Sociedade trans a transitar de Sujeito para Objecto e dos Direitos da Maioria para os das Minorias
Embora ele tenha mudado legalmente o seu género de ele para ela, teve de cumprir a sua pena numa prisão masculina. O Tribunal Distrital de Estocolmo, Dinamarca, justificou a decisão fazendo a observação que, de outra forma, “o/a” prisioneiro/a seria “um risco de segurança grave para as presidiárias”. A “senhora” legal de 62 anos está presa por violações graves. Tinha mudado o seu sexo natural para o sexo legal quando se encontrava numa prisão em 2015, sem ser operado.
Já tinha havido um caso semelhante na Escócia, onde a primeira-ministra, Nicola Sturgeon, em meados de fevereiro de 2023 teve que renunciar ao cargo devido ao seu envolvimento na legislação do género (Mudança de condição civil em caso de identidade de género diferente) tendo-se Nicola Sturgeon deparado com um caso em que o/a criminoso/a (Isla Bryson) como homem estuprou duas mulheres – e deveria cumprir a sua pena numa prisão feminina.
Pelos vistos, o futuro modernista europeu abre infinitas perspectivas sem atender à natureza nem considerar as consequências do que pensa e faz! Em breve, certamente, teremos muitas mulheres trans no desporto feminino (até que a manipulação tecnológica das características herdadas geneticamente sejam totalmente desumanizadas!!)
Encontramo-nos numa sociedade de puberdade tardia, uma sociedade trans a transitar dos direitos da maioria em favor dos direitos das minorias, quando a nível de respeito e de moral bastaria o princípio do respeito pela pessoa humana quer de minorias quer de maiorias sem que umas se imponham às outras.
Os partidos, na falta de soluções colam-se a todas as exigências novas na esperança de ganharem adeptos e ao mesmo tempo colocam-se ao serviço de agendas tendentes a destruir valores culturais e que criam consciências generalizadas. Fazem-no mais intensamente na Europa e em sociedades ocidentais porque esta cultura está à disposição de interesses obscuros na espectativa de que, no futuro, quem determina a marcha da história já não será a Europa/América, mas sim a Ásia; por isso as elites anónimas da globalidade já vão preparando o caminho doutrinal a nível antropológico e sociológico. Isto dá-se especialmente na civilização de reminiscências cristãs porque é aquela em que o valor da pessoa humana oferece mais resistência às tendências de supremacia dos governantes e de impor a máquina sobre o homem. Quer-se uma sociedade só de direito em que a pessoa humana não é carne nem é peixe para assim se poder abafar tudo o que é manifestação de vida própria. Planeia-se que a lei substitua a moralidade no sentido de se realizar uma sociedade sem transcendência, uma sociedade mecanicista meramente pragmática/secular. Esquece-se que o respeito pelos outros e seu povo é uma parte essencial da ética de tradição europeia que se encontra em concorrência com outras culturas e tudo o que não sirva o ser humano é trovoada mais ou menos longa que aparecerá e desaparecerá de tempos a tempos.
As novas elites mundiais querem emancipar os povos da moral e dos costumes tradicionais (e em especial do mundo cristão) para criarem uma ética racional de laboratório centralista fácil de impor e de manipular através de tecnologias e de uma política adequada de informação com o fim de substituir a moral por leis obrigatórias implementadas por agendas anónimas vinculativas! Com a ideologia da globalização o ser humano deve ser preparado para se tornar pouco a pouco num robot da Inteligência Artificial nas mãos de uma pequena elite!
Nesta perspectiva, em vez de se desenvolver o humano através de valores éticos pessoais agrilhoámo-lo a leis dúbias.
Uma sociedade trans a transitar dos direitos da maioria para os das minorias revela-se como um tempo de exercício preparatório para a transação de uma sociedade humanista (de sujeitos) para uma sociedade de artificialidade tecnológica (de objectos).
Por mais legítimos que sejam os direitos evidentes das minorias para as minorias, o ativismo manifesto actualmente a nível global parece ter por trás a intenção de passar de uma sociedade razoavelmente humana para uma sociedade puramente artificial. Urge resistir aos indícios para que o caracter humano não se perca. Prioritário seria certamente começar por canalizar todos os esforços de pessoas e iniciativas no sentido de se aperfeiçoar a pessoa e suas instituições sociais.
António CD Justo
Pegadas do Tempo
Tens muitos e bons artigos. Nem sempre leio tudo.
Mas o recente, sobre A Mulher, impressionou-me, e quase me deixou “com medo” quanto ao futuro do nosso lado geográfico”, e pensei: pode ser que este quadro possa mudar.
Também pensei: não tenho agradecido ao Justo… faço-o agora.
Também por coincidência, li na leitura do breviário um texto de santo Atanásio, que foi um lutador extraordinário, sofrendo cinco exílios, no sec. 3º-4º, contra o arianismo, e a defesa da fé, extraordinário.
Teremos hoje falta de vozes assim? Ou falta de exemplos, que movem?
Como São Bento ou São Francisco? Será possível inverter o que disseste?
O nosso quadro geográfico encontra-se sob especial bombardeamento e em especial o cristianismo pelo facto de não corresponder muito a uma ONU de coloração socialista e maçónica.
Não há razões para temores atendendo ao facto de que a história e as populações seguem o ritmo das ondas do mar e tudo o que não sirva à pessoa desaparecerá com o tempo. Naturalmente a nossa geração é a que mais sofre por ver a erosão de tantos valores fundamentais e de uma luta sistémica contra o catolicismo.
Politicamente, o nosso lado geográfico mudará muito principalmente em consequência da guerra geoestratégica a decorrer na Ucrânia. As mercadorias entre o capitalismo e o socialismo não deslizarão como até aqui.
Uma coisa que pude constatar antigamente é que a leitura do Breviário trazia muito bons textos e testemunhos! Hoje não temos vozes tão explícitas como as de santo Atanásio porque na Europa já nos encontramos demasiadamente pervertidos. Isso é ainda possível na África e talvez na América Latina e em parte na Ásia.
O que disse é naturalmente uma análise demasiadamente situada. Penso porém que mesmo a Igreja abandonou o aspecto místico da palavra que se encontra bem fundamentado no mistério da santíssima trindade. Em vez disso alinhamos por um pensar demasiadamente linear e como tal concebido só numa perspectiva de alternativas, numa de disjuntivas do ou… ou… em vez do não só… como também…Fixamo-nos demasiadamente nos polos da realidade ignorando que a vida se realiza entre os polos . Temos de passar de um pensamento binário (reducionista) da realidade e da vida para passarmos para um pensamento ternário/trinitário (mais místico), no que toca ao que vai para lá da pedagogia e da educação religiosa…
Concordo ! Infelizmente, a DEMOCRACIA de governos resultantes da iliteracia da maioria dos votantes, do populismo e da demagogia, (baseados no curto prazo) leva a esta situação !!!
É muito vasto e sem duvida nada em discussão está ou é totalmente fechado, apesar de o quererem colocar apenas na positividade da lei. A meu ver os casos particulares como os apresentados tem seu cabimento e enquadramento na tal positividade da lei, no entanto, tal positividade tem de ser sempre particular. O geral tem somente o dever de proteger o humano mesmo na sua multiplicidade. O verdadeiro perigo é sem duvida o mediatismo, o populismo e o exacerbado revisionismo. E sem duvida nunca tomar a parte pelo todo.
Tudo muito triste. Para mim já não fará muita diferença, mas temo pelos seres queridos que cá deixarei.