Portugal – Povo nas Valetas das Estradas

Portugal – Povo nas Valetas das Estradas
2007-08-17

Caminho de Fátima na Continuação dos Caminhos de Santiago

Um Estado sem respeito pelo povo continua a mandar para a valeta da estrada o seu povo. Um Estado que apenas se preocupa com estradas e auto-estradas para os instalados da vida e para os contribuintes despreza o povo caminhante.

Quem vem da Europa fica confuso ao observar grupos de caminheiros para Fátima em itinerários sem respeito nem consideração pelo peão. Humilhação pura para pessoas de consciência com um mínimo de exigências!

Os peregrinos, acordeirados, nas suas vestes reflectoras fazem lembrar almeidas da Câmara e das Juntas de Freguesia, enfim, um Estado de ovelhas! É uma dor de alma ver-se o povo a caminhar pela estrada nacional nº. 1, a ter de andar pelos IP e IC por falta de caminhos próprios. Uma imagem que se repete e ninguém parece notar. Esta imagem parece ser uma metáfora duma sociedade a quem não é dada a possibilidade de introspecção. Mesmo as coisas mais íntimas são acompanhadas de ruído poluidor.

A pé no asfalto, exposto ao perigo automóvel, comendo o pó das estradas, inspirando o Anidrido Carbónico dos tubos de escape, exposto ao calor das estradas, ao ritmo do ruído automóvel, portugal peregrina para Fátima. É o portugal povo de que se serve o tal Portugal, o Portugal dos instalados, aquele Portugal que só parece conhecer estradas e ruas para carros, ou itinerários sem povo.

A caminho, como se pode observar nas estradas do Norte de Portugal, um Portugal migrante de férias a cumprir promessas que o destino lhe obrigou a fazer. O destino do povo das bermas, do povo das valetas das estradas é fazer promessas para fugir à dor na ânsia pela sobrevivência, o destino dos outros, dos das “auto-estradas” é viver das promessas não cumpridas das campanhas eleitorais! A estrada da nação, na sua maior parte, não contempla peões nem ciclistas, menos ainda peregrinos, para estes reserva-lhe, quando muito as faixas luminosas.

A elaboração do caminho do Norte para Fátima é mais que óbvia. A sua ausência é uma acusação justa ao Estado, à Igreja, às Câmaras e Juntas de Freguesia e aos deputados que não estão atentos às necessidades reais do povo, vivendo uns à custa da sua devoção e outros à custa dos seus impostos e dos seus votos.

Senhor Presidente da República, senhores do Governo, senhores presidentes e senhores Bispos, juntem-se e planeiem em conjunto ruas, estradas e caminhos com árvores, com vida. Realizem o caminho de Fátima, conscientes da sua grande dimensão económica, social e espiritual no sentido de integrar, de maneira digna, o património nacional no internacional europeu, na tradição do itinerário dos caminhos de Santiago. Neles se reflectem o espírito e a cultura dos povos, o espírito universal que é o nosso.

Portugal tal como os peregrinos tem que levantar os olhos para o horizonte consciente de que não há caminho feito mas se faz caminho andando. Peregrinando servimos a higiene corporal e espiritual não ficando parado em nenhuma etapa da vida, ideologia ou crença. A vida é fundamentalmente caminhada, é aventura, arte e mistério. A missão nobre de toda a elite, se o é, é popular. Deus é povo!

Imagine-se que ao lado destes caminhos se juntavam não só paróquias e Freguesias mas também roteiros da arte e centros de veraneio ecológico com artistas e iniciativas ao vivo onde se revivesse o brio das aldeias tão necessitadas da dignidade roubada por uma política proletária que apenas conhece o fomento da cidade Zeca!…

Uma sociedade técnica não pode desprezar o percurso pedonal, a que se deveria ligar a bicicleta e também o cavalo. De trinta em trinta quilómetros seriam necessários albergues dignos e económicos. A Comissão Europeia certamente apoiaria com milhões um projecto que ligasse aspectos históricos, culturais e recreativos dum turismo não só espiritual como alternativo a toda a Europa. Valeria a pena iniciar um caminho iniciático na descoberta do comum das paisagens interiores e exteriores. Neste trajecto não faltariam certamente ligações aos templários. Tudo isto na continuação da descoberta do Santo Grahal.

António Justo

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103606/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=08&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo


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– – – 2007-10-10
Caro António Justo:
Foi com muito agrado que encontrei este seu texto numa busca ocasional na net.
Deus põe em contacto as almas quando se trata de fazer avançar as boas ideias e obras.
Somos um grupo da paróquia de Carcavelos (Cascais) que nos últimos 3 anos temos peregrinado pelos caminhos de Santiago; desejamos concretizar uma experiência de apoio aos peregrinos, tomando conta de um albergue durante parte do ano.
Eu penso que seria importantíssímo dinamizar o(s) caminho(s) para Fátima, irmanando-os com os de Santiago (não é por acaso que S.Tiago foi sobrinho de Nossa Senhora).
Cumprimentos
Luis Nogueira Ramos

Luis Miguel Nogueira Ramos
Estudante – – – 2007-08-27
Justo: sua escrita é corrosiva. E pergunto a mim por quais labirintos imateriais conseguiu achar meu saite? Obrigado pelo sincero comentario e espero agrada-lo mais com textos meus e imagens trabalhadas por mim ou de referencia historica.
Moro no Brasil, Mato Grosso. Se um dia quiser caminhar pelo “caminho das cachoeiras” estarei ao seu dispor para compartilhar os sentidos abertos.
te abraço
Afonso Alves
dionisios.zip.net

Afonso Alves
Portugal – Povo nas valetas das estradas – – – 2007-08-27
Caríssimo e Ilustre
Professor António Justo,

Antes de mais, quero saudar o seu regresso a este espaço, depois das férias em Portugal.

E assinalar, também, assunto que nos trás à nossa apreciação, por ser mais do que pertinente, ACTUAL!

Infelizmente, temos em Portugal um Poder Autárquico cego, surdo e mudo e, sobretudo, insensível às questões de natureza espiritual, mas que só se lembram que elas existem quando há eleições…

Do Governo da Nação nem vale a pena falar, pois só está preocupado com as altas negociatas, como as “OTAS”, que nem OTA nem DESOTA, e a rejeição das alternativas que lhes estão a tentar impôr… Onde, também, o Presidente da República mais parece andar a presidencializar noutra galáxia que não é Portugal…

Neste ambiente, o que se poderá esperar da Igreja Católica e das autoridades religiosas?…

As questões que coloca são de uma importância plural que, só neste pobre país, passam ao lado, porque os que detêm responsabilidades de planeamento e de investimento, porque são incompetentes e sem sensibilidade, fazem vista grossa…

Depois de aprovada à força, por imposição de um Primeiro-Ministro Socrático e ATEU, como é José Sócrates, a IVG – Intervenção Voluntária da Gravidez com menos de 30% dos votantes, porque as abstenções galoparam para mais de 50%, o que é de esperar?…

É este o País que temos e os governantes incompetentes que estão mais apostados em destruir, fazer terra queimada, do pouco que resta de Portugal…

De um Portugal, cada vez mais, a caminhar para a cauda da Europa, com Malta a ultrapassar-nos, e ninguém tem olhos na cara para ver esta situação gritante e escandalosa… Mas, acima de tudo, está a exercer a Presidência da União Europeia, que se prepara para fazer aprovar a Constituição Europeia ou outro documento equiparado, sem que os portugueses tenham o direito de se expressar em REFERENDO, e o mais grave com a cobertura política do Presidente da República…

É este o Portugal livre e democrático saído da “dita” Revolução dos Cravos, de 25.Abril.1974!…

Quando, paulatinamente, tudo isto se passa num País onde os Governantes, a começar pelo Primeiro-Ministro, cada vez mais mentem e atropelam e postergam os mais elementares Direitos de Cidadania dos portugueses, as questões que acaba de levantar no seu lúcido, competente e inteligente artigo (post), infelizmente, acabam, na óptica deles, por não passar de meros “amendoins” que nem os macacos os querem porque são pôdres…

Perante todo este cenário, afigura-se-me, salvo melhor opinião, que da parte da Igreja Católica se assiste, também, a um cruzar de braços, por conformismo, porque os seus responsáveis parecem permanecer cristalizados…

E eu, a título de exemplo, pergunto:

– Hoje, por onde anda a então voz incómoda de Dom Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal?

A receber comendas e condecorações atribuídas pelo Governo no 10 de Junho?…

Nunca, em Portugal, a situação política, económica e social, atingiu foros de tão elevado escândalo e imoralidade como a que se está a viver! E a voz da Igreja Católica não se faz ouvir porquê?…

No título do seu excelente, oportuno e objectivo post, refere: “Portugal – Povo nas Valetas das Estradas”, mas, pela leitura que me permito fazer da actual situação, diria: Portugal – Povo nas sarjetas das ruas e das estradas…

É esta a consideração e o respeito que o Primeiro-Ministro, Governo e Presidente da República estão a manifestar pelos PORTUGUESES!

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Paulo M. A. Martins
Jornalista Luso-Brasileiro
Fortaleza (CE)
Brasil

Paulo M. A. Martins
Povo nas Valetas – – – 2007-08-23
Os Presidentes da Câmara deveriam ter mais iniciativa para poderem revitalizar a província.
Também é um facto que os governos seguem uma política de terra queimada para o interior e para o norte. Os deputados são servidores dos seus partidos que ainda não decobriram Portugal.
Só conta Lisboa!
Saudações de Berlin

Manuel Henriques
Saudações da Branca – – – 2007-08-21
Prezado Paulo Santos:
Obrigado pela sua visita. Recordo com muita satisfação a cidade da Branca e o Bar Colinas com tanta atmosfera e nível! Parabéns!
Um abraço
António Justo

António Justo

Governo Contradiz o Presidente da República

Governo Contradiz o Presidente da República
2007-06-18

Novos Emolumentos – Emigrantes Explorados

“O Estado não pode demitir-se de resolver problemas de emigrantes!” Estas palavras do Presidente da república Cavaco Silva ainda estavam mal publicadas na imprensa e logo a acompanhá-las a publicação das novas tachas a pagar por emigrantes. Assim, para desfazer malentendidos o Governo manda o recado indirecto ao Senhor Presidente: “aqui quem manda sou eu”! É de aproveitar, aproximam-se as férias!…

Os governos dificultam a vida ao povo da província obrigando-o a emigrar. Desresponsabilizam-se e, como não há mal que não venha por bem, servem-se das remessas e dos emolumentos. O Estado português já há muito se alheou e demitiu da responsabilidade perante este povo. Mais que querer “garantir estruturas” administrativas para os emigrantes e fomentar pelouros de ocupação à disposição dum Estado partidário que tem uma grande boca, precisando, por isso, de lugares administrativos para ocupar com os seus fieis, é urgente o fomento duma cultura aberta, crítica e tolerante que valorize a figura do emigrante para Portugal.

Enquanto o emigrante continuar a ser olhado com inveja pelos bons do sítio e constituir um modo de vida para exploradores da política, continuar-se-á a manter um discurso hipócrita e mentiroso. Aos emigrantes duplamente vítimas reserva-se-lhe o papel de mordomos nas festas.

Que haja uma racionalização de meios e serviços no sentido dum melhor serviço a Portugal e aos emigrantes considerando a emigração menos coutada. Em Portugal entram diariamente mais milhões de euros enviados pelos emigrantes do que pela União Europeia. Entretanto a imprensa portuguesa não valoriza os emigrantes. Pelo contrário, alguma imprensa que publica no estrangeiro está mais preocupava em propagandear os produtos portugueses, o que seria natural se não representasse tão mal os interesses dos emigrantes perdendo-se em questões paliativas!… O vírus da mentalidade comezinha impera. Todos sabem que o povo explorado não tem remissão. Deles importa o que metem menos à boca para outros poderem capitalizar.

Quanto aos portugueses que vivem no estrangeiro ocupando melhores lugares, a administração procura infiltrar-lhes o vírus da subserviência com convites ou quejandas. É assim que uma migração, sem voz por não se interessar em organizar e manifestar, continuará a ser uma migração coitadinha nas mãos de coitadinhos.

A nova tabela
A nova tabela de emolumentos consulares publicada no Diário da República, aumenta em 63% o custo dos passaportes passados pelos consulados. O passaporte electrónico passa a custar 70 euros além dos grandes agravamentos nas custas de serviços. O passaporte para menores de 12 anos custa 50 euros e para maiores de 65 anos 60 euros. Pedidos de vistos de escala e de trânsito passam de 10 para 60 euros.

Já não bastam as deslocações a trezentos e mais quilómetros para muitos emigrantes com a perda de trabalho como a dificultação de resolução dos actos por via postal em consequência dos agravamentos de envio (custas de envio dum passaporte 35 euros).

O povo espera sempre por líderes honestos e assim desbarata a vida na desonra do aguentar sempre. E alguns a andar. ainda dão a culpa aos emigrantes estes em vez de fazerem revolução terem posto a andar.

António Justo

Publicado em Comunidades:

http://web.archive.org/web/20080430103539/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=06&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo


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Governo contradiz o Presidente da República – – – 2007-06-18
Caríssimo
Professor António Justo,

Antes de mais, queira aceitar as minha mais fraternas saudações, bem como o meu aplauso pelo oportuníssimo tema que, hoje, traz à nossa reflexão.

Indiscutivelmente, a emigração portuguesa é o parente pobre do actual Governo de José Sócrates, apesar de enviar elevadíssimos montantes de remessas para Portugal. E só para isso, para os cifrões, é que conta!…

Convenhamos que, nós os emigrantes, só servimos para alimentar a gula desmedida do actual Governo. Tanto mais, porque os emolumentos altíssimos que pagamos pelos serviços consulares prestados, revertem para um FUNDO destinado exclusivamente aos diplomatas, onde estão incluídos os cônsules de carreira e os honorários, e não só. O que significa dizer que, com os emolumentos pagos pelo Emigrante, reduz-se a despesa do Orçamento de Estado que, de ano para ano, vai engordando cada vez mais…

Agora, inventou-se “essa maravilha” que dá pelo nome de “diplomacia económica” que, no fundo, só está a beneficiar as Câmaras de Comércio e os empresários. Inclusive, executivos de algumas Câmaras de Comércio já se intitulam DIPLOMATAS ECONÓMICOS! Creia que não estou a fantasiar, pois ouvi e registei em fita magnética essa “brilhantíssima” declaração. De resto, foi uma entrevista que eu realizei, mas que, devido às baboseiras e patetices, proferidas, limitei-me a transcrevê-la mas nem perdi tempo a publicá-la, mas que guardo como “recordação”…

Os Consulados, regra geral, nunca têm dinheiro para nada, e o pouco que vão fazendo é às custas dos contributos e do trabalho dos emigrantes portugueses, mas que, agora, com esta nova “invenção” até já cativam e atribuem verbas às Câmaras de Comércio…

O mais grave, espantem-se!, até já neste domínio assistimos à deslocalização, promoção,despromoção, abertura e encerramento dos consulados. Melhor dizendo: Os Consulados aparecem com toda a sua força onde houver desenvolvimento económico, sobretudo da actividade económica em que participem os empresários portugueses.

Quem minimamente se debruçar sobre as recentes movimentações, verificará, por exemplo, que o Consulado de Portugal em Santos, no Brasil, com cerca de 30 mil inscrições, onde se situa um dos mais importantes portos marítimos da América do Sul, acaba de ser encerrado, enquanto o Consulado Honorário de Portugal em Fortaleza, no Estado do Ceará, com menos de 2 mil inscrições, acaba de ser elevado à categoria de Consulado.

No entanto, o Consulado de Portugal em São Paulo faz deslocar, uma vez por semana, um funcinário a Santos.

Também, ao que me foi dito, em Fortaleza, vão manter-se um Cônsul de carreira e o Cônsul Honorário!

Só com esta pequena amostra da política consular no Brasil, dá para avaliar o destino a dar ao brutal aumento dos emolumentos consulares e não só!…

Uma coisa é certa: Presidente da República e Primeiro-Ministro andam, definitivamente, dessincronizados, cada um a remar o seu barco e com destinos opostos…

Para concluir este desabafo, o que, efectivamente, parece ser uma realidade é que o GOVERNO quer a todo o custo as remessas dos emigrantes, mas quer, também, os emigrantes bem longe de Portugal e, se possível, que se naturalizem nos países de acolhimento onde se encontram!

A propósito, ainda há instantes, acabei de circular pela Praça de Portugal, aqui, em Fortaleza, e deixem que vos diga, apesar de localizada num lugar por excelência, é uma vergonha vergonhosa vê-la ao abandono e desprezada. Isto não viu nem foi mostrado ao Secretário de Estado das Comunidades nem ele viu, quando aqui esteve recentemente a jantar com o Governador do Estado do Ceará.

Só uma pequena observação:

Com tanto investimento português em Fortaleza, será que nenhum empresário se digna ou dignou olhar para o estado da Praça Portugal?

Por onde andam o Cônsul Honorário e os empresários portugueses?… Já que as autoridades cearenses não sabem, não querem ou andam distraídas, ao menos saibamos nós portugueses fazer algo.

Olhar para aquela praça, no estado em que se encontra, é ficar com o Portugal actual na retina dos olhos!…

Caríssimo Professor António Justo, aceite o meu afectuoso abraço.

Paulo M. A. Martins
Jornalista
Fortaleza (CE)
Brasil

Paulo M. A. Martins

25 de Abril

25 de Abril
2007-04-26

O grito e a ânsia do povo português continuam, hoje como ontem, vivos na canção de José Afonso – a melhor ordem do dia:

„Grândola, vila morena
Terra da Fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade…

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade…
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade.”

Este dia da liberdade e da democracia, iniciado pelos capitães de Abril, pretende ser símbolo da dignidade humana a restabelecer, o início dum processo sempre novo alheio à estagnação em ideias, em conceitos ou sistemas.

Esta dignidade humana amordaçada a nível social tinha levado muitos de nós a combater na clandestinidade, em sindicatos e outras instituições, por um dia de aurora como aquele dia do Zeca Afonso e do “movimento das Forças Armadas”. Aquele dia queria persistir em continuar madrugada e à tardinha o Sol não se queria pôr, nele os direitos humanos prometiam florir nos cravos vermelhos para um povo “Zeca”. Naquela alvorada é derrubado um regime autoritário que não tinha lugar para a expressão dos direitos humanos e sociais mais fundamentais.

Por alguns tempos nos sentimos povo no despertar da sua consciência para uma sociedade a caminho nas esperanças partilhadas. Ideologia com fé de premeio ajudam a suportar a ditadura da realidade!

O ardor do sol da esperança era tanto que os cravos começaram a murchar. O povo que se tinha levantado para se pôr em movimento depressa se viu confrontado com o estaticismo dos contra-movimentos ideológicos. Da luta contra o incrustamento dum sistema surgiu a desilusão da instalação dum outro mais flexível mas que peca de erros semelhantes. De facto, a sociedade e o ser humano são processos e não sistemas imóveis. O povo no seu instinto processual viu-se justamente envolvido na defesa dum processamento que não se queria sistema empedernido auto-suficiente e estático. Por isso do mesmo instinto e desejo de mudança do outrora permanece no povo o desejo da mudança do hoje.

Aquela aurora promissora foi porém em pouco tempo ensombrada pelas nuvens ideológicas estáticas que concebem o mundo em termos hirtos de imperialismos. Assim dum imperialismo de estilo americano se quer passar ao outro imperialismo de cunho russo. Os problemas colaterais da revolução tornam-se mais presentes. As vítimas do regime Salazar dão lugar às vítimas do regime soviético (abandono dos pretos colaboradores do sistema português à chacina do imperialismo russo com a incondicional fuga dos portugueses que há centenas de anos viviam e se tinham identificado com o “ultramar”- “os retornados”).

O 33° aniversário da revolução dos cravos constitui uma oportunidade para todos os portugueses participarem na democratização presencializando a revolução dos cravos já demasiadamente encrostada. Outrora houve gente valorosa – não salvadores! – que surgindo dum sistema autoritário soube renová-lo; do sistema de hoje mais aberto e livre, seria de esperar que surjam os transformadores do sistema de hoje. Não chega lutar contra os ópios de ontem, é preciso estar atentos aos de hoje.

Dos cravos é a cor
A vermelha também
Ao jogo das cores
O povo aí vem

Revolução é processo. A liberdade não é pacífica, não o pode ser!

Neste sentido, viva o 25 de Abril, ontem e hoje!

António Justo

Publicado em Comunidades:
http://web.archive.org/web/20080501041234/http://blog.comunidades.net/justo/index.php?op=arquivo&mmes=04&anon=2007

António da Cunha Duarte Justo


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“PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AOS EX CABOS DA FAB” – – – 2007-04-26
Constituição de 1988 a Constituição Cidadã como dizia o Deputado Federal Doutor Ulisses Guimarães, consagra preceitos sobre a Anistia até hoje não cumpridos. Foi o povo brasileiro quem a fez, e a sua vontade que se expressa nesses mandamentos, os quais têm esbarrado nas resistências dos intolerantes, que não querem apagar as lembranças da “Ditadura Militar”, e nem encerrar esse nefasto ciclo da nossa tradicional história brasileira, fazendo perpetuar o sofrimento e a injustiça que não é mais tolerável nas estruturas sociais de um novo mundo civilizado, e efetivamente de um estado de direito democrático. Lembremo-nos das palavras do eminente jurista Sampaio Dória: “As Leis constituintes do Estado ao estabelecerem os direitos fundamentais do homem, também instituem garantias para os mesmos”. Os abusos de poder praticados contra esses direitos são inaceitáveis. É preciso opor expressamente barreiras intransponíveis, a todos aqueles que deliberadamente insistem em não cumprir tais mandamentos dos desanistiados. A Injustiça do Governo Federal cometida contra os – 495 (quatrocentos e noventa e cinco), ex-Cabos frágeis e doentes da Força Aérea Brasileira anistiados pela Lei-10.559/2002 durante o ano de 2002, no Governo anterior com suas Portarias publicadas no Diário Oficial da União, até a presente data não foram cumpridas pelo Ministério da Justiça e o Comando da Aeronáutica, e, pior, estão sendo canceladas relembrando uma vez mais a mediocridade e as agruras do período de exceção infelizmente ocorrido no país, isso é uma vergonha para um Governo democrático.

É preciso que entendam que Anistia é medida de interesse público inspirada na necessidade da paz social. “A anistia é um ato político que não pode ser retirado por quem o dá e nem recusado por quem o recebe”, quem diria aquele humilde Líder e sindicalista que foi inimigo dos Comandantes Militares no período da Ditadura, hoje sendo um Presidente democrático, junto com os seus parceiros de Partido receberam seus benefícios de anistiados políticos, inexplicavelmente estar aceitando a pressão dos atuais Comandantes da Aeronáutica imposta aos idosos e doentes ex militares, não querendo anistiar aqueles que foram traiçoeiramente banidos daquela Instituição militar, e expulsos como subversivos pela Portaria 1.104/Gm3/1964, com a Lei do Serviço Militar em pleno vigor. E agora o nosso Presidente passou a ser amigo dos Comandantes Militares, contrariando também a Lei da Anistia Política 10.559/2002, e pisoteando os direitos que a Lei assegura a todos prejudicados pelo o Ato de Exceção no período de 1946 á 1982.
Até quando Sr. Presidente Lula, continuará mais perseguições e a pesada procrastinação dos direitos, de todos ex militares da Força Aérea Brasileira, prejudicados pela Ditadura Militar ocorrida nos anos de 1964 á 1985?

Hidelberto Milanes – Ex Cabo da FAB.

A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas

A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas
2007-01-27

Com a vitória da democracia na Europa em 1989, a ideia duma Europa com um rosto social e democrático ganha uma dinâmica nova. Todo o Leste Europeu se sente liberto do jugo comunista com novas esperanças de liberdade e de justiça social.

O ocidente europeu esquece os anseios do povo para pensar apenas em termos de estratégia militar e económica. Esquece os sonhos dos povos passando logo à ordem do dia, ditada esta apenas pela economia. Sem ideais aposta no liberalismo económico e nas leis do mercado como reguladores de todas as necessidades sociais e na capacidade do eixo da Europa (Alemanha, França, Inglaterra e em parte Itália) para puxar o resto da caravana. Consequentemente reduz-se o nível de vida da pequena burguesia e os direitos sociais e tarifários do operariado.

O povo dos países da periferia, que tinha colocado grandes esperanças no processo da unificação europeia, verifica que se melhoram as infra-estruturas do país mas que o melhoramento do nível de vida só beneficiou propriamente os funcionários públicos.

A Polónia dá-se conta do que se passa e protesta. Logo é vista como factor perturbador dum processo económico de carácter anglo-saxónico: fortalecimento da nação à custa do seu povo e da sua cultura transferindo riqueza do povo para as grandes empresas. Estas são a ponta de lança da nova economia na conquista do mundo. Assim nas economias fortes processa-se um empobrecimento do povo; dá-se, a nível popular, um nivelamento de dependência em direcção à plataforma dos pobres das nações da periferia. Pretende-se uma socialização da pobreza a nível internacional, um substrato comum.

À queda das conquistas socialistas no Leste segue-se no Ocidente o processo da derrocada das conquistas laborais e sociais do operariado.

Se o comunismo nunca partiu duma base democrática tendo sido sempre imposto de cima torna-se agora constrangedor passar-se ao ditado do determinismo mercantil.

A periferia é que possibilita o centro
A periferia, uma vez na União Europeia, constata que continuará periferia; não haverá processo dinâmico… As nações mais fortes continuam com o seu nacionalismo económico a vergar a Europa aos seus interesses.

Nos países de leste observa-se uma crescente resistência popular, um cepticismo perante a prática europeia em curso. Aí o povo reage surgindo movimentos nacionalistas, que escandalizam a vizinhança ordeira.

Ao nacionalismo estatal económico das nações ricas contrapõem-se as tendências nacionalistas que fervilham já no subconsciente das nações da perefiria. Nas grandes potências o povo cala porque o governo actua de modo nacionalista. Os cidadãos da Europa rica podem dar-se ao luxo de renunciarem ao patriotismo, conscientes de que os seus governantes defendem com unhas e dentes os interesses nacionais, uma economia nacionalista. Assim é fácil ser-se liberal! Nos países marginais as elites parecem mais na disposição de sacrificarem os interesses nacionais e culturais vivendo do dia a dia o que provoca descontentamentos populares.

Nacionalismo inteligentemente empacotado
Um Facto: Na Alemanha é proibido vender-se aparelhos com consumo excessivo de energia. Em Portugal comprei 3 fogões eléctricos de cozinha para a minha casa, confiando na qualidade alemã. Depois de os ter instalado verifiquei com admiração e consternação, ao ler as instruções em português que havia também um aviso só em alemão. Este indicava que aqueles fugões não podiam ser vendidos na Alemanha devido a consumirem demasiada energia. Inteligência saloia arrogante! Isto é exemplar para o modo de agir duma economia nacionalista e do comportamento dos países da periferia. E isto dá-se em plena União Europa! Para os países ainda menos desenvolvidos irá então o ferro-velho! Na Alemanha teria dado menos dinheiro por um fogão de menor consumo de energia do que dei em Portugal por aquele e com a agravante de que a energia em Portugal é mais cara do que na Alemanha. Seria de esperar dos nossos diplomatas mais atenção à tecnologia e às leis na defesa dos interesses nacionais. (Será este um serviço de Portugal à EDP?!…)

Os cidadãos europeus sentem na prática uma política europeia contra as pessoas. Uma União Europeia só interessada na economia dos mais fortes é bífida e fomentará a demagogia. No fundo temos demagogos de gravata contra os demagogos do pé descalço! Meio mundo a enganar o outro meio.

Não se constrói futuro duradouro baseado apenas numa estratégia da força das instituições europeias e de nações fortes com as outras a elas atreladas. Precisa-se de uma cooperação económica, política e cultural menos hipócrita e nacionalista. Uma Europa forte e justa não pode ser construída apenas com nações ricas e instituições fortes à custa dum povo enfraquecido. O povo paciente e mole tem-se contentado com parolen de liberdade e de mercado. Por quanto tempo? A classe média tem sido sistematicamente expropriada em favor da grande indústria e em benefício dum Estado irresponsavelmente paternalista (comunismo pela porta traseira!) e à custa duma população cada vez mais “proletária”! Não há justiça social nem interesse em dar-lhe resposta. Quer-se uma população assalariada disponível a nível nacional e disciplinada pela concorrência da imigração carenciada importada. Ao nível de Estado exportam-se os produtos industriais de alta qualidade e a nível de nação importa-se a pobreza global. Uma forma de escravidão refinada! Esta imigração barata possibilita, através das suas remessas, às elites das suas nações de origem a compra de produtos tecnológicos caros. A pobreza do patamar baixo anima o mercado! Tudo comércio legítimo, mas muito longe duma justiça humana aceitável. Tudo em nome da democracia, da liberdade, da solidariedade e do liberalismo do mercado. Para iludir o espírito crítico sobre o presente basta, para quem se julga alguém, recorrer a uma crítica apelativa e repetitiva de certos lugares comuns das vergonhas da nossa história e instituições, na omissão benigna do presente!

Na União Europeia, uma tal prática democrática começa a dar já sinais de não convencer e a dar argumentos ao populismo de esquerda e de direita, já pronto para atacar a democracia. Se compararmos o tempo e a circunscrição da democracia com a História e com o mundo bem como a realidade do que acontece fora da civilização ocidental, a democracia correrá perigo de se tornar num episódio esporádico. Além dos problemas de casa criam-se outros promovendo mundivisões alérgicas à democracia em nome da tolerância e dum internacionalismo progressista irresponsável. A ingenuidade política e social é hoje tal que não vê a trave nos olhos dos outros para se preocuparem com o cisco nos próprios olhos. As pessoas do século XXI querem felicidade, não chega o pão e a ideologia.

Não basta que à monarquia hereditária se tenha seguido a alternância partidária no governo. Se se quer uma consciência democrática no povo para lá de preconceitos e de estereótipos é preciso fomentar-se uma democracia plebiscitária em que o povo tenha de reflectir sobre aquilo que decide porque lhe toca directamente e não de abdicar do saber para seguir o patuá dum partido ou ideologia. O plebiscito obrigaria os políticos a descerem ao povoado e a viverem em discussão séria permanente com o cidadão com a consequente humanização da política e dos políticos e a responsabilização do povo. Não é suficiente ópio partidário nem tão-pouco apenas transmitir saber sobre democracia como querem muitos políticos mas de fomentar uma atitude participativa nobilitante. A representação política cederia em favor duma acção, duma consciência política de povo adulto. Porque não seguir o exemplo da Suiça?

António da Cunha Duarte Justo
Publicado em Comunidades:

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“GRITO DE LIBERDADE” – – – 2007-04-24
“GRITO DE LIBERDADE”

Vejam os Homens que gritaram pela a liberdade no período da Ditadura Militar, onde alguns foram presos, outros saíram do País mais depois voltaram. O restante que ficaram foram perseguidos politicamente como: Luís Inácio Lula, Genoíno, José Dirceu, Vivaldo Barbosa, Marcio Thomaz Bastos, e outros, onde todos estão anistiados com seus direitos assegurados pela Lei de Anistia 6.683/1979, Os Cabos da FAB que passaram pela a mesma situação, porém dentro dos quartéis, estão sendo massacrados por estas autoridades, onde algumas ainda estão pertencendo este Governo, muito em particular o Presidente Lula.

É de se admirar o atual governante que não aceitava as imposições dos Generais de Linha Dura da Ditadura Militar, após ser um Presidente da República, muda sua personalidade e maneira de ser, passando agora um grande amigo e parceiros dos Comandantes Militares, para não cumprir a Constituição de 1988, que assegura os direitos dos cidadãos simples e humildes que também sofreram perseguição política no período da Ditadura Militar. Como pode uma “Autoridade Governamental” achar que vai ser eterno, pois de um simples líder metalúrgico perseguido pelo Regime Militar, chegou a Presidência da Republica e hoje, não reconhece os direitos de pessoas simples e idosas, e juntos com seus auxiliares, viola a Lei 10559/2002 para não assumir responsabilidade de pagar pensão àqueles que foram prejudicados no período da Ditadura Militar, onde passou quatro anos do seu governo perseguindo os Idosos e veteranos Ex Cabo da FAB. Será Presidente Lula que vai passar mais quatro anos atropelando os indefesos Ex Cabos da Força Aérea Brasileira? E se continuar assim, com certeza pela as idades avançadas todos irão sucumbir, mais temos plena certeza o que perdemos aqui na terra, ganharemos no Reino do Altíssimo Santo Deus. Será que daqui a uns 10 anos quando partires da terra vai levar esta fortuna, que estais ganhando para os Céus?

Geraldo Barbosa Almeida – Ex Cabo da FAB.
“ANISTIA INTERNACIONAL TEM QUE TOMAR CONHECIMENTO” – – – 2007-04-12
Seguramente, não podemos administrar um País e tentar fazer o melhor, tirando o proveito de pessoas frágeis e indefesas. Exatamente pelas as nossas autoridades tentar fazer o jogo da esperteza com pessoas de idades avançadas, estar indo de contra os princípios éticos, morais, familiares e religiosos. As reclamações feitas nestes Sites, o mundo todo estar tomando conhecimento e ficando envergonhados com a má conduta de nossas autoridades brasileiras, a tecnologia informatizada atualmente é mais eficiente e mais rápida do que uma publicação em jornais, e 40% da População brasileira estar caminhando para as informações informatizadas, é uma vergonha para as nossas autoridades responsáveis das anistias no Brasil, serem criticadas, desmoralizadas, xingadas com ataques pesados por um espaço democraticamente informatizado, e ficarem desacreditados pelos Paises do 1º Mundo, onde 80% já estar informatizados, e tomando conhecimento através deste Site a imundice e a podridão causada pelos os Governantes e seus auxiliares. O que estar sendo relatado pelos os idosos Ex Cabos da FAB, se tivesse publicado em jornais populares, entristeceria todo o leitor brasileiro e a opinião pública internacional, pelo o comportamento deste Governante junto com seus auxiliares em pisotear, massacrar e pressionar pessoas de idades avançadas, simples, humildes e sobre tudo, indefesas e doentes. Tudo isto porque o Ex Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o Ex Comando da Aeronáutica Luiz Carlos da Silva Bueno, apoiados pelo Presidente da República foram desobedientes a Lei 10.559 de 2002. E não cumpriram de forma alguma a referida Lei para aumentar ainda mais os milhares de reais dos que já recebem, com os direitos de pessoas idosas consideradas verdadeiramente abandonadas neste País. Como as nossas autoridades internacionais estão analisando esta questão? “É UMA VERGONHA!”

José Bezerra da Silva
“EX CABOS DA FAB DESABAFAM”. – – – 2007-04-09
“EX CABOS DA FAB DESABAFAM”.

Os Ex Cabos da FAB vem sendo massacrados por este
Governante que de perseguido político durante a Ditadura Militar, passou a ser perseguidor dos idosos Ex militares descumprindo a Lei de Anistia Política 10.559/2002, que ampara todos os cidadãos prejudicados no período de 1946 á 1988, onde anistiou a metade e desanistiou o restante, caracterizando um julgamento injusto e imperfeito com dois pesos e duas medidas, gerando jurisprudência numa classe de Cabos punidos na mesma situação. Quanto tempo ainda vamos agüentar esperar pelo cumprimento desta Lei, desrespeitada há quatro anos por este Governo?

Elizeth Borges Nascimento
“GOVERNO IMPIEDOSO”. – – – 2007-04-05
“GOVERNO IMPIEDOSO”.

Não é possível a Lei da Anistia Política 10.559/2002, que renasce neste País com um Governo plenamente democrático, para perdoar uma parte considerável da população que foram penalizadas no período da Ditadura Militar, agora o próprio “Presidente Lula”, no início do 2º mandato e sabendo que: Os Comandantes Militares por crueldade se apoiaram no Ato Institucional nº. 5, atropelaram a Lei do Serviço Militar com a perversa Portaria de natureza política, e desumanamente, nos expulsaram como Subversivos, onde fomos banidos com uma mão na frente e outra atrás sem direito a nada, e como um Governante de um País democrático, passa por cima da Lei 10.559/2002, rasga a nossa Constituição de 1988, e sem ter nenhuma sensibilidade e impiedosamente, acaba castigando novamente uma classe de idosos Ex Cabos, dividindo em duas partes: os protegidos, e os não protegidos, anistiando uns e desanistiando outros. Os quais dos 6.000 ainda vivos nos dias de hoje punidos pela Portaria 1.104/Gm3/1964, 2880 foram anistiados, e o restante ficaram com os seus direitos cerceados, dando continuidade uma 2ª fase de uma Ditadura agora não militar, mais uma prorrogada Ditadura Civil, os quais a conduta dos militares foi bastante questionada naquele período por este Governante, que continua massacrando os idosos Ex Cabos da FAB, como se fossem os verdadeiros autores da Ditadura, onde descumpriu a “Lei da Anistia Política 10.559/2002” em todo o transcurso do seu primeiro mandato.

Miguel Alves da Costa Ex Cabo da FAB.
“O GOVERNO DEMOCRÁTICO É DO POVO PARA O POVO”. – – – 2007-04-03
A Constituição Federal também chamada de: Carta Magna, Carta Constitucional, Carta Política, é a maior Lei da nação. Nela estão escritas as normas que devem ser seguidas por todas as pessoas que vivem em um País, onde regula a forma de governo até o funcionamento de empresas particulares, diz as responsabilidades e objetivos de cada um, os direitos e deveres do cidadão, enfim, os Paises só podem ser considerados democráticos se a Constituição for religiosamente cumprida por todos, e muito especialmente pelos os Governantes. A Constituição de 1946 garantiu o direito do voto e o povo teve a opção de escolher o sistema de governo: o presidencialismo, Porém após 1964 tudo foi por água abaixo, o Regime de Exceção instalado nas raízes da Ditadura Militar, tirou os direitos mais importantes da população brasileira, o de votar.
Depois veio a Constituição de 1967 que sofreu várias alterações de acordo com a vontade expressa dos governantes militares, que com a decretação de vários Atos Institucionais, o povo já não podia reclamar nada. Mas a democracia acabou vencendo e esse tipo de governo, quando finalmente, chegamos à Constituição de 1988 que é a atual. Ela foi reformadíssima e garante que ninguém seja um fora-da-lei, inclusive os governantes, onde diz que todo o poder emana do povo, que exerce por meio de representantes eleitos diretamente nos termos da “Constituição”. Portanto, o poder do povo é a democracia, e tem o dever de garantir que todos sejam iguais perante a Lei, e que exista a liberdade de opinião, de imprensa, de expressão de pensamentos, de reunião e de crença religiosa.
A nação que consegue dar conta do recado em todos esses sentidos, faz com que as pessoas que nela vivem tenham uma vida decente, mais infelizmente não estar acontecendo com o atual Governo do PT, que estar totalmente fugindo destas regras, e governando o nosso País semelhante a Ditadura Militar, os quais questionou tanto pela perseguição política sofrida naquele Regime, e atualmente como um governante democrático vem violando a Constituição de 1988. a quatro anos do seu 1º mandato, e consequentemente descumprindo a Lei 10559/2002, os quais assegura os direitos líquidos dos idosos Ex militares da FAB, prejudicados pelo o Ato de Exceção através da Portaria 1.104/Gm3/1964, que fortalecida pelo o Ato Institucional nº 5, os Comandantes expulsaram todos como subversivos da Aeronáutica no período de 1964 á 1982.
Estar concretizado a 2ª injustiça aos ex militares da Aeronáutica, uma vez que os correligionários do PT mais sua Excelência o Presidente Lula, de perseguidos políticos pelos Generais de linha dura do Regime Militar, passaram a serem perseguidores de uma Parcela dos Ex Cabos da Força Aérea Brasileira, onde três mil foram anistiados, e o restante que foram punidos na mesma situação ficaram seus direitos espezinhados, concluindo uma tamanha jurisprudência e um julgamento feito revelia com dois pesos de duas medidas, os quais fugiram da esfera jurídica e contrariaram a nossa Carta Magna, onde garante que todos cidadãos são iguais perante a Lei, com a Lei de Anistia política 10559/2002 desrespeitada, Não adiantou nada o “Partido de Esquerda de Cunho Socialista” criticar os Presidentes militares, uma vez que a nossa Constituição estar sendo burlada com flagrante desrespeito e desobediência as Leis que regem este País.

José Maria da Silva Ex Militar da FAB
apatia – – – 2007-02-24
apatia. a doença de que o povo sofre ?
nao seremos nos (todos}apaticos ? infelizmente sinto-me um apatico porque estou consciente e permaneço como um inconsciente que nada ve, porque o que faço para que as coisas mudem é á minha volta, no dia a dia,a cada oportunidade,nos relacionamentos ocasionais,de homem do povo que se sente ultrajado,abusado pelos poderes instituidos,pela forma como sinto que somos manipulados e manietados…pela falta de democracia,pelas descaradas mentiras…torna-se um desespero,um sentimento de impotençia dificil de combater em mim e chego,por vezes, a compreender os ditos extremistas, que o sao, mas nao estará a impotençia,a revolta, o desespero, a raiva,pelas injustiças, etc,etc, por detrás dessas desesperadas reacçoes?…sou um homem do povo inculto que reclama por justiça !!!

aljusto
Economia e Ideologia – – – 2007-02-04
Prezados comentadores
Paulo M.A.Martins
Luis Costa

Muitissimo obrigado pelas vossas ricas abordagens.

Sabem, o governo é a sombra do nosso povo e o povo anda a correr atrás da sombra!…
Todos querem um Estado num estado de graça! Tudo é desculpável. Tal éa nossa apatia!
O turbo-capitalismo por um lado e o pensar correcto pelo outro encontram-se ao serviço da decadencia da pessoa e da nação (aldeia). Logo que possa voltarei ao tema!
Junto uma poesia de Miguel Torga que completa o nosso assunto
Atenciosamente
Antonio Justo

“DIES IRAE”

Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita.
Apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.

Apetece morrer, mas ninguém morre.
Apetece matar, mas ninguém mata.
Um fantasma percorre
Os motins onde a alma se arrebata

Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!

Miguel Torga

“Cântico do Homem”

Antonio da Cunha Duarte Justo
A Economia Nacionalista e a Europa dos Patriotas – – – 2007-01-30
Caríssimo Dr. António Justo,

Mais uma vez, teve a generosidade de nos brindar com um lúcido e brilhante apontamento, oportuno e actual, que nos convida a uma meditação e reflexão profundas. Não só o li atentamente, como, também, os dois comentários que se lhe seguem, que eu aplaudo sem reservas.

Pessoalmente, estou à vontade para falar da “dita” Democracia em que vivemos, não só na Europa como na América do Sul.

Como, também, já fui político de primeira linha em Portugal, e arrepiei caminho, a tempo e horas, por discordar e me recusar frontalmente a viver e a alimentar todo um mundo (leia-se: político, económico e social) caracterizado pela mentira, pelo ódio, pela inveja, pela hipocrisia e pelo cinismo…

Infelizmente, as pessoas ( os seguidistas partidários ) na cegueira de alcondorarem um lugar ao sol, nem se importa de servirem de escadotes para outros continuarem a subir e a consolidar as suas posições. A isto, que é, infelizmente, o mais frequente, eu chamo de oportunismo político, porque chegada a oportunidade nem têm o menor pejo de dar uma facada pelas costas e trair: Tudo em nome do bem comum, da Liberdade e da Democracia.

Seria bem interessante, fazer-se uma incursão aos bastidores das actividades (política e partidária) desenvolvida por alguns políticos, seja qual for o quadrante dito ideológico em que se situem,para melhor comparar o que eram antes, o que fizeram e, sobretudo, no que se tornaram depois.

Quais os interesses iniciais e quais os interesses depois… Muito haveria por dizer… o que em nome do Bem Comum, da Democracia e da Liberdade (deles)foi feito e está a ser feito (e vilipendiado)!…

Uma coisa é certa, disso ninguém duvida.

Os ricos continuam, mais ou menos ricos, os pobres, esses continuam cada vez mais pobres, e os novos ricos, que parasitam à custa dos ricos iniciais e dos pobres, cada vez estão mais e sôfregamente ricos!

Em nome de que valores morais e materiais?

Em nome de que interesses inconfessáveis?

Só a título de exemplo, veja-se o cinismo, a hipocrisia e a mentira que reinam em Portugal, com o actual governo… Mas, se olharmos, também, para a América do Sul, onde todos parecem andar deslumbrados, mas desatentos à evolução dos objectivos e realidades inconfessáveis, está a caminhar a passos largos para a criação de uma nova União de cariz totalitária, tendo como motores Hugo Chavez, da Venezuela, um fantoche a anunciar a sua perpetuação no poder, a intensificar a perseguição aos que não concordam e não seguem e não só, e Evo Morales, da Bolívia, com as suas nacionalizações estapafúrdias, oportunistas e incensatas a empurrar o país não se sabe bem para onde, não contando ainda com outros países alinhados uns e indecisos e expectantes outros.

É bom que não esqueçamos que já estamos a caminhar, decisivamente, para o final da era CUBA, sempre muito revolucionária mas que gostaria também de ser capitalista, e, como tal, há que revitalizar e alargar a área de influência e de interacção, face aos Estados Unidos conduzidos por um louco à solta, a concluir o que o pai não teve tempo e oportunidade de fazer…

Enfim, tudo isto em nome do Bem Comum, da Liberdade e da Democracia, mas com filosofias e conceitos antagónicos…

Onde está o centro da VERDADE?

Para uns o que é vermelho, com o mesmo nome, para outros é rosa, é laranja, é azul, é amarelo ou um mesclado de várias cores, enquanto outros, ainda, proclamam que, “de o preto não me comprometo”!…

Assim vai o Mundo em que vivemos!…

Quanto às economias mundiais, à globalização e à mundialização dos mercados, vamos de mal a pior.

Todas, com maior ou menor intensidade, já entraram na GLOBALIZAÇÃO. Os mercados já estão mundializados ou em vias de mundialização. Portanto, enquanto não surgir outra moda, esta é a que temos, e não há nada a fazer!

É a escravatura do século XXI!

É o tempo, em que já só nos satisfazemos com as migalhas que vão caindo das mesas dos novos ricos, depois de, após mais uma refeição, sacudidas as toalhas!…

Todavia, há uma personalidade, para uns controversa para outros aclamada, que dá pelo nome de Luís Inácio Lula da Silva, o actual e reeleito Presidente da República Federativa do Brasil, que não se cansa de apregoar pelos grandes areópagos internacionais a GLOBALIZAÇÃO SOCIAL, mas que parece ninguém dar ouvidos, embora abanando a cabeça que sim…

Todavia, em meu entender, salvo melhor opinião, o Mundo deveria evoluir, isso sim, para uma Nova Ordem Mundial (política, económica, social e cultural),inclusive com a mudança radical de protagonistas e de actores, porque esses que ainda estão e persistem em manter-se na crista da onda, já provaram que, de uma maneira ou de outra, não passaram, não passam de meros fantoches, a parasitarem à custa da Humanidade…

Inclusive, quando nos seus próprios países não conseguiram, não conseguem, operar as mudanças políticas, económicas, sociais e culturais, como poderão ter capacidade e visão para promoverem a mudança no Mundo?

E, hoje, chegámos ao estado de coisas em que nos encontramos, sem novas lideranças fortes, carismáticas, credíveis, coerentes e honestas, porque, efectivamente, ao longo de tantos e tantos anos, foi subraída, com muita habilidade, paciência e perseverança, às grandes massas de povos a nível mundial, uma EDUCAÇÃO com isenção, com transparência e, sobretudo, com honestidade intelectual, e não, como se verifica, e tem verificado, orientada para o desenvolvimento e consolidação de interesses político-económicos onde o social não passa, não tem passado de um mero paliativo, um ópio para não deixar morrer a esperança e a fé dos mais pobres e necessitados.

Quando tive a oportunidade de estudar Ciência Política, entre outras coisas, aprendi que O PODER POLíTICO TEM A SUPREMACIA SOBRE O PODER ECONÓMICO, ou seja, O PODER ECONÓMICO TEM QUE SE SUBORDINAR AO PODER POLÍTICO!

Até parece ser uma verdade insofismável, mas que, na realidade, nos tempos que correm, é uma MENTIRA MONSTRUOSA!

Hoje,qualquer que seja a Nação ou a Economia, é o PODER ECONÓMICO QUE EXERCE A SUPREMACIA SOBRE O PODER POLÍTCO.

Por outras palavras:O poder político é comandado à distância pelo poder económico, enquanto o poder político vai “parasitando” à custa do próprio poder económico e do povo que o elegeu, colhendo benefício de ambos e não só!…

Quando se chega a este ponto, qualquer que seja a Nação ou a Economia, inexoravelmente, mais cedo ou mais tarde, terá que entrar em rota de colisão. E, chegados a essa situação, não há NACIONALISMOS NEM PATRITISMOS que possam resistir – É a RUPTURA, pura e simples, dos sistemas político e económico que prevalecem!

E assim nascem as revoluções! Umas, com as armas apontadas para os trabalhadores. Outras, com as armas apontadas para o capital. E, outras ainda, com um ingénuo cravo na boca de chama de uma qualquer metralhadora ou G3!(O que, em linguagem revolucionária, significa dizer: nem é carne nem é peixe, e até poderá ser oportunismo…).

E, quando nos deparamos com o mundo dividido em matéria de Fé, no meio de toda esta encruzilhada, qual é o papel a assumir pela Igreja Católica ?..

Como diria o outro, E AGORA JOSÉ?…

Embora, tenha a percepção de que já nada poderei fazer para mudar o mundo, muito menos alguma vez tivesse tido essa veleidade, pelo menos, como ESCREVER É LUTAR!, vou continuando com as minhas prosas, porque enquanto LUTAR estou VIVENDO e RESPIRANDO.

Bem Haja, Professor António Cunha, pela oportunidade que nos dá de pararmos uns momentos para reflectirmos sobre tudo quanto nos rodeia, que nos passa ao lado, mas que é de importância vital para os nos destinos, sejam eles individuais e/ou colectivos.

Paulo M. A. Martins
Jornalista
Fortaleza (CE) – Brasil

Paulo M. A. Martins
DEMOCRACIA – – – 2007-01-28
Senhor Justo,

Perante o estado da nossa Democracia actual, europeia, colocam-se, desde já, duas questões:
Será que a democracia como está a ser praticada na União Europeia tem futuro?
E será que vivemos de facto numa verdadeira Democracia?
No que diz respeito à segunda questão, poder-se-á, à primeira vista, dizer que sim. Pois uma das características da Democracia é a liberdade de expressão.
Mas será que a liberdade de expressão é tudo?
Apreciando bem o nosso sistema cada vez mais capitalista, poderemos dizer que a Democracia em si, propriamente, já não existe.
A verdade é que os governos democráticos são, cada vez mais, títeres impotentes nas mãos de um capitalismo a-moralista e desregrado, que só tem como fim o lucro desmedido, nem que para isso se tenha que cilindrar vivos e mortos: “ Geld regiert die Welt “
Por detrás da política, estão os grandes empresários, os grandes consórcios, os grandes magnatas, os chamados homens-sombra, que dizem aos políticos ou queres assim ou fechamos as nossas fábricas e vamos abri-las num dos países do terceiro mundo. Aí não há restrições de ordem alguma: seja no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores, seja no que diz respeito ao meio ambiente.
Na europa dos dias de hoje, vive-se um ambiente de medo. O povo trabalhador sente-se totalmente inseguro. Se é que hoje ainda tem um emprego, quanto ao dia de amanhã já pouco se pode dizer. Amanhã, poderá acontecer que “ um grande manager “, um “génio” que estudou economia durante 5 ou 6 anos, que recebe milhões e milhões de euros ao ano, tomará as rédeas da firma, tirará do seu cilindro não o coelho, mas sim a palavra “ racionalizar” e racionalizará aquela firma. Ou seja, porá no olho da rua, quem sabe, metade dos empregados. Homens e nulheres, pais e mães de família que só têm o seu trabalho para oferecer e que precisam tanto daquele emprego para se alimentarem e alimentarem a sua família.
Perante estes factos o que faz o governo? Pouco ou nada. ( aumentará, se calhar, os impostos ) Pois ele encontra-se de mãos atadas perante um bando de abutres que só têm uma coisa em mente: lucro e mais lucro e mais lucro. Encontramo-nos na era do negócio especulativo: o novo Deus é a bolsa de valores. A palavra mágica é a “ racionalização “.
Não quero ser niilista, mas a verdade é que se a Europa não mudar o seu rumo, se os políticos de hoje não quiserem ter coragem para abrir os olhos, se o desequilíbrio entre o povo trabalhador e o patronato ( o capitalismo ) continuar a crescer como está a crescer, quando as pessoas começarem a não ter que comer, então, isso poderá ser o fim da Democracia, a qual ainda é bastante jovem.
– Pois como sabemos, basta darmos uma vista de olhos pela História, nos momentos de grandes crises sociais o radicalismo ideológico floresce por si mesmo.

Luís Costa

INÍCIO DA DEMOCRACIA EM PORUGAL: 25 DE NOVEMBRO DE 1975

 

Faz hoje 45 anos que foi posto fim à ditadura comunista em Portugal que se encontrava ao serviço da União Soviética e iniciada a 25 de Abril de 1974. Assim se inicia a democracia parlamentar pluripartidária em Portugal. As forças democráticas em torno do Coronel Jaime Neves puseram fim ao período instável que se vivia então.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo