MANIPULAÇÃO DE LINGUAGEM PROGRAMADA  TECNOLOGICAMENTE

 

Não sei se já notaram! Quando escrevemos no computador, e fazemos uso das aplicações  de correctores de palavras, ou usamos programas de tradução ou até de aplicações de sinónimos, estamos, por vezes, a ser manipulados.

Na correcção automática do programa de escrita Word verifiquei que, por vezes,  há palavras só com a morfologia brasileira no corrector de vocabulário; também na aplicação  referente a sinónimos se dá o mesmo; por exemplo, esta aplicação apresenta a  palavra corruptores, também, com o significado de conservadores. O mesmo acontece em dicionários.

Também, quando lecionava português, verifiquei em gramáticas a ausência do uso da segunda pessoa do plural “vós” e um encosto ao falar brasileiro.

Este e outros processos de manipulação em via contribui para o empobrecimento da língua portuguesa em relação a outras línguas europeias! Como exemplo muito concreto temos o uso dos pronomes pessoais.

Estas manipulações altamente programadas são automaticamente assumidas por utilizadores que inocentemente adoptam a manipulação sugerida.

Quis aqui só falar de algum aspecto de abusos usados em  tecnologias, que, por si mesmas, nos prestam grandes serviços, simplificando-nos a vida!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

PERGUNTAS À JUSTIÇA PORTUGUESA:

 

1- Como é possível que os crimes de corrupção prescrevam?

2- Como é possível que não haja uma legislação clara e rigorosa sobre o enriquecimento ilícito?

3- Como é possível que relações pessoais e instituições contaminem impunemente o funcionamento da Justiça?

E acrescentaria mais uma:

4- Qual a razão porque os partidos não se juntam numa acção comum contra a corrupção dentro das instituições do Estado e além disso não fazem leis e não estabelecem práticas eficientes que evitem promiscuidade entre política e economia?!

NATO ABANDONA O AFEGANISTÃO

 Primeiro foram os Russos a perder a guerra e agora é a vez da NATO

 10.000 soldados da NATO terão de deixar o país entre o 1º de maio  e o 11 de setembro. A decisão foi tomada na conferência dos 30 ministros das Relações Exteriores e da Defesa seguindo-se assim, a anunciada retirada dos EUA, atualmente com cerca de 1.100 soldados. Os USA ocupar-se-ão no futuro mais com o que se passa na Ásia; os europeus terão de se definir  para assumirem estrategicamente mais responsabilidade na África e na América do Sul.

Após 20 anos de guerra, a República islâmica Afeganistão fica destruída e devastada e à deriva dos Talibãs.

No Afeganistão, só em 2019, foram mortos 484 civis e 777 feridos em ataques noturnos e ataques aéreos de tropas afegãs e estrangeiras.  De acordo com OCHA uma organização da ONU, 350.000 Afegãos foram deslocados dentro do país, no mesmo ano.

Quem assume a responsabilidade dos muitos mortos e paga os custos e limpa as muitas minas? Os talibãs e a NATO certamente que não.

Como se constata, uma população de muitas tribos não pode ser derrubada de cima para baixo. Na perspectiva contrária, esta parece ser uma lição para o globalismo e para o centralismo hodierno que, contra o regionalismo,  se esforça por doutrinar, também ele, os vários povos no sentido de um pensar igual já não religioso mas do politicamente correcto…

Embora os USA tenham “investido na reconstrução civil e política do Afeganistão tanto como investiram na reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial, o efeito é modesto” (1) . Os talibãs repudiam uma sociedade moderna secular! Consequentemente, iremos ter na Europa um significativo aumento de pedidos de asilo de refugiados afegãos.

Toda a sociedade em que o islamismo fundamentalista se afirme mantem em si os germes da guerrilha e abranda o seu desenvolvimento humano e social na história.

 A guerra uma vez perdida deixa agora o destino do Afeganistão nas mãos dos Talibãs e das outras forças afegãs.

Espere-se por um milagre!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://www.tagesspiegel.de/politik/afghanistan-droht-ein-exodus-was-der-nato-abzug-bewirkt/27100020.html

HÁ ROUBAR E ROUBAR

MUITO ACTUAL E OPORTUNO!
“Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador?
Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres.”
Pe António Vieira, in ‘Sermão do Bom Ladrão’
Pelos vistos e observando o exemplo da operação Marquês do caso de Sócrates e consórcios a justiça assume um caracter de sustentabilidade perene, através de todos tempos, como anpotava já então o Pe. António Vieira!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do tempo

JUSTIÇA PORTUGUESA A SER MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA DEMOCRACIA PORTUGUESA

JUSTIÇA PORTUGUESA A SER MAIS LENHA NA FOGUEIRA DA DEMOCRACIA

Corrupção institucional legalizada?

Mais um murro nos olhos dos portugueses! O juiz de instrução Ivo Rosa destruiu quase por completo 4 anos de investigação do Ministério Público (1) e pelo caminho, também o trabalho feito pelo seu colega de tribunal Carlos Alexandre, que foi o magistrado que ao longo desses anos foi validando e promovendo buscas, escutas e outras diligências. Dos 28 arguidos sobraram 5 para ir a julgamento, 188 crimes foram reduzidos a 17 (2)! Sócrates foi ilibado (a 9.04.2021) dos crimes de corrupção e de fraude fiscal (Operação Marquês). O Ministério Público pretende recorrer contra esta decisão no Tribunal de Relação de Lisboa. Segundo o funcionário Ivo Rosa, José Sócrates terá apenas de responder pela prática de crimes de branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

A Justiça deixa, assim, antever a cumplicidade do aparelho Judicial com o poder político e económico; “ilibar, por deficiências processuais, Sócrates e Salgado dos crimes de corrupção, é passar uma carta branca ao roubo institucional” como constata o músico Pedro Abrunhosa.

O problema não é sequer do juiz Ivo, o problema de fundo é da Justiça Portuguesa e do comércio de influências. O Juiz Ivo Rosa com o processo Marquês, serão apenas o Iceberg da Justiça portuguesa. Os poderosos apoderaram-se do Estado e da democracia. A corrupção tornou-se legal.

Muitos ainda vivem na ilusão de esperarem justiça da Justiça. Eles gozam cinicamente com o povo. É a lei do safe-se e dos acomodados a algum grupo influente! Temos sistema, faltam-nos Homens! O problema é do sistema e de uma Justiça em grande parte de influências e a falta de Cidadãos em Portugal! Os corruptos sabem que ganham porque embora alguns milhares barafustem, aqueles estão seguros que milhões os elegem.

A vassalagem e o comércio de influências continuam, como na Idade Média, com a diferença que muitos responsáveis de hoje são descarados porque se sentem legitimados nos seus malefícios por actos do nosso sistema democrático. O problema não é Ivo, o problema é a Justiça portuguesa e a troca de influências entre grupos de interesses fortes. O juiz Ivo sai ileso; ele é um filho do sistema e ao serviço do sistema. O problema é a Justiça Portuguesa e o tipo de sistema democrático que a acompanha e legitima. A Política orienta-se pela ética de interesses! O resto é música de acompanhamento. Quem vai no cortejo não nota! Por sua vez o povo, bem-ensinado, segue o jogo político dos prevaricadores desculpando os erros de uns partidos com os dos outros.

Em Portugal, país pequeno, os grupos de interesses são solidários entre si, repartindo entre eles o saque. Só o povo não manifesta interesse e, como tal, não tem quem defenda os seus interesses; isto independentemente do regime político que se adopte!

Quem come da mesma gamela não se vê motivado a criticar no sentido de as coisas mudarem; quando muito vira a bola para canto! Um problema simplório é também tentar-se explicar males actuais com males antigos e o mal de um partido com o mal do outro, passando-se assim bem à margem do bem comum e dos interesses reais do país. Por estas e por outras o país «não passa da cepa torta»!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,