G7 ENTRE REGIONALISMOS E GLOBALISMO

Jogos e Fintas no Grupo dos Sete (Cimeira G7)

Por António Justo

Numa altura em que os estragos do globalismo liberal e do centralismo deveriam ser reconsiderados, debatem-se os senhores do globalismo contra os do regionalismo num jogo de interesses económicos em Biarritz; aproveitam-se uns e outros do escuro da fumarada que domina nos baixios populares para, cada um, longe de qualquer compromisso, levar a sua a melhor! O bem é que falam uns com os outros, o clima parece ser melhor que na última cimeira. O G7 continua a excluir a Rússia apesar de Trump a desejar como futuro membro de um G8. Surpreendente foi a visita inesperada do ministro dos negócios estrangeiros do Irão a Biarritz, talvez uma esperança dos europeus sonharem um encontro entre ele e Trump (Certamente uma tentativa em vão)!

De 24 a 26 de agosto a Cimeira G7 chega ao cume dos imprevistos; de um lado homens imprevisíveis como Donald Trump e Boris Johnson que não querem entrar completamente no jogo do clube globalista e do outro lado os temas quentes:  combate à desigualdade, injustiça globais, Caos-Brexit, clima, Irão, motins em Hong Kong, conflito de Caxemira Índia-Paquistão, a guerra na Síria e o conflito, de não menos relevo, entre EUA -China que se pretendem reservar para si o direito de guiar o rebanho!…

Macron, com algumas propostas boas, encenou para a opinião pública o tema Amazónio para desviar as atenções da desolada situação em que se encontra a EU apelando aos países membros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), para que discutam os incêndios da Amazónia. Doutra maneira não conseguiria tirar do foco da comunicação social o fogo que já se avista nas janelas da casa EU. Também, uma boa maneira de desviar as atenções dos Media da crise em que o Ocidente se desintegra, a Turquia provoca a Nato, o Brexit divide a Europa e os membros da EU se encontram uns contra os outros; por outro lado o problema da China à porta de casa, as políticas falhadas com a Rússia e o Irão e ainda por cima o desmancha-prazeres Trump, o malvado que quer travar o autocarro da globalização!

Mácron para legitimar a intromissão no Brasil, um estado soberano, não receia em dizer dias antes da Cimeira algo para entreter a imprensa e satisfazer os desejos jacobinos entre o soberano povo que inconscientemente se deixa conduzir pela trela de quem alcança a dianteira: “Devemos responder ao apelo da floresta (…) da Amazónia, nosso bem comum (…) e por isso vamos agir”… a “nossa casa está pegando fogo. É uma crise internacional”(1), anuncia o Presidente

A Intervenção em questões internas de um país revela-se como oportunisticamente justa porque na continuação do velho colonialismo europeu: outrora em nome do cristianismo e hoje em nome dos direitos humanos e dos problemas ambientais chama a si a razão e legitimação para intervir; com o seu agir, legitima actividades, por trás das quais se escondem interesses colonialistas de caracter económico e ideológico.

É preocupante a reacção política aos fogos no Brasil sem ter havido uma análise objectiva dos mesmos, (fogos estes, como consta, ateados entre outros por ONGs internacionais a operar na Amazónia e a quem a Alemanha e outros deixaram de apoiar), que provocou a intenção precipitada   do Presidente francês e da UE que consideram legítimo um boicote a importações do Brasil, não faltando até a ameaça de se questionar o acordo UE/Mercosul. A divindade continua a precisar de bodes expiatórios!

Com se vê, Macron e a EU querem agir à velha maneira de senhores no estilo imperialista e colonialista. Antigamente intervinha-se num outro Estado em nome de interesses do mais forte ou dos próprios interesses lesados, hoje os mais fortes intervêm nas nações em nome dos direitos humanos e do que nos “pertence a todos”.

Em nome da globalização países e povos abdicam do direito à autodeterminação; a subordinação a supraestruturas marginaliza até o pensamento. O domínio e a censura que políticos autoritários aplicam e aplicavam em nome do bem da nação hoje aplicam-no Estados democráticos mais fortes em nome da globalização.

No meio de tanta confusão espalhada na opinião pública, parece andar muita gente desvairada como se já tivéssemos chegado ao cume da montanha globalista turbo-económica e cultural marxista e do cimo da convicção hegemónica já não houvesse espaço para avistar a diferença quer a nível de género, de comunidades, de países ou de regiões. Querem uma via única, a via do igualitarismo que leve ao desmoronamento da civilização e tudo ainda em nome de motivos nobres e universais.

Assim, em vez de se preocupar com os problemas causados pelo globalismo, o nosso mago Mácron surge como salvador da honra da nova Europa ao pegar na sua varinha mágica para enfeitiçar os membros da G7 e os Media; assim para divertimento de um povo espectador consegue que se olhe para o fumo de fora para melhor poder combater os feiticeiros rivais e malvados Bolsonaro e Trump.

Toda a gente fala da Amazónia porque os interesses do socialismo marxista e os interesses internacionais económicos na América do Sul se juntaram e se encontram lá envolvidos.

Os desafios que a humanidade tem em mãos só poderão ter sucesso se todos se derem as mãos à mesa das negociações em que cada parte ceda na consciência de que a razão que advoga se deve sobretudo ao próprio ponto de vista e sem o dos outros é mera prepotência, por muito nobres que pareçam ser os seus ideais e argumentos.

Com tantos fogos e ventos a soprar de todo o lado já seria tempo de o povo da Europa acordar para notar que a guerra que se incendeia em torno da Amazónia também faz parte da luta contra a cultura ocidental.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1)

A jovialidade entre Trump e Johnsons são o melhor sinal de uma visão comum contra um globalismo liberalista. A guerra comercial entre a China e os USA prejudicam as grandes economias europeias que se encontram dependentes de um negócio aberto e livre pelo facto de individualmente não terem grande relevância mundial ao contrário da China e dos USA.

DAS MULHERES NA SOCIEDADE E NA IGREJA E DOS USOS E COSTUMES QUE AS OPRIMEM

A Igreja tem uma Face feminina ainda escondida

Por António Justo

Nas sociedades islâmicas os valores culturais sobrepõem-se aos direitos humanos individuais e o homem tem um estatuto superior ao da mulher. Na sociedade ocidental embora haja igualdade de dignidade e de direitos, na prática social há discriminação; também no catolicismo não se aceitam mulheres no clero pelo facto de serem mulheres.

Na controvérsia sobre a integração das mulheres no clero, o Papa Francisco pretende dar um passo qualitativo no sentido de lhes possibilitar a sagração, mas sofre oposição por parte de ultraconservadores na igreja e é até difamado por grupos políticos que fazem campanhas contra ele por temerem a sua influência em vários campos sociais.

O obstáculo maior à inclusão das mulheres no clero tem sido o argumento da tradição. O mais importante, porém, a registar para atenuar um tradicionalismo exagerado vem da mensagem libertadora de Jesus e do facto de ter havido mulheres discípulas de Jesus, e suas provadas funções na igreja primitiva. Só com o tempo foram impedidas de ocuparem funções de direcção nas comunidades.

A matriz sociológica masculina antes implantada pelo nomadismo e depois pela situação bélica dos povos de outrora valorizavam o papel do homem de modo a conduzirem à marginalização sistemática das mulheres (à segregação da feminilidade). Seguindo o espírito da sociedade (Zeitgeist) também na Igreja a acção das mulheres, como discípulas de Jesus e como orientadoras de comunidades, foi deitada ao esquecimento para mais facilmente se poder justificar a violência do poder da masculinidade (economia, política e religião dão-se as mãos). Chega até a ser cultivada a desconstrução teológica da imagem de Madalena, a” apóstola dos apóstolos”, de maneira a ser interpretada e adaptada à ordem social e ao espírito de cada época segundo a norma masculina vigente.

Tanto a exclusão das mulheres do ministério sacerdotal como a determinação do celibato obrigatório para todos os padres, têm como pano de fundo interesses estratégicos do poder institucional masculino (também uma consequência lógica do Constantinismo, mas de não menosprezar o contraponto da “feliz culpa” que tem como consequência a globalização da cristandade!).

É cristãmente trágico constatar-se nesta religião libertadora, como nela, ao longo da História, a mulher e mulheres conscientes e fortes foram impedidas de afirmar a feminilidade em funções de poder na Igreja petrina. A Igreja também tem uma face exterior feminina, mas na controvérsia teológica esta tarda a ser reconhecida. Pelos vistos apesar da razão, o poder é o último a ceder!

Maria de Magdala (a Madalena com histórias populares virados para a lenda e para a sua desconstrução moral através do resumo nela de outras Marias seguidoras de Jesus) esteve presente em todos os momentos decisivos da vida de Jesus. O grupo das mulheres (discípulas) mostrou-se, no seguimento e anúncio de Jesus, mais arrojado que o dos homens.

No episódio das irmãs Marta e Maria ( (João 11:1-45 ) Jesus louva Maria por se querer instruir na missão de discípula e admoesta Marta por ainda se encontrar demasiadamente presa ao papel caseiro atribuído à mulher. Maria (Madalena), mulher consciente e forte, não se deixou limitar às funções caseiras para se preparar para o apostolado ativo, seguindo Jesus, com a mesma atitude dos homens. Jesus confirma Maria na sua vocação de apóstola dizendo: “Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”. Os tradicionalistas que defendiam o papel de Marta para a mulher na sociedade, conseguiram, contudo, que a tradição e a força do hábito dos costumes dominassem sobre a mensagem evangélica de libertação. O Édito de Constantino, ao reconhecer a oficialidade do cristianismo, fez o resto.

Também Hipólito de Roma (170-236) testemunha que Madalena era a “apóstola dos apóstolos” (João 20:17); dignidade esta que o Papa Francisco reconhece, na sua qualidade de discípula de Jesus, mas a que falta o reconhecimento na prática através da atribuição do inerente ministério sacerdotal também a mulheres (De facto seria pobre uma Igreja de homens que só manifestasse admiração e louvor pelas mulheres).

Grande é a multidão de mulheres relevantes na História da Igreja (1). O espírito do tempo tinha uma percepção androcêntrica da realidade que era vista na perspectiva dos homens e das suas atividades. É natural que a nossa percepção seja sempre autobiográfica e circunstancial pelo que, também os teólogos não escaparam à realidade ambiental que os circundava e mais não fizeram que interpretar os escritos e a realidade da igreja primitiva segundo a sua condicionada observação que levava a uma interpretação dos factos considerada real.

O exegeta Bernhard Heininger refere que (2)  “um quarto de todos os colaboradores de Paulo nomeados no Novo Testamento são mulheres”. Na sua opinião, a prescrição do silêncio na Primeira Carta aos Coríntios é uma interpolação pós-paulina e encontra-se em contradição com outras afirmações de Paulo. Uma teologia demasiadamente masculinizada apoiava-se em cartas pastorais de Paulo, que segundo exegetas não proviriam dele. É interessante a observação de que Paulo, na carta aos Coríntios, permitia o divórcio a mulheres no caso de os maridos não estarem de acordo com o empenho das mulheres na comunidade.

A apóstola Febe, que presidia à comunidade doméstica de Cencreia é referida por Paulo com o título de diácono.  Paulo trata-a como irmã e refere também que Áquila e Prisca eram muito activas na comunidade de Corinto e Roma. Paulo diz que conheceu o Messias através de Prisca. Também Lídia era a chefe de um grupo de mulheres (Atos dos Apóstolos, 16) e também Tabita propagava a fé no messias. No último capítulo da Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo pede para saudar o casal Andrónico e Júnias, que “estiveram comigo na prisão, são apóstolos respeitados que confessaram Cristo antes de mim”.

A respeito de Júnia, João Crisóstomo (344-407 d.C) escreveu: “Quão grande deve ter sido a sabedoria desta mulher que foi achada digna do título de Apóstola”.

Em Roma, o acesso aos aposentos das mulheres era proibido aos homens, por isso só as mulheres podiam ter sido anunciadoras do Evangelho. A ciência bíblica tem de investigar mais para colocar o papel das mulheres a uma nova luz no sentido de uma tradição mais esclarecedora e justa. Urge dar o exemplo para continuar na vanguarda da História.

Há filmes feitos por homens, na tradição da masculinidade, que reduzem Maria Madalena a uma companheira afectiva de Jesus ou a uma sedutora, para assim corroborarem as comuns imagens de mulher em função de uma sociedade de poder masculino adverso à feminilidade/espiritualidade. Também é de compreender que muitos teólogos ao longo da História seguissem os mesmos parâmetros de cariz masculina porque, envolvidos no Zeitgeist e nas estruturas de poder, certamente, não se encontravam suficientemente livres nem iluminados pela mensagem libertadora do evangelho; a luz do Zeitgeist era mais forte; assim interpretavam as atividades das discípulas de Jesus orientados pelo molde expresso pelos usos e costumes das respectivas épocas, que reduzia a imagem da mulher a uma missão subsidiária e a uma posição social de auxiliar. 

Custava a uma sociedade patriarcal compreender o facto de o testemunho da ressurreição ter sido feito por mulheres. Como poderia Deus ter confiado tal missão a Madalena (3) e não a Pedro? A inculturação da mensagem cristã é legítima, mas se se fica por aí emperra-se o andar da História e limita-se a mensagem evangélica ao crivo de tradições e correspondentes argumentos de caráter oportuno que provocam a discriminação da mulher através do limite de funções. A figura de Teresa de Ávila (1515) mostra-nos como uma mulher previa o desenvolvimento que hoje estamos a tentar concretizar (4).

Também no sec. XVI   (5) Maria Ward afirmava que a diferença entre mulher e homem não é tanta como é feita. O que vale “não é a verdade do homem (veritas hominum) ou a verdade das mulheres, mas sim a verdade do Senhor (veritas domini Jesus). Quando falhamos, vem da falta de verdade e não de sermos mulheres… Espero em Deus que vejamos que as mulheres farão muito no tempo que virá”(6). (Pelos vistos a voz de Deus tem sido dificultada em ser ouvida no sentido das mulheres!).

Muitos movimentos feministas não respondem à realidade da Mulher integral feita de feminilidade e masculinidade; fixam-se apenas nas questões funcionais e de sexo, talvez, na sua luta, não conscientes de que estão servindo o pensamento e o modelo patriarcal (parte da luta pode ser vista como resposta, mas não como solução). Não chega ter em mira apenas a igualdade de oportunidades de mulheres e homens, mas também os valores ou princípios que têm determinado o modelo de sociedade vigente ao orientar-se apenas pelo princípio/energia da masculinidade ignorando o princípio/energia feminilidade que tem de ser também constitutivo da realidade social e individual (independentemente do ser existencial homem ou mulher), se é que queremos uma sociedade mais pacífica e mais justa.

Em todas as sociedades e ideários dominantes no mundo ainda se nota um medo inibidor perante as mulheres devido, certamente, a um temor cultural transmitido e adquirido; este temor, aliado a uma certa fraqueza natural passou ao inconsciente social criando no homem a ideia imperceptivel de que se não conseguir “domesticar” a mulher, sentir-se-á inseguro e perdido; como resposta a esse medo o homem e com ele a sociedade – construída sobre as bases do princípio da masculinidade –  têm construído estratégias culturais de opressão  que, no fundo, têm como objetivo defender o homem da concorrência do outro homem ( este medo dela encontra-se especialmente expresso no islão que subjuga a mulher de maneira proporcional ao medo e ao instinto de domínio). Uma coisa é certa, apesar da agressividade da masculinidade hodierna (uma crise de machismo) delineia-se já no horizonte a descoberta do princípio da feminilidade como solução para o alvorar de uma nova sociedade. Delas, as mulheres, como expressão mais manifesta do princípio da feminilidade, terão um grande papel numa revolução do islão e numa renovação fundamental da sociedade ocidental, a começar pela Igreja. As mulheres que se encontram na cena política ainda não podem funcionar como exemplo integral porque se encontram empenhadas na continuação da sociedade de matriz baseada no princípio da masculinidade. Como se dedicam apenas em aplicar as modalidades ditadas melo modelo político vigente apenas preparam os caminhos para a continuação de uma concorrência mais equilibrada entre mulheres e homens; de resto, nesta situação o princípio da feminilidade ainda é mais menorizado porque em vez de se partir do aspecto orgânico e integral continua-se a servir apenas a funcionalidade (a parte exterior, não se passando da fenomenologia adiante)!

Já foi dito muito sobre a subjugação da mulher, mas ainda não é visto nem reconhecido por todos. O que mais me legitima a tratar do tema é a feminilidade que fala também em mim e o desejo de fomentar a concretização do reconhecimento da masculinidade e da feminilidade tal como se encontra realizada no protótipo Jesus Cristo a nível humano e cósmico.

Uma igreja universal inclui necessariamente nela o princípio da masculinidade e da feminilidade, sendo por isso uma igreja (petrina e joanina) dos homens e das mulheres, e, como tal, não poderá deixar-se levar pela acentuaç1bo, no seu agir por meros critérios de inculturação; de facto quer os diversos quer os mesmos dons, se encontrarem simultaneamente quer na expressão masculina quer feminina. O todo é mais que a parte. Precisamos de todos, de homens e mulheres de ortodoxias e de ortopraxias num mundo mais aberto e ainda a fazer-se.

No fim de ter escrito este artigo e ao relê-lo notei como sou também dominado pela matriz da masculinidade. De facto, notaram os eleitores a maneira como procurei convencer, convencer à maneira masculina nomeando autoridades como se não chegasse a fé, a razão e o entusiasmo por Jesus Cristo e a sua boa nova de libertação como argumento para se verem as coisas (isto é naturalmente ainda tolerável num período de transição da pura masculinidade para uma equilibrada sociedade em que quer o princípio da feminilidade e o da masculinidade se harmonizem!).

Ontem 15 de Agosto comemorou-se a Assunção de Nossa Senhora; certamente uma data e uma comemoração apontar para uma realidade importante. Mas quando começaremos nós a olhar também um pouco mais para a Terra? Porque não se passa, na Igreja, a criar a possibilidade de mulheres também fazerem parte do clero?

Por vezes chega-se a ter a impressão que tanto louvor a Nossa Senhora e a santas se pode tornar num perigo de um deslouvor (impedir honras e cargos) das mulheres na Terra, impedindo-as de ascender ao sacerdócio jerárquico. A feminilidade e a masculinidade não se reduzem ao sexo; as duas energias pertencem juntas! Seria oportuno olhar para o Céu sem esquecer a Terra; doutra maneira continuaremos a praticar a visão antiga do Olimpo lá em cima para alguns e o Sheol para os enlameados terráqueos.

Vai sendo tempo de se abandonar uma praxis baseada na ambivalência de papéis! Padres e pessoas com cargos de responsabilidade nas bases começarem a trabalhar pastoralmente mais em conjunto com freiras, mulheres exemplares num espírito colegial de repartição da missão de evangelizar sem medo de escandalizar pois só assim se consegue, numa comunhão sacerdotal participada no Espírito Santo, progredir no anúncio e prática do Evangelho que é promessa de bem para toda a humanidade. Talvez assim se fossem destruindo barreiras.

De facto, vivemos num mundo onde, se não fosse o erro, não se avançaria!  Por isso, numa nova mentalidade a criar-se não há culpas nem censuras a distribuir a este ou àquele. A missão é grande: temos mais que indicações suficientes para continuarmos a tradição de errar para podermos avançar; importante é criar espaço em cada um para que a mensagem e o chamamento possam ser ouvido. Cristo não nos pediu para andarmos por caminhos seguros, ele disse que era o caminho e, para o seguir, é necessário ter a coragem de se andar sobre as águas sem o medo de sucumbir!

É trágico, que a Igreja que deu tanto à humanidade e tem tanto para dar, perante tanto medo de errar, perca muitas vezes o comboio da História, ficando demasiado tempo nos apeadeiros de uma moralidade sexual descontextuada; no caso é fatídico para a mulher, no sentido do desenvolvimento da sociedade e da eclésia santa. Os factores “sexo” e “medo” foram sempre instrumentos privilegiados usados pelas potestades na intensão de manter os pretendidos súbditos de maneira sustentável.

Olhemos para as mensagens religiosas e para os mitos, eles já nos disseram tudo, o problema é que a sua mensagem ainda não chegou a todo o lado!

No sentido eclesial o poder não pode continuar a ser unilateralmente ligado ao homem e ainda por cima de forma sacralizada (Clero). Como mensagem evangélica e eclesial estamos à frente do mundo, não há nada que justifique andar atrás dele! Há que criar uma nova pedagogia e fomentar as capacidades da feminilidade/espiritualidade e o desenvolvimento da personalidade ainda antes da transmissão de saberes. Urge uma nova educação baseada nos princípios da feminilidade e da masculinidade e não uma focalização nas suas exterioridades no sexo masculino e sexo feminino.

Mulheres ligadas à Igreja, devem preparar-se e apostar mais no estudo da filosofia, da teologia e da administração institucional. As universidades católicas, instituições eclesiais e até cargos nos colégios episcopais esperam por vós; as freiras deveriam prestar aqui uma especial atenção, doutro modo uma masculinidade desequilibrada continuará a adiar o futuro com o argumento que a mulher não está preparada; a aurora de novos tempos já se faz sentir: preparai-vos para assumir funções sacerdotais.

(Este artigo faz parte de um livro sobre masculinidade e feminilidade que há anos espera por ser dado a lume)

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

In “Pegadas do Tempo”

AMAZÓNIA  EM ROMA IRÁ DAR QUE FALAR – NOVOS CAMINHOS PARA A IGREJA E PARA A ECOLOGIA INTEGRAL

Reacções de um Bispo conservador e de um Bispo progressista

Por António Justo

O Sínodo Amazónia, depois de muita consulta dos povos da amazónia, terá a sua assembleia conclusiva no Vaticano de 6 a 27 de outubro e é subordinado ao tema “Amazónia – novos caminhos para a Igreja e uma ecologia integral”; tratará assuntos de recursos naturais, monoculturas, população indígena, deslocamento, poluição, migração, urbanização, direitos humanos, celibato, ministério sacerdotal para mulheres, a família e a comunidade, saúde, educação integral e corrupção.

É chegada a hora da feminilidade e do regionalismo

No Sínodo, convocado pelo Papa, tomarão parte bispos, representantes de ordens religiosas dos países da região amazónica, representantes da Cúria Romana, participantes nomeados pelo Papa, especialistas, observadores, 20 representantes de povos indígenas, representantes de empresas, etc. A Igreja vai dar um passo no sentido progressista e de descentralização.

Os cuidados pastorais necessários para uma área vasta e inacessível como a amazónia poderão ser estendidos também às áreas europeias que levaram a luz do evangelho e a doxia cristã ao mundo, mas agora se encontram um pouco envelhecidas e sentem necessidade de serem recristianizadas.

No século XVI a grande ordem dos Jesuítas deu resposta às exigências da era moderna que surgia e, na crise atual, a Providência divina colocou à frente da Igreja um Papa jesuíta a tentar dar resposta a novas questões que a vida hodierna e a sociedade colocam.

O “Instrumento de Trabalho” (1) para o Sínodo Amazónia convocado pelo Papa, corresponderá à tentativa de meter em prática o espírito da encíclica “Laudato si” (2); o próprio Papa diz: Ele é “filho” de Laudato si'” e quem não leu a encíclica não compreenderá o Sínodo para a Amazónia (3).

Este documento, preparado pelo Vaticano, aborda também, sem complexos, temas como a introdução de padres casados, a introdução de um sacerdócio feminino com a criação de novos ministérios consagrados que sigam uma inculturação vivencial.  Nele se lê também:” para as áreas mais remotas da região, estude-se a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idóneas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas pela sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”.

Tudo leva a pensar que em breve será conferido o diaconado a mulheres (primeiro grau de ministro da Igreja que já faz parte do clero); isto na sequência do que o documento de trabalho solicita aos sinodais para também “identificarem o tipo de ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que ela desempenha hoje na Igreja amazónia”.

Estou certo que será dado um passo decisivo no sentido do reconhecimento e da dignificação da feminilidade (na mulher) com um gesto qualitativo concreto por parte do clero. O aspecto ecológico que o documento defende reflete também, não só a necessidade de se reconhecer os cuidados pela natureza “casa comum” como também os biótopos culturais e espirituais. A primeira instituição global existente no mundo com o sínodo Amazónia chama a atenção para a valorização das regiões (regionalismo orgânico).

Deste modo, o Papa Francisco coloca a amazónia (zona ambiental e dos índios) como sinal de esperança e de consciencialização global. Num tempo em que um globalismo selvagem e ideologias categóricas levam tudo de enxurrada torna-se urgente que a instituição mais global do mundo (a Igreja católica) determine horizontes a seguir por toda a humanidade: valorização do princípio da feminilidade e das regiões.

Crítica conservadora ao documento base do trabalho sinodal

Refiro aqui as posições de dois bispos alemães bastante presentes na opinião pública e esforçados por conseguir soluções que sigam as exigências evangélicas e se dê resposta aos sinais dos tempos no sentido de uma pastoral adequada.

O conservador, Cardeal Walter Brandmüller, que não esteve de acordo com a renúncia do Papa Bento XVI, também não se encontra contente com o espírito reformador do Papa Francisco. Brandmüller faz críticas severas ao documento de trabalho e às primeiras reuniões preparatórias do Sínodo Amazónico (4).

O cardeal começa por criticar o facto de o “Sínodo dos Bispos se ocupar exclusivamente dos problemas de uma região do mundo”. Critica também a “arrogância clerical” que se intromete na política, sendo no seu dizer “uma interferência esmagadora em assuntos puramente seculares do Estado e da sociedade no Brasil”.

Receia uma politização da igreja e da doutrina e uma cedência modernista ao “nobre selvagem” de Rousseau.

Não vê, com bons olhos, que a Floresta da Amazónia se torne num “locus theologicus”, uma fonte especial de Revelação Divina, com a consequente “recaída do logos no mito”. Receia que se quebre com o “Depositum fidei” e pergunta: “O que é que ecologia, economia e política têm a ver com a missão da Igreja?”

Na crítica do Cardeal nota-se um certo desconforto de avaliação entre a teologia da libertação latino-americana no sentido de uma orto-praxia (a verdade que surge da praxis) e a teologia europeia de caracter mais racional abstrato (acentuação da ortodoxia/doutrina). Ele vê, no “Instrumentum Laboris” a rejeição racional da teologia “ocidental „e, com isso, o perigo de uma infidelidade dentro da própria Igreja!

Teme também que a demasiada preocupação por inculturação negue implicitamente o caráter sacramental-hierárquico, se se adotarem formas das religiões naturais.

Naturalmente em tempos de grande mudança há sempre o perigo de se perder um pouco o equilíbrio, tal como aconteceu com as igrejas de Lutero e Calvino no século XVI; os portugueses costumam dizer “nem tanto ao mar nem tanto à terra”; mas a verdade é que a História oscila sempre e do seu balancear entre conservadores e progressistas, entre direita e esquerda é que ela anda e expressa vida. Não há que ser-se homens de pouca fé, o Paráclito acompanha a Igreja, a História e cada um. E hoje sente-se a urgência de descobrirmos o princípio da feminilidade como o lugar do desenvolvimento de uma civilização que para andar, apostou demasiado na “perna” da masculinidade.

Visão progressista do documento de trabalho sinodal

O bispo de Essen, Franz-Josef Overbeck, membro do Conselho Pontifício para a Cultura, constata: “Estamos no início de uma nova era eclesiástica”. Ele acha importante que a “crítica à Igreja deve ser escutada para que possa haver uma autêntica mudança cultural.”

O bispo considera natural que a estrutura eurocêntrica da Igreja seja contestada e que as igrejas locais na América Latina e seu clero se tornarão cada vez mais independentes.

O Sínodo de Outubro em Roma levará a reconhecer que o ” rosto da igreja local é feminino” e como tal deverá sê-lo também no exercício das suas funções eclesiásticas.

Overbeck pensa que o Sínodo Amazónia levará a uma certa “ruptura” (5) na igreja católica e que “nada será igual ao que era antes“, prevendo que a estrutura hierárquica da igreja, a moralidade sexual e a imagem sacerdotal da igreja católica serão postas à prova. A moralidade sexual e o quadro geral do que é um sacerdote serão analisados, e o papel das mulheres na igreja também será reconsiderado.

Overbeck argumentou que a doutrina da Igreja não pode ser condicionada à moralidade sexual. De facto, temos de considerar o foro privado e o foro magistral…

Overbeck solicita ainda a “despatologização” da homossexualidade e diz também que era “absurdo” para um bispo negar a ordenação sacerdotal a homens homossexuais.

Não se fala muito no assunto, mas penso que o grande passo do Sínodo Amazonas constituirá num assumir prático da grande encíclica “Laudato si „do Papa Francisco. Ela permanecerá determinante para a História da Igreja do sec. XXI.

A bacia amazónica (6) estende-se por cerca de 7,5 milhões de quilómetros quadrados e está dividida em Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa.

Aqui “onde as pessoas não contam nada e não têm direitos” quer o Papa dar um sinal no sentido de uma igreja integral onde justiça climática, ambiental, económica e social andem juntas. De facto, é preciso ler-se e reler-se o evangelho à luz de Deus e dos tempos. Trata-se de ir fazendo a leitura sob a perspectiva do Deus de Jesus Cristo que se revela nas escrituras, na Igreja, na História, na natureza e na humanidade. Em Jesus Cristo se concretiza Deus, a natureza humana e a matéria no que têm mais de real e de mistério.

Como é natural numa Igreja viva disputam-se as forças conservadoras e as forças progressistas. O “método da controvérsia” (7) será salutar para o desenvolvimento.

O que atualmente se precisa menos na Igreja é medo e resistência! A fé é positiva e o Paráclito encontra-se em tudo e em todos não deixando ninguém só. Importante é escutar para ouvir, sentir e seguir o chamamento!

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

In “Pegadas do Tempo”

 

A Matriz política masculina não pode ser Norma para a Instituição eclesial

Mulheres lutam por uma Instituição mais feminina

Por António Justo

A opressão sistémica das mulheres é um fenómeno universal que se observa em todos os sistemas ideológicos, económicos, políticos e religiosos, de todo o globo.  A desvalorização da mulher é a consequência lógica das sociedades com matriz masculina que apostam na sustentabilidade de estruturas patriarcais.

A instituição eclesial, à imagem da sociedade secular, tem-se orientado por padrões masculinos, considerando a feminilidade, como característica secundária, nas suas estruturas.  Já vai sendo tempo de se dar resposta à energia da feminilidade e de se praticar o evangelho (1) não se refugiando na estratégia máscula do divide para imperares; doutro modo fica-se numa de reservar a paternidade para a sociedade e a maternidade para a família: uma e outra são constitutivos de vida e devem igualmente estar presentes na sociedade. A matriz masculina da sociedade secular não pode ser norma de adaptação para a Instituição eclesial. O lugar do diálogo nela não é a sexualidade (entre homem e mulher) mas sim os princípios/energias feminilidade e masculinidade a nível de pessoa, de sociedade e instituições.  A “fragilidade” deve estar mais presente nos lugares “fortes”!…

Na Páscoa passada, muitos milhares de mulheres católicas fizeram uma “greve de igreja”, em toda a Alemanha, durante uma semana. A partir de Münster, na Vestefália, e com o apoio da Comunidade de Mulheres Católicas (Kfd), elas (integradas no movimento “Maria 2.0”), interromperam os seus cargos honorários nas paróquias e celebraram liturgias em torno das igrejas. Foram mais de 1.000 grupos, que organizaram vigílias, cultos e ações de protesto.

Com esta acção, as mulheres pretendiam dar rosto público ao seu descontentamento com as estruturas masculinas de poder na Igreja Católica. As mulheres exigem acesso a ministérios de ordenação, a abolição do celibato obrigatório para os sacerdotes seculares e uma revisão da moral sexual.

Posteriormente, as mulheres organizaram delegações para falarem com os bispos nas correspondentes dioceses.

Os seus protestos tiveram uma expressão feminina (2): As mulheres protestam por amor à Igreja, de dentro para dentro e de dentro para fora sem a atacar com a ideia numa igreja que querem também sua casa religiosa.

O Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Heße, convidou o movimento “Maria 2.0” a participar no “Caminho sinodal” planeado pelos bispos e a apresentar as suas exigências de reforma (3).

É verdade que a Igreja católica está implantada em todas as culturas do mundo e por isso urge reconhecer a dignidade na diversidade das pessoas (homem e mulher) também na missão de libertar o ser humano, de levar a Boa Nova à humanidade e de descobrir possíveis melhoras e alertar para os perigos. A Igreja não é apenas uma instituição, ela é uma comunidade de vida de homens e mulheres congregadas em torno de Jesus Cristo (não pode ser dividida numa igreja petrina e numa igreja joanina).

A Igreja Católica, na sua qualidade de instituição mais beneficiadora da humanidade (4), sendo uma religião especialmente impregnada de feminilidade (Boa nova, liturgia e espiritualidade), seria mais conforme consigo mesma se no seu aspecto exterior de instituição reduzisse a predominância do rosto masculino (masculinidade) e desse lugar  a um maior equilíbrio entre as energias/princípios feminilidade e masculinidade.

A Igreja, que por natureza é de conotação feminina, precisa também de um olhar feminino a partir das suas instituições, numa atitude dialógica não só no que respeita às diferenças entre religiões e sociedades seculares, mas sobretudo no empenho pela presença e balance da feminilidade e da masculinidade nos presentes modelos de sociedade dominados pela masculinidade; o melhor paço seria começar por si mesma.

Torna-se uma contradição que sacerdotes e mulheres empenhados em reformar a Igreja tenham de sofrer pelo facto de a igreja oficial se encontrar demasiadamente distanciada da realidade. A promoção de mulheres nos ofícios da igreja não pode ser limitada a educadoras infância ou a referentes pastorais.

Urge impulsionar uma marca católica em que as mulheres pertencem a uma igreja fraternal, onde cada um possa determinar e viver a sua vocação e ter o seu projecto de vida sem exclusão. Para isso não é preciso mudar a Bíblia; o Evangelho tem fundamentos suficientes para a revalorizar; por outro lado, se for dado espaço relevante às mulheres na sociedade surgirá consequentemente uma outra imagem da mulher.

Ainda não há consenso na Igreja sobre o sacerdócio para mulheres. Mas uma coisa há que advertir e ter em conta: o poder espiritual não deve ser exercido em padrões seculares e profanos.

Não podemos viver de uma esperança sempre adiada. O critério homem não pode ser exclusivo e além disso vivemos num tempo em que a matriz machista da sociedade se questiona e em que a teologia feminina pode fazer a ponte para a feminilidade do Evangelho. O que continua em jogo é uma visão de domínio do princípio da masculinidade sobre a feminilidade e uma teologia. não se trata aqui de seguir uma teologia hipercrítica que depende demasiado da cabeça, mas colocar no centro a fé como um indicador de e para Jesus.

É claro que as igrejas não cresçam por ajuste ao gosto do tempo, mas sim através da fidelidade ao Evangelho. Urge estarmos mais atentos às mulheres na bíblia de modo a não serem mal-interpretadas pelos homens (o que aconteceu em relação por exemplo a Madalena, a apóstola dos apóstolos)

Uma mudança de moral não implica necessariamente uma mudança de doutrina, dado uma teologia interpretativa correspondente às sociedades em que se encontravam incardinada ter sistematicamente desvalorizado o papel da feminilidade na mulher para, compensatoriamente, a expressar na liturgia e no culto mariano.

Seria um equívoco condicionar o princípio da masculinidade e da feminilidade aos papeis assumidos com base na tradição de reduzir os dois princípios a uma sexualidade de caracter funcional ou de confundir masculino e feminino (homem e mulher) com masculinidade e feminilidade. A Doutrina da Igreja não pode ser condicionada à moral sexual e menos ainda à matriz económico-política de mera masculinidade. (As lutas que se observam na praça em relação a homossexuais e lésbicas dão testemunho praticamente só da afirmação da masculinidade ou da afirmação de um polo contra o outro; neles falta a energia/princípio da feminilidade.)

Através de exclusão das mulheres, as lesões surgem e tornam-se cada vez mais dolorosas; não basta pregar a misericórdia, é preciso refletir sobre a mensagem cristã integral e praticá-la também a nível institucional (sabendo muito embora que é da natureza de toda a instituição humana ter um caracter masculino predominante!).

Porque esperar pela mudança só depois da morte; porque ter de gastar tantas energias na defesa de mudanças necessárias e que nem sequer contradizem o espírito que possibilitou os evangelhos há 2.000 anos.

O que falta praticar é Jesus Cristo. Ganhamos todos, homens e mulheres, com uma maior presença da feminilidade em cada pessoa e na humanidade.

(Este texto fará parte de um livro que há já muitos anos tenho à espera de ser publicado)

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

In “Pegadas do Tempo”