CONTRA CRENÇAS E INTENÇÕES POLÍTICAS PARECE NÃO CONTAREM OS FACTOS

Começa a faltar a Piedade nas Ladainhas do Coronavírus

No reinado do Covid-19, tudo se encaixa: o pânico, a banalização das alegações e a manipulação de dados. “Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão” e “em terra de cego quem tem um olho é rei”!  Contra crenças ou intenções políticas parece não contarem os factos!

Na escola todos aprendemos que se hoje fizermos testes corona a 100 pessoas e encontrarmos dez pessoas infectadas, mas se amanhã forem 1000 pessoas testadas com o resultado de 100 pessoas infectadas, quer isto dizer que temos uma taxa constante de pessoas infectadas.

Se falar de um aumento de 10 para 100 como crescimento exponencial, então minto e manipulo a opinião pública.

Por exemplo: a 10 de abril foram testadas 10.121 pessoas com um resultado de 1.516 casos positivos, o que corresponde a uma percentagem de 15,1% de infectados.

A 14 de Outubro foram testadas 30.366 pessoas com um resultado de 2.072 casos positivos, o que corresponde a uma percentagem de 6,7% de infectados.

De facto, a apresentação e a interpretação, das estatísticas não têm sido sérias. Quem governa sabe, porém, que o que conta para governar é a opinião criada e não a realidade. A opinião tem maior força que os factos, a não ser que se criem para isso!

Falar aqui de um aumento efectivo baseado em estatísticas da epidemia é enganar cinicamente o povo!

Seria necessário não só noticiar, de cada vez para o público em geral, o número de infectados testados, mas também o número de testes feitos, com a indicação de dados relativos e absolutos, a fim de determinar a taxa exata de infecção? O número de recuperados também teria de ser indicado.

Além disso deveria ser estabelecida uma relação entre infectados pela gripe habitual e apresentar também o número de pacientes que morrem por não poderem ser tratados devido à reserva hospitalar para possíveis pacientes do Covid-10; muitos pacientes de outras doenças morrem por falta de tratamento!

Querer derrotar a pandemia com estatísticas falsificadoras de dados levantados é o caminho falso para se dar resposta ao problema e leva cada um a fazer o que lhe apetece. Para ajudar a confusão há regulamentos que se contradizem; declarações científicas que levam ao absurdo ou são contraditórias também.

Atenção e responsabilidade é exigida para todas as partes. O perigo não pode dar carta branca aos interesses de uns nem à negligência de outros. A diversidade de informações pode ajudar-nos a pensar pela própria cabeça. Efectivamente, o cidadão também tem cabeça para pensar e analisar, desde que tenha oportunidade para fazer uso dessa capacidade!

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6151

 

 

 

 

DIA MUNDIAL PARA A SUPERAÇÃO DA POBREZA

O 17 de Outubro é o dia mundial para a superação da pobreza. É também o dia em que se presta homenagem às vítimas da fome, da ignorância e da violência.
“A pobreza não é uma vergonha” , como diz um provérbio alemão!
É celebrado por iniciativa do padre francês Joseph Wresinski desde 1987 e foi reconhecido pela ONU após a sua morte em 1992.
Wresinski partilhou a sua vida desde 1956, com os sem abrigo numa zona de Paris. Aqui experimentou as dimensões da pobreza: por exemplo, falta de controlo sobre a própria vida, o sentimento de impotência, desvantagem social ou falta de acesso à educação.
Na sua opinião: “onde quer que as pessoas estejam condenadas a viver na pobreza, os seus direitos são violados. Trabalhar com as forças unidas pelo seu respeito é um dever sagrado. ”

De facto, a comemoração do Dia dos Pobres, deve ser um aviso e uma lembrança, um chamamento à luta contra a pobreza. A pobreza rouba a dignidade humana, é fonte de todo o mal … Até os ricos viveriam muito mais sossegados se não houvesse pobreza.

António da Cnha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

A VOZ DOS OUTROS FALA NA NOSSA OPINIÃO MAS AFASTA A NOSSA VOZ INTERIOR

O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento

No nosso cérebro ressoam as vozes dos nossos familiares e antepassados, informações e imagens dos nossos meios de comunicação, etc.

São vozes, nada mais; vozes que moldam as nossas mentes e se expressam nas opiniões que, inconscientemente,  adoptamos pensando que são mesmo nossas!

O processo de informação e formatação faz lembrar os grãos (ideias) que entram na mó do moinho! Lembro-me de quando era menino ir levar o milho ao moinho da Pedra Má no rio Arda em determinado dia que nos pertencia. Então, sozinho, no casebre do moinho, sentia-me arrebatado pelo barulho repetitivo da mó que girava girava sem parar, movida pela água do rio Arda.

O cheiro do milho ralado e o cair da farinha transferia-me para esferas da imaginação que hoje, vistas de longe, me fazem lembrar a situação da sociedade e da opinião pública que nos move e mói.   Como os grãos,também  os nossos neurónios  cerebrais são  continuamente triturados de maneira a termos todos a mesma ordem de  pensamento e a fluir, quais rebanhos, a pastar na praça pública ideias bem penteadas e à moda do tempo.

E assim nos deparamos,  cada vez, com mais pessoas que são  da mesma farinha ou “farinha do mesmo saco”! O pensamento à esquerda ou à direita deixa de ser semente para se  tornar em farinha de engorda que difere apenas nos moleiros que alimenta!

A cultura da polis é como a da agricultura! Temos os agricultores e os fabricantes de ideias bem moídas de maneira a formatarem os grãos das ideias em opinião.

Assim, a voz dos outros se vai sedimentando sobre a nossa voz interior que, muitas vezes, morre atordoada pelo barulho do moinho ao redor. Deste modo, entramos em transe,   sem ouvirmos a nossa própria voz porque nos tornamos em meros altifalantes do gosto do tempo (da voz do moinho) que vai moldando as mentalidades de geração em geração. Estas repetem-se na ilusão de serem diferentes das outras…

O reinado do Covid-19 poderia ser uma ocasião para uma pausa, uma pausa para pensar e transpormos até as paredes do próprio pensamento; esta poderia ser a oportunidade  de nos possibilitarmos a ouvir a nossa voz genuína, a voz interior, que querer brotar no interior da nossa ipseidade.

O moinho tritura o grão que deixa de ser semente para se tornar mero alimento.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

A CAMINHO DA CHINA!

Li no JN Direto que o “ Governo vai colocar todas as autoridades policiais a fiscalizar os portugueses que, tendo telemóvel, não tenham instalada a aplicação “StayAway Covid”.

Uma coisa é a escolha livre de um cidadão em democracia e outra a que uma alegada democracia (ou seus pretensos representes) autoritariamente lhe impõe..

Obrigatoriedade geral, deste género, só poderia acontecer num país com estruturas fascistas ou comunistas. A privacidade incomoda o sistema que quer tudo sob controlo, até a pessoa. É preciso resistir no princípio, depois já é tarde!
Que as pessoas tomem medidas de protecção para si e para os outros e os governos acautelem a população com medidas adequadas é muito necessário mas nada justifica medidas radicais das autoridades. A irresponsabilidade de alguns cidadãos não justifica que um Governo se assenhoreie da liberdade de todo o povo!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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DA ORDEM NATURAL DAS COISAS!

Noto que nos últimos tempos tenho falado demasiado de política. Uma ideia que queria transmitir era a seguinte:

A ordem natural das coisas dá razão e favorece os que se encontram no poder ou na sua disputa. Por isso quem não entende isto em termos de política está predestinado a ser terreno onde aqueles escavam seus regos para a água deles passar. Lógica da questão: quem não entra fica como o cão à porta e por mais que ladre nunca chega a ter razão! O refúgio na vida meramente privada também não é solução porque assim a classe dominante continua ao serviço dos seus interesses sem se preocupar com o desenvolvimento económico-social de Portugal.

Uma no prego, outra na ferradura.

Sabemos, mas não contamos com o que sabemos! Vai chegando para deixar andar! A rotina é, porém, inimiga do desenvolvimento!

A nossa geração morrerá consolada também por aceitar aquilo que a mata!

António da Cunha Duarte Justo

Peadas do Tempo