NÚMEROS ESCLARECEM PRECONCEITOS TRANSMITIDOS COM AFIRMAÇÕES GERAIS

A França produz mais Trigo que a Ucrânia

O acordo de grãos entre a Rússia e a Ucrânia fracassou.

O acordo de grãos entre a Rússia e a Ucrânia fracassou. Pelo que os Media informam tem-se a impressão que o mundo vai morrer de fome sem culpa nossa!

Para que se tenha uma ideia do comércio de grãos no mundo, apresento os números que o Prof. Dr. Maria Finckh disponibilizou no HNA.

Nos anos 2017-2021, a Ucrânia produziu uma média de 27,23 milhões de toneladas de trigo, o que representou 3,6% da produção mundial (759 milhões de toneladas) naqueles anos.

De referir ainda que a Alemanha produziu em média 22,2 milhões de toneladas (2,9%) e a França 36,3 milhões de toneladas (4,8%) da produção mundial.

Sabe-se que 60% do trigo alemão vai parar na ração animal e outros 20% na produção de etanol, e apenas 20% vai parar na mesa. E depois tem-se o desplanto de se lamentar a fome no mundo.

Na imprensa, muitas vezes, fala-se de factos de maneira a fomentar equívocos e assim se poder levar avante os próprios intentos. “Se fôssemos honestos, finalmente enviaríamos os nossos animais para as pastagens ou pelo menos dar-lhe-íamos forragem verde provinda da rotação de culturas pelo menos de dois anos sem pesticidas e fertilizantes. Com isso, a Alemanha podia proteger o clima, usar menos pesticidas e fertilizantes – e mostrar verdadeira solidariedade com os mais pobres dos pobres, colocando trigo na mesa em vez de no cocho”.

Este é um exemplo de como se criam alarmismos falsos na população apresentando-se em vez de factos uma sua interpretação deles com objectivos de enganar os destinatários da informação.

Na informação pública, como geralmente acontece, informa-se de maneira a poder-se ordenhar a mama do sentimento e deste modo criar-se sentimentos preconceituosos em vez de se alimentar a inteligência com dados que tornariam possível uma mente mais cultivada e mais discernimento na opinião geral. A manipulação destina-se em geral a culpabilizar alguém para se ilibar da própria parte de responsabilidade no assunto. Embora a hipocrisia seja umaestratégia mais fácil para os governos imporem os seus interesses, penso que as populações mereceriam mais respeito, mesmo que se complicasse um pouco mais a tarefa de governar! De boas intenções e de meias-verdades está o Inferno cheio!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

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Publicado por

António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

8 comentários em “NÚMEROS ESCLARECEM PRECONCEITOS TRANSMITIDOS COM AFIRMAÇÕES GERAIS”

  1. Se há falta de grãos porque estão a fechar as produções em todos os outros países e a despropriar os agricultores? Será que a produção dos grãos ucranianos não alteram o clima ou o raio que os parta? Hipócritas e mentirosos, no inferno vão ter muito para arder.

  2. É caso para dizer que a finalidade é submetida de forma corrompida pelos meios, para impor uma outra finalidade “escolhida” por poucos.

  3. Convido-vos a ver/ler um pequeno artigo no Expresso-Economia sobre produtividade agrícola: o Continente Africano está estagnado à mais de um Século-nos processos de produção. É um Continente dominado pelas grandes potências-que têm procurado adquirir centenas de milhares de hectares de terras férteis e não têm cooperado com os governos e Povos Africanos para o desenvolvimento da produção e produtividade agrícola, particularmente nos Cereais, legumes e leguminosas. As Populações estão entregues à sua sorte: Abandonados, dependentes dos ‘negócios ‘ do chamado Ocidente.
    E têm terrenos férteis mais que suficientes para satisfazer as suas necessidades alimentares.
    É a cruel injustiça- a chamada Infâmia Universal.

  4. Manuel Coelho , a chamada ajuda ao desenvolvimento da Europa à África é na realidade uma autoajuda de subvencionamento às próprias empresas e que na realidade termina por impedir o desenvolvimento de indústrias e empresas africanas.
    A título de pequeno exemplo: eu mesmo fui testemunha de um caso nos finais dos anos 70 em que funcionei como tradutor para um perito alemão (mestre numa empresa) que prestava apoio a máquinas importadas por uma empresa agrária no Alentejo e viajava a Portugal para cada avaria. O país ou empresa compra a máquina e fica dependente do apoio técnico que deveria ser previamente preparado por pessoal português. No caso tratava-se de uma reparação que um português poderia resolver, mas assim, a empresa teve que pagar o técnico alemão, a sua viagem de avião, a estadia no hotel e a minha taxa de tradutor! Um outro exemplo da política interesseira promovida pelos países fortes: há já muitos anos comprei quatro fogões para cozinhas dos meus apartamentos optando por produto alemão. Depois de os ter já instalados verifiquei uma frase em alemã dizendo que o aparelho não tinha permissão para venda na Alemanha dado consumir demasiada eletricidade (eu fiquei a saber do embrulho pelo facto de saber alemão!).
    A nossa política económica tem dois pesos e duas medidas. Perante a nossa população fomenta-se a impressão que nós é que ajudamos a África quando a África é que é obrigada a ajudar-nos. Mal dos pobres que não têm possibilidade de ajuda para se ajudarem a si mesmos!

  5. António Cunha Duarte Justo, é uma realidade cruel e violadora dos Direitos Humanos- que as grandes potências escondem, na sua essência. Até um dia…

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