ALGUMAS MULHERES NO AFEGANISTÃO PODEM ESTUDAR ATRAVÉS DE ONLINE

O programa “Jesuit Worldwide Learning” negociado com os Talibãs nas províncias de Bamyan, Daikindi e Ghor vem permitir que as jovens mulheres continuem os seus cursos online.

Mais de metade dos participantes são mulheres. Elas recolhem as suas tarefas no centro de aprendizagem e estudam em casa. Muitas estão mesmo inscritas em universidades internacionais, tais como a Universidade Católica de Eichstätt.

A revista Kontinente missio 6/7 2022 relata que no programa “cada um ensina um outro”, os/as jovens transmitem os seus conhecimentos nas aldeias.

O Padre Peter Balleis SJ, director do programa, sublinha: “Em tempos de escuridão, os jovens precisam de um raio de esperança… e quando as escolas voltarem a abrir, os professores jovens e bem formados estarão já preparados”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A DOCUMENTA (D15) PREANUNCIA A CHEGADA DO SUL GLOBAL

A Expressão antissemítica foi um Golo na própria Baliza – Nada é como parece

Já não bastava a disputa entre os mundos ocidental e oriental na guerra da Ucrânia e a acompanhante batalha da informação nos meios de comunicação social para agora se vir juntar a elas a disputa de um novo elemento simbolizado no Olimpo da Arte Documenta em Kassel. Na D15 preanuncia-se também a chegada do Sul Global a debater-se no centro do Norte já globalizado!

Encontramo-nos numa situação verdadeiramente embaraçosa não só por termos de se assumir o conflito entre ideologias do ocidente e do oriente, mas também o conflito entre povos pobres e ricos! Afinal, a abertura (Europa a sociedade aberta) que se julgava a âncora do nosso sistema e com a qual se pretendia resolver todos os problemas da democracia liberal vê-se obrigada a tomar posição e a ter de reconhecer limites ou demarcações na engrenagem do próprio sistema! O contencioso em torno da Ucrânia e o escândalo do antissemitismo expresso na D15 e a disputa em torno deles podem levar à conclusão que as circunstâncias da liberdade são determinantes na consciência dela!

A Documenta, uma plataforma de arte de coloração esquerda, desta vez, está a ser posta em causa devido a cenas antissemitas. Já seria de esperar devido à ramificação da Campanha Antissemita BDS contra a existência de Israel proibida de ser culturalmente subsidiada na Alemanha, mas com prosélitos políticos em posições relevantes da sociedade! Daí certamente o facto do Parlamento alemão se querer ocupar do assunto! BDS (Boycott, Divestment, Sanctions) é uma campanha e movimento transnacional de boicote dirigido contra a existência de Israel como Estado judaico (1). A direcção da D15 ignorou que em questões de interesses e de poder quem não alinha bate mal e as estratégias das forças BDS não tiveram isso em conta na sua hipócrita estratégia. A D15 é financiada publicamente com muitos milhões de euros.

O tema palestinenses-Israel é complicado e controverso mas torna-se insuportável quando acompanhado de racismo camuflado ou de humilhação/desacreditação do outro sob o manto da arte, quando uma Alemanha, devido à vontade nazi de exterminar os judeus, assumiu a responsabilidade de, no futuro, se tornar como que o “seguro da existência de Israel no mundo”. No meio de tudo isto, é natural que a Alemanha seja mais sensível e tenha um compromisso especial com os judeus (e Estado de Israel) porque seis milhões de judeus foram assassinados pelos nacional-socialistas (2).

A Alemanha tem ainda muitas questões de consciência também em relação aos russos pelo facto dos 27 milhões de cidadãos soviéticos que morreram como vítimas da guerra alemã entre 1941 e 1945; muitos negam-se ainda hoje a tomar nota disto (3).

A moral, a arte e a religião são bem vistas enquanto enquadramento e música de acompanhamento dos respectivos interesses dos sistemas político-económicos!

Quer queiramos quer não, tudo isto vem a propósito da mudança axial em via. Na nossa ilha dos bem-aventurados do Norte, a visão do Sul global, está também presente na mundivisão indonésia da D15, visão esta que também se encontra disseminada no meio da nossa sociedade e instituições.

A população indonésia é 85% islâmica e simpatiza com os palestinianos não tendo relações diplomáticas com Israel. Os artistas da Indonésia não conhecem a realidade do Norte global e certamente não foram acautelados para os limites que também a liberdade da arte pode ter em diferentes sistemas.

A liberdade artística que caricaturou o mundo islâmico com mísseis no turbante de Maomé é agora retocada contra o judeu. Isto provocou agressão e incompreensão de ambos os lados; no meio de tanta sensibilidade e sensibilização o que dá motivo para se pensar é que a mesma arte que tem metido a ridículo símbolos cristãos responda que o tem de fazer (e tem de ser aceite por todos) porque doutro modo a arte não seria livre!  Esta de dois pesos e duas medidas é pacificamente aceite numa ordem social ocidental em que o cristianismo cada vez parece estorvar mais um socialismo e um turbo capitalismo globalistas com pretensão de direito a dominar; naturalmente a aceitação de um mal não implica que se aceite o outro; mas, considerados os três males juntos, isso poderia levar a pensar no sentido de descobrir os porquês da diferença de trato! Ou será que o globalismo se tornou rival de um cristianismo advogado da pessoa humana e como tal um obstáculo à hegemonia capitalista e socialista?

Após o escândalo do antissemitismo, os organizadores da documenta sentiram-se obrigados a mandar examinar a exposição D15 quanto a obras críticas com conteúdo antissemita, fechando para isso partes da exposição durante um curto período de tempo. O principal grupo colectivo Ruangrupa deverá assumir essa tarefa de curadoria, relata o HNA 25.06. Esta é certamente uma missão ingrata para o colectivo artístico devido aos diferentes factores envolvidos na acção anti Israel.

Na Alemanha, a discussão ocupa grandes partes da sociedade chegando até ao parlamento; na Indonésia, a opinião pública não é informada sobre o que se passa; o assunto está reservado a alguns artistas. 200 milhões de pessoas e 200 judeus vivem na Indonésia. O movimento de boicote israelita BDS recebe um grande apoio na Indonésia.

 Em Israel, houve relatos objectivos factuais, sobre o assunto, mas não há debate sobre isso porque em Israel a cena artística é predominantemente de esquerda e, como tal, mais relaxada em relação à posição do BDS do que na Alemanha.  

Uma palavra nova e presente na actividade da D15 é “lumbung”; a palavra indonésia designa um celeiro de arroz comunitário onde os excedentes de colheita são armazenados para benefício da comunidade.

A prática da lumbung aponta para uma economia alternativa de colectividade, construção de recursos partilhados e distribuição equitativa. lumbung baseia-se em valores tais como ancoragem local, humor, generosidade, independência, transparência, frugalidade e regeneração.

O Norte Global das nações industrializadas (Primeiro Mundo, privilegiado) contrasta com o Sul Global com os seus países em desenvolvimento e emergentes social, política e economicamente desfavorecidos (Segundo e Terceiro Mundo). A maioria destes países está localizada em África, América Latina e do Sul e Ásia.

Por ocasião da abertura da documenta quinze, o Presidente Frank-Walter Steinmeier avisou: “Quando as críticas a Israel se transformam em questionar a sua existência, a linha foi ultrapassada”.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) BDS (Boycott, Divestment, Sanctions) é uma campanha e movimento transnacional de boicote dirigido contra a existência de Israel como Estado judaico. https://www.berlin.de/sen/lads/schwerpunkte/rechtsextremismus-rassismus-antisemitismus/ansprechpartner-fuer-antisemitismus/dossier_ionescu.pdf

“A situação no Médio Oriente é complicada. Há colonos nacionais-religiosos que fazem da vida um inferno para os seus vizinhos palestinianos e pilotos de caça israelitas cuja língua materna é o árabe. Há uma política de ocupação estatal e um juiz de fé muçulmana no Supremo Tribunal de Israel. Há terroristas palestinianos que assassinam transeuntes com facas de cozinha e um ex-primeiro israelita acusado de corrupção que queria trazer os islamistas para a sua coligação”: https://taz.de/documenta-in-Kassel-und-BDS-Bewegung/!5859357/

(2) https://www.swr.de/wissen/1000-antworten/6-millionen-holocaust-opfer-woher-stammt-diese-zahl-100.html

(3) https://www.zeit.de/2007/25/27-Millionen-Tote

Outros artigos sobre a documenta:

Um espaço experimental de liberdade artística durante 100 dias: https://antonio-justo.eu/?p=7623

Também a Arte tem Limites e não chega apagar as Indignações: https://antonio-justo.eu/?p=7631

PARTILHA É O NOVO TER

Hoje fui convidado para participar na celebração da conclusão do edifício de habitação para uma comunidade intergeracional em Kassel.

É um edifício cujo interior das paredes e forro do tecto são fardos de palha! A palha não deve ter grãos para que não se formem vermes! Cada fardo de palha custa um euro! É um bom isolante contra o calor e contra o frio!

Interessante: o reboco pode ser aplicado directamente sobre a palha!

Tem compartimentos individuais e outros destinados a uso comum de maneira a possibilitar a vivência de individualidade e comunidade sob o mesmo tecto.

Um grupo de pessoas em diferentes situações de vida juntaram-se para realizarem a ideia e o objectivo comum de viverem juntos e para isso organizaram um projecto de habitação comum. Juntos criaram espaço de vida para famílias, solteiros, casais e comunidades de partilha de casa/apartamento com rendas a custo, sem fins lucrativos. A comunidade intergeracional complementa-se e apoia-se mutuamente.

Para tornarem mais eficiente e melhor implementarem o princípio da solidariedade e da auto-organização colectiva e para também serem apoiados pelo Estado organizaram-se em cooperativa (1).

A casa tem rés-do-chão e primeiro andar! As fotos que tirei são do 1° andar!

(1) Associação para a promoção da vida e do trabalho intergeracional e.V.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo
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ESCÂNDALO DE ANTISSEMITISMO NA DOCUMENTA (D15)

Também a Arte tem Limites e não chega apagar as Indignações

A exposição mundial (D15) encontra-se sob o fogo da crítica geral na Alemanha. É acusada de antissemita e com razão. O facto de a organização da D15 só ter apresentado o painel do escândalo ao público (com uma cena antissemítica) no sábado depois dos jornalistas já terem partido (cerca de 3.000 jornalistas tinham visitado a Documenta nos dias anteriores para eles reservados) dá razão para suspeitar da intenção propositada.

O painel monumental, em frente do Pavilhão-Documenta no Friedrichsplatz, foi desmontado devido a estereótipos pejorativos antissemitas que se encontravam num pormenor da tela. A obra do grupo artístico indonésio Taring Padi apresentava uma figura onde um judeu (reconhecível pelos seus caracóis) com runas SS no chapéu e mostra também tropas da Mossad com Estrelas de David e focinhos de porco.

No Domingo (21.06) ainda consegui fazer fotos e um filme do grandioso painel, mas na segunda feira o painel já tinha sido coberto com um pano preto (fazia lembrar os monumentos encapuzados do artista Cristo) que alguns desejavam que ficasse durante o tempo da Documenta. As ondas da consternação provocada a nível nacional chegaram tão alto que, sem alternativa, foi determinada a remoção da obra de arte; afinal, um acto tão radical como radical tinha sido a obra do grupo artista; deste modo, penso que não fica rasto da vergonha e talvez o grupo artista medite para dar largas a novo acto criativo mais decente!

O extremismo apresentado num ponto do painel vira o feitiço contra o feiticeiro:  a crítica que pretendiam fazer à sociedade em geral recebem-na como ricochete sem que haja uma reflexão sobre os outros temas importantes do painel! Neste proceder não se passa além do círculo vicioso de crítica à crítica! Perante tanta pressão o painel foi retirado e o grupo Taring Padi pediu desculpa por qualquer ofensa causada pela obra.

O extremismo, a violência de poderosos e uma certa antropofobia lematizadas na tela  parecem ganhar cada vez mais espaço no meio da nossa sociedade; a violência estrutural e a violência individual e da arte encontram-se concretizadas, de maneira exemplar, no retratado na tela e no que acontece em torno dela. Enfim, política e socialmente, encontramo-nos todos envolvidos num mesmo jogo que se repete e assim vai dando sustentabilidade às forças sociais (críticos e criticados) que se sucedem e repetem. Na D15 colidem dois mundos diferentes e com expressões diferentes: o mundo do sul representado no colectivo Ruangrupa (grupo indonésio que tem a cargo a direcção artística da D15) e o mundo do Norte onde a exposição mundial se realiza com uma mundivisão própria e costumes culturais próprios. A liderança da D15 tem uma tarefa difícil, que seria reconciliar o mundo muçulmano com o Ocidente no que toca à relação com Israel! A solução para a liderança artística seria que esta tomasse a iniciativa de, como colectivo artístico, fazer uma declaração explícita defendendo a existência de Israel.

Talvez a tela pintada seja não só expressão do “racismo” inerente ao homem e às culturas, mas também um símbolo da documenta 15 e, quem sabe, uma imagem de um mundo que nega reconhecer-se a si mesmo!

Uma cultura, cuja abertura não conhece fronteiras porque, sem terreno próprio, o seu futuro já passou, esvai-se agora nas liberdades dos poderosos, da arte e do sexo sem respeito pelas comunidades nem pelo humano. A cultura ocidental controverte-se, comporta-se como se estivesse em declínio e proporciona cada vez mais espaço para a insensatez e a misantropia. Todas as Documentas a que assisti desde os anos oitenta revelam o estado da sociedade ocidental que nos seus actores se poderá reconhecer uma missão de desconstrução de um passado histórico que em vez de corrigido e melhorado se pretende irradiado. A Europa encontra-se numa fase de mera autoadministração, sem perspectiva espiritual e sem mensagem para si nem para o mundo.

Expressões de liberdades que no Sul ainda se esbanjam, talvez devido à vida dura que levam, provocam calafrios ao Norte.

Uma sociedade habituada a refugiar-se em eufemismos para esconder a realidade, desta vez confessa e com razão que também a arte tem de reconhecer os seus limites mesmo a nível de simbologias!

A Europa, sociedade aberta, no que toca ao abstrato, começa a perder a capacidade de abstrair quando se trata de poder.  O grupo artístico indonésio perde toda a razão ao servir-se de antissemitismo ou racismo para denunciar Administrações e elites partidárias, corporações internacionais e movimentadores financeiros globais que longe do cidadão, determinam as condições de enquadramento em que podemos querer, agir e pensar! Com a experiência das duas grandes guerras e da política relativamente à Pandemia e à guerra, o sonho de uma Europa livre e feliz está politicamente a dar lugar a um pragmatismo sem crença, em que a esperança é substituída pelo viver o momento presente. O painel do grupo artístico indonésio Taring Padi veio dar razão às suposições de antissemitismo atribuído a parte dos organizadores da D15 e já antes da abertura mencionado na imprensa.

O Presidente da RFA, no discurso de abertura da D15, já tinha criticado duramente as tendências antissemitas anexadas à equipa responsável pela Documenta 15.

Na realidade, não basta desenvolver simpatia pelos oprimidos e desfavorecidos para se ter razão nos meios que se usam e nas críticas que se fazem (seja ao racismo contra os de cor, ou aversão ao colonialismo baseado no egoísmo, seja o sentimento de superioridade ou exploração). Isto é constante, mas não desculpa a justificação de Ruangrupa para colocar os países desfavorecidos do Sul em primeiro plano e, por outro lado, abastecer-se dos mesmos clichés que a classe dominante criticada se serve para os humilhar. Considerado sintomático para alguns foi o facto de o grupo organizador, vindo de um país muçulmano, não ter convidado para a documenta nenhum artista de Israel!

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7631

(1) DOCUMENTA – A EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE ARTE EM KASSEL:  https://antonio-justo.eu/?p=7623

 

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DOCUMENTA – A EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE ARTE EM KASSEL

Um espaço experimental de liberdade artística durante 100 dias

A D15 abriu a 17.06 e estende-se até 25.11 sob a direcção artística do colectivo indonésio Ruangrupa (1).

A Documenta (2), pretende ser um lugar de liberdade artística, de diálogo aberto, de diferenciação em vez de pensamento a preto e branco, muito embora a sua conotação seja vermelha! A artista Tania Bruguera ao referir-se à D15 diz:” se há um lugar para falar com segurança sobre questões inseguras, é este”. A singularidade da D15 reside em ser um espaço experimental de liberdade durante 100 dias.

Durante estes dias, a arte estará exposta em 30.000 metros quadrados com 1.500 artistas e tem a visita de 3.000 jornalistas de todo o mundo; os organizadores contam com a visita de 750.000 pessoas interessadas em arte que visitem Kassel só por motivo da Documenta.

Tradicionalmente, a Documenta tem uma postura politicamente crítica que pretende fornecer directrizes para o futuro, muito embora essa boa intenção se afirme, muitas vezes, à custa do menosprezo da tradição e de valores ocidentais. Um laboratório experimental sem surpresas também não teria graça nenhuma!

A documenta tenta ser uma expressão do diálogo mundial com artistas empenhados! Pretende quebrar estruturas. No centro da mensagem da da D15 deve estar a solidariedade, a participação e a orientação comunitária em vez da individualidade, a ganância pelo lucro e a luta pelo poder.

A D15 quer quebrar as fronteiras entre arte e vida, entre estética e activismo (pinturas, esculturas e modelos de economia alternativa), como afirmam expertos na HNA.

Os artistas querem transmitir a mensagem que tudo é arte (como já dizia o artista Boys já dizia na „documenta 7“) na tradição de continuar a luta contra o belo e contra a perfeição, hoje em dia, muitos artistas não colocam ênfase no domínio da técnica.  Eles querem mudar a nossa percepção, não só através da mente, mas também através de novas formas de compreensão emocional e intuitiva (3). Cozinhar, tal como estar juntos, é também arte onde se pode participar. O foco não está nas obras de arte, mas sim no trabalho colectivo. Nota-se um anseio por voltar à aldeia.

Com as suas iniciativas, a D15 quer dar voz a pessoas que de outra forma não seriam ouvidas na esfera pública global.

Ruangrupa da indonésia traz a Kassel a perspectiva pós-colonial com os seus artistas convidados. A memória dos efeitos da escravatura, da dominação, exploração, perseguição e repressão, uma constante da história mundial é aqui localizada.

Os curadores do Ruangrupa intitulam-se Gruanrupa durante 100 dias. Durante o documenta, as primeiras letras do primeiro e último nome de todos aqueles que atuam na Documenta devem ser alteradas; por exemplo, António Justo seria alterado para Jntonio Austo durante o documenta (o mesmo se fez com o nome de alguma rua). O Sul global está presente também como elemento de auto-purificação da democracia (nos preparativos para a D15 a direcção artística Ruangrupa provocou uma discussão acesa sobre racismo e antissemitismo ao referir-se à política de Israel e palestinenses). De facto, quando se foca a própria imagem na própria perspectiva, nunca se sai do beco sem saída.

De uma maneira geral, a D15 segue o ritmo próprio de outras Documentas (realizações de cinco em cinco anos)  funcionando como amplificadoras do Zeitgeist.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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(1) Ruangrupa é um colectivo de artistas indonésios de Jacarta, fundado em 2000. Na autoimagem da organização sem fins lucrativos, as ideias artísticas devem ser promovidas e desenvolvidas num amplo contexto de exposições, festivais, workshops e investigação (refere Wikipédia).

(2) A Documenta em Kassel é a exposição mais importante de arte contemporânea a nível mundial. De cinco em cinco anos desde 1955, apresenta as tendências atuais na arte contemporânea e ao mesmo tempo oferece espaço para novos conceitos de exposição

(3) O Absolutismo na Arte: https://antonio-justo.eu/?p=2259   O Olimpo da Arte e da Ideologia: https://www.triplov.com/letras/Antonio-Justo/index.htm

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