ADVENTO ILUMINADO

Advento vem do latim “adventus” e significa chegada (“Tempus ante natale Domini”); é o tempo de reflexão e de preparação para a chegada de Jesus (Deus que assume a carne/matéria como parte de si mesmo).

O tempo de Advento reveste um caracter especial do amor ao próximo, do perdão e da generosidade.

Modernamente acentua-se menos a penitência e o arrependimento (no passado nos tempos antes do Natal e da Páscoa não eram permitidas danças nem celebrações luxuosas) e mais a alegria natalícia da encarnação de Deus.

O número quatro (domingos) antes do Natal foi fixado pelo Papa Gregório o Grande, no século VII (antes o tempo era variável) e  é  uma alusão simbólica aos tempos da História (estações)  que o povo teve de esperar, depois da queda de Adão até à vinda do Salvador, o novo Adão!

A nível exterior e muito usada é a Grinalda de Advento com quatro velas a acender sucessivamente em cada novo domingo que se inicia.

A simbologia que assiste à grinalda com as velas pretende indicar que o caminho se torna cada vez mais claro à medida que se aproxima de Jesus (Luz e calor das velas que dão conforto e esperança!). Advento quer ser sinal de que não nos encontramos perdidos na escuridão. Existe também a tradição do Candelabro de Maria. Mais informação em nota (1).

Desejo a todos um advento brilhantemente e iluminado!

António CD Justo

Pegadas do Tempo

 

(1) Existe também uma tradição do Candelabro de Natal: As 7 velas do candelabro de Natal de Maria

O candelabro do Natal de Maria: http://heitor-omximo.blogspot.com/2014/12/o-candelabro-do-natal-de-maria.html  .

Advento e sua Expressão: https://antonio-justo.eu/?p=3365&cpage=1

Advento Tempo de Espera: https://antonio-justo.eu/?p=6270

Uma pausa no dia-a-dia: https://antonio-justo.eu/?p=5163  ;

Calendário do Advento: https://antonio-justo.eu/?p=3365&cpage=1  ; Pessimismo versus optimismo: http://antonio-justo.blogspot.com/2012/12/advento-do-natal.html  ; Advento: https://antonio-justo.blogspot.com/2007/11/advento.html

; Caminhada para a Gruta: https://www.linkedin.com/pulse/advento-%C3%A9-o-tempo-da-caminhada-para-gruta-do-cora%C3%A7%C3%A3o-ant%C3%B3nio/?originalSubdomain=pt

O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA TEM ESTADO A SER IRRESPONSAVELMENTE DEPAUPERADO

É de lamentar o facto de colegas gramáticos e linguistas não reconhecerem, por vocação científica, o que Evanildo Bechara diz e não notarem que são mais fiéis à ideologia do que à ciência. Enfim, a cegueira do tempo tem muito crédito e leva muita coisa boa na enxurrada, sem que se note! Um desejo oportunista de agradar e de contribuir para um igualitarismo pela mó de baixo não olha a meios!
O latim popular e o latim erudito fizeram um caminho conjunto durante muitos séculos sem ter de uma maneira de ser-estar-falar na vida de negar a outra.
A atitude ideológica jacobina moralista, assumida pelo Zeitgeist e até por meios académicos, desqualifica e prejudica grande parte de temas discutidos e preta um mau serviço à Ciência e à Sociedade..
Aplauso, Doutor Evanildo Bechara, por este texto que li em Forum Elos!
António Justo
Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Entrevista EVANILDO BECHARA ROBERTA ABREU Em defesa da gramática dos mais respeitados especialistas língua portuguesa condena os colegas que se contra norma culta diz que disseminá-la é crucial para pais avançar pernambucano Evanildo Becha- dos sa, duas portugue- quais portugués, universida- Portugal. Brasileira profissão. Bechara "precon- tese.d corrigir Bechara: Alguns meus lógica serve chance socialmente" Dizer que a língua culta um instrumento de dominação das elites uma ortodoxia política e um obstáculo para 0 pais ma ascende- custo reais não? provocado defesa discussão que uma reconhece linguajar que língua produzir das popular que alguns colegas meus referem, veja|1EJUNHO.2011 *DEJUNHO."

ATITUDES NA VIDA

No passeio que dei esta tarde no parque, observei uma atitude fora do vulgar.
Uma menina que saltitava à frente de seu pai, escorregou e caiu!
Desenvolta levantou-se e limpou-se, como se nada fosse, da lama que o caminho lhe oferecia.
Depois, o pai, com postura natural, limpou-a de alguma lama que o kispo ainda tinha mais acima!
Isto fez-me lembrar outras crianças que, quando caem, o primeiro que fazem é ligar a sirene e ficar-se no chão à espera de alguém que as levante.
A mimalhice não ajuda na vida, corre o perigo de nos tornar dependentes e irrealistas nas escolhas a tomar na vida!
Enfim, atitudes na vida!
António CD Justo
Pegadas do Tempo

SOBRE O FORMATO DA INFORMAÇÃO

CNN PORTUGAL IN-FORMAÇÃO OU FORMATAÇÃO?

Por António Justo

CNN Portugal, cujo director editorial „em articulação com a direção da TVI”, é Nuno Santos, começará as suas emissões a 22 de novembro de 2021.

A CNN Portugal resulta de um acordo entre a Média Capital e a CNN: substituição da TVI24 pela CNN Portugal.

Segundo informa a Vikipédia, “Júlio Magalhães e Judite Sousa, serão as principais figuras do canal”.

CNN é nome de marca internacional (Globalista?!), e a CNN Portugal poderá tornar-se numa mais valia no que respeita a informação e comentários internacionais e também em relação à informação nacional se esta conseguir evitar as influências que têm amarrado parte dos Media em Portugal a políticos e interesses ideológicos (1) distanciados do Bem-comum.

De facto, no princípio de tudo está a palavra, a informação e os maiorais sabem disso!…

Tenho as minhas dúvidas no que toca às informações e à política de informação sobre Portugal dado o politicamente correcto do nosso regime ter conseguido passar um atestado de inocência ao socialismo (até no âmbito constitucional) e preferir apelar mais, com seus programas, ao espírito cívico do emocional coitadinho do que a um espírito crítico e racional ao serviço do bem-público e ao desenvolvimento integral da pessoa humana!

Num Portugal a viver à sombra cerrada da ideologia e de protagonismos jacobinos, a CNN Portugal, teria de deixar de formatar mentalidades adocicadas, para poder passar a fomentar um espírito analítico crítico nas políticas de informação e, para tal, saltar sobre a própria sombra, para que o cidadão receba a possibilidade de se tornar verdadeiro sujeito da história e não mero objecto da mesma e das suas elites; só assim a CNN nos poderá surpreender e tirar dúvidas que só o futuro poderá esclarecer!

A dúvida fundada virá da capacidade de autossuperação; virá da aptidão de seus actores conseguirem romper o casulo abrilista que não se revela menos impeditivo, ao desenvolvimento integral, que o salazarista!  Será que será possível que os novos/velhos/actores da CNN conseguirão superar interesses corporativos para se tornarem eles mesmos ao serviço do bem comum e superarem o espírito de abril instalado, unilateral, acomodado e acrítico, herdado do regime anterior?

Da urgência de tal incumbência testemunha um certo espírito popular que confunde espírito crítico com algo antipatriótico quando o espírito crítico/analítico se refere a assuntos ou a políticos portugueses (por vezes, a nível popular, parece confundir-se patriotismo com nacionalismo e governantes com família!).

Será de saudar o projecto CNN se os objecto da sua principal ocupação for em torno do essencial, de conteúdos e questões factuais em contraposição a um discurso político-cultual com cheiro a mofo e de um oportunismo que tresanda em torno de personalidades públicas e de um vocabulário de marca ideológica com a preocupação de cheirinho a revolução! Se antes tínhamos o cheirinho nacional acomodado a Américo Tomás hoje temos o cheirinho acomodado à revolução de abril!

Não seria de recomendar uma CNN-Portugal (Mais uma de agentes vicários da política!) formatadora de mentalidades internacionalistas/globalistas conseguidas à custa da destruição da consciência nacional/patriótica nem de um conformismo (do Maria vai com as outras!) ao serviço do politicamente correcto estabelecido no sentido de um globalismo liberalista desregrado que continue a embalar o povo com novos ópios!

Portugal é uma nação pequena, com um povo grande mas encolhido e acomodado; o que a tornou nação grande no passado foi o espírito cristão; ignorá-lo ou combatê-lo, para servir ideologias à la page, é engrossar a avalanche de uma decadência cultural ao serviço de potências anónimas e no sentido da China. Importa contribuir para a construção de um Portugal moderno que não renuncie à essência de si mesmo: um Portugal soberano que embora de soberania compartilhada não renuncie também à soberania da pessoa humana (O grande legado do cristianismo à humanidade vem da sua afirmação da soberania da pessoa: pessoa humano-divina, que tudo o que é institucional deve servir!).

O socialismo, verdadeiro filho pródigo do cristianismo, em vez de combater o pai ou de rivalizar com o irmão mais velho deveria fazer por voltar à casa paterna onde todos juntos possibilitariam um caminhar mais rápido no sentido de uma comunidade verdadeiramente humana.

“No princípio era a Palavra, a Informação…” lembra-nos João no prólogo do seu evangelho! Trata-se aqui de não partir de formatos meramente funcionais e mecanicistas, mas, sobretudo, de entrarmos num processo, de mais que estar, ser em contínua formação interior e exterior! Tudo o que é formato programado limita a pessoa!

 

O Problema não será a Informação mas a Configuração que ela pretenda

 

A informação em vez de ser apreendida nos seu processo dinâmico de algo em processo/procedimento (antes de ganhar forma) é geralmente reduzida a ideia petrificada numa palavra (formato ou forma dura em que se pretende encerrar vida, vida que é potencialidade a expressar-se em diferentes formas mas  sem poder ser reduzida a elas), tornada própria para construir muros e formatar cidadãos reduzidos a meros habitantes da cidade muralhada, cidadãos pedra que não agentes em processo de libertação para poder ser libertador! A formatação que se tem pretendido é formar peças de um xadrez que possibilite o jogo a alguns (a agenda subjacente à política estatal de ensino está a ser, cada vez mais, nesse sentido)!

Tudo isto parece muito complicado, mas, como sabemos,  para comunicarmos precisamos de informação mas, por sua vez, por trás de cada informação está uma mensagem a transmitir que, por vezes, não se nota e precisaria de ser descodificada para se poder entrar verdadeiramente no entendimento do seu significado (isto causa dores de cabeça porque implicaria diferentes perspectivas de abordagens mentais e como tal capacidade de discernimento no momento de se fazer um juízo).

Portanto, o problema não está na informação, mas na sua selecção, quer pelo informador (o informador que pretende dar forma/formatar!) quer pelo receptor (o receptor já com forma/formatação ou, no melhor dos casos, em modelação!) da informação, ao coloca-la numa relação causal!

As configurações das notícias são feitas de tal modo que criam conexões de modo a encherem padrões já seguidos ou a criar novos padrões.

O problema maior na interpretação das informações ou notícias virá da capacidade de ver as relações de causalidade que surgem entre a informação e a sua conectação…

É preciso arredar caminho! A violência verbal e mediática a que a sociedade tem sido submetida, com uma lavagem cerebral sistemática do cidadão, tem levado a uma falta de vontade do povo para pensar por si próprio e a não ser capaz de compreender o que verdadeiramente se passa em matéria de política e economia. E, disfarçadamente, ainda se ouvem dançarinos da política queixar-se de um povo que escolhe mal!!!

Resta o desejo de um bom e contínuo recomeçar para os concretizadores da CNN Portugal!

António CD Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

(1) Por figuras já apresentadas para a CNN tudo leva a crer que iremos ter o tal canal “crítico e independente” legitimado pela nossa Constituição que, no seu preâmbulo, determina como o objectivo fazer de Portugal uma sociedade “socialista”; portanto, uma sociedade já a caminho do regime chinês!

 

 

 

DEMOCRACIA LIVRE NÃO OBRIGA A VOTAR

Nas autárquicas 2021 o “Partido” das abstenções aumentou para 46,35%

O resultado das eleições autárquicas portuguesas 2021 para os 308 municípios e 3092 freguesias de Portugal registou 34,23% dos votantes para o PS, 13,21% para o PPD/PSD, 10,82% para PPD/PSD.CDS-PP, 8,21% para PCP-PEV, 5,54% Grupo Cidadãos, 4,16% Chega, que são os mais votados dentro dos 20 partidos concorrentes (1).

A abstenção atingiu os 46,35% e os votantes em branco cifrou-se em 2,50% e os nulos em 1,58% (2)!

A abstenção e os votos em branco que podem ser considerados de protesto, quando é tão alta enfraquece a democracia e favorece os partidos maioritários; por isso os votos em branco deveriam ter direito a cadeiras vazias no parlamento (para não serem adicionadas aos partidos com mais deputados).

O problema seria maior no momento em que a participação nas eleições fosse inferior a 50%, então passaria propriamente o funcionalismo público e os mais conscientes de interesses a determinarem o governo e os destinos da nação.

Naturalmente, se os cidadãos em vez de se absterem participassem nas eleições com voto em branco, manifestariam uma vontade política declarada e como tal faziam passar a imagem de cidadãos conscientes e responsáveis pelo que fazem.

Vê-se muita gente a criticar o cidadão que não vai às urnas de votos e não participa nas eleições. Esta atitude é naturalmente sentida como uma afronta à democracia, mas tende a ser demasiado dilatada ou cega de um olho.

Condenar o povo não votante mais que um equívoco corresponderia a fazer o jogo partidário porque se centra nas consequências confundindo-as com as causas! Por outro lado, os governantes no seu orçamento também não renunciam ao dinheiro dos contribuintes não votantes, sendo muito do seu dinheiro usado para conceder subsídios e até benefícios!

A abstenção é uma afronta à democracia e favorece os partidos da governação, ela questiona, por outro lado, a deficiente formação política do cidadão feita pelos partidos. Os partidos têm o dever constitucional de formar politicamente a sociedade, recebendo para isso dinheiro do Estado. Em vez de formação política assiste-se mais a propaganda partidária, por vezes, vazia de conteúdos e, quando muito, com objetivos programáticos, mas sem indicação de orçamentos destinados à sua concretização, o que dá a impressão de ser uma venda de ilusões.

O factor ignorância parece importar a todos: governantes e governados! Quem tem poder/saber está consciente que quem não sabe não “peca”, e o não saber importa também aos ignorantes porque lhes é poupado assumir responsabilidade e poupa-lhes o esforço necessário para assumir um espírito analítico/crítico. 

Saber é uma importante componente do poder e, num certo sentido, formar politicamente o cidadão poderia corresponder a torna-lo não só politicamente mais activo e exigente, mas também concorrente político ou mais difícil de governar. Formação política implicaria formar para os interesses como cidadão e como nação que ultrapassariam a soma dos interesses partidários. De resto, o rebanho come a palha que lhe dão!

A democracia deve ser coerente com ela mesma e não obrigar a votar! Todos os eleitores são livres de decidir onde, se, e em quem votar. Naturalmente aqueles que não votam não podem protestar contra o resultado que apoiaram indiretamente ao não votarem porque elegeram não se comprometerem nem se responsabilizarem. Muitos não eleitores, talvez mais economizadores de tempo, pensam conseguir exatamente o que querem sem irem às urnas. Também alguns cidadãos não têm preferência por nenhum dos partidos ou candidatos a concorrer às eleições.

Há motivos que podem justificar a abstenção quer a nível de conceito por defensores da democracia directa, quer a nível prático por desilusão com uma política mais de clientelas do que de serviço ao povo na sua generalidade; atendendo a uma certa manipulação nos meios de comunicação, votar pode, por vezes, não ser muito melhor do que conduzir embriagado. Pelo que se pode observar em Portugal, seria uma ilusão pensar que os políticos estão no poder para representar os interesses do povo; representam os interesses do seu “povo” sendo daí a necessidade da mudança sucessiva de governos uma das consequências lógicas! A Constituição possibilita os regulamentos necessários para permitir uma administração estatal provisória e dá margem ao cidadão para se mover no quadro das circunstâncias que ela determina.

A abstenção a nível de votantes favorece sobretudo o partido que tem mais funcionários e empregados de Estado porque estes estão mais conscientes do que é poder e votam no partido que os beneficia (Daí explicar-se que em Portugal, em vez de haver um horário semanal igual de trabalho na função pública e particular; o Governo de Costa, para ganhar votantes diminuiu o trabalho semanal dos trabalhadores públicos para 35 horas, embora estes em países ricos como a Alemanha tenham de trabalhar 40 horas. Quem paga a benesses partidárias é o povo contribuinte.

Numa sociedade democrática livre, o cidadão deve ser livre de decidir por si próprio se vota ou não. Num escrutínio secreto, ninguém pode ser obrigado a votar.

De resto, Rei fraco, quer Povo fraco!

António CD Justo

Pegadas do Tempo,

  • (1)  https://www.autarquicas2021.mai.gov.pt/resultados/territorio-nacional?fbclid=IwAR0cnNFGYDhRHU43LHSMva-e-VHb2HxAc4_Y0H-zmM74Ouoek_rIUSpJcaA
  • (2)  Segundo estatísticas relativas à população global residencial e à emigrante teriam sido cerca de 36% abstenções dado para as estatísticas relativas às autárquicas só votarem os residentes no território; muitos encontram-se no estrangeiro (e muitos que se encontram na União europeia optam por votam nas autárquicas do país de residência. É natural que os partidos maioritários (beneficiam principalmente com as abstenções, porque, no passado, têm tido um núcleo de eleitores fiéis que possibilitam mais expressão ao partido e possibilidades de coligação.