativa, pode haver um pedido de subsídio de alojamento e o suplemento à criança.

As pessoas com baixos rendimentos e com propriedade podem ter também direito a incentivos apropriados. Se tiver uma casa e de repente se encontrar em situação carenciada, tem direito a um período de carência de um ano, durante o qual não tem de tocar na casa para receber o subsídio do cidadão.

Os proprietários são tratados com deferência mesmo no caso de terem uma casa grande; uma casa até 140 metros quadrados e um apartamento de até 130 metros quadrados são considerados adequados – ou seja, não têm de ser vendidos ou alugados. Para famílias maiores, são adicionados 20 metros quadrados por pessoa.

Além disso, os candidatos a “subsídio de cidadão” não têm de tocar nas poupanças disponíveis livremente (tais como depósitos de poupança e acções) até um valor de 40.000 euros. Este valor aplica-se a pessoas solteiras. São acrescentados 15.000 euros adicionais para cada membro da família.

Solteiros que estejam a receber o subsídio de cidadania, é-lhes considerado como adequado um apartamento com 45 ou 50 metros quadrados a partir do segundo ano. Para cada pessoa extra, são adicionados 15 metros quadrados.

Os membros de uma família que tenham possibilidade de emprego que recebam subsídio de cidadania têm direito a uma viatura idónea até 7.500 euros.

A partir de julho deste ano, os alunos e estagiários que recebam o subsídio de cidadania podem auferir mais 520€ por mês de rendimento sem verem reduzido o subsídio de cidadania.

Os centros de emprego podem dar aos beneficiários do benefício empregos sem grandes perspectivas de emprego, mas em caso de dúvida, deve ser dada prioridade a uma formação contínua.

O subsídio de cidadania é também uma opção para pessoas cujo rendimento do trabalho não é suficiente para cobrir as suas despesas de subsistência. Geralmente, o subsídio de cidadania é concedido por um período de 6 meses a um ano. Em seguida, deve ser apresentado um pedido de prolongamento.

Os pensionistas também não recebem subsídio de cidadania se estiverem comprovadamente necessitados; para eles há subsídios específicos…

É compreensível que muitos refugiados políticos e refugiados da pobreza prefiram ir para países como a Alemanha!

Para se ter uma melhor ideia da questão apresento aqui também os descontos que quer patronato quer empregados têm de fazer: Na Alemanha o seguro de saúde obrigatório ( GKV ) é financiado por contribuições e um subsídio federal anual, bem como outras receitas.
Empregadores e empregados pagam, cada um, metade das contribuições para a segurança social. A taxa de contribuição atual para cuidados de saúde, cuidados de longa duração, pensões e seguro de desemprego são actualmente:
Seguro saúde (KV) 14,60%
Seguro de cuidados de longo prazo (PV) 3,05%
Seguro Desemprego (AV) 2,60%
Seguro de pensão (RV) 18,60%
Há também uma Taxa de contribuição fixa (para trabalhadores a tempo parcial): 13,00% para o Seguro saúde e 15,00% para o Seguro de pensão

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

PERIGO DA HUBRIS PARA QUEM TEM PEQUENOS E GRANDES PODERES

Li algures esta história que me parece uma parábola sobre a doença do nosso tempo em que as nossas elites políticas até já vestem uniformes militares:

HUBRIS

Conta-se que na Roma antiga as vitórias militares eram aclamadas pelo povo com tal intensidade que os generais se sentiam perto dos deuses. Para evitar a soberba incurável, os generais eram seguidos por um escravo que transportava um pendão onde se encontrava escrito [Olha para trás. Lembra-te que és mortal. Lembra-te que morrerás]. “Respice post te. Hominem te esse memento. Memento mori!”

A HUBRIS é uma doença antiga, descoberta na velha Grécia, que atingia, dizia-se, irremediavelmente os detentores do poder. Espalhou-se pelos séculos e foi-se agravando porque os generais passaram a dispensar quem os avisa dos riscos da maleita, preferindo os escravos que, à sua volta, os convencem da imortalidade…

Quando chegará o dia em que não haverá vencedores nem vencidos. Quando chegará a hora em que as populações não se deixem atrair por camuflados?

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

PRÉMIO “JUSTO ENTRE AS NAÇÕES” ATRIBUÍDO AO PADRE KISS (SDB) POR ISRAEL

“Justo entre as nações” é um termo utilizado no judaísmo para se referir a gentios (não-judeus) fiéis às sete leis de Noé e que, por esse motivo, mereceriam o paraíso.

A ANS – Agência Info Salesiana – deu notícia (21.12.2022) que o Estado de Israel concedeu o prémio póstumo “Justo entre as nações” ao Padre Mihály Kiss SDB. O salesiano húngaro, durante a perseguição nazista, ajudou judeus e escondeu jovens judeus na casa salesiana de Óbuda.

O prémio foi entregue pelo vice-primeiro-ministro da Hungria, e pelo embaixador de Israel em Budapeste. “O embaixador israelense Yakov Hadas-Handelsman lembrou que a medalha ‘Justo entre as Nações’ é a mais alta expressão de gratidão do povo judeu e do Estado de Israel pela humanidade e coragem dos não-judeus que arriscaram suas vidas para salvar os judeus”.

“O Pe. Mihály Kiss, Diretor Salesiano de Óbuda nos anos de 1940 a 1946, mantinha a capela, que ficava próximo a uma fornalha, sempre aberta, e muitos conseguiam escapar secretamente para dentro da capela”. Quando as tropas de Arrow Cross descobriram o facto, invadiram a obra e vitimaram no Danúbio as crianças que encontraram.

O P. Kiss e seus irmãos da comunidade também acabaram sendo levados, espancados e torturados!

O P. Kiss foi o terceiro salesiano húngaro a receber o prémio “Justo entre as nações”.

Também houve quatro portugueses declarados justos entre as nações; o mais conhecido é o cônsul Aristides de Sousa Mendes, declarado Justo em 1966.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

DECISÕES NA CONFERÊNCIA DA ONU SOBRE BIODIVERSIDADE – COP15

A Conferência em Montreal de 7 a 19 de dezembro, sob a presidência chinesa, teve a participação de 200 países que chegaram a acordo na sua preocupação de travar a destruição dos ecossistemas.

Os países chegaram a compromissos, que embora juridicamente não vinculativos, apontam para atuações sérias. Assim regiões ricas como a Europa onde ao longo dos séculos foram devastados os seus grandes biótopos com a finalidade de se aumentar o nível de vida económico das populações, comprometeram-se até 2030 a apoiar anualmente países pobres, mas ricos em biodiversidade, com mais de 30 biliões de euros por ano para que criem zonas protegidas.

Além disso os países participantes comprometeram-se a ampliar as áreas protegidas do globo, que atualmente se cifram em 17% da terra e 8% dos mares, para mais de 30% do globo. Por isto, tudo leva a crer que desta vez, os países presentes na Conferência, com medidas concretas, levam mais a sério a defesa da natureza.

É muito de louvar, mas não se vê coerência no sentido de travarem também a destruição dos “ecossistemas” culturais. Enquanto nos dedicamos e bem à defesa da vida da biodiversidade, observamos um fomento da destruição da vida humana e dos seus tradicionais biossistemas culturais para mais facilmente serem criados organismos, de carácter mais anónimo, a nível supranacional e global. Dá testemunho de hipocrisia e até de má intenção uma política que pretende preservar a vida cultural dos índios no Amazonas enquanto, ao mesmo tempo, coloca à disposição e menospreza hábitos e tradições culturais na Europa!

É preciso acabar com a destruição da biodiversidade dos ecossistemas naturais e também acabar com a desconstrução das culturas e a destruição de subculturas principalmente no âmbito de hábitos e valores; para isso seria de ter-se mais cautela na aplicação de agendas que tendem a uma educação para uma monoculturalidade, em via de aplicação na cultura ocidental. Está a ser usado um peso e duas medidas.

Unum facere et aliud non omittere!

António da Cunha Duarte Justo

 

Pegadas do Tempo

COMENTÁRIO MAIS QUE OPORTUNO

Um professor universitário, meu amigo, enviou-me, como feedback ao meu artigo “CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL NA CONTINGÊNCIA DE SER DESVIADA”, o texto que aqui junto e ajuda a esclarecer a realidade em que nos encontramos.
Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão, Günther Anders, escreveu a seguinte reflexão. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência:
“Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…
Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista… que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo. Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo.
Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.
Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade. O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…
Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal”