CATAR É CAMPO DIFCÍL PARA FUTEBOL JÁ SE ENCONTRANDO EM CANTO E A FIFA INICIA O “JOGO” COM GOLO NA PRÓPRIA BALIZA

A preparação para os jogos mundiais em Catar está-se mostrando difícil e provoca discussão controversa na opinião pública devido a falsas decisões da FIFA.

Durante o mandato do ex-chefe da FIFA Sepp Blatter, o torneio foi atribuído ao pequeno emirado Catar e agora ele próprio vem dizer, numa entrevista de jornal (cf. HNA), que a escolha foi um erro e, na entrevista culpa o então presidente francês Nicolas Sarkozy que teria então exercido pressão sobre Michel Platini, ex-presidente da Associação Europeia de Futebol (UEFA).

De facto, todos sabiam das discriminações e das graves violações dos direitos humanos em Catar e todos fizeram olhinhos aos problemas (devido ao dinheiro do Catar em jogo) e agora vêm para a praça pública gritar sabendo que os ouvintes aguentam tudo.

De facto, a FIFA é que desacredita e arruína a moral do futebol. Muitos dos adeptos de futebol já perderam a vontade de assistir aos jogos, já antes do jogo. Deve proceder-se a uma alteração dos critérios de atribuição. De resto, uma vez começados os jogos tudo passará!!!

No mundo das estrelas torna-se difícil avistar o céu estrelado devido às cataratas dos problemas terrenos!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

ENCONTRO DO CHANCELER SCHOLZ COM O PRESIDENTE XI EM PEQUIM

“Política de uma só China” e por que não Política de uma só Europa?

No programa de visita de 11 horas à China (4.11.2022), o chanceler alemão, acompanhado da sua delegação com mais de 60 pessoas (funcionários, empresários, jornalistas) esperava que o presidente chinês Xi Jinping o apoiasse na sua política relativa à Ucrânia e criticasse Putin!

Scholz declarou que a Alemanha segue a “política de uma só China”, isto é, de China e Taiwan unidas, pressupondo-se que alterações do status quo só podem ter lugar “pacificamente e de comum acordo” e advertiu a China contra uma intervenção militar. O presidente chinês não criticou a Rússia. Xi Jinping limitou-se a advertir: “A utilização de armas nucleares ou a ameaça delas deve ser rejeitada” e disse ainda que a comunidade internacional deveria trabalhar para assegurar que “as armas nucleares não possam ser utilizadas e as guerras nucleares não possam ser combatidas”(1).

O Chanceler esperava em vão o apoio da China para a política da Ucrânia, mas, ao contrário dele, a China pensa geo-estrategicamente.

Scholz foi sozinho sem o presidente francês Mácron.  A oposição (CDU) acusou Scholz de fazer uma política isolada (indo sozinho, sem o presidente francês Mácron que se tinha oferecido a viajar junto com ele à China). O chanceler, ao ser o primeiro político do Ocidente a visitar o presidente Xi Jinping agora reeleito, revela coragem e por outro, a dependência alemã da China. No primeiro semestre de 2022 a economia alemã investiu cerca de 10 mil milhões de euros na China; a China é depois dos EUA o maior destino da exportação alemã (com uma quota de 7,5%); cerca de 12%das importações alemãs vêm da China (analistas dizem que “80% dos computadores portáteis vêm da China e 70% dos telemóveis”);  os primeiros carros chineses já se encontram no mercado alemão.

A visita do chanceler deixa margem para se poder especular sobre a possibilidade, de no caso da Alemanha um dia se reconsiderar poder vir a fazer a ponte com a Rússia. Scholz conseguiu trazer já algo na bagagem: BioNTech passa a ter acesso ao mercado chinês podendo estrangeiros que vivam na China ser vacinados com ela. Scholz espera que em breve chegue a haver “uma disponibilidade geral da vacina BioNTech” também para os chineses.

Uma zona com poucas matérias primas está condicionada à dependência; dependência por dependência seria de optar pela que fica mais perto e é mais rica. Com o boicote da Rússia a Alemanha e a Europa mais dependente fica da China.

O grupo chinês Cosco conseguiu uma participação de 24,9% no terminal de contentores de Hamburgo em Tollerort, o que significa uma certa dependência da China. Porém, em questões de concorrência importante é quem se compromete primeiro! Se não fosse Hamburgo seria um outro porto europeu.

Resta uma pergunta: se a Alemanha segue a “política de uma só China” porque não prever também a longo prazo uma política de uma só Europa?

A Alemanha apesar da viragem da política alemã praticada pela atual coligação tem nela o potencial para uma visão do mundo a partir da Europa.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

(1) Mercur.de: https://www.merkur.de/politik/scholz-china-reise-xi-peking-baerbock-ukraine-russland-menschenrechte-kritik-news-ticker-zr-91892214.html

FALTA DE COMPROMISSO POLÍTICO PRODUZ MIGRANTES VÍTIMAS

O Papa Francisco, na sua homilia do dia de Todas as Almas, na Basílica de São Pedro, criticou a falta de compromisso com as pessoas. “Estamos a tornar-nos mestres da complexidade, que falam muito, mas fazem menos”. Muitos dizem sim a tudo, mas no final resulta daí um não, por exemplo, quando se trata de acolher migrantes.

De facto, o nosso sistema de liberalismo económico desregrado está empenhado sobretudo nos lucros que geram muitos superbilionários, servindo-se para isso também da exploração de outros povos. Multinacionais, com as suas tecnologias e produtos concorrentes, aniquilam, muitas vezes, as indústrias e comércios indígenas; em vez de criarem riqueza para proveito das populações locais, são, muitas vezes, causa de as pessoas emigrarem.

Temos bom exemplo disso também em Portugal. As fortes nações europeias para darem escoamento aos seus produtos industriais e tecnológicos abriram os mercados aos produtos da China. Na consequência Portugal viu-se enfrentado com a grande concorrência dos produtos vindos da China. Indústrias têxteis no Norte foram à falência e a indústria do calçado local de grande qualidade no comércio (por exemplo na minha zona, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira) foi destruída em favor de duas grandes filiais alemãs que depois de arrecadarem os fundos desertaram. As referidas filiais empregaram temporariamente muitos operários, mas à custa das pequenas indústrias locais. A sorte de Portugal é que encontra uma certa solidariedade da União Europeia que em compensação e para impedir o possível desenvolver-se de uma revolução popular (e a desintegração dos países da zona euro), se adiantou com a política dos “fundos perdidos” e a dos juros baixíssimos para os empréstimos estatais; doutro modo os Estados da periferia cairiam na falência imediata. Os tempos que se aproximam com uma política de juros mais altos irão criar problemas aos países mais devedores!

Países africanos encontram-se expostos à concorrência feroz que impede os mercados nativos de se afirmarem por si mesmos. As pessoas são obrigadas a emigrar para fugirem à fome e à miséria provocada por um capitalismo liberalista desregrado que se serve da globalização para saciar a sua sede de mais.

Quem ganha com a exploração sistémica somos todos nós, os que temos um nível social elevado, mas os que mais ganham com isto são as grandes multinacionais localizadas nas grandes potências, e as elites dos diversos países que não se veem motivadas a mitigar o sistema no sentido de maior justiça social e de prática democrática na relação entre povos e na distribuição de meios de produção e bens entre eles. Apesar das remessas dos emigrantes para o desenvolvimento de Portugal, é uma tragédia o facto de o povo português investir tanto na formação de académicos e muitos destes se virem obrigados a terem de emigrar para poderem melhorar o seu nível de vida!  O cinismo da questão ainda se verifica no facto de muitos dos nossos emigrantes académicos irem muitas vezes ocupar-se de trabalhos que não exigem qualificação. Deste modo a nossa camada social média vai, muitas vezes, fazer com que a camada baixa de países importadores desses emigrantes se torne menos baixa!

Nós podemos e temos o dever de acolher imigrantes não só para equilibrarmos a nossa balança etária, mas também porque muito dos bens que temos se devem à exploração de que o sistema turbo-liberalista desregulado se serve noutros povos e em Portugal também!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

O DIA DE TODOS OS SANTOS – O DIA DE TODAS AS ALMAS E O HALLOWEN

A Igreja católica celebra a 1 de novembro todos os santos, não só os conhecidos canonizados, mas todos os outros.  No Martyrologium Romanum estão registados 6650 santos e beatos e 7400 mártires. A celebração comemorativa remonta ao século IV.

Todas as pessoas falecidas que viveram as suas vidas para o bem e com o sentido em Deus são celebradas.

No dia seguinte, 2 de Novembro, a Igreja Católica celebra o Dia de Todas as Almas. Em novembro são assim celebrados todos os mortos como fazendo parte da mesma comunidade!

Na noite 31 de Outubro, celebra-se o Halloween. O termo “Halloween” vem da expressão “Véspera do Dia de Todos os Santos” em que os celtas celebravam o rito de morte. Os irlandeses integraram nos seus rituais a celebração de „Halloween” (lembrança colectiva) que integra alguns costumes celtas (Samhain, onde se sacrificavam crianças e virgens) que celebravam a morte.

Os irlandeses ao emigrarem para os EUA levaram consigo este costume que nos anos 90 se tornou parte da cultura americana!

A mistura de rituais celtas de reminiscência bárbara de culto da morte (tem a ver com o processo de aculturação e inculturação no encontro de costumes entre povos). A integração do rito Halloween na cultura americana pretende certamente incitar as lembranças americanas inconscientes também elas comuns a velhas práticas indígenas.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo