A IDENTIDADE DE GÉNERO NÃO É ASSUNTO PRÓPRIO PARA CRIANÇAS

Primeiro está a Dignidade e a Singularidade de cada Pessoa

A Florida nos EUA proibiu, por lei, o ensino da orientação sexual e da identidade de género nos jardins-de-infância e nas escolas primárias.

A lei pretende proteger as crianças e os direitos parentais. Para os estudantes mais velhos, o currículo deve ser mais restrito.

A legislação adverte que as escolas não devem ser usadas para “sexualizar crianças”. Os pais devem poder processar por danos se suspeitarem violações da lei.

Os direitos da comunidade LGBTQJ (gays, bissexuais, trans, queer e pessoas intersex) são assim restringidos.

O exagero do LGBTQJ, com o seu lóbi influenciador da legislação identitária, em todo o mundo, corre o perigo de contribuir, pelas suas actividades, para estigmatizar os homossexuais em vez de os livrar de preconceitos sociais! Querer confundir a regra da heterossexualidade com a excepção da homossexualidade, não ajuda os homossexuais, pelo contrário, porque a razão do respeito e tolerância (quer pelos da regra quer pelos da excepção a ela) vem da dignidade e singularidade de cada ser humano e não se baseia num princípio de igualitarização; a igualitarização (formatação) social indiferenciada só poderá ter sentido e ser válida perante a lei, que deve tratar democraticamente todos igualmente. A dignidade e singularidade de cada pessoa (independentemente das diferenças individuais) é anterior a cada ideologia ou sistema.

Muitos pais confiam totalmente na Escola, não sabendo sequer, que seus filhos, por vezes, se tornam vítimas de ideologias!

Independentemente da altura em que uma criança experimente a sua primeira paixão, importante é que os sentimentos das crianças sejam respeitados e por isso nem professores, nem os colegas, nem mesmo os pais têm o direito de desrespeitar, os seus sentimentos, a intimidade e desenvolvimento da criança!  A intimidade pressupõe confiança que a criança experimenta e provém da segurança e aceitação sentida na própria casa dos pais. Este ambiente familiar fomenta uma base emocional estável que a criança adquire quando sente que é amada e aceite como é.

Cada criança, cada ser humano é um ser especial independentemente do seu sexo biológico e da sua inclinação psicológica.

Atendendo a uma vida social cada vez mais diferenciada, é tarefa da escola impedir qualquer exclusão ou discriminação que ocorra entre os alunos e ensiná-los a lidar com a diversidade individual e social, sem que ela como escola, se torne em portadora de ideologias sociais que vão surgindo com o tempo ou possivelmente inerentes a cada governo.

Há ministérios da educação e escolas que, muitas vezes, levados pelo espírito da ideologia/tempo, confundem humanismo com expressões modernistas ou educação integral com formatação intencional da personalidade.

A educação escolar tem uma função complementar e não de substituir ou ir contra a educação ministrada pelos pais. Doutra maneira surge a luta rival pelas competências entre o Estado e a família, o que não seria próprio de um Estado livre e isento.

António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

Pegadas do Tempo

 

RÚSSIA E CHINA – O EIXO DA POLÍTICA DO SÉC. XXI?

ARTIGO ESCRITO EM 2014 ONDE DESCREVO A EXPLICAÇÃO E PREPARAÇÃO DO CONFLITO ARMADO DE HOJE ERRONEAMENTE DESCRITO COMO GUERRA ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

Ucrânia entre Imperialismo russo e ocidental

 

A Ucrânia, tal comos a região das Balcãs, na primeira grande guerra mundial, dá ocasião ao surgir de uma nova configuração política das potências determinadoras do futuro no séc. XXI.

A Rússia, ao ser contrariada pelos interesses da EU/NATO na Ucrânia, demostra ostensivamente a sua reivindicação ao direito de ser reconhecida como potência mundial; para tal vira-se para a China e para a América Latina em oposição à política dos países da NATO. Utiliza uma estratégia própria na combinação oportuna de “vendas de armas, instalações militares e grandes projetos econômicos, de infraestrutura e de energia”. A nova estratégia de parceria com a China pode mudar o eixo axial da política no séc. XXI. O negócio entre a Rússia e a China da construção da conduta para fornecimento de gás à China e a construção de um canal transoceânico da Nicarágua como alternativa ao canal do Panamá, são passos que indicam determinação no sentido de as duas potências se unirem num projecto comum.

Ao avanço da presença do Ocidente ao longo das fronteiras da Rússia e na Ucrânia, a Rússia contrapõe a sua presença, como potência mundial, na América Latina.

A presença política arrasta consigo o negócio. Então, países como a Alemanha aceitarão o desenrolar natural dos acontecimentos e orientar-se-ão pelo brilho do negócio. Esta ofensiva económico-estratégica revela-se tão desesperada que pode determinar a divisão da Ucrânia.

Piora o clima entre as potências mundiais logo surgem centros ciclónicos devastadores das mais belas paisagens e dos mais belos biótopos culturais. Por trás das ventanias que arrasam florestas e destroem a bonomia do clima entre amigos e familiares, encontram-se interesses políticos, económicos e estratégicos. Quem aspira a mais, organiza-se em grupos de interesse porque sabe que no governo ou na oposição sempre se recebe mais do que no seio do povo.

Os grupos da Ucrânia, agora divididos e guiados pelas forças de ventos invisíveis, a modo das árvores no vendaval, batem-se uns contra os outros à mercê dos centros ciclónicos do poder. Os que se querem orientar pela Europa e os que preferem seguir a Rússia. Em nome da soberania popular dá-se a redistribuição de poderes e influências.

A Ucrânia, o maior país da Europa, tem 44,6 milhões de habitantes sendo 77,8% de etnia ucraniana e 17%, de russos e romenos está em perigo de ser dividida. O povo ucraniano já foi vítima do genocídio provocado por Estaline que vitimou milhões de ucranianos e da ocupação nazi que matou muitos milhões de pessoas, sofre as consequências de se encontrar como fronteira de dois imperialismos: o russo e o ocidental.

Quem pensa em termos humanos e de povo é contra a intromissão estrangeira; quem pensa em termos estratégicos e de poder compreende a luta das potências: uns a favor dos russos, outros a favor do ocidente.

Um país sobrano deveria ter a possibilidade à autodeterminação.

Uma Alemanha interessada em acordos de comércio com o leste, uma EU interessada num acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela EU, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética.  A Rússia tem os mesmos interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no Gibraltar e nas ilhas Malvinas…

Uma Ucrânia endividada até à garganta com a dívida do gás e quase na bancarrota. Deve à Rússia 2,6 mil milhões de Euros pelo que Putin tenciona, a partir de Junho, só fornecer gás à Ucrânia a pronto pagamento. Até à ocupação da Crimeia vendia o gás à Ucrânia 30% mais barato, devido à Ucrânia permitir lá a base russa.

A Ucrânia, depois das eleições de 25 de Maio, irá ter de compreender amargamente a frase de Bismark: “Estados não têm amigos, apenas têm interesses”.

As missões de observação eleitoral da OSZE julgarão sobre o decorrer das eleições. Depois delas surgirá a discussão sobre quem as reconhece e quem não. As eleições não conseguirão o problema da Ucrânia que nela resume o conflito entre a Rússia e o Ocidente e entre população pro-Rússia e pró-EU.

A Rússia é o maior país do mundo, mas nas suas infraestruturas, é de facto, em grande parte, um país de terceiro mundo.

O futuro irá aproximar ainda mais a Rússia e a China até por razões de afinidade na defesa da integridade territorial e devido à sua extensão e aos povos separatistas.

No séc. XIX combatiam-se os estados, no séc. XX as ideologias e no século XXI combater-se-ão as culturas. Com a queda da União Soviética (1998) acaba-se o mundo bipolar para se iniciar a multipolaridade. Das guerras passar-se-á às guerrilhas; na formação de novas constelações, a guerrilha muçulmana tem-se mostrado a única arma estratégica eficiente contra a prepotência da guerra económica. Livre-nos Deus desta perspectiva real para o futuro.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, 23.05.2014

Este artigo foi publicado entre outros em:

https://www.triplov.com/letras/Antonio-Justo/index.htm

https://abemdanacao.blogs.sapo.pt/russia-e-china-o-eixo-da-politica-do-1206136  e https://poramaisb.blogspot.com/2014/05/

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2022/03/presidente-selensky-s%C3%B3-sem-otan-com-a-ucr%C3%A2nia-destru%C3%ADda-e-com-o-povo-ucraniano-dividido.html

 

DO QUE NÃO SE FALA!

A Resolução contra o Nazismo e contra o Racismo não foi aprovada pelos USA e nem pela Ucrânia.
Em Dezembro de 2021 foi aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas, uma resolução sobre “o combate à glorificação do nazismo, neonazismo e outras práticas que contribuem para alimentar as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada”.
A resolução teve 130 votos a favor, dois votos contra (EUA e Ucrânia) e 49 abstenções. Entre as abstenções encontra-se Portugal que costuma votar com a EU e neste caso também.
De recordar que na Ucrânia havia movimentos nacionalistas extremistas que a Rússia queria ver condenados! A abstenção da EU pode interpretar-se como própria de interesses não declarados e de encostos aos USA e talvez para não se imiscuir indirectamente na política interna da Ucrânia! Em 2014 a Ucrânia cometeu muitos erros conseguindo transformar o seu conflito com a Rússia num conflito com a OTAN usando ao mesmo tempo de medidas descriminadoras da língua russa e apoiando movimentos de tendência fascista!… Este comportamento de abstenção na resolução da ONU revela-se um pouco estranho quando na EU se está tão atento contra o nazismo e extrema direita!… Quanto aos USA, a sociedade é mais permissiva e o Supremo Tribunal dos EUA reconhece também aos “nazis confessos» o direito à liberdade de expressão, como explicaram jornais na altura!
Apenas informo no sentido de se impedirem guerras de um lado e do outro. Na guerra da informação em que nos encontramos só se safa quem tentar informar-se por si: ao ver-se a desinformação de um lado e de outro uma pessoa é levada a desesperar! Por um lado temos as razões geopolíticas que dão grande parte da razão à Rúsia e por outro lado temos as razões da luta pela liberdade que recomendaria uma ligação ao Ocidente mas não à OTAN. Encontramo-nos nma situação terrível num país dividido e numa zona fronteiriça em que poderes e interesses contraditórios se combatem (Os russos sabe-se o que querem mas os USA seguem uma política hipócrita: por palavras pacífica e pela liberdade e democracia, na prática violente através da expansão militar). A Ucrânia só terá chance como república federal independente dos dois blocos, tendo de deixar a Crimeia para a Rússia e dar tempo às zonas pró-rússia para na federação ucraniana poderem com o tempo sentir-se ucranianos.
A situação é muito má porque a Ucrânia se tornou no fulcro dos interesses ocidentais e deste modo a desinformação é insistente.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

EUROPA E UCRÂNIA ENTRE O TEXTO E O CONTEXTO DE UMA HISTÓRIA MAL-CONTADA

A Paz voltará à Europa quando a Ucrânia e a Europa se tornarem independentes

Os ciclones vindos da Rússia e dos EUA começaram por varrer a Ucrânia e por colocar as populações europeias ao sabor dos ventos. Quanto aos políticos, que se encontram em lugares mais altos, esses assumiram sobretudo as funções de cata-ventos da OTAN/USA!

Com a invasão russa na Ucrânia criou-se uma cena tão trágica que fez renascer os velhos demónios da luta entre capitalismo (mundo livre) e socialismo (mundo controlado), entre Ocidente e Oriente; na sociedade assiste-se a um redemoinho que se pensava limitado aos agentes no palco, mas não, passou do palco também para a plateia: no cenário temos a guerra quente e no público temos a guerra fria! Por fim todos unidos num só campo de batalha onde todos se tornam soldados bem ordenados nas suas trincheiras: uns com armas de fogo outros com armas da opinião, tudo “fardado” ao serviço do Bloco Russo ou do Bloco OTAN e tudo isto à margem dos interesses da Ucrânia e da Europa!

Tudo olha agora só para a fogueira não se interessando por quem acarretou ou acarreta a lenha! Os europeus tornaram-se em acarretadores da lenha para a fogueira dos USA e da Rússia, através da OTAN. Os países da antiga obediência soviética só lhes é proporcionada a opção de saírem dessa subjugação para entrarem na obediência à OTAN; uma alternativa insatisfatória: sair de um poderio militar para entrarem noutro, quando o óbvio seria entrar numa Europa livre emancipada dos blocos; a verdadeira opção seria uma União Europeia, que não existe como verdadeira entidade europeia  promissora de futuro, dado ter-se tornado no braço estendido americano (OTAN): haverá outros meios de defender um mundo livre e democrático se ter de pertencer a um dos blocos. A Europa tem de acordar, não pode limitar-se ao papel de conciliadora ou de intermediária. A tragédia ucraniana, tomada a sério, levaria a Bela Adormecida Europa a acordar! A Europa tem que assumir-se a si mesma e aprender a andar pelo próprio pé! Só então será equilibrada e poderá tornar-se num luzeiro de uma política da paz para o mundo. No papel de serviçal americana na NATO e como prestável do velho socialismo não passará de uma atleta a correr entre dois mundos: o mundo turbo capitalista e o mundo do socialismo marxista. A maneira como os dois mundos abusam da Ucrânia torna-se patente no sofrimento da população ucraniana e na maneira como a OTAN/USA conseguiu manipular a opinião pública sofredora e os dirigentes políticos numa acção concertada contra uma Europa racional e independente! Em concreto, esta guerra é uma intervenção contra toda a Europa!

Mas se olhamos para a Ucrânia, a sua indecisão interna espelha a indecisão europeia na sua expressão de estar sem ser.

É irresponsável continuar a agir-se segundo a divisa emocional: o inimigo do meu amigo meu inimigo é! O complicado da questão é que ambos têm razões embora ambos se encontrem longe da razão! No fundo das suas intenções e longe do terreno, não querem fazer mal, só querem o próprio bem! Respira-se no ar um desejo de unilateralidade nas posições enquanto a UE se esconde sob o manto da irresponsabilidade tornando-se também ela cúmplice do que acontece na Ucrânia e na UE!

A Ucrânia é uma nação independente, mas com o pobre destino de se encontrar na zona ciclónica onde o Ocidente e o Oriente se digladiam. No meio de tudo isto quem perde é a Ucrânia e a Europa. Mas isto deve ser ocultado aos europeus!

De facto, em terreno ucraniano já há anos se dava uma guerra-civil: uma guerra representativa dos interesses da Rússia, por um lado, e dos EUA, por outro, e com uma Europa que não é carne nem peixe e por isso se encosta à NATO que a impede de poder crescer e aparecer de maneira pacifica e complementar numa estratégia comum de paz que poderia ir de Lisboa até aos Urais.

Na guerra civil da Ucrânia morreram 13.000 civis e 4.000 soldados sem que a consciência da EU e do povo europeu fosse acordada. De repente toda a Europa se levanta ao som das trombetas da alvorada militar.

Cada lado pensa ser o bom, lutando um contra o outro, sem pensar que  o bom se torna mau e no fim só se safam os maus à custa do sofrimento do povo e de uma Europa adiada. Para já, notam-se como primeiros vencedores da guerra, os grandes especuladores das energias no mercado; por anda o povo?! Esse anda, por aí desgarrado, à procura de um regaço seja na Ucrânia, na Europa ou na Rússia!

É um dado adquirido que a guerra surge da mentira e, quando se entra em guerra, a verdade é a primeira a morrer e, com a morte dela, aumenta a vontade de difamar porque não chega a guerra em campo de batalha, é preciso alarga-la às populações para que estas se disponibilizem a pagar a factura dela.

Isto não é mero espetáculo trágico, porque estamos todos envolvidos nesta guerra e mesmo aqueles que pensam não serem acossados pelos bélicos ventos, por terem os pés bem assentes na terra, terão dificuldade de ver para além do nevoeiro emocional, que faz lembrar o da pandemia Covid-19, onde, olhe-se para onde se olhar, em vez de rostos humanos, só se veem máscaras e no que toca ao imbróglio da Ucrânia, olhe-se para onde se olhar, em vez de cabeças só se avistam barretes e chapéus!

Nesta estratégia toda a informação é dada no sentido de não se compreender o que verdadeiramente se passou e se passa! Ao poder importa-lhe, com os seus acólitos da imprensa, espalhar o medo e a confusão entre o povo para não serem chamados à responsabilidade.

Toda a gente fala sem ouvir o que a Rússia quer, o que quer a Ucrânia, o que quer a Europa e o que querem os USA; uns e outros também não querem saber do que se tem feito de mal (por fazer ou por deixar de fazer) à Europa, à Ucrânia,  à Rússia, à EU e à própria NATO!  Deste modo tudo tem andado a seguir os guerreiros de um lado ou do outro, quando estes só estão interessados em ganhar sem olharem a perdas. Deste modo torna-se fácil não procurar soluções nem compromissos; cada um fixo na sua estratégia não está interessado em apresentar propostas de soluções. Se a Europa tivesse assumido a responsabilidade de ser ela mesma, certamente hoje teríamos uma Rússia e uma Europa diferentes, senão amigas pelo menos empenhadas uma com a outra. O mesmo erro que cometeu a Alemanha aquando da Reunificação alemã. Esta, em vez de aproveitar-se da oportunidade para começar a andar com os próprios pés e com a Europa, preferiu encostar-se à avalanche anglo-saxónica e deste modo atraiçoar a vocação genuína europeia; o mesmo tem estado a acontecer na Ucrânia (transformada num cavalo troiano da Rússia e da OTAN/USA! Nós abdicamos de sermos europeus e a Ucrânia foi vitimada pela falta desta consciência. Tudo leva a crer que uma Europa arrastada pelos USA e orientada pela Alemanha (ver: Viragem na Ordem Europeia  https://antonio-justo.eu/?p=7138 ) persistirá na sua decadência e autodestruição

Nota-se que, apesar do texto e do contexto de uma história mal contada, o que vai contar, como aconteceu depois da queda do real socialismo, são os factos, dados à luz prematuramente, que determinarão outros textos sem que tenha havido personalidades com capacidade para elaborarem uma Europa humana e com consciência histórica para além de interesses económicos e de estratégias geopolíticas. Não, a Europa já perdeu a cabeça!  Apesar da sábia advertência de Henry Kissinger sobre a Ucrânia (uma Ucrânia neutra e independente), os USA e a OTAN nunca estiveram interessados numa solução pacífica na Ucrânia porque a Ucrânia instável, nos seus intentos, funciona como barreira permanente entre a Rússia e a Europa Ocidental e assegura, ao mesmo tempo, o controlo dos EUA sobre a Europa! 

É muito questionável o facto de, quando a Guerra Fria terminou e o Pacto de Varsóvia se dissolveu, a OTAN ter continuado. A Europa só pode acordar e vir a si própria quando a OTAN se dissolver; isto acabaria com o alinhamento da Europa no confronto entre Oriente e Ocidente e permitiria a elaboração de uma política própria e uma nova relação humana entre a Europa e a Rússia.  Um relatório da RAND Corporation de 2019 ao Chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA intitulado “Extending Russia” (Alargamento da Rússia), apregoado entre a esquerda e ignorado na direita, explica a estratégia a seguir para se desestabilizar a Rússia (1) 

Temos vivido numa Europa autodestrutiva a pretender afirmar-se na ambiguidade!

Por um lado, os USA queriam uma Rússia vencida e humilhada como se prevê da expressão pública de Obama quando disse que a Rússia era apena uma potência regional (defendendo assim o mundo unipolar liderado pelos USA); por seu lado Putin queria ver a Rússia como grande potência (à imagem da União Soviética) baseado na sua força militar e nas suas relações com o antigo e moderno “império” comunista.

Por um lado, os EUA queriam uma Europa sem a Rússia e a Europa, de ânimo leve, seguiu esta política; por outro lado, a Europa fez acordos comerciais com a Rússia. Putin, cada vez mais desrespeitado, exigia segurança e a não adesão da Ucrânia à OTAN, como afirmou na Conferência em Munique 2008. Os membros europeus fizeram, irresponsavelmente, ouvidos de mercador!

Por um lado, existe o tratado internacional vinculativo entre a Rússia e a Ucrânia de 1994, no qual a Rússia aceita as fronteiras ucranianas e a Ucrânia cede as suas armas nucleares ao seu vizinho em troca. Por outro lado, a OTAN terá dado garantias de não se expandiria para leste, mas fê-lo em nome do desejo de liberdade desses povos.

Por um lado, há uma lista de casos de violência bélica mostrando que 21 casos de violência bélica tiveram origem na Rússia. Por outro lado, a Wikipédia mostra que no mesmo período de tempo houve 46 guerras dos EUA que ficaram impunes. Hoje que se assiste a tantas sanções e cortes da liberdade de um lado e do outro será legítima a pergunta a nós próprios: e que sanções foram impostas aos USA?

Por um lado, Khrushchev, na Crise dos Mísseis Cubanos entre os EUA e a URSS, retirou os seus abastecimentos militares de Cuba porque o Ocidente não tolerava a sua presença naquele país. Por outro lado, a OTAN não quer compreender que a Rússia não queira ter uma ameaça militar na sua vizinhança imediata (Mísseis da OTAN na Polónia, etc…).

O busílis da questão é que Putin e os EUA, Putin e a Ucrânia sentem que estão e estiveram no caminho certo! O que fizemos nós quando os EUA e a Rússia promoveram a guerra civil na Ucrânia e agora queremos lavar as nossas mãos sangrentas como se a guerra na Ucrânia fosse apenas um problema entre ucranianos e russos? É verdade que seria tontaria desculpar um Putin invasor a cometer tantos actos contra a humanidade mas seria pura hipocrisia  querer agora desviar as atenções, quando, desde 2013 a EU não se mostrou interessada em tirar as brasas do fogo ateado por todos na Ucrânia; cada um olhava apenas para o seu negócio à custa de um povo ucraniano dividido entre si e calava cinicamente as mortes ucranianas (13.000 + 4.000 soldados). Sim, os mortos não falavam e dos dois milhões de refugiados de então não era conveniente falar!

O armamento fomenta o confronto e não o diálogo; aquele, contra a justiça, salvaguarda a lógica do direito à provocação e victória do poder mais forte. Porque não se deixa valer na Ucrânia o princípio democrático da autodeterminação também em relação à Crimeia, etc.?

As diversas contribuições, sobre o assunto, ajudam a compreender melhor o que se quer incompreensível; é por isso que na discussão vale a pena tentar iluminar diferentes níveis do conflito, para que o elemento humano não se perca. O estado de espírito não deve ser deixado ao acaso nem tão-pouco a uma informação pública bastante unilateral, porque esta tende a formar soldados e não pessoas esclarecidas, o que contribuiria para o interesse pela justa paz! Também uma política de informação mais ligada a um bloco ou a outro, recusa-se a fazer compreender a tragédia que se passa na Ucrânia; a questão complicar-se-ia e no povo surgissem dúvidas.

Que acontecerá quando Putin ficar encostado à parede? Será que queremos uma aliança entre a Rússia e a China? Uma Europa pronta a espelhar os valores cristãos não deve alinhar-se quer na “tradição” bélica dos USA/OTAN quer na tradição” bélica da Rússia.

Neste momento, apenas os loucos estão felizes. Todos nos temos de preocupar e engajar numa atitude humanista e os humanos encontram-se de um lado e do outro.

Cinicamente, o presidente dos EUA já tentou descalçar a bota ao dizer: “Não somos parte nesta guerra.” Na consequência a Europa, de cabeça no ar, tenta enfiar ainda mais a bota!

Contextualização:

O conflito acentuou-se em 2013 ao surgirem na Ucrânia massas de confrontos e protestos “Euromaidan”(iniciados em novembro 2013 até fevereiro 2014, altura do golpe de Estado e em que o governo foi deposto). Concretamente a guerra civil começou em 2014 devido à decisão do governo ucraniano de impedir um acordo com a EU fazendo isto contra a vontade de uma grande parte da população. Uma parte da população era por uma aproximação da Ucrânia ao Ocidente e a outra era pela aproximação à união russa (os do leste do país e especialmente os da península da Crimeia). Desde 2014, as forças governamentais ucranianas alinhadas com o Ocidente combatiam os ucranianos separatistas apoiados pela Rússia na região de Donbass. Muitas pessoas morreram e o governo foi deposto a partir e 22 de fevereiro de 2014. Em março de 2014, deu-se o referendo polémico da Crimeia e a maioria da população (95%) apoiou a sua integração na Rússia. (A 8 de Abril de 1783, a Crimeia foi formalmente declarada russa por Catarina II “a partir de agora e para sempre”). A anexação da Crimeia em 2014 seguiu-se a um conflito político (2) e por vezes armado em torno da península ucraniana da Crimeia. A partir daí acentua-se a guerra na Ucrânia oriental com o surgimento das duas regiões separatistas de Lugansk e Donetsk. Desde o início da guerra civil, a população, nesta zona, diminuiu para cerca de metade. Segundo a ONU, entre 2014 e 2018 morreram 13.000 pessoas em resultado da guerra e calculou em 4.000 o número de soldados ucranianos mortos. O exército ucraniano ia empurrando os separatistas de volta para o leste. Os separatistas têm recebido apoio da Rússia desde o início. Na Ucrânia há cerca de oito milhões de russos.

Aquando dos exercícios militares russos junto à fronteira Uraniana Putin exigia da Ucrânia a não adesão à OTAN e a sua neutralidade. Isto foi rejeitado pela da OTAN.

Agora em guerra, o presidente ucraniano Selenskyi mostrou vontade de fazer cedências em Donetsk e Lugansk, estendendo a mão no sentido das exigências de Putin (3). Isto daria abertura a uma espécie de divisória dessas repúblicas da Ucrânia se houvesse uma possível a cláusula de unificação nacional pacífica como objetivo…

A situação de hoje é semelhante à de 1939 antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial onde o papa Pio XII a 24 de agosto de 1939 advertia: “Que os homens voltem a se entender. Que voltem a negociar. Ao tratar com boa vontade e com respeito pelos direitos recíprocos, descobrirão que as negociações sinceras e eficazes nunca são excluídas de um sucesso honroso”. Tratava-se de ontem como hoje, não cultivar a memória das negatividades e as feridas recíprocas!  A Europa está a perder uma chance de se encontrar a si mesma para assumir liderar os próprios destinos!

António da Cunha Duarte Justo

© Pegadas do Tempo,

(1) O artigo pode ser acessado em https://www.rand.org/pubs/research_reports/RR3063.html. O estudo RAND explica os seus objectivos:”Examinamos uma série de medidas não violentas que poderiam explorar as vulnerabilidades e os receios da Rússia para prejudicar as forças armadas e a economia russa, bem como a reputação do regime no país e no estrangeiro. As medidas que estamos a considerar para o efeito não se destinam principalmente à defesa e dissuasão, embora possam contribuir para ambos. Pelo contrário, estas medidas pretendem ser elementos de uma campanha destinada a desequilibrar o adversário, forçando a Rússia a competir em áreas ou regiões onde os Estados Unidos têm uma vantagem competitiva, e fazendo com que a Rússia se estenda militar ou economicamente em excesso, ou fazendo com que o regime perca prestígio e influência a nível interno e/ou internacional”.

(2) O Presidente da Ucrânia  Viktor Yushchenko de 2005 até 2010 (Revolução Laranja) sinalizava um retorno à política pró-russa. Seguiu-se Viktor Ianukovytch (antigo governador do Oblast de Donetsk), eleito presidente da Ucrânia de 25 de fevereiro de 2010 até 22 de fevereiro de 2014 altura em que foi deposto e exilado por ser pro-Rússia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Viktor_Ianukovytch e https://de.wikipedia.org/wiki/Euromaidan , em junho de 2015  foi despojado oficialmente do título de presidente . Oleksandr Turchynov presidente de 22 de Fevereiro de 2014 a 7 de Junho de 2014 presidente interino; Presidente Petro Poroschenko 7. Junho 2014 a 20. Maio 2019 e Presidente  Volodymyr Selensky a partir de 20 de Maio de 2019 … O golpe de Estado de 2014, apoiado pelos EUA, depôs o Presidente Viktor Yanukovych, que por solidariedade com o povo da Ucrânia oriental se recusou a assinar a requisição de entrada da Ucrânia na EU/OTAN; em seu lugar levou ao poder forças pró-ocidentais que queriam a Ucrânia na OtAN e até a declarar a Rússia como inimiga. Em reacção às forças do novo governo que começou por proibir as publicações que havia só em língua russa (língua dos povos das províncias Donetsk e Lugansk que então declararam a sua independência). Mas embora Kiev tenha assinado o acordo de Minsk 2015, nunca implementou nenhum destes pontos e ao recusar negociar com os rebeldes do leste a guerra-civil acentua-se.

(3)  Estas são as 4 exigências da Rússia à Ucrânia para a paz e o cessar fogo de imediato e o retirar sem mais condições definitivamente da Ucrânia:

1ª – Reconhecer formalmente a Criméia como sendo parte do território da Rússia

2ª – Reconhecer oficialmente as Repúblicas de Donetsk e Lughansk como independentes.

3ª – Alterar a sua Constituição para que esta declare de forma explicita que a Ucrânia é um País neutro e renuncia como tal a ser parte de qualquer organização militar que contrarie a sua neutralidade.

 

NO DIA DA MULHER

Falta da Face feminina na Matriz cultural

A matriz cultural (talvez mais adequado dizer “patriz” cultural!) em que vivemos é masculina e como tal discrimina de maneira sistemática a mulher ao não evidenciar o rosto da feminilidade nela! Nesta matriz ainda se aceita como natural ver os homens a explicar o mundo, partindo do princípio que eles é que sabem como o mundo funciona. A não integração da feminidade de maneira sistémica na matriz provoca discriminação e lutas correspondentes à forma de estar desse modelo cultural; não se tem tido em devida conta o aspecto da complementaridade do feminino e do masculino numa inter-relação  de diferenças, chamadas a ser inclusivas e não exclusivas.

O que se mantém em silêncio é que esta atitude é a consequência da matriz masculina que nos orienta e por isso estamos a lidar principalmente com um problema sistemático que se expressa em papéis e evita o talento feminino na qualidade de perito. Seria trágico para a sociedade se homens e mulheres entrassem numa luta de uns contra os outros na sequência sistémica orientada para o poder e para a dominação (atitude própria de um modelo cultural mais masculino que se poderia apaziguar através da inclusão nele do princípio da feminilidade). Seria absurdo e desonesto entrar-se numa discussão de experiências puramente pessoais numa espécie de luta corpo a corpo. O importante será ter um espaço em que se questione tudo para que os estereótipos sejam quebrados e se possibilite o surgir de uma nova cultura de relações a um nível básico interior e exterior. Isto não evitará a questão de homens se fixarem mais no mental e de mulheres no experimental (o método dedutivo e indutivo são formas necessárias complementares de explicar o mundo).

As mulheres não são melhores nem piores que os homens; umas e outros são diferentes, mas ambos portadores dos princípios da masculinidade e da feminilidade com diferentes predominâncias (pode até haver homens com predominância das características femininas e mulheres com a predominância de particularidades masculinas). Uns e outros são seres feitos deles mesmos e das suas circunstâncias e como tal sempre em processo de desenvolvimento! A injustiça feita às mulheres assenta no paradigma masculino que dá forma a todas as culturas e sociedades mundiais, obstruindo, basicamente, o surgir de uma igualdade dos dois rostos na sociedade. Para evitarmos muitas guerrilhas entre homens e mulheres será de começar por articular o lugar mais eficiente, a nível de princípios, afinidades e valores, que resolva de maneira inclusiva os problemas conflituais que se expressam em papéis demasiadamente definidos.

Numa fase intermédia, é lógico que muitas mulheres se organizem e lutem pela emancipação fazendo uso de métodos e estruturas que assentam no modelo cultural masculino. Como a estrutura masculina se afirma pela luta, também elas usam como estratégia essa forma de afirmação, ainda condicionada mais ao ter e adquirir do que ao ser!   É demasiado evidente a falta da face feminina na matriz cultural: uma nova matriz em que masculinidade e feminilidade fluem poderia ser simbolizada e expressa numa mesma moeda composta da face feminina e masculina!

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski pretende concretizar a obrigatoriedade do alistamento de mulheres no serviço militar (1).

Tal intento, há anos legalizado, é, no meu entender, uma medida contra a feminilidade! Embora o movimento feminista (Femen (2), siga uma estratégia masculina de afirmação, neste ponto parece ter tido um vislumbre feminino ao declarar-se contra a inclusão de mulheres em zonas de combate!

Independentemente do respeito que se deve à decisão livre das mulheres, penso que as mulheres, que se manifestam contra o alistamento delas nas guerras, são as verdadeiras femininas que defendem a feminilidade (energia da paz), abstendo-se de entrar, num mundo de masculinidade exacerbada expressa no exército; para já urge o surgir na sociedade o rosto feminino  que questione a nossa matriz cultural mundial que se manifesta ridiculamente no que acontece em torno da Ucrânia/USA/Rússia.

Neste paradigma, a feminilidade não está presente, apenas se instrumentaliza a mulher! Talvez esta situação concorra para que os movimentos de emancipação das mulheres tomem consciência delas para não se deixarem tornar agentes do “patriarcado opressor” que julgam combater! A luta que fazem, usando a metodologia masculina de resolver os problemas, é compreensível se considerada apenas como passo provisório (Os lutadores são soldados em campo de batalha e como tal só podem ser tolerados por pouco tempo!), até que se esteja em situação de se criar uma matriz cultural em termos humanos justos e inclusivos dos princípios da feminilidade e da masculinidade, sem que haja hegemonia de um sobre o outro; isto, muito embora a questão se encontre radicada também em termos de funcionamento e organização do pensamento. A inclusão do princípio da feminilidade na base do paradigma iniciaria uma nova cultura mais humana e pacífica: outros valores e prioridades surgiriam sem que o papel social assumisse carater tão relevante!

Salvaguardada a liberdade de decisão da mulher, não é justo o argumento de que a mulher, para assumir responsabilidade pelo seu Estado, tenha de absolver o serviço militar e tenha de participar directamente na guerra (mesmo com o argumento da igualdade!), dado ela, também nesse esquema, poder assumir diferentes formas de serviço. Além disso é um facto que grande parte das mulheres já contribuem significativamente para a sociedade ao terem e criarem filhos (facto que numa sociedade de modelo não tão masculino deveria recompensar a mãe, monetariamente, como se fosse, durante um certo período, um soldado militar).  No meu ponto de vista, também não é sexismo defender-se que a mulher não seja convocada a fazer o serviço militar nem ser incluída em combates directos dado encontrarmo-nos numa matriz cultural em que a masculinidade se expressa e impõe sem contemplar a perspectiva da feminidade de de caracter pacífico.

É preciso apostar no poder renovador que a mulher tem (3).

 

António da Cunha Duarte Justo

©Pegadas do Tempo

(1) As mulheres devem ser recrutadas em caso de guerra. O escândalo é grande. Desde a Primavera de 2021, as mulheres de 100 grupos profissionais estão legalmente obrigadas a submeter-se ao serviço militar. Na altura, o regulamento mal foi notado pelo público. Para as mulheres, o serviço nas forças armadas é voluntário. Cerca de 32.000 mulheres estão actualmente a servir como soldados temporários no exército ucraniano, tendo cerca de 16.000 delas participado em operações de combate. O recrutamento de mulheres existe na Bolívia, Costa do Marfim, Eritreia, Israel, Coreia do Norte, Noruega, Suécia, Sudão e Chade. https://www.mdr.de/nachrichten/welt/osteuropa/politik/frauen-musterung-ukraine-militaer-100.html

(2) O grupo radical feminista Femen, nascido na Ucrânia, lançou uma nota pública em que exige que, se revogue o decreto que tornou obrigatório o alistamento de mulheres no serviço militar. Alguns intitulam tal exigência do movimento feminista Femen como hipócrita alegando que pretendem os mesmos direitos mas não as mesmas obrigações e que não foi o “patriarcado opressor”, mas a mentalidade feminista que colocou as mulheres na guerra. 

(3) PODER RENOVADOR DA MULHER: https://triplov.com/letras/Antonio-Justo/2009/mulher.htm, A História repete-se: https://antonio-justo.eu/?paged=99&author=1Aquivos ; Debate sobre o género: https://bomdia.eu/debate-sobre-o-genero-ciencia-ou-ideologia/ ; Matriz política… https://bomdia.fr/matriz-politica-masculina-nao-pode-ser-norma-para-a-instituicao-eclesial/ Sobre o tema mais artigos meus no google.