Rússia disposta a dialogar com USA-França e Papa
Vatican.news informou que o Papa Francisco participou (25.10.2022) no encontro das religiões para a paz no mundo, promovido pela comunidade Santo Egídio em Roma.
Francisco salientou, no Coliseu, que não somos “neutros, mas pró-paz”. “É por isso que invocamos o ius pacis, como o direito de todos a resolver conflitos sem violência”. “As religiões não podem ser usadas para a guerra. Só a paz é sagrada e ninguém deve usar o nome de Deus para abençoar o terror e a violência”.
A InfoCatólica noticiou também neste mesmo dia que agências noticiosas relataram que a Rússia estaria disposta a entrar em diálogo com o Papa Francisco, os Estados Unidos e a França para procurar uma solução para o conflito em curso. Difícil, numa situação em que todos querem sair vencedores… “Estamos prontos a discutir tudo isto (a situação na Ucrânia) com os americanos, com os franceses e com o pontífice”, disse o porta-voz presidencial russo Dmitry Peskov na sua conferência de imprensa telefónica diária. E recordou que o actual governo ucraniano proibiu quaisquer negociações com o governo russo.
Os representantes das religiões fizeram um apelo comum: “Não nos resignemos à guerra e que os governantes estejam inclinados a ouvir com seriedade e respeito as aspirações de reconciliação do seu povo. A guerra é a mãe de toda a pobreza”.
Todo o esforço das religiões pela paz tem sido pouco porque doutrinas religiosas e políticas se combatem e são usadas como instrumentos para grupos alcançarem o poder político (capitalista, socialista, arábico, etc.). Religiões e ideologias são usadas como pano de fundo para batalhas político-económicas! Na Ucrânia dá-se a luta global entre a mundivisão liberal e a autoritária. No Brasil na campanha eleitoral há uma promiscuidade de temas na opinião pública faltando por explicar a luta que há entre a mundivisão socialista e o capitalismo liberal.
Os políticos trouxeram a guerra e agora oferecem-nos paliativos porque não há interesse em acabar com a guerra, mas em fazer negócios com ela; os paliativos apenas servem para generalizar responsabilidades e desculpar a violência. A mistura de interesses geoestratégicos com interesses nacionais é também um paliativo temporário. Em nome da pátria morrem soldados em defesa de interesses alheios e de ideologias que enquanto não se apaziguarem legitimarão no tempo esta e outras guerras.
A renúncia à diplomacia só serve os interesses dos falcões. O argumento de se lutar pelo melhor impede o empenho na construção de uma cultura de paz! Precisamos de um mundo mais que melhor, mais humano!
Negociações diplomáticas não são do interesse dos mentores da guerra porque a guerra não se realiza no próprio terreno e quem a paga são as populações dos povos envolvidos no conflito.
A paz é feminina e numa matriz em que a masculinidade domina ela encontra-se perdida.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
É facil obter a paz, a Rússia que saia da Ucrânia, Crimeia incluída e pague as devidas indemnizações de guerra.
E já agora, que não interfira no desejo da Ucrânia em aderir à União Europeia e NATO.
José Luís Caldeira Fernandes , esse é um dos aspectos da questão! Mas na História o que determina o seu andar é o final da contenda e o resultado das conversações entre todos os envolvidos na questão. A adesão à União Europeia poderia ser um dos resultados a obeter. A adesão à união militar OTAN certamente que não será aceite pela Rússia!Esta é uma guerra por procuração
e o que diz o “santo” da Ucrânia ? Claro que é contra com a paz a torneira da “dinheroduto” fecha-se
Compadre Toni , neste sentido a paz não parece interessar a nenhuma das elites. Com a guerra todos os governos têm mais dinheiro a fluir dos impostos nas caixas do Estado! Também Putin conseguiu mais entradas devido ao encarecimento internacional da energia. O povo de um lado e do outro é que recebe a factura!
As iniciativas de paz são sempre boas mas o agressor, a Rússia já demonstrou que não é cumpridora da sua palavra. Mais grave é saber que a Igreja Ortodoxa Russa promove a guerra e esta é uma guerra de extermínio.
Jorge Luis Buttle Possidónio, esta é uma guerra geopolítica o que complica toda a situação! Quanto ao cumprimento de tratados e promessas têm falhado as duas partes não se podendo culpar uma só parte por isso. É triste que purpurados quer na Rússia quer na Europa, como acontece também na Alemanha, apoiem a guerra.
Assim seja!
António Cunha Duarte Justo, então é licito dizer que a Rússia tem o direito de cometer um genocídio mais todas as barbaridades que nós vemos só porque a Ucrânia, alegadamente, também não cumpriu a sua parte. Obrigado pelo esclarecimento.
Jorge Luis Buttle Possidónio , não, essa seria uma lógica diferente colocada como pressuposto não contido no meu texto; o senhor coloca uma outra tese que exigiria lógica própria!