TURQUIA DIRIGIDA POR UM AUTOCRATA QUE ELABOROU O ESTADO À SUA MEDIDA

Turcos defensores do sistema antidemocrático venceram as eleições também na Alemanha

António Justo

 

Nas eleições de 24 de Junho, o autocrata Recep Tayyip Erdoğan obteve 52,5% dos votos e o candidato da oposição Muharrem İnce, 31%; este quer que Erdogan actue como presidente dos 80 milhões de turcos e não apenas como presidente de um partido. Erdogan tem o poder assegurado até 2023, ano em que a Turquia celebra o seu centésimo aniversário.

 

Na Alemanha há 1,44 milhões de eleitores turcos: destes, metade participou nas eleições da Turquia tendo havido 64,78 dos votantes por  Erdogan e 21,88%  pelo seu opositor Muharrem.

 

Se tivermos em conta a percentagem dos tucos votantes na Alemanha e na Turquia, os turcos que vivem na Alemanha já desde os anos 60 demonstram menos senso democrático ocidental do que os que vivem na Turquia.

 

O ex-chefe dos Verdes, Cem Özdemir, criticou o comportamento dos seus compatriotas na Alemanha dizendo: “expressam assim a rejeição da nossa democracia liberal”. O partido FDP atesta à Alemanha falha na integração e o partido A Esquerda critica o governo alemão por fortalecer a Turquia com a sua política exterior.

 

Com a eleição de Erdogan, o cargo de Primeiro Ministro é abolido, sendo Erdogan Presidente e Primeiro ministro na mesma pessoa; ele tem o poder de nomear e demitir os ministros e de governar através de decretos; pode até, através de decretos, cancelar e ignorar decisões parlamentares. Erdogan é um perigo para a Turquia e para a Europa e fará tudo por fortalecer o “Turquistão”. Fomenta o islamismo e demole consequentemente a herança democrática e laicista do fundador da Turquia Ataturk. Tem mãos livres para governar com os seus métodos de estado policial.

 

Num país onde mais de 90% da imprensa se encontra limitada e que teve uma campanha eleitoral com mais de 85 por cento do tempo de publicidade na TV para akp e mhp explica tais resultados.

 

O Estado turco, impulsiona a islamização da Turquia e também o islamismo na Alemanha através do envio de Imames e da grande rede da confederação DITIB (União Turco-Islâmica de Mesquitas e associações). A política negligente alemã no que respeita à integração turca na Alemanha tem fortalecido as forças turcas antidemocráticas a ponto de a associação das mesquitas turcas ter poder para, nalguns estados, nomear professores de religião para escolas públicas e das forças retrógradas serem fortificadas.

 

Os refugiados da Turquia aumentarão e com eles os conflitos a nível diplomático; além disso a rota de refugiados da Turquia abrir-se-á de novo, a não ser a preço de dinheiro menos limpo.

 

A EU pagou seis mil milhões de euros à Turquia para alojamento de refugiados (para os impedir de virem para a EU). Depois de uma análise do paradeiro do dinheiro, verificou-se que foi usado para o desenvolvimento de infraestrutura de saneamentos e esgotos e no sistema escolar. Facto é que a EU viu extremamente diminuída a entrada de refugiados na Europa.

 

Hoje já há centros de recolha na Líbia, em Ceuta e em Melilla (Espanha).

 

A perseguição aos Curdos vai aumentar e com ela a fuga de cidadão curdos do país. Erdogan sabe que quem faz guerra sobe na consideração internacional; desta maneira torna-se parceiro de conversações, tal como pôde constatar nas suas incursões contra os Curdos na Síria/Iraque. Guerras distraem o povo de outras relaidades.

 

Nesta época está-se a dar uma reviravolta social que fomenta regimes mais autoritários em consequência da crise não resolvida. Estas são as andanças que qualquer democracia tem de suportar porque a alma da democracia é o cidadão. E o cidadão é soberano e também pode optar por ser antidemocrático.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA EM PORTUGAL

“Em Portugal há líderes islâmicos a recomendar a mutilação genital feminina”

Já não chega o véu na cabeça que os homens impõem às mulheres, como acto de subjugação feminina? Trazem para cá ainda mais este flagelo ainda muito espalhado em sociedades atrasadas.

Este acto desumano é usado como prevenção contra a infidelidade matrimonial e também em defesa da poligamia! São medidasao serviço do primitivismo do homem, à custa da mulher!

Quem efectua tais práticas deveria ser severamente castigado pela lei tal como quem for conivente. Ao mutilarem o clitoris da mulher não só lhe roubam o prazer como também mutilam e escravizam a sua alma para toda a vida.

Um Imam que defenda tal prática deveria ser extraditado.

https://www.rtp.pt/noticias/pais/em-portugal-ha-lideres-islamicos-a-recomendar-a-mutilacao-genital-feminina_es1081185

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

NÚMERO DE REFUGIADOS EM 2017

 

António Justo

No seu relatório anual  “Tendências Globais”, o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) informa que 68,5 milhões de pessoas em 2017 se encontravam deslocadas por guerras e conflitos.

Em 2017 viviam 19,9 milhões de pessoas num outro país como refugiados. 70% desses refugiados provêm de 5 países: da Síria 6,3 milhões, do Afeganistão 2,6 milhões, do Sudão do Sul 2,4 milhões, de Mianmar 1,2 milhões e da Somália 1 milhão.

Os países com mais refugiados são Turquia (3,5 milhões), Paquistão 1,4 milhões, Uganda 1,4 milhões, Líbano 1 milhão, Irão 1 milhão e Alemanha 1 milhão. 52% dos refugiados são menores.

Deu-se uma redução no número de refugiados que vêm através do Mediterrâneo; este ano, até meados de junho, vieram 40.000.

A maior parte dos refugiados na Europa vêm através da Itália e da Grécia.

Entre janeiro e março de 2018 houve 34.400 requerimentos de asilo na Alemanha. Na EU o número de requerimentos reduziu-se de 15% (houve 131.000 requerimentos).

Em Portugal em 217 foram feitos 1.749 pedidos de asilo dos quais, 500 viram confirmados o seu pedido de reconhecimento do estatuto de proteção internacional. Muitos refugiados seguem de Portugal para o Norte da Europa, por isso a política europeia orienta-se no sentido de refugiados que já tiveram entrada num país da EU possam ser reenviados para o país onde primeiro foram registados ou onde tiveram entrada.

Os Estados Unidos foram o país a registar o maior número de pedidos (330.000) essencialmente provenientes de cidadãos de países da América Latina. Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos), os EUA superam a Alemanha que desde 2013 liderava a qualificação.

Cada vez se torna mais difícil distinguir entre refugiados políticos e refugiados económicos.

Encontramo-nos numa luta de culturas em que a Europa só se interessa por ganhar a económica. Mas como civilização ocidental, de cunho Judeo-cristã e greco-romano, temos deveres para com outros povos e para com o próximo sem esquecer a outra máxima evangélica: “ama o próximo como a ti mesmo”, sem esquecer o “como a ti”!

A hospitalidade faz parte da tradição bíblica e também Jesus foi migrante perseguido e recomenda: “Era peregrino e me acolhestes” (Mateus, 25) … “Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’ (Mt 25.35-36). Para o cristão vale: „Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas, 3).

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo,

A CRISE DO GOVERNO DE MERKEL TORNOU-SE SÍMBOLO DA CRISE DA EUROPA

A Crise do Euro foi superada – A Crise dos Refugiados deixará feridas incuráveis

António Justo

Seehofer, Ministro do Interior da Alemanha, quer recusar a entrada na Alemanha a migrantes refugiados já registados noutros Estados-membros da EU e assim obrigá-los a serem mais rigorosos no registo. (Mesmo assim não poderá impedir a tentativa daqueles que entram em Estados com menos regalias sociais e farão tudo por tudo para irem para regiões mais ricas; por outro lado, refugiados que se encontrem numa fronteira e tenham familiares já reconhecidos num país, segundo a prática do direito atual, têm o direito de entrarem no país).

Depois do ultimato de 15 dias de Seehofer dado a Merkel para encontrar uma solução europeia satisfatória, os representantes da política, até agora seguida pela EU de Bruxelas, encontram-se sob pressão, por terem de considerar os próprios interesses e que no caso são os de Merkel também.

Atendendo aos países que apoiam a política de Seehofer, à chanceler Merkel resta-lhe realizar contratos bilaterais com grupos de países.

O caminho será indicado pela Áustria na sua exigência de se criarem centros de recolha fora da Europa onde os pretendentes a refugiados possam fazer os seus requerimentos ou a EU fazer como fez com a Turquia pagando aos seus países fronteiriços milhares de milhões para conterem os imigrantes. Aqui surge também um problema porque a EU já determinou o seu orçamento até 2021.

Merkel encontra-se em maus lençóis:  por um lado entre a força política de Áustria, Itália e Polónia em relação à política de refugiados e por outro a política económico-financeira que Mácron quer para a EU.

A política de imigração da chanceler Merkel, por muito cristã que se tenha revelado, dividiu a Europa que, para ser inteira, terá de remodelar a EU no sentido de uma Europa Unida das Nações; só assim poderá integrar também a vontade do povo e não renunciar ao cunho cultural que lhe deu maturidade.

Estamos perante um busílis: por um lado a Europa precisa de imigrantes para não envelhecer (devido à própria infertilidade) e por outro perante um futuro comprometido: o problema não está na imigração, pelo contrário, o problema virá do islão que se mostra renitente e imutável, por estar consciente de como funciona e se impõe poder através dos séculos. As ideologias passam, mas as religiões não!

Deveria procurar-se uma solução europeia que seja solução também para o povo! É vergonhosa a maneira como os formadores da opinião pública conduzem a discussão, como se uma solução para a Europa pudesse ser encontrada pelos interesses das elites contra os interesses do povo.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

GOVERNO ALEMÃO DIVIDIDO NA POLÍTICA DE REFUGIADOS

O Ministro do Interior quer um Plano para a Alemanha e a Chanceler quer um Plano para a Europa

António Justo

A apresentação do Plano Mestre de Migração do ministro do Interior, Horst Seehofer, marcada para hoje (12.06.2018) foi adiada devido à intervenção da chanceler Merkel.

O motivo é uma disputa nos bastidores de Berlim com a chanceler Ângela Merkel. Seehofer quer resolver o problema nacional da imigração com medidas jurídicas nacionais enquanto que a Chanceler quer uma solução política para poder manter as portas da Europa abertas, mas ver a responsabilidade repartida por todos os países membros da EU.

O Plano do ministro viria fortalecer a posição dos países europeus que se declaram contra ou são reticentes em relação à política de imigração de Merkel.  Seehofer não quer “um meio Plano com compromissos podres”,  quer sim um Plano com medidas “que do meu ponto de vista são necessárias para restabelecer a lei e a ordem na Alemanha “.

O ministro do Interior, quer, de acordo com informações do “Bild am Sonntag”, que refugiados não documentados e que deportados solicitantes de asilo que desejam retornar à Alemanha sejam rejeitados na fronteira. O Plano prevê também a luta contra as causas que motivam a fuga.

Para Merkel, o que conta são os argumentos políticos e não os jurídicos apesar da desordem administrativa consequente na Alemanha e de frequentes informações na imprensa de mortes e violações provocadas por refugiados muçulmanos.

A nível de UE, a Alemanha não pode dar a impressão de querer defender os seus interesses nacionais porque então falharia a sua intenção de comunitarizar, a nível de EU, o problema da imigração de refugiados políticos e da pobreza.

No fim de Junho os estados membros da UE reunir-se-ão para decidir da distribuição de responsabilidades. Daí o veto de Merkel à apresentação actual do Plano Mestre de Migração do ministro.

O testo da fervura da sociedade alemã já faz muito barulho, tanto a nível partidário como a nível de povo. Que Merkel queira distribuir o mal pelas aldeias é compreensível. Que países que não fazem o seu negócio nos países de conflito que provocam a emigração e devam receber quotas de provenientes desstes países é um assunto de que a política correcta não deve falar!  O dinheiro compra tudo, não respeitando sequer a honra das nações. Vamos ver aonde isto leva!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo