A Matriz política masculina não pode ser Norma para a Instituição eclesial

Mulheres lutam por uma Instituição mais feminina

Por António Justo

A opressão sistémica das mulheres é um fenómeno universal que se observa em todos os sistemas ideológicos, económicos, políticos e religiosos, de todo o globo.  A desvalorização da mulher é a consequência lógica das sociedades com matriz masculina que apostam na sustentabilidade de estruturas patriarcais.

A instituição eclesial, à imagem da sociedade secular, tem-se orientado por padrões masculinos, considerando a feminilidade, como característica secundária, nas suas estruturas.  Já vai sendo tempo de se dar resposta à energia da feminilidade e de se praticar o evangelho (1) não se refugiando na estratégia máscula do divide para imperares; doutro modo fica-se numa de reservar a paternidade para a sociedade e a maternidade para a família: uma e outra são constitutivos de vida e devem igualmente estar presentes na sociedade. A matriz masculina da sociedade secular não pode ser norma de adaptação para a Instituição eclesial. O lugar do diálogo nela não é a sexualidade (entre homem e mulher) mas sim os princípios/energias feminilidade e masculinidade a nível de pessoa, de sociedade e instituições.  A “fragilidade” deve estar mais presente nos lugares “fortes”!…

Na Páscoa passada, muitos milhares de mulheres católicas fizeram uma “greve de igreja”, em toda a Alemanha, durante uma semana. A partir de Münster, na Vestefália, e com o apoio da Comunidade de Mulheres Católicas (Kfd), elas (integradas no movimento “Maria 2.0”), interromperam os seus cargos honorários nas paróquias e celebraram liturgias em torno das igrejas. Foram mais de 1.000 grupos, que organizaram vigílias, cultos e ações de protesto.

Com esta acção, as mulheres pretendiam dar rosto público ao seu descontentamento com as estruturas masculinas de poder na Igreja Católica. As mulheres exigem acesso a ministérios de ordenação, a abolição do celibato obrigatório para os sacerdotes seculares e uma revisão da moral sexual.

Posteriormente, as mulheres organizaram delegações para falarem com os bispos nas correspondentes dioceses.

Os seus protestos tiveram uma expressão feminina (2): As mulheres protestam por amor à Igreja, de dentro para dentro e de dentro para fora sem a atacar com a ideia numa igreja que querem também sua casa religiosa.

O Arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Heße, convidou o movimento “Maria 2.0” a participar no “Caminho sinodal” planeado pelos bispos e a apresentar as suas exigências de reforma (3).

É verdade que a Igreja católica está implantada em todas as culturas do mundo e por isso urge reconhecer a dignidade na diversidade das pessoas (homem e mulher) também na missão de libertar o ser humano, de levar a Boa Nova à humanidade e de descobrir possíveis melhoras e alertar para os perigos. A Igreja não é apenas uma instituição, ela é uma comunidade de vida de homens e mulheres congregadas em torno de Jesus Cristo (não pode ser dividida numa igreja petrina e numa igreja joanina).

A Igreja Católica, na sua qualidade de instituição mais beneficiadora da humanidade (4), sendo uma religião especialmente impregnada de feminilidade (Boa nova, liturgia e espiritualidade), seria mais conforme consigo mesma se no seu aspecto exterior de instituição reduzisse a predominância do rosto masculino (masculinidade) e desse lugar  a um maior equilíbrio entre as energias/princípios feminilidade e masculinidade.

A Igreja, que por natureza é de conotação feminina, precisa também de um olhar feminino a partir das suas instituições, numa atitude dialógica não só no que respeita às diferenças entre religiões e sociedades seculares, mas sobretudo no empenho pela presença e balance da feminilidade e da masculinidade nos presentes modelos de sociedade dominados pela masculinidade; o melhor paço seria começar por si mesma.

Torna-se uma contradição que sacerdotes e mulheres empenhados em reformar a Igreja tenham de sofrer pelo facto de a igreja oficial se encontrar demasiadamente distanciada da realidade. A promoção de mulheres nos ofícios da igreja não pode ser limitada a educadoras infância ou a referentes pastorais.

Urge impulsionar uma marca católica em que as mulheres pertencem a uma igreja fraternal, onde cada um possa determinar e viver a sua vocação e ter o seu projecto de vida sem exclusão. Para isso não é preciso mudar a Bíblia; o Evangelho tem fundamentos suficientes para a revalorizar; por outro lado, se for dado espaço relevante às mulheres na sociedade surgirá consequentemente uma outra imagem da mulher.

Ainda não há consenso na Igreja sobre o sacerdócio para mulheres. Mas uma coisa há que advertir e ter em conta: o poder espiritual não deve ser exercido em padrões seculares e profanos.

Não podemos viver de uma esperança sempre adiada. O critério homem não pode ser exclusivo e além disso vivemos num tempo em que a matriz machista da sociedade se questiona e em que a teologia feminina pode fazer a ponte para a feminilidade do Evangelho. O que continua em jogo é uma visão de domínio do princípio da masculinidade sobre a feminilidade e uma teologia. não se trata aqui de seguir uma teologia hipercrítica que depende demasiado da cabeça, mas colocar no centro a fé como um indicador de e para Jesus.

É claro que as igrejas não cresçam por ajuste ao gosto do tempo, mas sim através da fidelidade ao Evangelho. Urge estarmos mais atentos às mulheres na bíblia de modo a não serem mal-interpretadas pelos homens (o que aconteceu em relação por exemplo a Madalena, a apóstola dos apóstolos)

Uma mudança de moral não implica necessariamente uma mudança de doutrina, dado uma teologia interpretativa correspondente às sociedades em que se encontravam incardinada ter sistematicamente desvalorizado o papel da feminilidade na mulher para, compensatoriamente, a expressar na liturgia e no culto mariano.

Seria um equívoco condicionar o princípio da masculinidade e da feminilidade aos papeis assumidos com base na tradição de reduzir os dois princípios a uma sexualidade de caracter funcional ou de confundir masculino e feminino (homem e mulher) com masculinidade e feminilidade. A Doutrina da Igreja não pode ser condicionada à moral sexual e menos ainda à matriz económico-política de mera masculinidade. (As lutas que se observam na praça em relação a homossexuais e lésbicas dão testemunho praticamente só da afirmação da masculinidade ou da afirmação de um polo contra o outro; neles falta a energia/princípio da feminilidade.)

Através de exclusão das mulheres, as lesões surgem e tornam-se cada vez mais dolorosas; não basta pregar a misericórdia, é preciso refletir sobre a mensagem cristã integral e praticá-la também a nível institucional (sabendo muito embora que é da natureza de toda a instituição humana ter um caracter masculino predominante!).

Porque esperar pela mudança só depois da morte; porque ter de gastar tantas energias na defesa de mudanças necessárias e que nem sequer contradizem o espírito que possibilitou os evangelhos há 2.000 anos.

O que falta praticar é Jesus Cristo. Ganhamos todos, homens e mulheres, com uma maior presença da feminilidade em cada pessoa e na humanidade.

(Este texto fará parte de um livro que há já muitos anos tenho à espera de ser publicado)

© António da Cunha Duarte Justo

Teólogo e Pedagogo

In “Pegadas do Tempo”

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UM AVISO TRISTE MAS PREVIDENTE DE ROTHSCHILD

O Dinheiro governa o Mundo quando o Resto se reduz a Música de Acompanhamento

António Justo

Hoje fala-se muito de economia, de socialismo, do Banco Central Europeu, de um salário mínimo para toda a Europa e até de nação! No meio disto há muita desconversa porque se esquece o que o estratega financeiro Nathan Rothschild já dizia no século XVIII e que cada vez se concretiza mais quer no turbo-capitalismo ocidental quer na ditadura socialista-capitalista chinesa:

 “Dêem-me o controle do dinheiro de uma Nação e não me interessa quem faça as suas leis.” (“Gebt mir die Macht über das Geld einer Nation, und es interessiert mich nicht, wer dessen Gesetze macht.”) Esta tornou—se infelizmente numa realidade universal, e aí está o império M.A. Rothschild a confirmá-lo, só que se torna impercetível e falar disto tornar-se-ia embaraçoso!

O mais interessante é que todos andemos no carrocel, sem vómitos! De facto, o sistema em que socialistas, conservadores e capitalistas navegam pertence ao mesmo barco!

Na EU temos o Banco Central Europeu a querer reger com o dinheiro e consegue manter as economias mais fracas silenciosas porque vão podendo ir vendendo as suas dívidas e assim comprar a paz social (uma questão de transferências monetárias e de trocas de poderes!).

Quanto ao salário mínimo para toda a União Europeia, o facto é que governos socialistas e não socialistas europeus sabem que no momento em que houvesse um salário mínimo para toda a EU e este não se orientasse pelo salário mínimo das economias mais fracas, então estas rebentavam porque o que as safa ainda é a diferença salarial que lhes possibilita concorrência a nível de custos de produtos e das empresas grandes de rentabilidade de países fortes. Na zona euro países menos produtivos não possuem a alternativa de desvalorizarem a moeda para poderem concorrer em preços com os mais fortes!

Todo o problema vem do poder absoluto do dinheiro e de tudo se adaptar a ele; o resto é apenas música de acompanhamento, de que alguns “músicos gaiteiros” vão vivendo melhor. Isto é conveniente que a malta não note nem possa notar; por isso o marxismo se adaptou aliando-se ao dinheiro e passando à música da luta cultural.

A solução seria uma sociedade de matriz não só masculina, mas também feminina (isto não em termos de sexo, mas de masculinidade e feminilidade)!

Vivemos todos numa relação de dependência, mas apostando no baile da impressão de independência e de importância. As pessoas precisam da impressão de terem pessoas a mandar nelas! Um satélite, porém, enquanto o for, seria ingénuo se se convencesse que tem a força própria de um astro rei. Um pouco de humildade é o que falta, por vezes aos pequenos, para poder destronar os poderosos!…

Senão veja-se o orgulho (também legítimo!) daqueles que se sentem honrados por Portugal ter alguns personagens nas cenas internacionais. Assim tudo vive contente, com pessoas que não incomodem os interesses dos maiores (importante é para estes o cum quibus, o cacau e para os outros restam as honras: assim se cria inteligentemente satisfação!

Creio que a fase em que Portugal cedia pessoas em superabundância para cargos internacionais está a passar! Na política é como no futebol! O problema será meter a concorrência, a competência e interesses no mesmo saco, ou seja, na mesma pessoa! Isto não quer dizer que Portugal não deixará de ter pessoal bastante treinado nestas coisas de negociações! Mas o mais recomendável para a sociedade portuguesa será manter sempre a cabeça fria!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

 

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CITAÇÕES ESCOLHIDAS – EM PORTUGUÊS E EM ALEMÃO

 

1 – “Há montanhas que tens de atravessar, senão o caminho não pode ir mais longe.” Ludwig Thoma

„Es gibt Berge, über die man hinübermuss, sonst geht der weg nicht weiter.“ Ludwig Thoma

2 -“Em cada começo habita uma magia que nos protege e nos ajuda a viver!” Hermann Hesse.

Jedem Anfang wohnt ein Zauber inne, der uns beschützt und der uns hilft, zu leben!“ Hermann Hesse.

3 – “Bonito é propriamente tudo o que é visto com amor.” Christian Morgenstern.

„Schön ist eigentlich alles, was man mit liebe betrachtet.“ Christian Morgenstern.

4– “Não gastes o teu tempo à procura de um obstáculo, pode não haver nenhum.” Franz Kafka

„Verbringe die Zeit nicht mit der Suche nach einem Hindernis, vielleicht ist keins da.“ Franz Kafka

5 – “Aprender sem pensar é fútil: pensar sem aprender é perigoso.” Confúcio

„Lernen ohne zu denken, ist eitel: denken, ohne zu lernen, ist gefährlich.“ Konfuzius

6 –  “Só se pode ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.” Antoine Saint-Exupéry

„Man sieht nur mit dem Herzen gut. Das wesentliche ist für die Augen unsichtbar.“ Antoine Saint-Exupéry

7 – “Não é preciso temer-se nada na vida, só se tem de compreender tudo.” Marie Curie

„Man braucht nichts im Leben zu fürchten, man muss nur alles verstehen.“ Marie Curie

8 – “É mais difícil destruir uma opinião preconcebida do que um átomo.” Albert Einstein

„Es ist schwieriger eine vorgefasste Meinung zu zertrümmern als ein Atom.“ Albert Einstein

9 – “Aceita as pessoas como elas são, não há outras.” Konrad Adenauer

„Nehmen Sie die Menschen, wie sie sind, andere gibt es nicht.“ Konrad Adenauer

10 – “Primeiro faz o que é necessário, depois faz o que é possível, e de repente realizas o impossível.” Francisco de Assis

„Tu erst das Notwendige, dann das mögliche, und plötzlich schaffst du das Unmögliche.“ Franz von Assisi

11– “A mediania dá ao mundo a sua existência, o extraordinário o seu valor.” Oscar Wilde

„Das Durchschnittliche gibt der Welt ihrem Bestand, das Außergewöhnliche ihren Wert.“ Oscar Wilde

12– “O hábito é uma corda. Nós tecemos cada dia um fio, e, por fim, não podemos mais quebrá-lo.” Thomas Mann

„Die Gewohnheit ist ein Seil. Wir weben jeden Tag einen Faden, und schließlich können wir es nicht mehr zerreißen.“ Thomas Mann

13– “Cuida bem do teu corpo. É o único lugar onde tens de viver.” Jim Rohn

„Soge dich gut um deinen Körper. Es ist der einzige Ort, den du zum Leben hast.” Jim Rohn

14– “O mundo está cheio de enigmas, mas para estes enigmas o homem é a solução.” Joseph Beuys

„Die Welt ist voller Rätsel, für diese Rätsel aber ist der Mensch die Lösung.“ Joseph Beuys

15–“Uma nova verdade não é mais prejudicial do que um velho erro”, Johann Wolfgang von Goethe

„Eine neue Wahrheit ist nichts schädlicher als ein alter Irrtum,“ Johann Wolfgang von Goethe

16– “Devemos cultivar as nossas qualidades, não as nossas particularidades.” Johann Wolfgang von Goethe

„Unsere Eigenschaften müssen wir kultivieren, nicht unsere Eigenheiten.“ Johann Wolfgang von Goethe

17– “A felicidade na vida depende dos bons pensamentos que tens.” Marc Aurelius

„Das Glück im Leben hängt von den guten Gedanken ab, die man hat.“ Marc Aurel

18– “Um diamante só brilha quando é lapidado.” Zakhar Bron

„Ein Diamant leuchtet nur, wenn er geschliffen ist.“ Zakhar Bron

19– “Todo o sucesso tem o seu segredo, todo o fracasso tem as suas razões.” Joachim Kaiser

“Alles Gelingen hat sein Geheimnis, alles Misslingen seine Gründe.“ Joachim Kaiser

20— “Na verdade, a arte reflecte o espectador, não a vida.” Oscar Wilde

„In Wahrheit spiegelt die Kunst den Betrachter, nicht das Leben.“ Oscar Wilde

21– “Não importa o tamnaho do primeiro passo, mas sim em que direcção ele vai.”

Autor desconhecido.

“Es ist nicht wichtig, wie Groß der erste schritt ist, sondern in welcher richtung er geht”

Autor unbekannt.

22– “Aprender é como remar contra a corrente. Assim que paras, voltas para trás.” Benjamin Britten

“Lernen ist wie Rudern gegen den Strom. Sobald man aufhört, treibt man zurück.“ Benjamin Britten

23– “Dá a cada dia uma oportunidade de ser o dia mais bonito da tua vida.” Mark Twain

„Gib jedem Tag die Chance, der schönste deines Lebens zu werden.“ Mark Twain

24– “A fantasia é mais importante que o saber, o conhecimento é limitado.” Albert Einstein

“Phantasie ist wichtiger als Wissen, den Wissen ist begrenzt.” Albert Einstein

25– “Ainda não caiu nenhum mestre do céu.” Ovídio

„Es ist noch kein Meister vom Himmel gefallen.“ Ovid

26– “Todos os dias em que não sorris são dias perdidos.” Charl Chaplin

„Jeder Tag, an dem du nicht lächelst, ist ein verlorener Tag.“ Charl Chaplin

27– “Só conheces os teus limites quando tiveres crescido para além deles.” Autor desconhecido

 

“Du kennst deine Grenzen erst, wenn du über sie hinausgewachsen bist”. Autor unbekannt

 

28– “Dar cada dia mais um passo em frente pode também ser um bom objectivo.” Autor desconhecido

 

“Jeden Tag einen Schritt weiter zu gehen, kann auch ein scönes Ziel sein”. Autor unbekannt

 

29– “Uma guitarra sozinha não faz um Jimi Hendix”! Autor desconhecido

 

“Eine Gitarre allein macht noch keinen Jimi Hendix”! Autor unbekannt

 

 

30– “Não acredito em milagres. Já vi muitos deles.” Oscar Wilde

 

“Ich glaube nicht an Wunder. Ich habe davon zu viele gesehen.” Oscar Wilde

 

 

31– “As fronteiras da linguagem são as fronteiras do mundo.” Ludwig Wittgenstein

 

“Die Grenzen der Sprache sind die Grenzen der Welt.” Ludwig Wittgenstein

 

32– “Até é possível que eu tenha dito isso. Mas quando eu disse isso, não quis dizer isso nesse sentido. O que me interessa a minha bisbilhotice de ontem? Konrad Adenauer

 

“Es ist sogar möglich, dass ich das gesagt habe. Aber wenn ich das gesagt habe, dann habe es nicht so gemeint. Was interessiert mich mein Geschwätz von gestern.” Konrad Adenauer

 

 

33– “É difícil agradar à verdade e às pessoas ao mesmo tempo.” Thomas Mann

 

“Es ist schwer, es zugleich der Wahrheit und den Leuten  recht zu machen.” Thomas Mann

 

34– “Diz-me, e eu esqueço-me. Mostra-mo e eu lembro-me. Deixa-me fazê-lo e eu mantenho-o.” Confúcio

 

 

 

“Sage es mir, und ich vergesse es. Zeige es mir, und ich erinnere mich. Lass mich es tun, und ich behalte es.” Konfuzius

Traduzido do alemão para português, por António da Cunha Duarte Justo

In Pegadas do tempo

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USO OU ABUSO DA LINGUAGEM?

O nosso espírito do tempo tem vergonha de usar algumas palavras antigas de expressão mais conotativa e direta; por isso prefere empregar, agora, uma linguagem mais voltada para a camuflagem.

Não me refiro aqui à linguagem informal ortográfica, um pouco embaraçada, reduzida, sem pontuações nem concordância, que se vai usando nos nossos espaços de comunicação virtual! Falo do amaciamento de palavras designadoras de profissões que eram demasiadamente conotadas pela situação considerada pela sociedade como menos nobre, ou por atividades que continuam, mas que hoje é preciso pegar com luvas brancas para as afidalgar. Talvez também para descarregar a consciência de uma classe fina a que todos queremos pertencer!

 

Esta necessidade de mudar o nome a profissões precárias, também poderia ser tomada como uma intrujice camuflada, apenas uma toalha para limpar o rosto.

 

Em vez de criarmos palavras eufemistas para profissões desfavorecidas pelo sistema vigente, porque não lhes conferir ordenados de ministro e então teríamos solucionado o problema da tal descriminação transmitida pela linguagem?

 

A propósito, na sociedade romana antiga, ministro era o servidor! Há evoluções difíceis de entender!

 

Certamente surgiriam outros problemas, mas não o da discriminação relegada também para as palavras.

Por outro lado, substituindo as palavras velhas por novas já não se gasta muito nos detergentes!

A respeito disto coloco aqui o texto “A nova Língua Portuguesa” que, sem detergentes, circulava há 10 anos, na Internet e que vim a saber ser de Helena Sacadura Cabral:

A NOVA LÍNGUA PORTUGUESA

“Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos ‘afro-americanos’, com vista a acabar com as raças por via gramatical – isto tem sido um fartote pegado!

As criadas dos anos 70 passaram a ‘empregadas domésticas’ e preparam-se agora para receber menção de ‘auxiliares de apoio doméstico’.

De igual modo, extinguiram-se nas escolas os ‘contínuos”; estes passaram todos a ‘auxiliares da acção educativa’.

Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por ‘delegados de informação médica’.

E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em ‘técnicos de vendas’.

O aborto efeminou-se em ‘interrupção voluntária da gravidez’;

Os gangs étnicos são ‘grupos de jovens’

Os operários fizeram-se de repente ‘colaboradores’;

As fábricas, essas, vistas de dentro são ‘unidades produtivas ‘e vistas da estranja são ‘centros de decisão nacionais’.

O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à ‘iliteracia’ galopante.

Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a  suscetibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes ‘Conforto’ e ‘Turística’.

A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira…» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental…» – eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.

Aquietadas pela televisão, já se não veem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um ‘comportamento disfuncional hiperactivo’

Do mesmo modo, e para felicidade dos ‘encarregados de educação’, os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, ‘crianças de desenvolvimento instável’.

Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado ‘invisual’. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos – mas o ‘politicamente correcto’ marimba-se para as regras gramaticais…)

As putas passaram a ser ‘senhoras de alterne’.

Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em ‘implementações’, ‘posturas pró-activas’,’políticas fracturantes’ e outros barbarismos da linguagem.

E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.

Estamos lixados com este ‘novo português’; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma  ‘politicamente correcta’.”

Fora de ironias! É certo que importa não nos perdermos na semântica nem nos factores contextuais, mas também teremos de compreender que, como vivemos num mundo cada vez mais aldeia, precisamos de um ajustamento das designações profissionais a nível internacional e de organizações internacionais!…. No link indicado na nota (1) pode encontrar-se todas as designações para as mais diversificadas profissões.

António da Cunha Duarte Justo

“Pegadas do Tempo”

(1) http://azores.gov.pt/NR/rdonlyres/2750F07D-9748-438F-BA47-7AA1F8C3D794/0/CPP2010.pdf

 

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AS MULHERES E OS HOMENS MAIS COMPRIDOS DO MUNDO

Holandeses 1,83 m  e letonesas 1,70 m – Mais curtos: Timorenses 1,60 m e  guatemaltecas 1,50 metros

Segundo um estudo feito por 800 cientistas do Imperial College em Londres (1) sobre o desenvolvimento da altura das pessoas adultas nos últimos 100 anos, os homens mais altos, na média, são os holandeses com 1,83 metros (Tamanho 1914: 1.694 metros Tamanho 2014: 1.825 metros). As mulheres mais altas são as da Letónia com 1,70 metros (Tamanho 1914: 1.555 metros. Tamanho 2014: 1.698 metros).

Em 10° lugar encontram-se os homens da República Checa com um tamanho de 1.801 metros (Tamanho 1914: 1.680 metros; Tamanho 2014: 1.801 metros) e as mulheres da Ucrânia com1.659 metros (Tamanho 1914: 1.540 metros; Tamanho 2014: 1.659 metros).

Atualmente os homens mais pequenos viviam em Timor-Leste em 2014 (1,60 metros), as mulheres mais pequenas em Guatemala (1,49 metros).

Quem mais cresceu, nos últimos 100 anos, em proporção, foram os iranianos e as sul-coreanas (2). Enquanto os iranianos são hoje, em média, 20,2 centímetros mais altos do que há 100 anos, as mulheres sul-coreanas cresceram 16,5 centímetros.

Também o facto de os holandeses terem crescido bastante em relação aos europeus é explicado por cientistas que isso se deverá ao facto de os holandeses casarem mais tarde. É possível que ter filhos tardios influencie a altura da criança.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

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