1° DE DEZEMBRO COMEMORAÇÃO DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

No tempo em que ainda se faziam revoluções por Portugal, o povo português, no 1 de dezembro de 1640, derrubou o representante da Espanha em Portugal e aclamou o Duque de Bragança, D. Joao IV como rei de Portugal! Com a passagem da dinastia de Avis para a de Bragança, restabeleceu-se a autonomia política de Portugal (1).

O golpe de Estado pôs fim à união ibérica (1580 – 1640) dos Filipes que tinham desgostado grande parte da população, devido à tentativa espanhola de anulação da independência portuguesa e à tributação exagerada. O conflito ainda se manteve até 13 de fevereiro de 1668, data em que Espanha reconheceu a soberania de Portugal e as suas possessões coloniais. A Restauração não era plenamente assumida devido ao conflito de interesses entre as classes mais ricas e a pequena burguesia/proletariado/camponeses.

A partir daqui o problema continua a ser o de manter a identidade nacional de Portugal, mas que se tem reduzido cada vez mais ao nível dos símbolos. De facto, as elites portuguesas dão a impressão de andarem de férias subsidiadas por países amigos da onça.

A aclamação de D. João IV iniciada com o golpe levou 28 anos a confirmar a restauração! O período da Restauração de Portugal (1640-1668) foi longo porque se tratava de legitimar o afastamento do domínio dos Habsburgos e afirmar o duque de Bragança já antes estimulado pelo cardeal Richelieu a insurgir-se contra os espanhóis. O facto de Filipe III (IV.) decretar a fusão do exército português com o exército espanhol implicava propriamente a absorção da nobreza portuguesa e uma maior ponderação das facções nobres entre elas. Sob o domínio dos Filipes Portugal tinha já perdido Ormuz para os ingleses (1622), e os holandeses tinham conquistado o Ceilão e Malaca, estabelecido no Brasil (1630, Pernambuco) e na África. Depois da aclamação de D. João IV ainda ficou muito trabalho por fazer. A devoção religiosa foi um dos factores da consolidação do inicial golpe de estado.

Na opinião de entendidos, o atraso estrutural de Portugal deve-se à estrutura económica e social do país, às lideranças políticas, à posição de periferia geográfica, à pobreza dos recursos naturais disponíveis e, eu acrescentaria, à tolerância de um povo pacífico e não exigente.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Com o desaparecimento do rei D. Sebastião (1557-1578) e a crise de sucessão ao trono (D. Henrique (1578-1580, último descendente direto da dinastia de Avis), afunda-se a dinastia de Avis e tem andado… No dia 20 de Junho de 1580, ante a decisão do conselho de governo, António, Prior do Crato, foi proclamado Rei de Portugal em Santarém, sendo aclamado em várias localidades do país; reinou por 30 dias sendo derrotado pelos espanhóis  na batalha de Alcântara, em agosto de 1580.

 

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ENTREVISTA AO PAPA FRANCISCO

 

Francisco fala de temas importantes e a maneira como fala é já sinal como resolver os problemas que lhe são colocados na entrevista: Fala da Universalização da juventude.  Como tratar com os jovens! Como encurtar distâncias? Fala da mulher. Diz que Fátima é a virgem do silêncio (“Para mim Portugal é Fátima”), e que a Igreja é feminina; de como estbelecer o diálogo entre conservadores e progressistas na Igreja, etc

De muito interesse mesmo para agnóstivcos.

https://tviplayer.iol.pt/programa/papa-francisco-a-entrevista/633419560cf26256cd37d2c0/video/6321de850cf26256cd35b10d?autostart=true

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MOSCOVO SAÚDA A PROPOSTA DO VATICANO PARA CRIAR UMA PLATAFORMA DE NEGOCIAÇÃO

O Kremlin disse na segunda-feira que agradece uma oferta do Vaticano para fornecer uma plataforma de negociação para resolver o conflito na Ucrânia, mas acrescentou que a posição de Kiev torna isso impossível. A InfoCatólica cita o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov:  “Claro que saudamos essa vontade política, mas dada a situação de facto e de jure que agora temos do lado ucraniano, essas plataformas não podem ser processadas”.

Há dez dias, em entrevista ao jornal italiano La Stampa, o Papa Francisco reiterou que o Vaticano está disposto a fazer todo o possível para mediar no sentido de acabar com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há mais de nove meses, vários países, incluindo Turquia, Israel e China, apresentaram-se como possíveis mediadores no conflito. Não valeu nada. A guerra continua.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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MAIS UM MILHÃO DE EUROS DE PORTUGAL PARA A GUERRA NA UCRÂNIA

O ministro dos negócios estrangeiros português declarou na CNN (30.11): “Portugal reforça apoio à Ucrânia com um milhão de euros”.

O regime de Kiev não está interessado na paz e não aceita conversações para a paz; só quer armas sem olhar ao povo que morre e foge nem à diminuição do nível de vida em toda a Europa.

O governo português em vez de fazer pressão no sentido de se passar a negociações, assume apenas o papel de Maria vai com as outras para ter a impressão que quem anda ao mando dos grandes está em boa companhia! Portugal em contrapartida podia receber mais refugiados ucranianos e proporcionar-lhes uma vida humana digna assim como aos pobres em Portugal. O governo usa assim ilicitamente dinheiros públicos que tira aos reformados, à assistência pública, etc. obrigando-os a aguentar com o peso da inflação.

Indirectamente estamos a apoiar os americanos numa guerra contra os ucranianos e contra a Europa; a desumana guerra da Rússia na Ucrânia só pode ser contida à mesa das negociações porque como potência nuclear é invencível sem que haja uma catástrofe nuclear para toda a Europa.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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ALEMANHA CAMPEÃ MUNDIAL EM DUPLO PADRÃO MORAL CONFIRMADO NO CATAR

Finalmente, tornou-se público que o Catar fornecerá gás líquido para a Alemanha a partir de 2026.

Por um lado, o público alemão critica fortemente os jogos e a supressão dos direitos humanos no Catar e, por outro, a Alemanha está fazendo negócios com o anfitrião da Copa do Mundo.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, defensora dos direitos humanos no estrangeiro e o ministro federal da Economia e Proteção Climática, Robert Habeck, defensor da economia alemã, desempenham-se bem no seu jogo em terra alheia (a dupla liderança de Die Grünnen consegue afirmar o duplo padrão sem perda de rosto!).

A EU quer afastar-se de negócios com estados autoritários como a Rússia e, por outro lado, volta-se para países que considera ditaduras. E tudo isto por causa da guerra injusta da Rússia contra o estado oligarca da Ucrânia e por causa da lealdade aos EUA.

A política moral simbólica é mantida dentro da discussão pública nacional e a política empresarial faz-se fora sem alaridos que poderiam incomodar. A política sabe jogar bem com actos simbólicos pois está certa que as populações são suscetíveis a eles. O que importa é uma consciência popular tranquila!

Numa de novo arranjo geográfico-político, o parlamento alemão também já se sente agora com força para aprovar o acordo comercial CETA com o Canadá (1).

Só uma coisa não entra no jogo: seriedade e transparência.

Quanto a mim penso, porém, que toda a guerra económico-comercial só beneficia os estados fortes, e isto à custa do sacrifício das populações que têm de pagar tudo mais caro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://antonio-justo.eu/?p=3661

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