ALGUMAS PERGUNTAS TALVEZ INOPORTUNAS EM POLÍTICA

Serão umas bombas mais humanas que as outras?

Qual é a bomba mais patriótica para matar?

Que lei dos povos nos obriga a apoiar a Ucrânia?

Fará sentido apoiar guerras onde pessoas morrem e são desalojadas!

De que Urânia e de que ucranianos se fala quando se bombardeiam cidadãos de etnia russa e ucraniana em diferentes regiões?

Por que bombardeia a Federação russa e porque bombardeiam estados da Nato?

Por que devemos ajudar os EUA a desestabilizar a região?

Por que é que os EUA não reconhecem o Tribunal Internacional de Justiça?

Qual a razão de grandes potências não reconhecerem cometer crimes de guerra?

Por que tanto investimento em políticas de guerra e tão pouco em políticas de paz?

Não será a política de asilo um meio de justificar a guerra, a expulsão e a venda de armas?

Por que vendemos armas aos grandes dos Estados e por outro lado recebemos os pequenos que fogem delas?

Por que são os refugiados distribuídos também pelos países que não vendem armas?

Têm os europeus o direito de envolver outros povos na guerra?

Por que é que a Nato não ajudou o Portugal da Nato na guerra da Guiné?

Quem vai pagar a factura da guerra na Ucrânia?

Quem beneficia com isto?

Não estaremos nós a apoiar uma política cínica e hipócrita?

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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CONFORMISMO VERSUS ESPÍRITO CRÍTICO

O Poder político-económico instrumentaliza a Ciência e os Media

O mundo que temos não merece que nos adaptemos a ele, pelo que urge procurar novos caminhos! Por um lado, os bons espíritos abandonaram as nossas elites, por isso elas se servem da pressão criada nas massas e do Zeitgeist que as encandeia. Por outro lado, a corrida dos acontecimentos é de tal ordem que fomenta criadores da opinião pública sem remorsos, produzidos por elites sem vergonha que abusam cada vez mais de tudo e de todos (1).

A Ciência tem uma função crítica na sociedade e deveria abrir o horizonte dos problemas e das pessoas, não devendo ser usada para os controlar, nem tão-pouco convertida em meio de implementação do conformismo e do pensar “politicamente correcto”, como é de observar na maioria dos programas das nossas TVs. De facto, se observarmos a opinião publicada e reportagens televisivas nota-se nelas uma monotonia de pontos de vista e falta de pluralidade de abordagens e de controvérsia (2) nos seus resultados.

A formação da consciência do cidadão assumida pelas agências dos Media (transformados em amplificadoras dos interesses do sistema) obedece, na generalidade, a uma pesquisa ou escolha controlada de actores a aparecerem em programas de TV ou de entrevistados na imprensa, chegou a um ponto de confundir ciência e peritos com apoiantes de informações fornecidas. Especialistas seleccionados são convidados repetidamente (sempre os mesmos para confirmar os seus objetivos e se algum começa a urinar fora do penico logo o/a jornalista o interrompe ou o abana com perguntas tendenciosas que o pobre é obrigado a conter-se!), os peritos são ouvidos, não tanto por respeito à ciência e à diversidade mas por poderem transmitir uma aura da ciência que ainda consegue enganar povo.

Na praça pública assiste-se a um alastrar de protagonistas da ideologia do lado certo. Assim leva-se o povo a confundir objectividade ou ciência com as informações transmitidas.  Em nome da crise atual, assiste-se a uma proibição inerente ao que fomente pluralidade de opinião e controvérsia saudável.

As instituições públicas renunciam, no essencial, à busca do conhecimento e o estado de direito está a ser usado indevidamente para fomentar proselitismos ou um estado de espírito conformista. A ciência e os meios de comunicação social, mais que mobilizados ao serviço da liberdade, funcionam ao serviço da justificação de agendas políticas.

A ciência é aberta e sujeita a interpretações controversas, mas nunca poderá ser enfileirada numa só linha ou sentido. É ilegítimo, a nível científico, exigir-se juízos de valor com a finalidade de formar uma vontade política e correspondentes decisões.

A verdadeira ciência serve a democracia, mas não segue princípios democráticos previamente determinados porque se sente comprometida com a razão; as ciências humanas procuram muitas vezes orientar os fatos no sentido de uma decisão ou de formar opinião; estas contribuem para a razão pública, mas prendem-se em debates acalorados, dado, especialmente estas ciências não guardarem suficiente espaço entre opinião individual e observação pretensamente objectiva!

A ciência passa a ser utilizada abusivamente e afastada de seu propósito essencial: orientação livre e independente para o ideal de descobrir a “verdade/realidade”; a ciência quer-se senhora e não escrava ao serviço de algum senhor.

Também as universidades estão cada vez mais sujeitas ao assalto por forças que lhe deveriam ser estranhas e, assim, muitos cientistas transformam-se em almeidas da estrada da política e economia, outros em cães de guarda do rebanho que não deve demarcar-se da estrada e dos desígnios de uma política ávida de conformismo.

De facto, é de observar que até já as universidades perdem, cada vez mais, a universalidade de visão e a liberdade de espírito, uma vez que a sua investigação está sobretudo dependente das vontades política e económica! Por outro lado, toda a disciplina científica tem os seus limites de conhecimento; exigir de um departamento do saber, uma confissão de caracter genérico torna-se enganosa (especialmente para pessoas que não entendam a complexidade das questões nem entendem a relatividade do que o especialista sabe ou diz).  Problemas ou sistemas complexos requerem diferentes modelos causais e diferentes explicações. Toda a priorização ou preferência de medidas encurta a realidade!

Todos estamos submetidos a uma necessidade natural de nos definirmos (identificação) procurando reconhecimento que nos dê a sensação de sucesso, mas, de uma maneira geral, ao seguir o ritmo de marcha dos que ditam os acontecimentos, só podemos tornar-nos cada vez mais na mesma (reduzidos a rebanho)! Ao seguirmos o culto do conformismo, aceitaremos também o que é imoral e indecente. Embora tenhamos herdado de Pilatos a opinião de seguir a disposição da multidão não podemos esquecer que estamos chamados à liberdade (luta contra a inércia da entropia) a uma realidade superior se não nos reduzimos a sermos formatações de programas que outros elaboram.

Não se trata aqui de defender a rebelião ou a revolta, mas sim de uma continuada e firme resistência não violenta

Precisamos de não conformistas que anseiam por paz e justiça em atitude humilde e não arrogante. Se observamos o desenvolvimento da política e da igreja encontramos sempre não conformistas a desbravar-lhe o caminho. A opinião maioritária pode ser perigosa porque impede a fuga, anseia pelo hábito, pondo-nos a caminho da entropia. Paulo aos Romanos 12,2” Não sejais como o mundo, em vez disso transformai-vos pela renovação da vossa mente.” A mudança não é fácil porque é processo à imagem do fermento na massa.

Ingenuidade e credulidade levam-nos a deixar o espírito crítico e a vivermos de meias-verdades para não termos de questionar o que nos parece oferecer segurança. Hitler já dizia cinicamente em “Mein Kampf”: “Uso o entusiasmo para as massas e reservo a convicção lógica para os poucos”. O preconceito costuma ir à frente dos factos……

É natural que em todos os regimes, os media do sistema procurem criar um clima imune à crítica porque pretendem cidadãos de cérebro penteado ao gosto do regime. O cidadão consciente deveria estar ciente disto!

Na crise contemporânea a que assistimos, seja ela a do Corona Vírus seja a da crise geoestratégica em jogo na Ucrânia, as elites políticas conseguiram imunidade contra a crítica; facto este que é observável na opinião indiferenciada e generalizada nas massas; o que me parece mais grave é o facto de se observar que grande parte dos académicos não vislumbrarem mais  que a massa do mainstream! Há falta de potencial crítico às ideologias e de interesse no diálogo às partes em discussão.

Nem a ciência nem a religião devem ser instrumentalizadas em serviço das guerras! A ciência investiga movimentando-se no âmbito do saber que é poder, a religião interpreta à luz da sabedoria; as duas são complementares movimentando-se na compreensão de matéria e espírito.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo,

(1) “A IDADE DIGITAL INICIA A ERA PÓS-FÁTICA”: https://antonio-justo.eu/?p=3932

(2) MÉTODO DA CONTROVÉRSIA: https://antonio-justo.eu/?p=3336

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ESTABELECER CONVERSAÇÕES DE PAZ ESTRAGARIA O NEGÓCIO DE ELITES

A presidente da Comissão Europeia, no fórum de Davos perdeu uma oportunidade digna da Europa e que seria mencionar a prontidão para se iniciarem negociações de paz; em vez disso Ursula von der Leyen prefere repetir a cassete: “A Ucrânia deve vencer esta guerra, e a agressão de Putin deve ser um fracasso estratégico”; deste modo justifica a necessidade de continuação da guerra e a impossibilidade de se iniciarem conversações. O fracasso é de todos porque não há interesse na paz nem se criam condições de diálogo de parte a parte para as iniciar; quem paga a factura é o povo!

Putin disse ao chanceler Scholz e ao presidente Macron que estaria disposto a conversações, mas que o envio de armas deveria ser interrompido (1).

Por que não se aceita a proposta da Itália (2) e da Hungria de um cessar fogo e de iniciar negociações de paz com a Rússia?

Quer-se uma guerra entre sistemas depois de exercitada a guerrilha desde 2013.

Estabelecer conversações de paz não interessa às elites que apostaram no negócio da guerra!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7534

(1) https://www.n-tv.de/politik/Putin-warnt-Scholz-vor-weiteren-Waffenlieferungen-article23362124.html

(2) https://www.reuters.com/world/europe/eu-cracks-widen-over-ukraine-italy-hungary-urge-truce-2022-05-25/

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PORTUGUÊS E ÁRABE NAS ESCOLAS DE HESSEN

A imprensa alemã informou que no estado do Hesse, Alemanha, o português e o árabe se tornarão disciplinas nas escolas de Hessen no ano lectivo 2023/2024.

Serão oferecidos como segunda ou terceira língua estrangeira se houver procura suficiente, confirma o Ministério da Educação em Wiesbaden.

Actualmente, os estudantes em Hessen já podem aprender inglês, francês, espanhol, italiano, russo, chinês, polaco, grego antigo e latim, dependendo do que a sua escola oferece.

O ensino da língua turca está também previsto como segunda ou terceira língua estrangeira como oferta regular a partir do ano lectivo 2024/2025.

O ensino é, naturalmente, ministrado na qualidade de língua estrangeira, e não de língua e cultura materna, como era no passado o ensino ministrado aos portugueses dependente do ME português! O ensino de português actualmente ministrado pelo Instituto Camões também é ministrado nos parâmetros de língua estrangeira!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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