Em Camões dá-se a conexão de pátria, laços culturais e identidade nacional, aquilo que reforça o sentimento do nós, num ambiente de paz e de elevação!!
Ao honrarmos (a 10 de Junho) a memória de Luís de Camões, símbolo da unidade e da vontade lusa apontamos para a importância da herança cultural portuguesa.
Camões encarnava o espírito da Europa e especialmente o génio português em que o Reino ainda tinha projectos próprios e nutria um sentido da História em que agia como actor e não apenas como sujeito passivo.
Com Camões sentimo-nos mais unidos em torno da história, cultura e valores compartilhados.
Para as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, esta comemoração reforça os laços culturais e a identidade nacional, para os emigrantes que, tal como os companheiros de Vasco da Gama e de Camões, saíram da pátria para realizarem parte dos seus ideais e dos seus sonhos dando um pouco de Portugal ao mundo!
Este ano celebramos o 500° aniversário de Camões. A obra que o tornou imortal foi “Os Lusíadas”! Em “Os Lusíadas”, Camões combina história, mitologia e um profundo sentido patriótico para contar a história da expansão marítima portuguesa. Neles narra as aventuras de Vasco da Gama e a descoberta do caminho marítimo para a Índia, além de exaltar a glória e o espírito aventureiro dos portugueses.
Em recordação deixo aqui dois sonetos da sua lírica como refeição leve.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
MUDAM-SE OS TEMPOS…
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E enfim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Luís Vaz de Camões
AMOR É FOGO…
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor
Soneto de Luís Vaz de Camões (1524-1580)
Pois,
Isso é tudo muito bonito
Mas ao entendimento do cidadão comum
Lusíadas é uma confusão de patuá
Escrito por um caolha
Onde só alguns têm o privilégio
De o ler , por obrigação na escola
Obrigada
Estela Guedes , é o primeiro bom artigo que leio sobre o dia de hoje e quem evocamos. Vou levar e deixo um abraço.
Maria Tomaz ,muito agrradecido!
Joaquim Martinho , é realmente pena que pessoas desta envergadura como Camões, importante como elemento de ligação entre a diferentes gerações não seja mais bem tratado em todas as bases do ensino tal como acontece noutras culturas com personagens de semelhante envergadura.. Só um conhecimento comum pode ajudar a transmitir um sentimento de união e pertença comunitária a nível cultural. Cada país cultiva as personagens que se tornam símbolo de união e de sustentabilidade nacional.
António Cunha Duarte Justo, concordo mas os nossos governantes preferem outras pertenças, as monetárias
Joaquim Martinho , como disse em cima no artigo; Portugal deixou d ter preojecto próprio e perdeu o sentido da responsabilidade nacional para se desculpar com o compromisso internacionalista como se para isso tívessemos de abdicar de ideais culturais para seguirmos apenas um projecto económico e militar europeu! Seria necessário reunir todos os interesses e não afirmar uns à custa dos outros! Portugal subjugou-se à EU tal como a EU tem estado subjugada aos USA e agora por isso mesmo vê-se em apuros graves e em perigo de se vir a dar uma grande guerra na Europa!
Muito obrigada amigo ! Um resto de feriado muito feliz !!
Hoje a funcionária esteve fora. Feriado. Amanhã mando-a publicar no Triplov.
Os Lusíadas sem IA e sem internet. Obrigada, Justo
Joaquim Martinho, qualquer pessoa tem oportunidade de ler Camões, privilégio é compreender e fruir sem mesquinhices..
David Reis , o problema situa-se precisamente para os que não têm privilégio.
Maravilhoso !! Não há palavras pra tamanha alma Lusitania. Que não se torne – o portugués um maria vai com as outras. !! Temos exemplos de Homens nobres, com nobreza.. Obrigada