FESTA DA ASSUNÇÃO DE MARIA

A 15 de Agosto comemora-se na Igreja católica e na Igreja Ortodoxa, a Assunção de Nossa Senhora.

Em termos de fé é a festa da participação de Maria na Ressurreição de Cristo e ao mesmo tempo a antecipação do nosso destino, é uma festa na perspetiva da esperança e da transcendência da morte.

Maria é considerada a arca da aliança entre o divino e o humano;  por ser, mãe de Deus  e mãe da humanidade (Jesus Cristo), expressa a união do espírito com a matéria, da terra com o céu, da feminilidade com a masculinidade!

É uma comemoração importante em que céu e terra se entreolham. Uma mulher sobe ao Céu e com elas toda a mulher, toda a criação.

A feminilidade e a masculinidade não se reduzem ao sexo; as duas energias pertencem juntas!

Não podemos louvar a mulher Maria (Nossa Senhora) e continuar a manter a mulher fora das ordens do culto litúrgico.

A Festa de Nossa Senhora Rainha do Céu e da Terra é celebrada no dia 22 de agosto.

Encontramo-nos todos na caminhada. Tudo se encontra a apontar para a divinização, tudo em processo, em processo de transfiguração.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

MORREU UM GIGANTE DA AMAZÓNIA

Morreu com 92 anos de Idade Pedro Casaldáliga, o bispo cujas pegadas são as do Evangelho!

Leonardo Boff cita o seguinte texto dele, com o qual, corajoso, enfrentava os opressores ao pôr-se “decididamente do lado dos indígenas e peões expulsos de suas terras pelo avanço do latifúndio”:.

”ONDE TU DIZES LEI, EU DIGO DEUS.

ONDE TU DIZES PAZ, JUSTIÇA,  AMOR

EU DIGO DEUS.

ONDE TU DIZES DEUS

EU DIGO LIBERDADE, JUSTIÇA, AMOR”.

 

Uma poesia sua onde revela a pobreza evangélica em grau extremo:

” Não ter nada

não levar nada

não poder nada

e de passagem, não matar nada

não calar nada.

Somente o Evangelho como faca afiada

e o pranto e o riso no olhar

E a mão estendida e apertada

e a vida, a cavalo, dada.

E este sol e estes rios e esta terra comprada

com testemunhas da ressurreição já estalada.

E mais nada”.

A FESTA DO AVANTE E AS VÉNIAS DO ESTADO AO PCP

Seu Efeito de Sinalização contra as Medidas Anticorona do Governo

Por António Justo

O Partido Comunista Português (PCP) esfrega as mãos de contentamento, com tanto a favor e tanto contra a Festa do Avante. O que importa é estar nas bocas do mundo, o resto é apagamento!

A festa do avante é o maior evento político-cultural português (três dias) e na sua organização faz lembrar o evento da Igreja (Kirchentag), na Alemanha! A Festa do Avante, como evento político-cultural, expressa a relevância da Esquerda em Portugal e a importância de um voluntariado criativo e idealista na organização do festival.

Desde 1990 o evento realiza-se na Quinta da Atalaia (Amora, Seixal) que o PCP comprou. Este ano o festival é realizado a 4, 5 e 6 de setembro.

A festa, é uma característica muito querida dos portugueses; já que não temos Fátima nem futebol nem arraiais, haja, pelo menos, festa para a esquerda; caso contrário, em tempo de pandemia, até nos esqueceríamos que vivemos num Estado partidário de crença secular que se empenha pelo cultivo do seu credo! Doutro forma seria legítima a pergunta: Que tem a festa do avante a ver com o beneplácito do PM e do Presidente da República e por que terá este de promulgar um decreto que não questione a festa do avante, apesar das massas de gente que congrega?(1) Ou será que num meio político imune e descarado se torna irrelevante o andar ou não com máscara!

Também gosto da festa e da liberdade. Se é permitido festejar que seja admitido para toda a gente!  Regras, quando muito, sejam iguais para todos.

A festa do Avante (em média 100.000 participantes) rendeu em 2019 mais de dois milhões de euros ao PC.

Apesar da pandemia, numa lógica antigovernamental, o Avante leva a sua avante, o que vem confirmar a ideia dos que defendem que a conversa do governo em torno do Coronavírus não é mais que um exercício para o confinamento da vontade popular.

No fim da festa só haverá contentamento: os comunistas com os lucros da festa e os adversários com a esperança que o vírus também infeste os camaradas da festa!

 

Os Privilégios do PCP são os Garantes de uma Sociedade alinhada à Esquerda

A ação do PCP em Portugal pode resumir-se na seguinte frase do Tenente Coronel João José Brandão: “o PCP não manda, no sentido em que não ocupa, nominalmente, as cadeiras do Poder. Mas manda, no sentido em que condiciona tudo o que se passa” (2).

Ele condiciona tudo porque se encontra instalado na administração estatal e em corporações nacionais de maneira indelével e impercetível (3), possuindo ao mesmo tempo uma aura de mártir fomentada na consciência popular pelo regime de abril.

Embora derrotado em 25 de novembro de 1975 afirmou-se por simulação e infiltração no aparelho do Estado (constituição, imprensa ideologicamente  saneada, instituições sociais, até na Caritas …). O regime de abril sem a ideologia comunista seria, na praça pública, como um galão feito com café de cevada! Por obra e graça da nova classe política toda a informação social tem um sabor característico de abril (Se o aroma social anterior tinha um cheirinho a Salazar o novo regime substituiu-o pelo cheirinho a comunismo; mas em questão de cheiros não se discutem gostos!).

A direita que não conseguiu sarar-se do complexo de culpa assumido no Regime de Salazar vindo-se aniquilada também pela demonização de tudo o que era do antigo regime; isto aliado à inteligência e experiência partidária do PCP e ao oportunismo de radicais de esquerda favoreceu a estruturação da corrupção dos partidos a nível estatal. O PCP foi açamado pela URSS que não queria que se estatuísse em Portugal um mau exemplo (PC) comunista a nível internacional.

De facto, o PCP português talvez seja o verdadeiro herdeiro de um socialismo que se queria também afirmar como crença; tornar-se na nova religião, o que em grande parte conseguiu. Na europa os partidos comunistas, no sentido tradicional, deixaram de existir, porque ao perderem a fé nele já não são verdadeiramente comunistas – por isso preferem optar pelo desvio socialista enquanto a recordação do bloco de leste durar; na Europa só o PCP original se mantem.

A subsistência do PCP original na sociedade portuguesa também tem certamente a ver com um certo sentido místico-poético português e com a consistência ideológica conseguida pelos obreiros da República portuguesa onde um corporativismo medievalista de elites cúmplices entre si ainda hoje politicamente fomentada por uma prática de sigilo dos homens do avental a atuar nos labirintos da República.

Para ver a sua capacidade de usar a crença do povo para os seus objetivos lembro aqui um caso que se deu nos primeiros tempos da revolução em que um militante delegado sindical de Lisboa, deslocado ao norte, (certamente em missão de catequização)  trazia nas mãos um  Terço como meio de propaganda, quando o Terço não era chamado, também no Norte, a comícios sindicais. (Tal era a ideia que se tinha do Norte!).

O PCP tem a vantagem, em contraposição a outros partidos da extrema esquerda, o facto de possuir uma certa racionalidade e uma boa infraestrutura na estratégia de organização enquanto outros só lhes resta a palavra e o oportunismo de que também muita da esquerda moderada se serve.

O PCP, como opositor sistémico convencido conseguiu, também a nível de opinião pública, um estatuto de consciência nacional que dá expressão ao protesto popular de quase tudo o que vai mal! Favorece-o ainda o facto de ser a ponta de lança da doutrina socialista que, a nível de partidos moderados, cultiva um socialismo envergonhado por terem de manter oculto o seu verdadeiro objetivo!

É triste a situação política e económica portuguesa por temos a pouca sorte de termos uma direita complexada e uma esquerda oportunista; uns e outros fechados em si mesmos e como tal não atentos aos verdadeiros problemas nacionais. O medo e o oportunismo revelam-se como garantes de um sistema partidário conivente ao serviço de corporações, mas à custa do bem comum! Outra não será a razão pela qual os partidos em vez de exercerem controlo efetivo sobre o Estado e o Governo com ações concretas (denúncia das irregularidades à justiça, etc.) apenas se interessam em comentar, na praça pública, os males do adversário político. Homens do jeito de Sã Carneiro e Ramalho Eanes  não são bem vistos nas elites de Portugal.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

MULHERES MAIS AUTOCONSCIENTES QUE HOMENS

Na Europa as mulheres saem mais cedo de casa do que os homens

António Justo

Para jovens, a média da idade da saída de casa dos pais na União Europeia é de 25,9 anos; a de Portugal é de 29 anos. Nos países do sul e leste da Europa Itália 30 e Malta 32 anos.  Maior precocidade no abandono do agregado familiar regista-se na Suécia, Dinamarca, Finlândia e Luxemburgo pelos 21 anos (1).

Diferença de idades entre homens e mulheres na altura de deixarem o “hotel mamã”:

Segundo o gabinete federal alemão de estatística, em 2019, viviam, com 25 anos em casa dos pais, 34% dos filhos e 21% das filhas. Aos 30 anos a percentagem é para os filhos 13% e para as filhas 5%.

Em 2019, em média, os filhos abandonavam o agregado familiar aos 24,4 anos de idade, e as filhas aos 22,9 anos (2).

As razões da diferença de idades no abandono do agregado familiar ao entrarem na vida profissional são múltiplas. Há razões culturais, económicas e psicológicas, etc.  A nível cultural pode ter-se em conta que no Sul também os laços e hábitos serão mais fortes.

Na opinião de investigadores as mulheres jovens são mais ágeis do que homens, face aos desafios da vida. Esta perspetiva de análise da vida tira a conclusão que a emancipação dos homens estagnou.

Também segundo uma pesquisa Shell sobre a juventude mostra que as mulheres alcançam melhores resultados educacionais, não só são mais ágeis a lidar com os desafios da sua vida como também são mais independentes e autoconscientes.

Pelo facto de os homens ficarem mais em casa, nota-se que os homens preferem o cómodo, o confortável e que a atratividade familiar não perdeu de valor. Certamente a comodidade não se deve à circunstância de algumas mães os apaparicarem! Facto é que, no caso investigado, os homens não gostam tanto de arriscar.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  1. Eurostat: https://ec.europa.eu/eurostat/documents/3217494/6776245/KS-05-14-031-EN-N.pdf/18bee6f0-c181-457d-ba82-d77b314456b9
  2. https://de.statista.com/statistik/daten/studie/73631/umfrage/durchschnittliches-alter-beim-auszug-aus-dem-elternhaus/

NO REINO DA CONFUSÃO

ISTO DÁ QUE PENSAR E PODE LEVAR A EVITAR EXTREMISMOS

Coloco aqui o seguinte texto que acho típico da esquizofrenia social do Zeitgeist (opensar politicamente correcto = crença política oportuna!)

“Vivemos em uma época onde querem que os padres se casem e que os casados se divorciem.
Querem que os heterossexuais tenham relações sem compromisso, mas que os gays se casem na igreja.
Que as mulheres se vistam como homens e assumam papéis masculinos e que os homens se transformem em “frágeis” como mulheres.
Uma criança com apenas cinco ou seis anos de vida tem o direito de decidir se será homem ou mulher para o resto da sua vida, mas um menor de dezoito anos não pode responder pelos seus crimes.
Não há vagas para os pacientes nos hospitais, mas há incentivos e patrocínio para quem quer fazer mudança de sexo.
Há um acompanhamento psicológico gratuito para quem deseja deixar a heterossexualidade e viver a homossexualidade, mas não há nenhum apoio deste mesmo para quem deseja sair da homossexualidade e viver a sua heterossexualidade e se tentam fazê-lo, é um crime.
Ser a favor da família e da religião é ditadura, mas urinar sobre os crucifixos é liberdade de expressão.” Escrito pelo padre católico Gabriel Vila Verde, atualmente no Brasil.

Este é um bom exemplo da atitude conseguida pelo pensamento politicamente correcto.

Na Idade Média tínhamos os sacerdotes na Igreja que uma vez por semana tentavam modelar as consciências do povo; hoje temos diariamente as TVs a indoutrinar-nos com o pensamento politicamente correcto, moldado já não pela religião mas pela política da ideologia marxista internacionalista aliada ao capitalismo globalista.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo