BOLSONARO GANHOU PARA ALEGRIA DE UNS E TRISTEZA DE OUTROS

A Luta é grande porque o Brasil promete muito

Por António Justo

Depois de 14 anos no governo, o Partido dos Trabalhadores tem de passar o poder para Jair Bolsonaro (PSL) que no dia 28.10. obteve 55,13% dos votos válidos (57,7 milhões de votos) e Fernando Haddad (PT) 44,87% dos votos, (47,03 milhões de votos).

Como se constata, as forças de interesses, num sistema democrático, alternam-se ciclicamente como é natural em democracia. Bolsonaro utilizou dois tipos de rectórica: o discurso abrasado e guerreiro contra a esquerda e a imprensa, no Facebbok e agora, como vencedor, usa um discurso mais conciliador nas emissoras da TV. Na política concreta a alegria passa depressa, o que perdura de seguida é a realidade triste do povo.

Na consequência da eleição de Bolsonaro, a Esquerda vai sofrer, também, pelos erros que fez durante 16 anos de governo, e a Igreja católica por não o ter apoiado. Bolsonaro tinha-se referido depreciativamente à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) chamando-a “banda podre da Igreja Católica”. Esta que se tem colocado ao lado dos índios, dos pobres e da reforma agrária vê-se agora difamada por quem está interessado em fomentar o capitalismo liberal.  Esta Igreja ao lado dos pobres vê-se polemizada também por seitas interessadas no poder, que apoiaram declaradamente Bolsonaro, como é o caso da “Igreja Universal”.

É lamentável que muita da esquerda moderada se deixe levar pela agenda da extrema esquerda, no seu programa anticristão, e não reconheça o esforço da Igreja católica brasileira, na dedicação aos pobres e com a teologia da libertação.  Quem ataca Deus nega o povo; a esperança não relega a vida para o futuro, a verdadeira Esperança vive agora, produzindo já futuro.

Quem nega o direito de existência ou legitimação séria a um grupo, pelo simples facto de ser religioso ou católico, não se deve admirar vendo depois surgir seitas cristãs, interessadas, também elas, no domínio político e deste modo a tornarem-se a sua concorrência. Os extremismos a que se chegou no nosso palco cultural ocidental preparam o solo para seitas religiosas acordarem e sentirem o cheiro do poder; então a agitação ganhará terreno e os atuais partidos passarão a sofrer com a concorrência que provocaram.  A inteligência destes secularistas deveria chegar a reconhecer isso como natural; para isso basta-lhes a experiência do atuar de grupos islâmicos que usam a sua religião política para justificar a sua intervenção. O pior que poderia acontecer seria o fortalecimento de grupos cristãos politizadores da religião, também eles sedentos em participarem do bolo do poder político no Estado. Os seguidores da agenda ligada à “ideologia do género”, no seu radicalismo e na luta contra o cristianismo ao esbanjarem parte dos melhores bens da cultura ocidental, empobrecem o povo, tal como o filho pródigo. Radicalismo fomenta radicalismo! Não se trata aqui de diabolizar um grupo para se afirmar o outro, mas de trabalharem uns e outros no sentido de um equilíbrio. O extremismo ou a consciência dos ultras expressa-se também na maneira fácil como se designa um grupo de extremista. A exclusão que criticam praticam-na eles também. O meio termo suporta os extremos e por isso é mais forte.

Por outro lado, é compreensível a impaciência da esquerda radical da América latina e da Europa que não quer aceitar uma realidade que contraria a sua agenda de luta cultural. Reagem, como meninos mimados por uma imprensa do sistema que favorece o seu discurso. Por isso os mais espertos empenham-se na difamação dos media virtuais (como o Facebook), onde, em parte, domina o discurso popular emotivo e espontâneo (isto enquanto os interesses organizados não estabelecerem, também nestes meios, o seu controlo). A esquerda radical sente a areia a fugir-lhe debaixo dos pés, por toda a parte, e como são activistas, não suportam passar muito tempo a lamber as feridas, porque a luta pelo poder, além de dar satisfação, é também o seu pão.

É triste ouvirem-se vozes, de muitos boçais da verdade e de donos da opinião dos outros, a quererem denegrir o povo brasileiro, por, desta vez, ter votado na “esperança” de melhorar um país que tem grande peso na América Latina.

Depois de tanto delírio no Brasil e na Europa, durante a campanha eleitoral, em que, entre outros, muitos cães de guarda das ideologias se esfalfaram, vai sendo tempo de se entrar na normalidade do dia-a-dia e de cada um regressar à sua loja, seja ela mais ou menos esquerdista ou mais ou menos direitista! A luta de uns contra os outros, não ajuda ninguém.

Bolsonaro é polarizador, mas ele ganhou contra o poder comunista enfraquecendo assim a agenda cultural socialista que vê contrapor-se-lhe o poder dos conservadores e isso é o que movimenta tanto fervor nas discussões. Em termos de luta, de que a esquerda revolucionária é perita, teria a direita muito a aprender, não fosse ela tão acomodada ao status quo!…

Nos meios de comunicação virtual lêem-se, frequentemente expressões indignas e depreciadoras sobre os eleitores brasileiros. E por sua vez, nos meios de comunicação social séria fala-se dos democratas PT e do extremista da direita Bolsonaro. Onde está a isenção? Se se fala do extremismo de direita porque não se fala do extremismo do PT? Ou não será que a base de orientação da opinião pública torce pela esquerda e esconde o seu extremismo lavando-se na critica ao outro?

Respeite-se o voto do povo brasileiro e dê-se a oportunidade a Bolsonaro de mostrar o que vale, após passados cem dias do seu governo. Então a conversa será mais objectiva porque referida a factos concretos e não a possíveis especulações nem à conjura de medos. O medo está normalmente ao serviço dos poderosos e dos que pretendem o poder, por isso estes fomentam o medo deste ou daquele, disto ou daquilo.  Ao poder interessa-lhe é a caça ao voto.

O Brasil inteiro é feito de uns e de outros! Que cada um regue a sua planta é natural, o que seria mal é se, cada qual, tentasse cortar as raízes da planta do adversário. Talvez um dia, quando percebermos que a realidade completa é feita de complementaridades e que a visão dela é apenas um dos pontos de vista, então passaremos a regar também a planta do vizinho para, como povo e como nação, podermos crescer e progredir qualitativamente. Esta atitude poderia substituir o princípio da luta exclusiva como meio de alcançar liberdade.

Nestas eleições os dois candidatos à presidência eram candidatos representantes de forças extremistas. Portanto, não seria inteligente afirmar-se “satanás” ou “Belzebu” porque o cum quibus da situação é que quem afirma aferrenhadamente um, fica automaticamente na pele do outro.

O desejo do povo é pão, paz, honestidade e união nacional! Importante é uma nova política dentro dos trâmites democráticos em benefício do bem-comum de todo o cidadão. De resto, os erros de uns tornam-se em oportunidade para os outros e, na hora da necessidade, – e ela expressa-se em todas as eleições – o povo não pode pensar porque a fome é que manda.

Um bom princípio é respeitar os outros, mesmo que sua opinião contrarie a minha. Em termos cristãos, cada um é livre de escolher o partido da sua inclinação política porque o imperativo categórico do cristão é a pessoa e a sua consciência individual soberana e livre, no empenho pelo bem de todos. Quanto mais cristãos sem medo se encontrarem nos diferentes partidos, talvez estes ganhem mais humanidade, mais humildade e a cultura mais diálogo, para isso os cristãos terão de tornar-se mais cristãos. Naturalmente o ser cristão ou o pertencer a este ou àquele partido não iliba ninguém do erro, porque antes de sermos crentes ou partidários somos principalmente seres humanos e, de momento, a sociedade parece desenvolver-se mais para o radicalismo do homo homini lupus. Quando chegarmos a tal extremo, então a “troika” oligárquica da ideologia e do capital consolar-se-á, porque, nesse caso, a lei substituirá a moral e o governo de uns poucos confortar-se-á com os rebanhos nos seus latifúndios.

António da Cunha Duarte Justo, Pegadas do tempo

O ESTADO DO HESSE NA ALEMANHA VOTOU E O TERREMOTO EM BERLIM COMEÇOU

Merkel tira as Consequências renunciando à Presidência da CDU

Por António Justo

 

As eleições estaduais do Hesse  e da Baviera chumbaram o governo alemão mas as leis do destino obrigam-no a continuar.

O Estado do Hesse, com 4,4 milhões de eleitores, 23 partidos a concorrer às eleições e uma participação de 73,2% de votantes, acorreu, no Domingo (28.10.2018), às urnas.  O resultado eleitoral, no Hesse, (em termos de expressão política para os partidos que fazem parte da Grande Coligação da federação (GroKo)), foi semelhante ao da Baviera:  27% votaram na CDU (cristãos democratas), 19,8% no SPD (Partido Social Democrata), 19,8% nos Verdes, 13,1% na AfD (Alternativa para a Alemanha), 7,5% no FDP (Liberais),  6,3% na Esquerda (Socialistas) e noutros partidos 6,5%.

Em relação às últimas eleições os perdedores de votos foram a CDU -11,3%, e o SPD -10,9%; partidos que viram a sua percentagem engrossada foram os Verdes com + 8,7%, a AfD com +9,0%, o FDP +2,5% e Esquerda +1,1%.

Dos 137 lugares a ocupar o parlamento em Wiesbaden temos a CDU com 40 deputados, Vedes 29,  AfD 19, SPD 29,  FDP 11 e Esquerda 9.

Tanto nas eleições da Baviera como nas do Hesse, os partidos que fazem parte da GroKo (Grande Coligação CDU/CSU e SPD) perderam 22,2%; na Baviera tinham perdido 21,4%.  Resumindo: os eleitores castigam a CDU/CSU e o SPD passando a votar nos seus concorrentes Verdes e AfD. As eleições regionais revelam-se como votos de não-confiança no governo central.

Os membros dos partidos são de opinião que a GroKo prejudica a CDU (60%) e o SPD (54%); a parte mais esquerda do SPD está a passar para os Verdes e as partes da direita da CDU e do SPD estão a fugir para a AfD.

A Chanceler Merkel anunciou não querer continuar a ser a presidente do partido CDU; em dezembro  põe o seu cargo à disposição para novas eleições no congresso da CDU. Tenciona ficar apenas como chanceler até ao fim do mandato e anunciou não se candidatar às eleições de 2021. Certamente um próximo posto adequado à Doutora Ângela Merkel e à EU seria a presidência da Comissão Europeia

A GroKo (coligação governamental em Berlim CDU/CSU e SPD) encontra-se em choque. Andrea Nahles (SPD): “O estado do governo não é aceitável”.  Na opinião de muitos politólogos novas eleições seriam uma catástrofe para o SPD.

Os eleitores andam fartos de votar verificando que as suas vozes não são ouvidas nas altas esferas da governação. Por isso se dá uma debandada de votantes do SPD e da CDU/CSU para a Alternativa para a Alemanha (AfD) e para os Verdes.

A AfD tornou-se na sovela que pica nos músculos mais fortes dos partidos estabelecidos e isto em todos os estados federados.

A Alemanha sofre dos problemas da doença europeia que ela mesmo também fomenta. A política das portas abertas, para refugiados políticos e da pobreza, aliada ao comportamento de muitos refugiados muçulmanos na Alemanha, levam o povo a não encontrarem mais o seu lar político nos partidos do centro.

A insatisfação dos cidadãos com a governação da Groko, apesar de excelentes dados da economia alemã, é imparável. A política de asilo mudou fundamentalmente o clima social do país. Os partidos continuam a ignorar as preocupações de grande parte do povo que assiste ao combate sistemáticos a valores fundamentais da civilização ocidental, com a conivência e apoio dos partidos nacionais; com argumentos da nova ética europeia dos valores abertos, a Alemanha, com Bruxelas, no sentir do povo poe os valores ocidentais à disposição da civilização árabe.

Os meios de comunicação social com as elites do sistema criaram no povo o medo de se manifestarem abertamente porque quem apresente alguma crítica ao islão é logo considerado pelos seguidores do politicamente correcto como extremista e como racista; a opinião pública é domada pela arrogância dos que se julgam em poder da verdade e da democracia e como consequência leva o povo a ter medo e a ter de se calar manifestando-se drasticamente nas eleições.

Os partidos do arco do poder dão volta aos assuntos da política, julgando que com conversa e com a renovação de pessoas nos postos políticos resolvem o problema; mas, o eleitor alemão dá-se conta do que se passa e castiga-os porque o problema maior a resolver, para um povo rico como o Alemão, é o dos valores de uma cultura que, em vez de serem renovados, são sistematicamente destruídos, por uma agenda radical de esquerda e pelo alheamento da economia financeira. Na europa assiste-se a um movimento que parte das bases e de uma classe intelectual frustrada pelo domínio irreverente de uma classe que surgiu da geração 68 e luta contra as raízes da sua civilização e se distanciou arrogantemente do povo. O que o povo pretende é uma mudança de atitude por parte dos governantes.

No Hesse governa a coligação CDU e Verdes; na próxima legislatura os dois partidos poderiam constituir governo embora com uma maioria de apenas um assento. O mais provável será a continuação da mesma coligação.  Em Dezembro, Bouffier pretende apresentar o novo governo com Tarek Al-Wazir que defende uma política Verde pragmática.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

TESTEMUNHO DE UMA PESSOA AMIGA SOBRE A SITUAÇÃO NO BRASIL

Eleições quentes – Esquerda radical em Delírio no Brasil e na Europa

António Justo

O Brasil é grande e por isso está mais sujeito à pilhagem; o maior problema das eleições brasileiras será o radicalismo e a prevista manipulação dos dados eleitorais através de algoritmos.  Como as eleições não são feitas em papel é fácil a manipulação dos votos tal como terá acontecido, segundo uma investigação (1), nas eleições de Dilma Rousseff em 2014.

Nestas eleições, os petistas são julgados pelo que fizeram ao povo brasileiro e Bolsonaro é julgado pelo que poderia vir a fazer!

Querendo eu ter uma ideia mais directa e autêntica sobre o que acontece no Brasil, dirigi-me à dra. Maria Manuela Strehl, que se encontra no Brasil, pedindo-lhe que descrevesse o que se passa. A amiga Manuela é uma pessoa honesta, não ligada a ideologias, mas conhecedora da realidade e para quem as pessoas constituem o centro dos seus interesses. Aqui vai o seu testemunho:

 

“Apanhei as eleições em cheio! São eleições atípicas porque escolheram os candidatos mais opostos!

Haddad é comunista e Bolsonaro é da direita.

Têm inventado muitas mentiras uns dos outros pelo que polarizaram ainda mais os candidatos.

Há muitas fake news tanto de um lado como do outro.

Quem não quer o comunismo e quem não quer que o Brasil vire outra Venezuela, vota em Bolsonaro.

Antes das eleições ele já sofreu um atentado e ficou muito ferido. Ele não é tão radical como a imprensa o mostra.

A imprensa daqui é toda da esquerda e a de Portugal também. Penso que os meios de comunicação da Alemanha tb na maioria são da esquerda e portanto mostrarão um Bolsonaro radical.

A maioria do povo brasileiro não quer Haddad porque está cheia de comunismo, pq quem tem estado a governar nos últimos anos são os petistas de Lula (comunistas) e roubaram muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito e foram demasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiado corruptos e tentaram impor a ideologia de género à força nas escolas primárias e outros absurdos.

O povo brasileiro, que é muito cristão, quer manter a família tradicional de pai e mãe. Bolsonaro é a favor da família tradicional e seus valores.
Bolsonaro não é tão radical como fazem dele. A questão é linguística, ele diz coisas inflamadas, mas dentro de um contexto, a imprensa retira frases do seu discurso e cria uma nova realidade, uns „pós verdade”.
Cerca de 40 milhões no Brasil são evangélicos ou de outras denominações cristãs não católicas. Seus pastores estão apoiando Bolsonaro.
De princípio Bolsonaro já ganhou porque no primeiro turno houve 20 milhões de eleitores

a votarem mais por Bolsonaro. Em 3 semanas não é possível que 20 milhões mudem de ideia. Aliás no Brasil quando houve 2. turno ganhou sempre o candidato que teve mais votos no primeiro turno. Haddad só pode ganhar nas seguintes situações: falcatruas nas urnas electrónicas (e há um medo generalizado em todos que venha a haver essas falcatruas e todos lamentam que não se possa votar em papel. Haddad poderá ainda ganhar se até Domingo conseguirem matar Bolsonaro. Assim a sua casa no Rio de Janeiro está super vigiada. O atentado a ele no dia 6 de setembro era mesmo para o matar. Já há 2 mortes na pousada onde Adélio, o criminoso, se hospedou em Juiz de Fora.

Haddad e o PT estão ainda tentando tornar Bolsonaro inelegível, por alguma corrupção, mas até agora nada conseguiram pq Bolsonaro, apesar de estar há muitos anos na política,
tem sido sempre honesto e até tem recusado privilégios financeiros…

Não havendo outra alternativa, Bolsonaro surgiu como uma esperança. Ele é ainda uma incógnita, esperemos que se for ele a ganhar as eleições, o Brasil realmente mude para melhor.”

Este é o testemunho de uma pessoa sem benefícios a receber de uma facção nem da outra.

Ao observarmos a comunicação social tem-se a ideia que a esquerda anda em delírio por sentir a areia fugir-lhe debaixo de seus pés. Nesta luta não há meio termo, só extremos e cada extremo quer-se ver no centro do acontecimento.

O que se encontra em jogo é o poder institucional e social alcançado pela esquerda revolucionária radical, instalada sub-repticiamente nos lugares altos das ONGs, nações, EU e ONU e que, habituada a dominar a opinião pública, nota agora surgir concorrência por parte da direita.

No Brasil a esquerda radical tinha vindo a aplicar sistematicamente a agenda de suborno da cultura ocidental em nome de um socialismo marxista internacional; esperava a venezuelização do Brasil e o PT até já tinha anunciado a mudança da Constituição.

Em nome dos direitos humanos apresentam direitos particulares humanos que se destinam a desmiolar os direitos fundamentais humanos tais como a civilização ocidental os gerou e, deste modo, poderem, sem que o povo note, marxizar a cultura ocidental. A luta marxista já não é contra o capitalismo, a sua estratégia é o combate à civilização ocidental e aos seus valores.

Habituados à sua mais valia do pensar socialista politicamente correcto, prescindem de argumentação factual, bastando-lhe a demonização do adversário.

Enfim, cada um berra por democracia, mas à sua maneira (Foro de S. Paulo” (2)), como se só a sua fosse a Democracia; o Brasil, entregue aos comunistas, não se encontra em boas mãos, nem entregue a Bolsonaro torna-se numa incógnita dado ele, além de umas conversas particulares s´referiu querer combater a corrupção e a criminalidade. Contra F. Haddad correm mais de 30 processos (fase investigatória) etc (3). A imagem do PT dificulta outras alternativas. Pelos vistos pode-se prever que se os comunistas não ganharem, não aceitarão os resultados e boicotá-las-ão nas ruas e Bolsonaro recorreria às forças armadas.

Como antigamente toda a gente era escolarizada no sentido de escrever com a mão direita, hoje encontra-se a ser socializada no sentido da sua maneira de pensar e de escrever ser à esquerda. Esta realidade provoca uma onda da direita a manifestar-se mais e mais.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

 

  • (1)
  • Em 2014 o PT terá falsificado as eleições através de manipulações de algoritmos, como mostra um estudo de  um matemático informado em: https://www.youtube.com/watch?v=NVWeFgbpgNc
  • (2) O “Foro de São Paulo” é um grupo de esquerda continental com mais de 100 partidos e organizações políticas da América Latina que pretendem o domínio político dos países latino-americanos. É um Foro empenhado em combater o liberalismo económico e na expansão do comunismo na América Latina; pelo que se observa fazem uso da democracia para miná-la nas suas bases.
  • (3) Na governação Lula/Dilma houve mais interesse pela implantação da ideologia no sentido do “Foro de São Paulo” do que defender a economia e a independência/unidade do povo brasileiro. Quanto à ideologia do género a própria presidente Dilma não tinha sequer escrúpulos em falsificar a língua querendo como correcta a palavra presidenta. Também é um facto que os cabecilhas do PT (Lula, José Dirceu, Palloci, etc, e de outros partidos) foram condenados judicialmente. Apesar disso a esquerda radical apoia o PT porque o que está em jogo, não é o bem do povo brasileiro e caso percam, dá-se o enfraquecimento da sua agenda internacional contra a cultura ocidental.

A AGENDA POLÍTICO-CULTURAL QUE NOS SUBJUGA

Por que pensamos como pensamos?

Por António Justo

Até à desmantelação da União soviética (1) vivíamos em sociedades que pensavam e se afirmavam pela polaridade; com a queda do muro de Berlim passou-se a um outro extremo que é a ideologia de um holismo extremo que pretende negar identidades próprias (as partes) em nome do todo e vice-versa; para isso serve-se da técnica da ambivalência (muito característica no islão) uma prática substituidora de uma autoridade institucional legitimadora porque se funda no saber do perito ou do próprio e tende a desautorizar as instituições tradicionais e regionais (ordens e estruturas), permitindo assim  preparar o estabelecimento de um domínio anónimo global.

A cultura ocidental encontra-se ameaçada pela mentalidade exagerada do “pensar politicamente correcto” que, muitas vezes em nome da tolerância, presta apoio ao abuso dos direitos das minorias; também a afirmação categórica de novos direitos (que minam os direitos humanos fundamentais); tudo isto em nome de um progressismo que se afirma, já sem necessidade de justificação, devido a condições gerais criadas especialmente pela revolução cultural da Geração 68.

Encontrei um livro que equaciona e dá resposta a muitas preocupações que durante dezenas de anos ia manifestando nos meus artigos. O livro de Marguerite A. Peeters “A Globalização da Revolução Cultural Ocidental:  Conceitos-Chave e Mecanismos Operacionais” (Principia, 2015) deveria tornar-se num compêndio de apoio a professores, multiplicadores sociais e pessoas de boa vontade que não se satisfaçam com uma opinião formada a partir de uma só ideologia ou que não se queiram deixar levar na torrente avassaladora do “politicamente correcto”. Um verdadeiro interesse pelo desenvolvimento terá de passar da simples conversa estabilizadora do status quo para o debate. A cultura do debate foi banida do discurso público e quando muito transformada numa pedagogia do pensar politicamente correcto; falta a coragem de se voltar ao método da controvérsia no diálogo.

Pelo que se depreende do livro a ONU para adquirir o monopólio mundial sobre a ética e sobre a política pretende implantar em todos os países os consensos adquiridos nas suas conferências, em leis universais e para isso organizou nos anos 90 (especialmente após a queda do muro de Berlim 1989!) conferências, (2) Estas conferências tiveram como finalidade elaborar uma Agenda para a ONU no sentido de, pouco a pouco,  tornar o mundo de países e culturas próprias num só latifúndio e numa monocultura.

A Agenda e o objetivo dessas conferências era “construir uma nova visão do mundo, uma nova ordem mundial, um novo consenso global sobre as normas, valores e prioridades da comunidade internacional no século XXI“.

Para conseguir a hegemonia monolítica universal a ONU pretende indirectamente destruir a identidade ocidental, porque é aquela que se apresenta como sistema global concorrente ao seu projecto. A ONU, com muitas iniciativas, muitas delas muito justas e necessárias para o desenvolvimento, consegue operar na confusão e indefinição evitando uma discussão do que se está sub-repticiamente a passar com a sua agenda no combate sistemático contra os fundamentos da civilização ocidental também através de ONGs.

Assim, a ONU quer tornar-se no que se poderia denominar de um “catolicismo” laico materialista e ateu; para isso substitui laicamente o que poderia ser uma agenda urbi et orbi. A Agenda pretende a desvinculação da pessoa à família, estado ou religião; pretende como se constata em diversos movimentos e eventos reduzir a pessoa a um mero indivíduo para o poder influenciar directamente, sem ter, num estado final, o empecilho da família, da religião ou da nação; neste sentido quer destruir o seu rival Deus ou confiná-lo a religiões relativizadas e consideradas todas iguais, fazendo delas um mesmo puré; consideram a crença num Deus, uma força poderosa a banir, porque estaria ao lado do indivíduo, dando-lhe consistência e força de pessoa (Consciência própria); um indivíduo pessoa (com inserção grupal específica)  seria demasiado forte e mais resistente a ideologias; isto constituiria um impedimento ao estabelecimento de um poder absoluto das Nações Unidas que aposta no relativismo e em ideologias;  querem a formatação de um indivíduo sem espinha dorsal, um molusco que se oriente apenas por leis, tornando-se estas no único sustentáculo dos direitos individuais e da sua moral; pretendem substituir a natureza (realidade) pela ideologia sobre ela, querendo confundir o ser pela vida com o ser-se por uma ideologia sobre a vida. Neste seu intuito, a consciência deve ser substituída pela mera razão, a ciência a ser doutrina e o progresso a tornar-se fé.

Os filósofos da agenda pós-moderna pretendem acabar com a tradição judeo-cristã a ponto de negarem a própria realidade e o consequente compromisso moral; para assumirem a hegemonia cultural fomentam o relativismo cultural e reduzem a verdade a um logaritmo de mera oposição à mentira; a própria palavra querem-na desenraizada e carecida de sentido, para assumir um significado ocasional qualquer (com o instrumento da técnica da ambivalência é fácil confundir até filosofias de vida mais sérias!).

Um outro método em via é a estratégia, de tornar a regra igual à excepção.  Em consequência, a tradição e o direito da maioria tornam-se iguais ao da minoria ou ao serviço desta; por esta via, aliada à tolerância da intolerância, justifica-se a destruição paulatina da cultura e da tradição ocidental; isto através do fomento da infiltração de um grupo minoritário que, pouco a pouco, passa a impor a sua tradição e costumes à sociedade maioritária porque o princípio do relativismo aplicado à sociedade deve funcionar no sentido de a destruir a partir de dentro. Inverte-se o princípio selectivo da evolução no princípio de o mais fraco se sobrepor ao grupo mais forte, em vez de se fomentar uma osmose evolutiva da colaboração dos mais fracos e dos mais fortes (daí a estratégia da defesa da multicultura contra a intercultura!). A política, implantada pela Agenda para a grande maioria invisível da ONU actuante, encontra-se em acção em todos os Estados do globo, tendo como substracto e como fim último a marxização materialista da cultura. Por um lado, procura-se combater a família a pretexto de luta contra a burguesia e contra a tradição europeia e por outro destroem-se, pelo mundo fora esses valores em nome do progresso ocidental. Por um lado, a sociedade ocidental sofre a matrização marxista da sua cultura ocidental e por outro o ocidente opera como colonizador cultural do resto do mundo, através do intento da ONU. O fomento de ONGs e de grupos de interesses anti-tradição (Grupos gender, etc.) é de tal ordem que se instalam na consciência pública ocidental como conformes ao seu sistema de valores fazendo esquecer que a virtude se encontra no meio e não nos extremos.

Torna-se embaraçoso verificar-se como no discurso público se encontram tantos arautos convencidos do pensar actual dominante (politicamente correcto) a criticar os arautos do politicamente correcto da Idade Média; o mais grave é que os nossos “pensantes” actuais se arroguem o direito à verdade pelo simples facto de pertencerem ao pensar correcto do nosso tempo, como se as ovelhas medievais se diferenciassem das ovelhas modernas.

Daqui a necessidade de se implantar uma política do discurso público da controvérsia (para se evitar o discurso infantil do pró e do contra) ao serviço da pessoa (não só do indivíduo!), da regionalização (não só dos interesses corporativistas) e dos biótopos culturais, como partes integrantes de ecossistemas culturais.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

  • A 26 de Dezembro 1991 oficializa-se a desintegração da União Soviética (Abertura do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989): 1991 Michail Gorbatschow abdicou da chefia da União Soviética e com isto acaba a união dos Estados Socialistas que se tinha iniciado com a revolução comunista de Outubro 1917 e com o nome de União Soviética a partir de 1922. Josef Stalin (1878-1953) foi Secretário-Geral do Partido Comunista da URSS (PCUS) desde 1924 até 1953.
  • A “Conferencia das crianças e seus direitos” (Nova York, 1990); Conferência sobre crianças e seus direitos (Nova York, 1990); Meio Ambiente (Rio de Janeiro, 1992); Direitos Humanos (Viena, 1993); População (Cairo, 1994); Desenvolvimento Social (Copenhague, 1995); Mulher (Beijing, 1995); Habitat (Istambul, 1996); e Alimentos (Roma, 1996).

JUDEUS NO PARTIDO AfD (ALTERNATIVA PARA A ALEMANHA)

Uma Sociedade em Transformação

 

António Justo

No passado Domingo, 7.10.2018, judeus, membros do partido AfD (‘Alternativa para a Alemanha), fundaram em Erbenheim, Wiesbaden, a  “Associação Nacional dos judeus no AFD” (JAfD). Esta fracção interna do partido não se entende como organização religiosa mas como organização política. “Judeus no AfD” é uma associação independente, inicialmente com 24 membros. Para ser membro do JAfD é condição ser membro do partido AFD e ter pertença étnica ou religiosa judaica.

Como presidente foi eleita a médica Vera Kosova e como vice-presidente Wolfgang Fuhl, que foi membro do Conselho de Diretores do Conselho Central de Judeus na Alemanha. A JAfD pretende representar os interesses políticos, sociais e culturais dos judeus no partido e na sociedade.

Na conferência de imprensa a presidente Kosova declarou que se distanciam de qualquer racismo ou extremismo, acrescentando: “Nós não procuramos o confronto, mas o diálogo.” O vice-presidente Fuhl acrescentou que “o AFD é um partido extremamente pró-Israel” e que nenhum outro partido apresentou tantos candidatos judeus para as eleições do Bundestag como o AfD. Lamentou, por outro lado, a rejeição do abate ritual (matança do animal com uma faca em rituais judeus e muçulmanos) e da circuncisão, no programa do AfD. O abate ritual de animais é proibido na Suiça e obstaculizado na Alemanha. Na Alemanha vivem mais de 100.000 judeus.

Muitos opinam que isto pode ter sido uma jogada do AFD. Com esta iniciativa dentro do partido o AfD não poderá ser acusado de antissemitismo nem de racismo, descartando-se ao mesmo tempo das acusações de nazismo.

Em Frankfurt 250 judeus protestaram contra a nova fracção do AfD. O movimento causou reação negativa dentro da comunidade judaica dentro e fora da Alemanha.

Apesar da oposição frontal das organizações de interesse partidário  e de organizações sociais contra o AfD, este vai ganhando terreno na sociedade procurando afirmar-se como o “único partido conservador”. O AfD defende a ideia  que o islamismo é incompatível com a constituição alemã.

O partido quer expulsar membros conotados com ideias de extrema direita como Andreas Kühn, Peter Hoppe e Lars Steinke.

O AfD conseguiu arrebanhar para si muitos adeptos dos partidos da esquerda e da direita, devido à política das portas abertas de Ângela Merkel em relação aos refugiados.

Na Alemanha, o AfD tornou-se no “menino terrível” dos partidos e no bombo da festa da opinião pública. Com excepção dos Verdes, todos sofrem bastante desfalque no seu eleitorado.  Isto tem provocado um terremoto em todas as instituições políticas e sociais que até agora se sentiam à vontade no seu agir. Agora que o sentimento popular se organiza no AfD  e é apoiado por muitos intelectuais, a conversa tornou-se outra. O poder instituído tem reagido aos factos porque com povo organizado não se brinca porque o bolo do poder terá de ser mais distribuído; isto independentemente da maior ou menor valia da força política em marcha.

Os temas críticos em relação à União Europeia que deram origem ao AfD, nunca teriam provocado uma tal implantação do partido, como a sua posição crítica em relação à política com refugiados e muçulmanos na Alemanha.

Nos últimos inquéritos para as eleições parlamentares gerais na Alemanha, o AfD pode contar com 16,6% de votantes.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo