SOLDADOS DA GUERRA QUE DO POVO NÃO!
De órgão em riste, marchando adiante,
Dão a vida na guerra, num passo errante,
Em nome de pátrias que foram roubadas,
Por forças cruéis, a serem desonradas.
Soldados na fronte, a honra a salvar,
De oligarcas e regentes, prontos a guerrear.
Tudo que resta são frios números,
Sem vítimas, nem povo, apenas sombras.
Mortos contados como criaturas,
Na história, números, sem ternuras.
Permitem aos poderosos surgir,
Em cerimónias, sombrias, a fingir,
Lavando as mãos, como Pilatos fez,
Fomentam novas vítimas, na guerra de vez.
Deixaram de ser gente, ao virarem soldados,
Não defendem a pátria, mas planos malvados.
Num mundo rasgado pela violência,
Brilha a dureza, trazendo a doença.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do tempo
PS: A Alemanha despende 2% do PIB nacional para o orçamento militar, isto é, no mínimo 90 mil milhões de euros por ano e o mesmo fazem outros países! Isto poderia ser legítimo se destinassem também 2% do PIB para promover activamente a paz!
O RASCUNHO:
SOLDADOS DA GUERRA
De órgão em riste, eles marcham,
Dão a vida pela guerra alheia,
Em nome de pátrias desonradas,
Usurpadas por poderes fortes.
Soldados na fronte, a salvar
A honra de governantes e oligarcas.
Quando o que resta da guerra são sonhos perdidos
Sem vítimas, nem povo, apenas números.
Soldados mortos são contados como criaturas,
Mas na história, meros números se tornam.
Permitem aos usufruidores do poder
Aparecer em cerimónias e cemitérios,
Com rostos sombrios, afirmando-se
E lavando as mãos, como Pilatos,
Das novas vítimas da guerra,
Captando o povo para novas guerras.
Deixaram de ser pessoas,
Para passarem a soldados,
Não para defender a pátria ameaçada,
Mas para proteger ataques preparados externamente.
Num mundo dilacerado pela guerra,
Irradia a dureza que nos adoece.
(Rascunho)
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo