A FACTURA DA “PROTECÇÃO” AMERICANA AOS PAÍSES DA NATO

Trump acredita mais nos Dólares que nos Argumentos

 

António Justo

Em 2018 os gastos na defesa distribuídos pelos 29 parceiros da Nato situam-se entre 3,5% e 0,55% do produto interno bruto de cada país membro.

Assim, temos os USA com 3,5%, Grécia 2,27%, Estónia 2,14, Grã-Bretanha 2,10%, França 1,81%, Turquia 1,6%, Portugal 1,36%, Alemanha 1,24%, Itália 1,15%, Espanha 0,93%, Bélgica 0,93% e Luxemburgo 0,55%.

Trump, com a sua exigência de subida dos gastos militares, para um mínimo de 2% do PIB, coloca a aliança atlântica sob enorme pressão.

A Alemanha gasta 1,24%do PIB na defesa, o que corresponde a 51 mil milhões de euros, os USA 604 mil milhões, a Grã-Bretanha 53 mil milhões, a França 53 mil milhões, Itália 22 mil milhões e os restantes 24 países da Nato 100 mil milhões de euros.

Donald Trump ataca verbalmente a Alemanha, exigindo, especialmente, de Merkel um aumento para 2% da produção económica anual do país (o orçamento de defesa atualmente com 38,5 mil milhões teria de passar para 68,5 mil milhões).

Trump quer, com a sua iniciativa, certamente, criar a impressão que age altruisticamente pretendendo provocar muito mais investimentos em armamento para garantir a promoção  da indústria de armas….

Na imprensa falou-se muito da sua ameaça de retirar as suas tropas da Europa, o que não passa de bisbilhotice supérflua. A retirada de tropas da Europa e da Ásia seria um grande indicador da abdicação gradual da potência mundial (USA) o que certamente não é de crer que acontecerá. Que Trump exija maior empenho dos Europeus é natural da sua estratégia de aliviar o orçamento dos USA na NATO para ter dinheiro disponível para uma estratégia global adequada às novas regiões emergentes.

A entrega da nossa soberania aos USA é real se tivermos também em conta o número de soldados estrangeiros numa Alemanha que marca o pulsar da Europa. No ano 2017 o montante era de 40.763 soldados, destes 35.800 eram soldados americanos e 47.440 empregados civis. Porém, é de não esquecer que em 1990 os USA tinham um total de forças armadas na Alemanha (de 227.586 militares), que incluindo funcionários civis americanos e membros da família chegavam a atingir mais de 570.000 pessoas. Entretanto, com a queda da União Soviética, a estratégia militar modifica-se necessariamente.

As maiores instalações das forças armadas dos EUA na Alemanha são:

Comando Europeu em Stuttgart ((EUCOM) – Stuttgart-Vaihingen)

Comando para África em Stuttgart (AFRICOM) – Stuttgart-Möhringen

A sede do Exército da Europa em Wiesbaden(US Army Europe, USAREUR) – Wiesbaden-Erbenheim

Comando da marinha em Böblingen (United States Marine Corps Forces Europe, USMARFOREUR) – Böblingen

A Base Aérea de Ramstein (United States Air Forces in Europe, USAFE) – Ramstein

A Base Aérea da NATO em Geilenkirchen NATO Air Base Geilenkirchen (Standort der AWACS-Flugzeuge) – Geilenkirchen

Hospital das Forças Armadas dos EUA em Landstuhl Landstuhl Regional Medical Center, LRMC (Lazarett der US-Heeresstreitkräfte) – Landstuhl

O Pentágono tem o mundo dividido em seis comandos regionais, e em cada um dos quais todas as forças armadas norte-americanas estão sob o seu comando: o NORTHCOM é responsável para os EUA, Canadá e México, o SOUTHCOM pelo Sul e América Central, o PACOM pela Índia, a China, o resto leste da Ásia e Pacífico, incluindo a Antártida, o CENTCOM pelo Egito, a península Arábica e as zonas de crise e de guerra no Oriente Médio, o AFRICOM para a África sem Egito e o EUCOM para a Europa, incluindo a parte asiática da Rússia e Turquia.

Para sermos realistas seria de concluir com o lema (grito de guerra) que se usa no Afeganistão em relação aos americanos e aos europeus: vós tendes os relógios e nós o tempo!

Se continuarmos como até aqui nem o médico nos poderá ajudar!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

O ISLÃO EXTREMISTA AVANÇA A TROCO DO DINHEIRO ÁRABE

Nova Forma da Colonização: Mesquitas em vez de Feitorias

 António Justo

Os Estados Árabes do Golfo e o Paquistão procuram invadir culturalmente o Madagáscar (situado na costa leste de Moçambique) através da promoção do islão extremista e aplicando grandes somas de dinheiro também num projecto de construção de duas mil mesquitas. Isto faz parte do seu programa de arabizar a África através de uma colonização interna.

As ligações ao mundo islâmico internacional pioram a situação em regiões onde o islão vivia pacificamente.

A estratégia é, a longo prazo, organizar xeicados e sultanados.

Arabizar a África e recuperar a Europa

A tática islâmica revela-se inteligente, em prol da sua expansão, dado a população de Madagáscar com 25 milhões de habitantes ser muito fértil.  Segundo a previsão da ONU,  para o ano 2050 espera-se para o Madagáscar uma população de mais de 53 milhões e para o ano de 2100 aproximadamente 98 milhões.

Atualmente a distribuição das crenças da população do Madagáscar é de 52% de crenças indígenas (animismo, adoração ancestral), 23% Católica Romana, 18% protestantes e 7% do Islão (especialmente no Norte e no Oeste).

O estratagema usado pela comunidade islâmica concentra-se na promoção da natalidade, emigração, fomento de grupos radicais (do tipo salafista, irmãos muçulmanos, etc.), projectos de construção de mesquitas a nível global e vinculação rigorosa às práticas de Maomé, da Sharia e de um islão do lenço na cabeça.

Como o Islão é uma religião política que defende a posição do mais forte, encontra o beneplácito das oligarquias seculares mundiais (nova ordem mundial!) que se mantêm nos bastidores da sociedade e se querem ver livres da resistência que lhes oferecem Estados nações, democracias, inteligência e direitos humanos. A desestabilização da sociedade europeia, ainda bastante homogénea a nível cultural, é um dos objectivos prioritários da oligarquia económica e ideológica mundial que, para isso, se serve das contendas entre xiitas e sunitas e da desestabilização da vizinha África.

Cultura ocidental e nações devem ser enfraquecidas através de imigração descontrolada, da marxização da cultura e do estabelecimento de redes de poderes supranacionais com multiplicadores do tipo boy!

O aiatola Khomeini, iniciador da Revolução Islâmica xiita em 1979, provocou uma grande concorrência entre as fracções xiita e sunita do islão. A estratégia competitiva serve-se da guerra e da guerrilha para favorecer sociedades monoculturais (o pluralismo cultural da Síria não agradava ao mundo xiita nem ao mundo sunita!); a estratégia islâmica de uso da guerrilha em países ou regiões com mais de 20% muçulmanos tem resultado como acto da colonização interna de países da África e fora de África como colonização interna indelével das sociedades onde se encontram, a partir do gueto. Sociedades africanas onde o islão e outras religiões viviam em paz passaram a ver os seus chefes moderados serem substituídos por chefes e grupos radicais.

A Liga árabe dividida entre si, mas una nos seus objetivos hegemónicos, para consolidar e expandir o seu poder, faz uso das suas finanças e da política de fomento da guerrilha, da procriação e da emigração, como meios eficientes de invasão suave e doce em regiões onde, de outro modo, não teria hipótese de expansão. Os dólares do petróleo tornam-se no tapete vermelho árabe que penetra no âmago dos governos europeus.

Os magnates do corporativismo de interesses da economia mundial veem na islamização da Europa uma oportunidade para moderar as exigências de uma sociedade branca já demasiado avançada e complicada para poder ser facilmente governada.

O Ocidente, donde atuam, está apenas concentrado na ganância do lucro económico e, consequentemente, no enfraquecimento das nações e da consciência europeia. Para isso, privilegia a proletarização da cultura europeia para, num futuro propício, mais facilmente poder impor um sistema oligárquico a nível mundial; os valores cristãos da soberania dos direitos humanos (liberdade, dignidade inviolável humana, fraternidade, autonomia da consciência) expressos na cultura europeia são, para os fazedores da nova ordem mundial, „demasiadamente” responsáveis e responsabilizadores! Tal moral e tais valores tornam-se indesejáveis para os construtores de uma monocultura que se quer “latifundiária” com pessoas simples e com uma moral simples baseada apenas no estabelecimento de interesses meramente corporativistas (como preconizam as redes maçónicas de caracter meramente elitista). A pessoa, os direitos humanos, as democracias, são considerados um estorvo a evitar.

A Europa argumenta, em política de imigração de refugiados, orientar-se pela ética cristã (em nome da qual Ângela Merkel abriu incontroladamente as fronteiras aos muçulmanos). O trágico da situação é que, em nome da ética cristã ou dos valores europeus, a classe política prepara a destruição desses mesmos valores (religiosos e seculares), reservando-se para ela a colonização económica e cedendo aos outros a colonização cultural.

Precisa-se de uma nova mentalidade política aberta e responsável, mas que exija responsabilidade e abertura a quem entra. Doutra modo orquestramos uma cultura de queixosos, com uma classe estabelecida que se queixa do povo e de povo que se queixa dos responsáveis políticos e imigrantes que, no meio de tal confusão, se afirmam contra uns e outros!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do tempo,

 

ACORDO JEFTA – UE e JAPÃO CRIAM ZONA DE COMÉRCIO LIVRE

Privatização do abastecimento de água potável em via

 

Para amanhã, dia 06 de Julho, está agendada a assinatura do acordo comercial  JEFTA (UE/Japão) pelo Conselho da União Europeia.

As negociações deram-se à margem da opinião pública!

O acordo prevê a eliminação de tarifas e barreiras comerciais entre a UE e o Japão, bem como uma maior abertura de mercados para serviços e contratos públicos. O acordo não impede a privatização do abastecimento de água.

93% dos alemães são contra a privatização da água, devendo o abastecimento de água potável permanecer no setor público, mas as elites que nos dizem representar não impedirão tal, tal como não se incomodam com o facto de o acordo não mencionar sequer a problemática pesca da baleia (em perigo de extinção) no Japão.

Os habitantes de Londres, Lisboa e Berlim não ficaram beneficiados quando possibilitaram a privatização do fornecimento da água potável.

Não sou apologista do poder monopolista de um Estado à medida da esquerda mas aqui trata-se de defender sectores que não deveriam ser colocados à disposição de grandes investidores mais interessados nos lucros para os accionários.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

UNIÃO EUROPEIA RE-UNIDA PELA CIMEIRA EM TORNO DE MERKEL

Merkel perdeu Penas, mas conseguiu unir a EU na sua Causa pelo Asilo

 

António Justo

 

Na falta de ferramentas jurídicas e políticas que regulassem a imigração, os políticos europeus sentiam-se sobrecarregados e incapazes de enfrentar uma “indústria” que vive em torno dos imigrantes, e reunir esforços contra os traficantes de refugiados que determinam muita da imigração.

A Chanceler alemã tinha anteriormente acordado, na visita de Mácron à Alemanha, fortificar a Frontex (fronteira europeia), criar um gabinete europeu de asilo além de centros de recolha de refugiados fora da Europa e criar parcerias monetárias à semelhança da EU com a Turquia.

O esforço de Merkel em conversações bilaterais com diversos políticos da EU deu agora frutos provisórios e o seu papel de moderadora na Europa afirmou-se uma vez mais, sob a pressão do seu ministro do interior. Os seus resultados estão-se a ver na declaração comum da cimeira com a aprovação dos 28 Estados, embora a aplicação das decisões se deem numa base  voluntária . O compromisso em questões de asilo (seguir uma política europeia comum) foi alcançado em grande parte devido a perspectivas de cedências da Alemanha, perante a França, nos sectores de economia e finanças na Zona Euro.

Resultados da Cimeira (28-29.06)

A chanceler Ângela Merkel congratulou-se com o compromisso sobre asilo que satisfez as pretensões da Áustria, Itália, Polónia e em parte dá satisfação ao que o Ministro interior alemão Seehofer exigia.

Os Estados europeus comprometeram-se a

– Criar centros de desembarque de migrantes fora da EU em cooperação com a agência de refugiados da ONU, ACNUR e a Organização Internacional de Migração. A Polónia ficou contente e avisou que “Não haverá transferência forçada de refugiados”.

– Aumentar verbas para países do Norte de África e Turquia; Merkel acentua: “Eu coloquei muita ênfase em dizer que queremos trabalhar em parceria com a África”.

– Criação voluntária de centros em território europeu, onde se identifiquem as pessoas salvas no Mediterrâneo com direito a pedir asilo e os imigrantes económicos que não têm esse direito.

– A agência de fronteiras Frontex será aumentada até 2020.

Andrea Nahles, líder do SPD, congratulou-se porque ” temos uma solução europeia em termos de migração”. A líder do grupo parlamentar da AfD, Alice Weidel, criticou as decisões sobre a política de asilo na cimeira da UE como “meio cozido”. “A gestão genuína das fronteiras será fornecida pela Frontex até 2020, deixando a UE aberta por mais dois anos”, disse Weidel.

Talvez este compromisso seja o mal menor! De facto, a Europa tem sido gozada também por traficantes e seus apoiantes que misturam torturados e perseguidos com outros grupos de interesse de desestabilização da EU.

Com a criação de campos fora da Europa e a criação de centros de distribuição em território europeu, sofre a humanidade e a solidariedade com os mais fracos; em compensação evita-se uma certa anarquia dentro dos Estados e os países ricos e mais abertos passam a ver limitado o procedimento constitucional dentro dos países, poupando custos exorbitantes nos processos judiciais que evitam e na dificultação de toda uma “indústria” que vive dos refugiados/imigrados.

Falta talvez um Plano Marshall da Europa para  África, que com o dinheiro poupado apoiasse os países africanos, tal como fizeram, outrora, os países vencedores, em relação à Alemanha.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo,

TURQUIA DIRIGIDA POR UM AUTOCRATA QUE ELABOROU O ESTADO À SUA MEDIDA

Turcos defensores do sistema antidemocrático venceram as eleições também na Alemanha

António Justo

 

Nas eleições de 24 de Junho, o autocrata Recep Tayyip Erdoğan obteve 52,5% dos votos e o candidato da oposição Muharrem İnce, 31%; este quer que Erdogan actue como presidente dos 80 milhões de turcos e não apenas como presidente de um partido. Erdogan tem o poder assegurado até 2023, ano em que a Turquia celebra o seu centésimo aniversário.

 

Na Alemanha há 1,44 milhões de eleitores turcos: destes, metade participou nas eleições da Turquia tendo havido 64,78 dos votantes por  Erdogan e 21,88%  pelo seu opositor Muharrem.

 

Se tivermos em conta a percentagem dos tucos votantes na Alemanha e na Turquia, os turcos que vivem na Alemanha já desde os anos 60 demonstram menos senso democrático ocidental do que os que vivem na Turquia.

 

O ex-chefe dos Verdes, Cem Özdemir, criticou o comportamento dos seus compatriotas na Alemanha dizendo: “expressam assim a rejeição da nossa democracia liberal”. O partido FDP atesta à Alemanha falha na integração e o partido A Esquerda critica o governo alemão por fortalecer a Turquia com a sua política exterior.

 

Com a eleição de Erdogan, o cargo de Primeiro Ministro é abolido, sendo Erdogan Presidente e Primeiro ministro na mesma pessoa; ele tem o poder de nomear e demitir os ministros e de governar através de decretos; pode até, através de decretos, cancelar e ignorar decisões parlamentares. Erdogan é um perigo para a Turquia e para a Europa e fará tudo por fortalecer o “Turquistão”. Fomenta o islamismo e demole consequentemente a herança democrática e laicista do fundador da Turquia Ataturk. Tem mãos livres para governar com os seus métodos de estado policial.

 

Num país onde mais de 90% da imprensa se encontra limitada e que teve uma campanha eleitoral com mais de 85 por cento do tempo de publicidade na TV para akp e mhp explica tais resultados.

 

O Estado turco, impulsiona a islamização da Turquia e também o islamismo na Alemanha através do envio de Imames e da grande rede da confederação DITIB (União Turco-Islâmica de Mesquitas e associações). A política negligente alemã no que respeita à integração turca na Alemanha tem fortalecido as forças turcas antidemocráticas a ponto de a associação das mesquitas turcas ter poder para, nalguns estados, nomear professores de religião para escolas públicas e das forças retrógradas serem fortificadas.

 

Os refugiados da Turquia aumentarão e com eles os conflitos a nível diplomático; além disso a rota de refugiados da Turquia abrir-se-á de novo, a não ser a preço de dinheiro menos limpo.

 

A EU pagou seis mil milhões de euros à Turquia para alojamento de refugiados (para os impedir de virem para a EU). Depois de uma análise do paradeiro do dinheiro, verificou-se que foi usado para o desenvolvimento de infraestrutura de saneamentos e esgotos e no sistema escolar. Facto é que a EU viu extremamente diminuída a entrada de refugiados na Europa.

 

Hoje já há centros de recolha na Líbia, em Ceuta e em Melilla (Espanha).

 

A perseguição aos Curdos vai aumentar e com ela a fuga de cidadão curdos do país. Erdogan sabe que quem faz guerra sobe na consideração internacional; desta maneira torna-se parceiro de conversações, tal como pôde constatar nas suas incursões contra os Curdos na Síria/Iraque. Guerras distraem o povo de outras relaidades.

 

Nesta época está-se a dar uma reviravolta social que fomenta regimes mais autoritários em consequência da crise não resolvida. Estas são as andanças que qualquer democracia tem de suportar porque a alma da democracia é o cidadão. E o cidadão é soberano e também pode optar por ser antidemocrático.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo