PORTUGAL NAS MEIAS-FINAIS DEPOIS DE TER ELIMINADO A POLÓNIA

Ronaldo, Renato Sanches, Moutinho, Quaresma marcaram os golos e a defesa do guarda-redes Rui Patrício marcou a diferença.

A equipa portuguesa teve como adversária não só a boa equipa polaca mas também o árbitro Felix Brych que, pelo que observei, deixou passar duas grandes penalidades dos polacos.

O comentador da ARD analisava o jogo com grande arrogância e com observações depreciativas sobretudo em relação à equipa portuguesa. No mesmo encaixe se pode enquadrar os comentários de Mehmet Scholl, um dos comentadores depois  da partida. O resultado de um jogo muito trabalhado deixa esquecer estas e outras falhas que, doutro modo, deixariam um mau sabor.

Renato Sanches é o jogador mais jovem de todos os tempos com um golo em torneios do género. Com 18 anos vai para o FC Bayern München.

Finalmente Portugal encontrou o seu estilo de equipa. Que continue assim!

O Futebol continua a ser aquele sector em que o português se sente à vontade e se pode espelhar. O Estádio é o lugar da fuga contra a frustração e contra a desilusão. Na economia só sofre golos na política sempre em fora de jogo e nas bancadasum país reduzido ao papel de comentador.

No jogo contra a Polónia 3-5 para Portugal %, depois do empate 1-1 seguido das grandes penalidades.

Parabéns à selecção e muita esperança até às desejadas finais!

Uma observação minha:

Os comentadores alemães foram muito injustos em relação aos juízos que fizeram sobre a nossa equipa.Na realidade a sua atitude hipercrítica é já conhecida. (Os alemães são em geral hipercríticos, também em relação a si mesmos; consideram o positivo como normal. Geralmente só criticam não sabem louvar. Mas fazem o mesmo em relação aos jogadores alemães. Um exemplo: Depois da Alemanha ter conquistado o título mundial, no último campeonato mundial, um comentador alemão, no fim do jogo, também interrogou um dos jogadores sobre as faltas cometidas no jogo final. O jogador alemão respondeu-lhe: ganhamos o campeonato.

 

 

 

A RESPEITO DO JOGO PORTUGAL CROÁCIA

 

PORTUGAL GANHOU – UMA ACTUAÇÃO TÁTICA DE MESTRIA – SUGIRO O TREINADOR FERNANDO SANTOS PARA PRIMEIRO-MINISTRO

Portugal 1 Croácia 0

Portugal mostrou que não só tem bons jogadores mas que também tem uma boa comunidade de jogadores.
O grande arquitecto da partida de hoje foi o treinador Fernando Santos. `Portugal ganhou o jogo devido à sua nova tática de jogo que desorientou jogadores croatas.

Precisamos de um Fernando Santos; com a nova tática mereceria ser primeiro-ministro. Então Portugal estaria em forma.

António da Cunha Duarte Justo

Social:
Pin Share

HERBICIDA GLIFOSATO – UM PRODUTO CONTROVERSO

A Comissão Europeia prolongou o Uso do Glifosato sem a Legitimação dos Estados da UE

 

António Justo

Depois de muita controvérsia a Comissão Europeia acaba de prolongar a permissão do emprego do Glifosato na agricultura por mais 18 meses embora na votação em Bruxelas não fosse alcançada a maioria necessária. Fê-lo, sem a legitimação dos Estados da UE, um dia antes (29.06) de terminar o prazo para o prolongamento, apesar das objecções contra vindas da Alemanha e de instituições civis como Greenpeace. No termo deste prolongamento pretende-se que a Agência Echo apresente uma avaliação sobre as probabilidades do herbicida ser um produto cancerígeno e então a Comissão decidirá de novo sobre a sorte do Glifosato.

De facto a ciência consegue provar resíduos mínimos de pesticidas na alimentação e até na urina das pessoas já registam os vestígios. Glifosato, herbicida da Monsanto já é usado desde há 40 anos. Apesar disso os estudos sobre o assunto são controversos e segundo dados de certas investigações, não são conhecidos casos clínicos devidos ao consumo de produtos provindos de cereais tratados com o herbicida embora se comprovem resíduos de Glifosato nos cereais. Nesta discussão pública, como noutras, uns jogam com a saúde do consumidor dado estarem interessados no lucro, outros capitalizam o medo; o que mais me preocupa é o radicalismo de posições extremas.

Em causa estão duas posições contrárias: a dos adversários do uso de Glifosato, os defensores da biodiversidade do meio ambiente e da saúde e de uma agricultura menos extensiva e a posição dos defensores do emprego do herbicida para poderem ter o controlo químico sobre a natureza e deste modo poderem produzir mais e, como afirmam, darem resposta à crescente necessidade de alimentação numa sociedade mundial a aumentar.

O herbicida Glifosato, produzido pela Monsanto (USA) é prejudicial à saúde de pessoas, animais e ambiente, segundo provam estudos feitos nos USA. Outros estudos consideram-no de baixo risco ambiental e toxicológico ou até irrelevante se empregue conforme as normas.

Em questões controversas torna-se difícil obter-se dados científicos certos que satisfaçam todos porque em assuntos de economia e de ideologia, geralmente, há resultados científicos diferentes e até contraditórios. O resultado dos dados científicos está, muitas vezes, dependente de grupos e organizações de interesses que subvencionam e encomendam os estudos e investigações.

Importante seria o emprego racional da química na natureza, tal como se faz com os químicos que tomamos como medicamentos. Trata-se de proteger as plantas alimentares; o emprego de produtos químicos é como o do consumo de ideologias, quando empregues em demasia, provocam sempre efeitos colaterais. Como em tudo o problema estará no abuso.

Seria importante ver como reage Glifosato em combinação com medicamentos, resíduos de pesticidas e hormonas químicas no corpo humano. Geralmente só se fala do Glifosato como cancerígeno.

A medida da virtude está no meio-termo como já nos advertia o nosso filósofo Aristóteles no século IV antes de Cristo.

Para quem não é especialista torna-se difícil avistar a realidade através da floresta dos diferentes interesses de organizações sejam elas Monsanto ou Greenpeace, por vezes, cada uma atirando para além do alvo. Também é de considerar que, se há séculos houvesse tanta oposição ao desenvolvimento técnico ainda hoje teríamos as fomes da Idade Média e uma média de idade de 50 anos, quando hoje a esperança de vida, na Europa, já ronda os  80, apesar de tanto veneno.

Outrora algumas organizações também advertiam, e com razão, contra o uso do inseticida DDT que era realmente muito prejudicial à saúde, razão pela qual foi proibido o seu emprego na Europa; o problema é que o dito qual chega à Europa através da importação de muitos chás e de temperos da Índia onde se encontram vestígios dele.

As quatro pulverizações anuais com o Glifosato tornam mais rentável e económica a produção a nível de mercado. Mas a saúde deveria ser a preocupação principal de especialistas e de políticos que decidem do seu emprego. É verdade que simplifica o trabalho no campo, aumenta a produção e poupa energia mas também destrói os pequenos lavradores, impede a biodiversidade e entra na cadeia alimentícia e nas águas subterrâneas, a nossa melhor reserva vital.

Conflitos entre relatos científicos, leis, aplicações e práticas demonstram a importância de orientar a atenção dos investigadores para importância do princípio da prevenção (“da precaução do desenvolvimento sustentável”) em todos os estudos; o princípio “melhor prevenir que remediar” contribuirá para maior segurança num mundo, de si inseguro, a viver no meio de incertezas também científicas numa mistura de medos racionais e irracionais que a dúvida provoca.

O mesmo se dá em torno da discussão dos transgénicos. Certo será que o risco humano não pode ser menosprezado em favor de interesses económicos nem negligenciar o trato da natureza, nem do consumidor.

É sabido que as paisagens floridas não são coisa para o Glifosato, pesticida grande inimigo da flora e da fauna.

A Comissão Europeia, com esta decisão de prolongamento, não contribui para a sua popularidade.

António da Cunha Duarte Justo

 

  • (1) Bayer anda em negociações para assumir a Monsanto por 55 mil milhões de euros, mas Monsanto quer mais.
Social:
Pin Share

KAFKA E A BONECA – PARA ONDE VAI O AMOR QUE SE PERDE?

O AMOR VOLTA MAS DE FORMA DIFERENTE

“Um ano antes de morrer Franz Kafka viveu uma experiência singular. Passeando pelo parque de Steglitz, em Berlim, encontrou uma menina a chorar por ter perdido a boneca.

Kafka ofereceu a sua ajuda para procurar da boneca e combinou um encontro com a menina no dia seguinte e no mesmo lugar. Incapaz de encontrar a boneca, escreveu uma carta como se fosse dela e, quando se encontraram, leu-a à menina. «Por favor, não chores por mim, parti em viagem para ver o mundo.» Esta foi a primeira de muitas cartas que, durante três semanas, Kafka entregou pontualmente à pequena, narrando as peripécias da boneca em todos os cantos do mundo: Londres, Paris, Madagáscar… Tudo para que a miúda conseguisse apagar a grande tristeza que a atormentava!

Esta história foi contada a alguns jornais e inspirou um livro de Jordi Sierra i Fabra (Kafka e a Boneca Viajante), onde o escritor imagina como teriam sido as conversas e o conteúdo das cartas de Kafka. No fim, Kafka presenteou a menina com uma outra boneca, obviamente diversa da original. Uma carta anexa explicava: «As minhas viagens transformaram-me…» Anos depois, a petiza, agora crescida, encontrou uma carta enfiada numa abertura escondida da boneca substituta. Em resumo, o bilhete dizia: «Tudo o que você ama irá eventualmente perder, mas, no fim, o amor regressará de uma forma diferente». “
May Benatar, “Kafka and the Doll: The Pervasiveness of Loss”, publicado no Huffington Post.

Esta história brilhante precisa de uma abordagem que tento esclarecer aqui.

A amiga de Kafka, Dora Diamant foi testemunha do encontro de Kafka com a menina. Como ela também era escritora transmitiu para a posteridade a verdadeira história. Kafka contou à sua amiga Dora o que ele escreveu nas cartas inventadas por ele para consolar a menina. Isto é a única coisa histórica que sabemos sobre ” Kafka e a boneca”.

 Kafka não deu boneca nenhuma à menina. O fim foi diferente: na última carta dele, na qualidade de boneca, ele escreveu à menina que a boneca se tinha casado e não podia voltar mas que a amava.

Depois da segunda guerra mundial nos jornais alemães houve um apelo dirigido à menina que tinha recebido as cartas da boneca (Kafka) para que se apresentasse ou  as publicasse. Infelizmente ninguém respondeu ao apelo e estas cartas perderam-se.

Como não sabemos o conteúdo exacto das cartas, alguns escritores inventaram o que poderia  ter sido o conteúdo dessas cartas. Verdade, porém, é apenas o que se encontra na narração de Dora Diamant: http://www.franzkafka.de/franzkafka/fundstueck_archiv/fundstueck/457439

Através da aventura da boneca que Kafka escreveu à menina, (nas cartas que lhe entregava em nome da boneca), Kafka queria consolar a menina e curá-la da sua tristeza por causa da separação sofrida. De facto uma perda, uma separação, uma morte, um divórcio ou um distanciamento provoca sempre dor. O importante para o caso é o estabelecimento de relação para poder haver abrandamento da dor ou cura. Então o amor volta embora de forma diferente.

António da  Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

Social:
Pin Share

O PROCESSO DE DIVÓRCIO DA GRÃ-BRETANHA COM A UNIÃO EUROPEIA DURARÁ PELO MENOS 2 ANOS

Cameron semeou Democracia e agora colhe os seus Frutos

Por António Justo

“Castigue-se o desertor”, gritam os europeístas! “Parabéns ao desertor” gritam os nacionalistas!

A União Europeia e a Grã-Bretanha recebem agora a factura da arrogância da sua classe política. Cameron semeou democracia e agora ela ondula pela Europa à maneira das searas em dias de ventania. Os adeptos do politicamente correcto procuram, com a sua música acompanhante, desviar a bola para canto difamando a voz do povo como sendo desafinação de populistas.

Bruxelas avisou Londres para apresentar já a declaração de saída e assim não “tomar todo o continente como refém”, e assim não prejudicar ainda mais a UE e não contagiar outros membros que já flertam com a ideia da saída. A negociação do acordo encontra-se sujeita a vários entraves pelo facto do Brexit ter de ser ratificado pelas Câmaras britânicas. O requerimento de aplicação do artigo 50 da EU que dará início ao processo de saída, se não acontecer algum improviso até lá, será certamente iniciado em Novembro-Dezembro, a não ser que os interesses dos conservadores europeus sejam vencidos pelos interesses da esquerda.

Cameron para defender os interesses do partido conservador e os interesses económicos da Grã-Bretanha pretende só abandonar o governo em Outubro. Pretende assim que o processo de divórcio só seja solicitado depois de haver novo chefe de governo. O processo de divórcio durará 2 anos como prevê o artigo 50, a não ser que algum país não esteja de acordo e então o prazo seria prolongado, como opinam os especialistas. Ângela Merkel já deu sinal de compreender a intenção de Cameron em querer adiar o início do processo de divórcio; políticos de outros partidos alemães não acham oportuna a posição de Merkel. Os britânicos, encontrem-se em que posição se encontrarem, conseguirão sempre condições especiais para o seu país, tal como faziam já na EU e ao longo da história com Portugal. É um povo fino e pragmático!

O Busílis da questão

A França e outras forças reformistas não poderão deixar adiar muito o processo; doutro modo a resistência popular interna e contra a UE aumentará. É o que se diz pela europa fora: o desertor tem de ser castigado para se estatuir um exemplo para outros países que seriam tentados a imitá-lo.

A Alemanha estará interessada na realização de um acordo de comércio livre entre a UE a GB antes do divórcio se realizar definitivamente. Com o Brexit as economias de muitos países ressentir-se-ão e as consequências serão incalculáveis. As Finanças internacionais e os operadores mundiais começam a duvidar da Europa como lugar estável de investimento. A UE perde peso e a instabilidade, devido a um conglomerado de factores acentuar-se-á. O movimento europeu, de forças a operar em sentido contrário à filosofia da globalização, reage agora no sentido do protecionismo nacional contra um centralismo só orientado pelas leis de um mercado livre que não respeitava identidades nacionais, nem povo, nem sequer a sua cultura com os seus lugares sagrados  de refúgio.

A GB continuará a ser a Capital das finanças do mundo, tem bomba atómica, tem assento no Conselho de Segurança da ONU e tudo isto toca com muitos interesses comuns!

Estudos prevêem que o Pfund desvalorizará até 20%. A GB perde a vantagem competitiva que lhe advinha pelo facto de pertencer à UE. O centro financeiro Frankfurt ganha mais relevância.

Com a saída da Grã-Bretanha, a UE passará a investir mais no armamento para com o tempo criar um exército europeu. O exército alemão, na intenção de políticos, já pensa em abrir as suas portas a candidatos da UE.

O busílis da questão vem ainda do facto de 62% dos escoceses terem votado pela permanência da GB na EU. Deste modo o referendo de 2014 sobre a independência da Escócia em que 55% tinham determinado a permanência na Grã-Bretanha, passa a ser maculatura, legitimando um novo referendo sobre a independência da Escócia, como pretende o seu governo. Para alguns, isto poderia motivar as instituições britânicas a não ratificarem o referendo. Nesse caso seria pior a emenda que o soneto. A Áustria já avisou que quer uma UE reformista e sem a Turquia. A França, a Chéquia, os Países Baixos têm fortes movimentos cívicos que ameaçam com a saída da UE. Em Portugal também surgem vozes da esquerda radical nesse sentido mas isso não passa de conversa fiada, própria para entreter a as emoções da sociedade portuguesa.

A UE mesmo com a saída da Grã-Bretanha continua a ser o bloco económico mais forte do mundo. Numa era de concorrência entre civilizações e grandes economias o vento delas não sopra em favor dos biótopos culturais nem das nações. Geralmente segue-se a regra de primeiramente encher o estômago e só depois a moral.

Há ainda um outro problema que a UE terá de levar a reboque por mais tempo! São os milhares de empregados britânicos nas instituições da UE. Bruxelas já disse: “Eles são funcionários da UE.  Eles trabalham para a Europa”. Quem terá de pagar depois as suas deliciosas pensões terá de ser ainda negociado.

António da Cunha Duarte Justo

O PROCESSO DE DIVÓRCIO DA GRÃ-BRETANHA COM A UNIÃO EUROPEIA DURARÁ PELO MENOS 2 ANOS

Para compensar a frustração!

PORTUGAL GANHOU – COM UMA ACTUAÇÃO TÁTICA DE MESTRIA – SERIA DE PROPOR O TREINADOR FERNANDO SANTOS PARA PRIMEIRO-MINISTRO!…

Portugal 1 Croácia 0

Hoje Portugal mostrou que não só tem bons jogadores mas que também tem uma boa comunidade de jogadores.

O grande arquitecto da partida de hoje foi Fernando Santos. Portugal ganhou o jogo devido à sua nova tática de jogo que desorientou jogadores croatas.

Ronaldo, Quaresma, Pepe e Renato congregaram as forças da equipa e deste modo conseguiram furar a forte defesa croata!

 

Fernando Santos, com a nova tática mereceria ser primeiro-ministro. Então todo o Portugal estaria em forma.

Social:
Pin Share

GRÃ-BRETANHA – NAÇÃO DA MAGNA CARTA – AGORA DIVIDIDA DIVIDE A UE COM O REFERENDO

Splendid Isolation – Isolamento Esplêndido

Por António Justo

Os britânicos disputaram entre si, os europeus tremeram e os órgãos de decisão em Bruxelas começam a acordar. Resultado do referendo: 51,9% pelo Brexit e 48,1% pela permanência na EU. É a revolta do povo contra as elites estabelecidas!

Quem mais contribuiu para este resultado foi a vontade da UE querer impor quotas de refugiados ao Reino Unido e pretender obrigar o país a tratar os imigrantes da UE como trata os próprios nacionais, além de velhas facturas em aberto entre a velha europa e a velha Grã-Bretanha.

A Libra desvaloriza-se e deste modo diminuirá a atracção de imigrantes provindos da Zona Euro.

Em Bruxelas, a língua oficial inglês perde a sua força em favor do alemão e do francês e talvez em favor de línguas internacionais como o português e o espanhol.

A UE tornar-se-á ainda mais dependente da Alemanha que embora perdendo a companheira de luta Grã-Bretanha na defesa do liberalismo económico americano; a Alemanha sentir-se-á, por outro lado, mais influente no sentido de defender uma UE forte com um Euro forte; terá como opositor a europa latina com a França à frente. A força da economia dá porém razão à Alemanha e não ao sul, porque esta como potência económica, pode com os Estados Unidos e com a China forçar as economias menos competitivas. As forças empenhadas na construção de uma Europa das duas velocidades ganharão mais peso.

Os movimentos de regionalização e de federalização na Europa receberão maior impulso na Espanha (Galiza, Catalunha e país basco) e no Reino Unido também.

As relações da federação, no Reino Unido, entre Irlanda do Norte, Escócia, Gales e Gibraltar obrigarão a coligações e a formulação de interesses contraditórios. A Irlanda e a Escócia que querem a UE têm novos trunfos. E o caso do Gibraltar em certo modo também.

O referendo mostra um Reino Unido dividido em dois blocos e em regiões contraentes! Um exemplo concreto de uma UE em que uns resmungam e outros aplaudem mas de maneira ordenada e educada. A desordem da globalização exige a criação de ordens (blocos fortes) doutro modo, que mandará nisto tudo é a China e os EUA com a comparticipação de outras potências como a Alemanha e a Grã-Bretanha. Os movimentos nacionalistas ganham mais força porque a direita militante e a esquerda militante embora contraditórias se unem contra o projecto EU.

Os movimentos nacionalistas ganham mais força porque a direita militante e a esquerda militante embora contraditórias se unem contra o projecto EU.

Tornar-se-ão os britânicos os mentores da Europa, a partir das ilhas? Certamente não; provocarão uma reflexão mais séria sobre a UE que não tem demonstrado saber o que é nem o que quer.

Nos próximos dias 28 e 29 de Junho realizar-se-á uma cimeira dos Estados membros em Bruxelas.

A UE não pode permanecer como era, doutro modo seguir-se-ão outras desistências iniciadas pela exigência de referendos noutros estados membros.

A sociedade britânica reagiu bem à decisão tomada. Ela foi o berço da democracia na Europa da Idade Média. Já no séc. XII-XII havia contendas entre a europa continental e a Grã-Bretanha que no meio delas criou a Magna Carta. Dos conflitos de Inglaterra (1199-1216), com a França e com o Papado, surgiu na Inglaterra a primeira Magna Carta que limitava bastante o poder do Rei. Ela prescrevia que o rei não podia criar impostos sem ouvir os bispos, os condes e barões. Ainda no séc. XIII forma-se o parlamento que veio a dar origem à Câmara dos Lordes (nobres e clero) e à Câmara dos Comuns formada pelos cavaleiros e burgueses. Esta Magna Carta serviu de modelo para a limitação dos poderes dos reis no sentido de uma democratização que pouco a pouco se estende por toda a Europa. Da Inglaterra temos muito a aprender; entre outras coisas o respeito e o reconhecimento da comparticipação do rival no bem comum.

Conheço a definição da Grã-Bretanha já dos tempos em que andava na escola e que diz: “Splendid Isolation” isolamento esplêndido. A Inglaterra para não ser atacável escolhe não entrar em alianças definitivas. Prefere ser árbitro.

António da Cunha Duarte Justo

GRÃ-BRETANHA – NAÇÃO DA MAGNA CARTA – AGORA DIVIDIDA DIVIDE A UE COM O REFERENDO

Social:
Pin Share