Há uma teoria de que o coronavírus vem da indústria das peles
António CD Justo
Pegadas do Tempo
Há uma teoria de que o coronavírus vem da indústria das peles
António CD Justo
Pegadas do Tempo
De celebração em celebração vamos empacotando os símbolos vivos da nação, na banalidade da rotina factual comemorativa, como se tratasse de sardinhas embrulhadas em folhas de jornal. Festa de desobriga com golfadas de incenso para o corpo de uma nação quase sempre moribunda.
A 10 de Junho de 1580 morre Luís de Camões, o Homem que cantou o alvorecer e expandir de Portugal. Camões conseguiu, na sua incomparável epopeia “Os Lusíadas”, imortalizar o espírito português. “Os Lusíadas” tornaram-se o livro da identidade portuguesa. Identidade esta, com o tempo desbotada pelo sol desgastante da ideologia e pelas ondas enleantes das revoluções. Camões é o símbolo de um Portugal caminhante que tem de descobrir mundo para se ir realizando através da história.
Os descendentes dos Homens-bons afirmam que, à morte de Camões, Portugal também morreu. Seguramente, uma afirmação certa no que respeita à classe política dos governantes de Portugal. Esta já não entende Camões nem entende a alma portuguesa, hoje residindo no borralho das cinzas do povo. Um governo “fraco torna fraca a forte gente…” escrevia aquele visionário que ao morrer terá dito “Morro com a Pátria”! Este vaticínio
Não, Portugal não morreu. Só morrerá quando deixar de possuir aquilo que o criou, ergueu e tornou específico: a fé e a coragem. A grandeza de Portugal foi construída à sombra do cristianismo. O povo assumiu a missão cristã tornando-a sua. Pátria e fé eram uma coisa só, era então Portugal. O povo sabia conjugar o “heroico” com o “imortal”. Assim, os portugueses descobrem o mundo como missionários da pátria. Com o andar dos tempos perdeu-se o povo e com ele a pátria também. Agora, dela pouco mais resta do que massas à deriva e um Estado de abutres que voam sobre elas.
A obra à nossa frente não será menos arrojada e grandiosa do que a dos descobrimentos. Já não chega uma restauração, é necessária uma nova descoberta. Hoje, os Homens Bons” terão de se lançar à missão de, primeiro, descobrir o povo e a pátria, na redescoberta do cristianismo e da energia lusitana que nos deram rosto! Isto se não pretendermos continuar a ser um país a viver, geralmente, de mão estendida e na dependência das maresias de fora!
Para ressurgir terá de descobrir “mares nunca antes navegados”. Terá de ultrapassar a “Taprobana” do materialismo institucional estatal e religioso. Terá de, como os nossos “egrégios avós”, possuir a coragem de se lançar no fluxo da vida, arriscar e ousar “pecar corajosamente” para abandonar as certezas dos “Velhos do Restelo” que, agarrados às velhas ideologias materialistas, fizeram o 25 de Abril, embrulhando, com elas, um povo inteiro. Filhos da escrava, da russa Agar, da gálica Libertas, continuam a enxovalhar, inconscientes, a grei.
Portugal, desembrulhado, voltará a descobrir-se povo e então redescobrirá a missão que o levará à vitória sobre o nevoeiro estranho que embacia o cérebro das nossas elites e tolhe a vida moura do país.
Então, alijará as formas mecanicistas do seu pensar para poder proporcionar o salto quântico da nova física, a nova consciência. Uma nova mundivisão, surgida já não de revoluções de interesses oportunos e subjugadores, mas dum impulso genuíno de verdade, dum desejo de liberdade criadora e universal.
Não teremos a ajuda dum infante D. Henrique que concatenou então saber e engenho e energia universal. Seremos ajudados por um processo paulatino desformatizador das formas do medo, do ganho, da avidez e do poder. O sofrimento e o desespero duma natureza cada vez mais atrofiada despertar-nos-á para uma nova criatividade, um novo pensar. Então sonho e realidade serão as formas do mesmo pensar. Então seremos tão livres que não saberemos onde a liberdade começa nem acaba. Então navegaremos à tona do mar como se esta fosse o seu fundo! Descobriremos no céu do horizonte novos mundos com caminhos diferentes. Nesse mundo da nova consciência a dignidade já não é apenas humana, passa a ser natural!
No novo mar português, o Povo já não descobre; ele pode criar porque a nova cultura já não é poder nem ter, mas sim relação.
Até lá vamos rasgando a cobertura das ideologias do céu português. Das aberturas surgirão novas auroras e do céu baixarão as cores do arco-íris. Então todas as relações e ligações serão libertadoras e benditas porque, entre uns e outros, deixará de haver muros, para nos delimitar chegarão apenas as cores do arco-íris.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo,
Publicado a 10.06.2009, in Moçambique para todos: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/
“Ficar em casa para não ir ter tão depressa com o S. Pedro” é uma frase sugestiva e nalguns casos adequada!
Não sei se será melhor ficar em casa, se continuar no “purgatório” do medo que nos conduz seguramente ao S. Pedro!
Fala-se sobretudo dos perigos do Covid e deixa-se de lado, sem rosto, tantos mortos e tantos doentes e depressivos que a demasiada atenção ao vírus tem criado!
A conversa fiada sobre o Covid já faz lembrar uma lavagem ao cérebro, atendendo a tantas contradições implícitas nas medidas contra a pandemia!
Eu tenho respeito pelo Covid mas a conversa sobre ele leva-me a desconfiar do exagero com que os nossos dirigentes falam dele e negligenciam falar de outras coisas!
Valha-nos o “diabo”, já que os “santos” que temos não nos ajudam!
Unum facere et aliud non omittere!
António CD Justo
in Pegadas do Tempo
O conflito intercultural que mascara a inimizade milenária herdada
António Justo
O Hamas (grupo armado palestinense), começou a luta contra Israel, lançando 3.150 mísseis sobre Israel; 460 deles não atingiram Israel caindo na Faixa de Gaza. Deste modo torna-se mais difícil apurar responsabilidades pelos mortos e estragos nesta zona. Certo fica apenas que o terror mata israelitas e palestinianos (1).
Segundo o Ministério da Saúde, em Gaza foram mortas 198 pessoas, 1.300 feridas e, além da grande devastação, houve 42.000 palestinenses da Faixa de Gaza que fugiram de suas casas. Israel destruiu 150 km do sistema de túneis palestinenses e outros locais e instalações de produção de raquetes e mísseis. Do lado israelita houve 13 mortos, centenas de feridos e muita devastação.
Estranhamente, os media internacionais mostraram, sobretudo, os mortos e os prédios destruídos por Israel em Gaza e ignoram os mortos e os estragos feitos pelos mísseis do Hamas.
As redes sociais continuam a implementar a tradicional má vontade contra os Judeus (2). Porém, nem o cultivo da guerrilha islâmica nem a afirmação de um culto de vítima por parte do judaísmo favorecem a paz!
O embaixador israelita em Portugal afirmou no Público (21.05.2021):” infelizmente, a esquerda radical europeia transformou-se na leal companheira do Islão radical… A coligação verde e vermelha, que detém uma influência real nos media, promove a agenda de elementos radicais islamitas na Europa e faz perigar todas as fundações das sociedades livres.”
Na Alemanha, o antissemitismo aumenta de forma violenta. Por vezes tem-se a impressão que a praça pública se torna em palco onde se procuram motivos para odiar. É um facto injusto que o Estado de Israel ocupe territórios conquistados que ao abrigo do direito internacional não lhe pertencem. Atendendo, porém, à relação de conflito hostil entre as partes, territórios ocupados, como os Montes Golan (Síria), são os postos avançados da defesa estratégica da existência do Estado de Israel. De recordar que 9 milhões de habitantes de Israel se encontram rodeados de 300 milhões de árabes.
Donde vem o perigo?
Por todo o lado está presente o terrorismo islâmico ou a sua pressão. A grande ameaça à paz não será Israel, mas sim o Hamas na Palestina, a ISIS islâmica na Síria, o Hezbollah no Líbano; a Irmandade islâmica no Egipto, o Boko Haram e ramificações do Alcaida em outras zonas de África e a pressão islamista na Europa.
O conflito não terá solução, devido aos interesses estratégicos das potências internacionais e ao antagonismo entre xiitas e sunitas e à aliança da esquerda internacional com os movimentos revolucionários e terroristas muçulmanos. No terreno confrontam-se também, de um lado, os interesses árabes e, do outro, o terrorismo Jihad islâmico patrocinado especialmente pelo Irão e Turquia, povos não árabes. O conflito político-cultural entre Judeus e árabes toma a agravante islamista que alarga a inimizade a povos não árabes.
Curiosamente, “nem um só governo árabe condenou unilateralmente Israel” (HNA 22.05.2021).
Hamas é uma organização terrorista que, “em 2007, tomou o poder em Gaza por golpe militar, assassinando os seus irmãos da facção Fatah, da Autoridade Palestiniana”. A Carta do Hamas (artigo 13) é explícita:” … soluções pacíficas…estão em contradição com os princípios do movimento da resistência islâmica… Não há solução… excepto através da jihad” (Jihad = Guerra Santa: a luta dos muçulmanos para defender e difundir o Islão).
Com esta atitude e posição, a causa dos palestinenses que deveria ser tomada mais a sério, só perde, mantendo-se dúbia enquanto continuar a ser conduzida por uma organização terrorista que deste modo justifica até comportamentos injustificáveis por parte de Israel!
Perante isto, Golda Meir constatava: “se os palestinianos desistirem da guerra, a guerra acaba, se os israelitas pousarem as armas, Israel desaparece do mapa… A paz só virá quando os árabes amarem os seus filhos mais do que odeiam os nossos”. Hamas é internacionalmente tida como uma organização terrorista fascista que reproduz as políticas do Irão contra Israel. À sombra de tudo isto vive a indústria da guerra e os “capitães” civis à frente de um povo que querem transformado em suas “brigadas” ; assim o terrorismo vai vivendo à custa de conflitos.
O cessar-fogo
O acordo do cessar-fogo deveu-se às fortes perdas sofridas pelo Hamas. Israel tem um armamento sofisticado e conduz, uma guerra assimétrica contra adversários que usam civis como escudos; por seu lado, Israel planeia os ataques de maneira, possivelmente, a não destruir mesquitas, hospitais, escolas e lares porque infringiria a lei marcial internacional e geralmente avisa antes de bombardear casas que alberguem armamento, para que a população se proteja (3).
O Conflito é intercultural
O Conflito intercultural entre a cultura ocidental e a cultura muçulmana ganha expressão simbólica no choque entre israelitas e palestinenses. Tem-se a impressão que as forças islâmicas, apoiadas sobretudo pela esquerda internacional e grupos islâmicos do Ocidente, vão ganhando terreno e adiando a história de povos na esperança que chegue o seu momento para estabelecerem um Estado policial.
O sistema tribal da guerrilha, como se observa especialmente em África, parece querer transformar-se no meio de combate mais apropriado para minar sociedades contemporâneas. Sociedades, em que a colonização histórica interna não se realizara ou fora impedida, estão hoje mais votadas à violência interna, também pelo facto de a “colonização” externa (interesses económicos e de estratégica política de potências estrangeiras) operar como factor desestabilizador apoiando grupos internos rivais (lutas pela hegemonia entre tribos ou grupos regionais)!
Israel já ofereceu por mais de dez vezes a criação de um Estado Palestino, contudo a liderança palestina, fiel ao seu programa, disse sempre que não.
Apesar da situação ser muito complexa, redes sociais e, muitos activistas solidarizam-se unilateralmente com a ‘ditadura’/ ‘terrorismo’ /’resistência’ do Hamas; isto causa estranheza tendo em conta que Israel é um país democrata e como tal aberto ao diálogo. Existe sofrimento e injustiça de ambos os lados.
A questão palestinense é demasiado complexa para poder ser reduzida a um pró ou a um contra uma das partes do conflito. Existem muitas perguntas que não podem resumir-se a uma só posição. Factos complexos tornam-se irreconhecíveis. Duas coisas estão em jogo: os interesses de Israel e os interesses do Islão.
O caminho para a paz teria que começar por pacificar as ideologias políticas e religiosas doutro modo continuaremos, de um lado e do outro, a ser promotores de guerra e não de paz.
António CD Justo
Pegadas do Tempo
O cidadão e seus interesses só constam quando ele levanta a sua voz junto das autoridades que o representam ou que se encontram a seu serviço!
Já enviei às abaixo mencionadas autoridades a sugestão queixa. Para que as autoridades sintam que não se trata de uma questão individual seria importante lhes dirijam o texto que em baixo coloco ou um por vós composto!
Entidades e E-mails: Provedor da Justiça: provedor@provedor-jus.pt Os diferentes partidos parlamentares podem ser contactados por e-mail em https://www.parlamento.pt/Paginas/contactos.aspx ; Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos E-mail: geral@cada.pt ; Comissão Nacional de Proteção de Dados : geral@cnpd.pt
Dado tratar-se de uma falha do Estado português também poderia ser feita exposição ao provedor da Justiça europeu:
https://www.ombudsman.europa.eu/pt/contacts
Exemplo de texto (para simplificação bastaria colocar no e-mail o vosso nome em vez do meu).
Assunto: Sugestão Queixa
Ex.mos/as Senhores/as
Solicito a sua atenção para tomar iniciativa no sentido de reparar as insuficiências (omissões dos poderes públicos) no Cartão de Cidadão conforme abaixo exposto.
Com os melhores cumprimentos
António da Cunha Duarte Justo
Cartão de Cidadão n°. 0196708
CARTÃO DE CIDADÃO PORTUGUÊS COM INSUFICIÊNCIA NOS DADOS
Evitar os Meandros da Burocracia e um Estado farejador
O Cartão de Cidadão (Identidade) português não é suficiente para identificação da pessoa em muitas instituições.
Há instituições como, Bancos, Correios, fornecedores de serviços, que, na União Europeia e fora dela, não reconhecem a identificação registada no nosso cartão do cidadão. Não chega ser reconhecido como cidadão do país ou da União europeia.
Ao contrário do que é comum em cartões do cidadão (bilhetes de identidade de outros países da União Europeia), as entidades portuguesas não mencionam, no documento, a residência nem o lugar de nascimento da pessoa a identificar! Essa falha provoca a exigência de outros documentos para se identificar, o que requer maior esforço burocrático e custos adicionais. Em vez disso regista o nome dos pais.
Por outro lado, o Cartão do Cidadão não respeita as diretrizes da Constituição portuguesa nem os direitos humanos de privacidade de dados pessoais dos tempos modernos! O número de identificação fiscal, o n° da segurança social e o número de utente de saúde não deveriam figurar no Cartão de Identidade (os registos destes três dados, no mesmo cartão, são inadmissíveis noutros países da EU em que o cidadão exige das autoridades maior atenção à protrecção e ao tráfego de dados).
Isto dá-se devido ao abuso da política e ao facto de, na opinião pública, a apresentação dos dados NIF e SS juntamente com o número de identidade no cartão não incomodar o cidadão; noutros países os políticos não se atrevem a fazê-lo porque teriam o cidadão à pega.
Também, no tempo de Salazar, o nosso bilhete de identidade mostrava as nossas impressões digitais, o que noutros países europeus só era exigido para prisioneiros! Em Portugal as organizações civis independentes não estatais, defensoras dos direitos do cidadão, ainda têm pouquíssima expressão.
Numa época em que o globalismo ameaça acabar com a privacidade, o Estado deveria respeitar e proteger os seus cidadãos especialmente no que se trata de referência a dados de acesso sobre saúde (1) e identificação fiscal!
A referência da localidade, de residência e do local de nascimento no Cartão do Cidadão evitaria que portadores do Cartão de Cidadão tivessem de tirar também o passaporte (até para países da União Europeia) sempre que se exija identificação mais exata e concreta (2).
De notar que a falha referida obriga muitíssimos portugueses a terem de tirar o passaporte e a suportarem o exagerado custo de 50 euros.
António CD Justo
Notas em Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=6514