JUSTIÇA PORTUGUESA A SER MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA DEMOCRACIA PORTUGUESA

JUSTIÇA PORTUGUESA A SER MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA DEMOCRACIA

Corrupção institucional legalizada?

Mais um murro nos olhos dos portugueses! O juiz de instrução Ivo Rosa destruiu quase por completo 4 anos de investigação do Ministério Público (1) e pelo caminho, também o trabalho feito pelo seu colega de tribunal Carlos Alexandre, que foi o magistrado que ao longo desses anos foi validando e promovendo buscas, escutas e outras diligências. Dos 28 arguidos sobraram 5 para ir a julgamento, 188 crimes foram reduzidos a 17 (2)! Sócrates foi ilibado (a 9.04.2021) dos crimes de corrupção e de fraude fiscal (Operação Marquês). O Ministério Público pretende recorrer contra esta decisão no Tribunal de Relação de Lisboa. Segundo o funcionário Ivo Rosa, José Sócrates terá apenas de responder pela prática de crimes de branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

A Justiça deixa, assim, antever a cumplicidade do aparelho Judicial com o poder político e económico; “ilibar, por deficiências processuais, Sócrates e Salgado dos crimes de corrupção, é passar uma carta branca ao roubo institucional” como constata o músico Pedro Abrunhosa.

O problema não é sequer do juiz Ivo, o problema de fundo é da Justiça Portuguesa e do comércio de influências. O Juiz Ivo Rosa com o processo Marquês, serão apenas o Iceberg da Justiça portuguesa. Os poderosos apoderaram-se do Estado e da democracia. A corrupção tornou-se legal.

Muitos ainda vivem na ilusão de esperarem justiça da Justiça. Eles gozam cinicamente com o povo. É a lei do safe-se e dos acomodados a algum grupo influente! Temos sistema, faltam-nos Homens! O problema é do sistema e de uma Justiça em grande parte de influências e a falta de Cidadãos em Portugal! Os corruptos sabem que ganham porque embora alguns milhares barafustem, aqueles estão seguros que milhões os elegem.

A vassalagem e o comércio de influências continuam, como na Idade Média, com a diferença que muitos responsáveis de hoje são descarados porque se sentem legitimados nos seus malefícios por actos do nosso sistema democrático. O problema não é Ivo, o problema é a Justiça portuguesa e a troca de influências entre grupos de interesses fortes. O juiz Ivo sai ileso; ele é um filho do sistema e ao serviço do sistema. O problema é a Justiça Portuguesa e o tipo de sistema democrático que a acompanha e legitima. A Política orienta-se pela ética de interesses! O resto é música de acompanhamento. Quem vai no cortejo não nota! Por sua vez o povo, bem-ensinado, segue o jogo político dos prevaricadores desculpando os erros de uns partidos com os dos outros.

Em Portugal, país pequeno, os grupos de interesses são solidários entre si, repartindo entre eles o saque. Só o povo não manifesta interesse e, como tal, não tem quem defenda os seus interesses; isto independentemente do regime político que se adopte!

Quem come da mesma gamela não se vê motivado a criticar no sentido de as coisas mudarem; quando muito vira a bola para canto! Um problema simplório é também tentar-se explicar males actuais com males antigos e o mal de um partido com o mal do outro, passando-se assim bem à margem do bem comum e dos interesses reais do país. Por estas e por outras o país «não passa da cepa torta»!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

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António da Cunha Duarte Justo

Actividades jornalísticas em foque: análise social, ética, política e religiosa

14 comentários em “JUSTIÇA PORTUGUESA A SER MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA DEMOCRACIA PORTUGUESA”

  1. Face a tudo o que se tem passado e basta ver o que ontem se passou com o caso de socrates em tribunal, por intermédio do juiz Ivo Rosa, com o qual se acaba de constatar, de que este deixou a justiça portuguesa não na lama, mas alegadamente, num chiqueiro. Na atitude que esse juiz acabou por fazer, indirectamente diz que não foi socrates que roubou o país e o povo, mas sim que o povo e o país, é que roubaram socrates e por isso o juiz Ivo Rosa, acabou por condenar o povo português e o país e acabou por alegadamente, elogiar e condecorar o corrupto socrates. Povo português porque esperamos? Onde estão os homens de tomates negros deste país?

  2. António, eu pensava que os „grupos de interesses“ também são parte do povo! Ou quem defines tu como Povo? Eu também pensava que na tua lógica a Justiça não existe sem pessoas: „o Juiz Ivo é ileso“ como escreves, ou faz parte do sistema? Ou será que temos de mudar o sistema, mas para qual? Ou teremos que mudar as leis? Ou teremos que fazer uma nova Revolução?! Acho que a maioria do Povo pode ou não estar de acordo! Como vamos fazer?

  3. Não Manuel Campos! O povo está dependente dos grupos de interesse que em Portugal não parece terem a consciência do que é o bem comum! Primeiro e por último são considerados os interesses dos amiguinhos, os interesses do clube e os interesses do partido e não os interesses do país e da colectividade. Há uma identificação dos súbditos com o partido que os impede de verem para além do próprio prato a ponto de identoficarem os interesses do partido com os interesses do Estado ou do país. A colectividade paga com o seu contínuo empobrecimento o cinismo de muitos maiorais que continuam a ter uma mentalidade de “classes” medievais mas fazendo-se vendedores do progresso que usam em seu benefício. O Juiz Ivo, certamente, serve a justiça palaciana e dá a impressão de se estar marimbando para o que acontece. Que vamos fazer? Um grande passo em grente seria se deixassemos de ser defensores de senhorios e coutadas e de nos identificarmos com eles. Se a massa pensante deixasse de ter uma visão global e não clubista talvez chegassemos a uma mudança de mentalidades que partisse de todos para todos. Para isso teríamos de iniciar um pensamento que partisse do todo, do nós, para o particular; um pouco à margem de egoismos individuais e partidários. Que cada um se encoste a alguma organização para se definir e se sentir em “casa” “própria” é natural mas que identifique a “própria” casa com a casa da humanidade torna-se perigoso!

  4. Caro António, afirmas que o povo está dependente de “grupos de interesses”, que não olham para o bem comum. Não será isso positivo, quando se trata por exemplo da defesa de interesses e mesmo direitos legítimos, quer como cidadãos, consumidores ou eleitores, p.ex.? Não será essa também uma das função dos Partidos, quando a sua posição é – o nome o diz – partidária, porque uma parte está perdendo para a outra?
    Enuncias criticamente a identificação dos “súbditos” com o “Partido”… Ninguém é “súbdito“ de um Partido, pois até tem o direito de mudar, ou de não pertencer a nenhum.
    Mas isso não será também normal? Acho por exemplo que é legítimo e urgente lutar por uma – ainda melhor – Democracia num Partido democrático, e combater uma Ditadura, defendida por outro! Hoje, mais do que nunca.
    Claro, o problema é que as pessoas não pensam todas da mesma forma. Obrigá-las a isso seria uma Ditadura.
    Opino, certamente contigo também, que há uma necessidade enorme de melhorar muito mais a educação e a capacidade de reflexão da nossa sociedade, mas sobretudo de fortalecer o seu espírito crítico e o engajamento político-social? Isso sim.
    O Juíz Ivo, que aqui criticamente nomeias, procedeu de acordo com as leis em vigor e que ele tinha que respeitas. Serão as leis, emanadas do Parlamento, “palacianas”? O procedimento do Juiz levou-nos a verificar que muitas delas, de acordo com os actuais códigos de ética e moral, estão erradas e devem ser mudadas urgentemente? Isso Sim.
    Mas elas não deram cobertura apenas a Sócrates, que mesmo assim na6o saiu ilibado da contenda. Há ainda muitos outros cidadãos que as “utilizaram” em proveito próprio, roubando o Estado (o Povo, que em parte os defende e em parte os condena, conforme a sua própria ideologia e não em nome do bem comum), continuando eles por aí ainda à solta, sem que a Justiça (MP) os tenha sequer indiciado e noutros casos até os tenha ilibado. E chegamos de novo aos “grupos de interesses”!
    Tu afirmas: “Se a massa pensante passasse a ter uma visão global e não clubista”…!
    Pensei que seria bom começar por experimentar uma mudança por ex. ao nível dos Clubes de Futebol! Desanimei logo! Não há ali massa pensante, mas interesses.
    Dizes ainda: “Teríamos de iniciar um pensamento que partisse do todo, do nós, para o particular, um pouco à margem de egoísmos individuais e partidários!”
    Como poderás imaginar, estou de acordo. Mas acho que é um sonho! E quem, depois de muitos anos de vida e de experiência, conhece um pouco a “natureza humana”, entenderá bem, porque digo que é um sonho! Todo o seu humano é duplo nas suas apreensões, mas julga e decide conforme suas conveniências e ou convicções. Não existe nem “realidade”, nem medalha apenas com uma face. Mas normalmente só vemos uma: a nossa! E fazemos então de conta que a nossa é ou deverá ser a de todos, para o bem comum. Ilusão.
    Vejo os problemas e os desafios. Mesmo assim não quero desistir de, também contigo, tentar “salvar o mundo”.

  5. Sim, Manuel, todas as expressões partidárias, ideológicas e económicas são expressão da pluralidade e da riqueza da diversidade. Uma vez que Um Estado é expressão das vivências e aspirações do seu povo seria natural que todos lutassem pelo bem comum subjugando o bem partidário ou ideológico ao do país. Os partidos na expressão da parte no todo deveriam respeitar-se uns aos outros e lutar primeiramente pelo bem estar de todos nas suas diferenças. Observei bem de perto os comportamentos de membros dentro de partidos e desiludiu-me a tendência natural que tinham de andar de mente penteada ao estilo do partido e uma certa atitude de olhar para cima, para os que no partido ocupam cargos possibilitadores de promoções; observei menos a atitude democrática que poderia ser de olhar para si e para os colegas numa de sintonia e inovação. Em vez disso observei a devoção e o tentar andar com os de categoria ministerial. Acho tudo isso natural porque se bem observares os pintainhos, todos eles correm para se colocarem debaixo das assas da galinha! O problem são as atitudes que daí surgem! Naturalmente que toda a luta contra o mal justificou a atitude guerreira dos bons contra ele e vice versa. Essa será sempre a legitimação da guerra e do espírito guerreiro. A cultura do medo tem servido os grandes! A legitimação do abuso do poder e da ditadura começa sempre pelo facto de alguém quer ter razão não considerando a sua opinião uma maneira de ver entre outras! A diversidade de opiniões é legítima e dela vive a democracia. Exactamente, Manuel, porque sou do parecer que o pensamento faz doer, procuro investir no aspecto crítico e numa cultura de pensamento que não se contente só com o penteado! Muitas das leis são feitas de maneira a terem uma margem de discricionariedade e de interpretação conforme o espírito da aragem política do momento. De uma maneira geral penso que oss juizes europeus agem na consciência de não terem opinião mas de de decisores objectivos. Neste aspecto gosto mais da mentalidade americana onde os juizes expressam a sua opinião. Devido às influências das cúpulas partidárias também na disciplina parlamentar dos seus deputados e a outros aspectos protoculares sou do parecer que as leis e em especial a sua aplicação têm muito de palaciano! Isto não quer dizer que se devam negar simplesmente. Mas como o povo é juiz deve-lhe ser concedida aquela possibilidade ou margem de discricionariedade na interpretação das mesmas, que é concedida a funcionários. Mais que funcionários a funcionar ao serviço do patrão ou do sistem quer-se fomentar uma cultura de funcionalidade em direcção do povo. Tudo mais a olhar para o lado e para baixo e menos a olhar-se para cima, em questões de bem-comum. Sim, o importante é estar-se atento aos ladrões; a sua cor deveria ser indiferente! Importante é olharmos para o todo do arco-iris com respeito e interesse mas não nos fixarmos apenas numa só cor. Ao fazê-lo desconhecemoso a essência do arco-iris, o ser do povo! Manuel, pelo que observo nos clubes e nos partidos observo sobretudo seguidores; quem pensasse diferente perturba a ordem parcial partidária e como tal é marginalizado. Sim, em política há ética de interesses que pouco tem a ver com a ética que se transmite ao povo! Sem sonho não há alvorecer, não há acordar, não há energia para construir futuro! O pragmatismo em que nos encontramos esá a tornar-se num grande perigo para a civilização ocidental e é um atentado contra a alma ocidental em que a pessoa é o seu centro! A individualidade está a ser atacada profundamente no sentido de se criar uma maneira de ser e de estar à la China! Creio também que para a formação e legitimação da opinião não chegam as “conveniências e ou convicções”. Como tu, não quero “salvar o mundo” mas lançar uma pedra no próprio meio e no charco da sociedade para que esta mantenha a vida , a desenvolva e aperfeiçoe. A vida é toda ela um desafio feita de acertos e enganos. Geralmente aprende-se mais dos erros; por isso é necessário aceitá-los, se aceitamps o progresso! Um abraço amigo.

  6. Pois é bom lembrar todos, mas faltam aí os do BPN , o P e o C. Mas a lista é grande. Não cabem no quadro

  7. Sim, porque são tantos e das mais variadas vertentes seria necessário ter a coragem de começar por algum lado, talvez o que dê mais nas vistas!. Uma vez condenado um da classe passam os ouros também a ser condenados. O problema é que geralmente o povo não quer saber muito disso alegando que a culpa de uns desculpa a dos outros e os prepvericadores sentem-se compreendidos e estimulados a continuarem na mesma atitude!

  8. VERDADES QUE NÃO CONVEM OUVIR: Esperemos que o apelo feito no seguine video seja tomado a sério por todos independentemente dos envolvidos na corrupção. Interessante seria investigar a razão porque a Justiça como sistema se encontra no estado em que se encontra! Também não seria oportuno que os jornalistas em geral se ocupassem da corrupção e não refugiar-se na ómoda posição de se mostrarem como meninos bonitos procurando não tomar a sério o assunto e desviá-lo para canto falando dos males de ontem ou dos males deuns e outros. https://www.youtube.com/watch?v=LqsGlP8YEuw

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