ELEIÇÕES NO REINO UNIDO – EU E GRÃ-BRETANHA EM DIVÓRCIO

A mais velha Democracia do Mundo optou pela sua própria Independência

António Justo

A 12.12.2019, Boris Johnson (Conservadores Britânicos) conseguiu a maioria absoluta nas eleições gerais (43,6 %)! Com grandes perdas ficaram os Trabalhistas (32,2 %) e os Liberais Democratas com 11,6 %.

O Partido Nacional Escocês (SNP) afirmou-se com 3,9 %. Nicola Sturgeon, vê nos resultados um mandato para um segundo referendo sobre a independência da Escócia, dizendo que este é  o momento dos escoceses “decidirem do seu futuro”. O SNP venceu em quase todos os círculos eleitorais.

Para a EU e para quem esperava um outro resultado, o populismo passou a explicar tudo. O que os não parece interessar são as razões do surgir do chamado populismo e correspondentes nacionalismos! Por isso a Europa cada vez está a assumir mais um rosto nacional democrático. Este é o momento dos conservadores e do Brexit.

A democracia ganhou, independentemente dos interesses económicos das partes. Numa época de grandes transformações sociais e políticas, fica atrasado quem se agarra a velhas ideias mais ou menos progressistas! Os britânicos distanciaram-se do socialismo enquanto os chamados populistas avançam.

Uma política desenfreada da EU, em favor da imigração de um islão contrário às liberdades ocidentais adquiridas, não interessa aos tecnocratas europeus, dado estarem mais interessados no petróleo e nos investimentos árabes. Trump está a fazer escola na  Grã-Bretanha. Na verdade com a vitória dos conservadores a EU e os estrangeiros perderam.

Acabou-se o cansativo jogo do ping-pong entre a EU e o RU e dentro do RU;  com Boris não há volta a dar ao Brexit que será possível até 31 de Janeiro!

Boris Johnson terá também que terminar as negociações das relações futuras com a EU até finais de 2020.

Por sua vez, a Grã-Bretanha, com o apoio de Trump, tornar-se-á numa grande concorrente da EU e os seus sinais não ficarão desapercebidos a outros países europeus. A situação da Escócia e da Irlanda do Norte serão futuros pontos de discórdia entre o RU e a EU.

Quanto ao nosso PM António Costa não será motivo para fazer alguma correcção na sua política. Ele dá a impressão de ter de andar sempre no balancé, seja dentro do partido seja nos pretendidos aliados!

Independentemente da capacidade das pessoas há que atender aos sinais dos tempos e a que a onda Europeia só chega a Portugal em tempo protelado!

Em geral, pelo que se observa na Europa, a Democracia continua a ser um grande meio de controlo das ganâncias do poder! É um facto que na democracia mais antiga do mundo a democracia pulsa, apesar de tudo!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

BOM ADVENTO! HOJE COMEÇA O ADVENTO

Com o advento começa a preparação para as festas natalícias e com o primeiro Domingo de Advento inicia-se também o novo ano litúrgico.

O Natal inicia, para os cristãos a época da reconciliação de Deus com o mundo.

No breu da noite brilham já as luzes do tempo de natal.

Os supermercados para nos adoçarem a boca para o Natal já começaram há mais tempo a vender os bolos enchocolatados do natal; para quem anda mais atento já notará nas suas prateleiras de baixo os Coelhinhos de Páscoa… O ritmo imposto pelo mudo moderno não suporta pausas porque perturbam o consumo!!!

O cristão pelo contrário vive na tensão litúrgica de esperança e paz. Por isso o ano litúrgico não é contado por anos porque nele não se trata de substituir o velho pelo novo; por isso hoje começa de novo o tempo velho e novo, o tempo sempre presente.

O Advento convida à meditação /oração e a refletir nos pontos altos do tempo: natal, páscoa, tempos também de espectativa, penitência e agradecimento.

Paulo dizia : “Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está mais perto de nós…”

O evangelista Lucas limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, «teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura (presépio), por não haver lugar para eles na hospedaria» (2, 7).

O Papa Fracisco explica muito bem o Presépio na sua Carta Apostólica (1)

Um outro artigo em Pegadas do Tempo sobre o Advento em nota (2)

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

O ABUSO DA EMOÇÃO ESTÁ A DESTRUIR A NOSSA CULTURA OCIDENTAL

«Viva a Emoção. Abaixo a Razão»

Li um texto do Prof. Dr. António Bento que é muito oportuno e esclarecedor de muita baixeza moral que se passa na comunicação social. Ele explica o porquê do abuso sistemático da emotividade usada por “profissionais” da opinião.
São usados títulos de notícias ou fotos emocionais com a intenção de levar as pessoas a chafurdar só nos sentimentos e de maneira a excluírem a própria razão.
A mensagem apelativa é dirigida apenas à parte instintiva ou emotiva da pessoa.
Todos os domínios da sociedade e da pessoa são intencionalmente abordados e apresentados de maneira a produzir reacções emocionais que se reduzem a duas tomadas de posição: agrado ou desagrado. O mecanismo é tão eficiente que muitas pessoas até ficam com a impressão que têm opinião fundamentada!
António Bento diz: “Na verdade, qualquer um dos variados âmbitos da actividade humana tende hoje a ser abordado a partir de uma perspectiva fundamentalmente ou exclusivamente emocional. Um slogan simplificador capaz de dar conta desta nova situação moral crítica em que nos encontramos poderia ser o seguinte: «Viva a Emoção. Abaixo a Razão». O seu pressuposto obscurantista é mais ou menos o seguinte: “Se as próprias neurociências nos permitiram recentemente descobrir que as emoções comandam tanto a vida privada como a vida pública, e se a razão é efectivamente escrava das paixões, então abandonemo-nos inteiramente às emoções e entreguemo-nos a todo o tipo de experiências garantidas pelo grande mercado político das emoções. Active-se, em cada indivíduo, a sua fibra mais passional. Abandone-se o raciocínio. Vá-se directamente ao coração. Emocionarmo-nos é bom. Raciocinarmos é mau”.
Uma sociedade em que se menospreze a razão passa a ser decadente porque produz um desequilíbrio entre inteligência emocional e inteligência racional em desfavor desta prevalecendo uma emocionalidade orientadora do agir que  proporciona uma moral de costumes doentia.
António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

DE UMA IGREJA FUNCIONAL PARA UMA IGREJA DE VOLUNTARIADO

Eleições para a Direcção paroquial

Tal como comunica o HNA (5.11.2019), no próximo fim de semana, há eleições para os conselhos paroquiais na diocese de Fulda.

O conselho paroquial dirige a paróquia juntamente com o pároco e os agentes de pastoral da comunidade. O Conselho assessora questões pastorais e actividades da comunidade, coordena o trabalho voluntário e molda a vida da comunidade. Junto ao  conselho paroquial há também o conselho de administração que se ocupa das questões financeiras.

Eleitores são todos os católicos com residência na paróquia. Também crianças e jovens têm direito a voto. Para menores de 16 anos, os pais exercem, em seu lugar, o seu direito de voto. A comunidade pode eleger entre 6 e 15 membros candidatos, conforme a dimensão da paróquia.

Seria de desejar que nas listas de cada comunidade paroquial  haja 50%  mais candidatos do que os lugares a serem eleitos no boletim de voto, doutro modo os eleitores não têm propriamente escolha.

A participação nas últimas eleições de uma paróquia de Kassel foi de 12%; geralmente votam os que vêm à missa (hora de eleições).

Há, no entanto, a possibilidade de votação por correspondência.

Os conselhos paroquiais, nesta “legislatura „têm muitos problemas a resolver porque nos próximos anos as paróquias do bispado de Fulda devem ser reduzidas a um quarto das atuais existentes e também nisto tem a comunidade uma importante palavra a dizer2, como diz o pároco Harald Fisher que acrescenta: „Estamos a caminho da Igreja Funcional para a Igreja do Voluntariado”, pelo que o conselho paroquial terá de assumir ainda mais responsabilidade na respectiva comunidade.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo

ADMINISTRADORES INFIÉIS QUEREM MAIS PRIVILÉGIOS PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!

Políticos fracos, em vez de se preocuparem em fazer boa política para o país, procuram fazer uma política de clientelas e, como foi no caso da Geringonça, assegurar a sua possível freguesia concedendo privilégios aos funcionários do Estado. Afinal, essa política parece continuar, quando o “Público” diz que a ministra da Administração Pública quer facilitar a pré-reforma a funcionários do Estado que não faltem ao trabalho, para deste modo impedir a falta de moral laborar em muitos empregados públicos.

Não têm os funcionários estatais um dever especial para com o Estado?

Incentivos para o cumprimento do dever conseguidos à custa do dinheiro do contribuinte, não deveriam ser medida aceite, também porque prejudica a imagem de um Governo que tende a beneficiar os trabalhadores do Estado em relação aos outros numa política partidária de colagem ao Estado. Já não chegam as 35 horas de trabalho para o serviço público, quando no privado são quarenta?

A medida da redução das 40 para 35 horas foi partidária, antinacional e de consequências muito graves para um Estado deficitário com um PNB inferior ao PIB. Na pobre Alemanha os funcionários trabalham 40 horas semanais.

Portugal anestesiado

A política do dinheiro barato que favorece devedores e castiga poupadores, foi iniciada por Draghi (BCE) para salvar o Euro e com ele os países de fraca produtividade; impediu assim, por um lado, grandes crises político-sociais nos países do Sul , mas, por outro lado, em países como Portugal, a classe governante em vez de se aproveitar da situação do dinheiro barato e da compra de dívidas soberanas, para se dedicar responsavelmente ao desenvolvimento  económico do país e desembargar o futuro das gerações jovens, o governo, iludiu o povo com a abundância do dinheiro fortalecido e  vindo de fora, apresentando-se como grande benemérito, quando essa abundância é meramente artificial e sem mérito; por outro lado o governo como não investe na produção vinga-se no operariado mantendo os ordenados muito baixos para poder compensar a não produtividade com o trabalho barato, o único factor que favorece a competitividade portuguesa a nível de comercialização de bens a nível internacional (O outro factor compensador  é o turismo e as remessas dos emigrantes). Esta fraude a um operariado português desatento não foi notada por este. A irresponsabilidade governamental da Geringonça a ser continuada no novo governo de António Costa, será desmascarada em pouco tempo, porque na segunda legislatura o povo desatento começará a sentir as falhas da primeira legislatura. A desinformação do público português, na sua generalidade, criou uma atmosfera de país anestesiado.

A iniciativa de premiar quem cumpre até dá a impressão que trabalho é coisa estranha para os nossos governantes e os leva a serem maus administradores!

A respeito destas coisas, o evangelista Lucas (16:1/8) refere a parábola de Jesus em relação ao administrador infiel: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar dissipando os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, pois já não podes ser administrador! O administrador então refletiu: que farei, uma vez que, meu senhor, me retire a administração? Cavar? Não posso. Mendigar? Tenho vergonha… Já sei o que vou fazer para que, uma vez afastado da administração, tenha quem me receba na própria casa.

Convocou então os devedores do seu senhor um a um, e disse ao primeiro: quanto deves ao meu senhor? Cem barris de óleo, respondeu ele. Disse então: toma tua conta, senta-te e escreve depressa cinquenta. Depois, disse a outro: E tu, quanto deves? – Cem medidas de trigo, respondeu. Ele disse: toma tua conta e escreve oitenta.

E o senhor louvou o administrador desonesto por ter agido com prudência. Pois os filhos deste século são mais prudentes com sua geração do que os filhos da luz”.

António da Cunha Duarte Justo

In Pegadas do Tempo