Num momento da história em que deveríamos andar todos de olhos bem abertos porque o mundo que preparamos é de grandes exigências, tapamos os olhos para não nos tornamos conscientes das catástrofes que estamos a preparar. Encontrámo-nos numa fase difícil e por isso precisamos de uma esperança individual inabalável, já que, a sociedade que nos tenta dirigir não busca a paz e baseia o seu progresso em processos injustos.
António Justo
De facto uma fotografia genial. Uma questão que nos toca a todos e a cada um. Sei que é impensável, mas…
e se cada pessoa que se mostra indignada com este enorme problema indicasse ou sugerisse a solução?
Será que há
solução?
Mafalda Freitas Pereira , geralmente a pessoa que se mostra indignada já presta um grande serviço à sociedade porque estando consciente do que sente e pressente mostra que a matriz que seguimos é digna de contestação. A solução será caminharmos de maneira a sermos conduzidos não só pelo que os nossos sentidos apreendem da vida mas também pelo que descobrimos no mais profundo de nós. Teremos de voltar a identificarmo-nos com a musicalidade espiritual, tal como a Mafalda já faz. A solução será descobrir-nos em comunidade como humanos. Temos de olhar mais para as pessoas e ver nelas também o seu aspecto carente, aquela parte do dia a dia que nos irmana na dor e nas alegrias e onde reconhecemos que somos irmãos. Para mim, o apelo de Jesus “não temas” é a verdadeira atitude a tomar perante a vida e perante os potentados que nesta perspectiva se tornam de pouca importância porque o “não temas”revela o filão mais profundo da vida que se resume em fé, esperança e amor! O resto poderá ser música de acompanhamento
Muito obrigada pela sua resposta. A solução está muito acima de tudo o que constitui o(s) problema(s) e “não temer” é a questão!
Nada fácil porque entretanto as orquestras também desafinam.
Mafalda Freitas Pereira, obrigado eu, por me ter dado a oportunidade de dialogar!
Realmente andamos todos de olhos fechados.
Não, Justo! Não, mil vezes não!
Não me refiro ao teu longo artigo que merece uma “releitura” atenta para tentar entrar nos interstícios
do teu pensamento e, assim poder aquilatar da justeza das afirmações que apresentas.
Refiro -me aos olhares..
Não!
O ocidente vê mais e melhor com os olhos tapados que o oriente com essa “lupa” obscurantista, com que os esclarecidos orientais querem que as senhoras vejam o mundo.
Perguntou-me: qual a razão por que não andamos iluminados talibãs com um “aparelho” igual para enchergarem a civilização do século actual?
Um grande abraço
Caro amigo Gil, muito agradecido pelo teu prezado comentário.
Quanto aos interstícios do meu pensamento acho que para o encurtar seria de ter em conta o intervalo que se encontra entre a realidade factual dos acontecimentos e a interpretação dos factos apresentada em geral pelos meios de comunicação social . Naturalmente que no meio de tudo isto se encontra uma porção de subjetividade de interpretação de cada pessoa. Para termos melhor acesso a ela o mais conveniente seria sempre o uso de argumentos.
Quanto aos olhares (ocidental e oriental) que a imagem sugere haverá certamente diferentes perspectivas de interpretação. Eu apenas me limitei a um aspecto que poderia ser: no que toca à visão das duas mentalidades, o islão presente na Europa vê mais do que o ocidente pretende ver.
Tenho observado com um pouco de atenção a maneira como os nossos meios de comunicaç1bo tentam formar mentalidades dóceis! Constato, como pessoa que observou o que se passava nos Media da velha alemã socialista (DDR) está cada vez mais a tornar-se usus normal nos Media ocidentais (dos outros não falo porque será ainda pior e nós temos a ideia de querermos ser exemplares, por isso devemos ser mais críticos também em relação a nós!)
Infelizmente, hoje não se trata de falar de problemas, mas de falar do problema de como se pode falar de problemas.
Hoje o mainstream conseguiu meter-nos medo de tratar de certos problemas sem termos de ser colocados no canto escuro da sociedade, ou pior ainda, na retrete de uma cultura cada vez mais politizada!
Um forte abraço caro amigo.