Alemanha contra um Guarda-chuva nuclear europeu – Segurança da Europa com Pés de Barro
Trump, embora sem cargo, tornou-se num fantasma para a Europa e só o medo de ele vir a ganhar as eleições de 5 de novembro motivou os políticos europeus à mobilização de somas gigantescas para o armamento.
A NATO tinha decidido que cada membro deveria empregar anualmente 2% do seu PIB em despesas militares. Agora Trump vem exigir que todos os membros gastem os 2% do PIB na defesa e no caso de incumprimento esse membro deixaria de ter o apoio dos EUA na NATO, disse-o à maneira de Trump, com palavras claras, muito embora em termos de campanha eleitoral:” … então eu não os protegeria. Eu até encorajaria a Rússia a fazer o que quiserem”. Dos 31 países membros 18 deles já cumprem as exigências dos 2% (1). O objectivo dos 2% revela-se como um grande programa de desenvolvimento para os EUA através da sua grande indústria de armas avançadas.
Isto levanta também a questão do armamento nuclear da Europa. Neste momento, apenas a França e a Inglaterra são potências nucleares na Europa com os EUA na NATO. Segundo o instituto de pesquisa Sipri, existem 12.500 armas nucleares em todo o mundo. Os EUA têm 5.200, a Grã-Bretanha 225, a França 290 e a Rússia possui quase 5.900 (2). Em termos de poder só os países ou grupos que tiverem armamento nuclear conseguirão preservar a sua liberdade nacional.
Um Debate nuclear na Europa enfraqueceria a Alemanha e teria como resultado o Benefício dos Países europeus do Sul. Obrigaria a uma discussão pública sobre o sistema de segurança europeia e ao mesmo tempo a solidariedade da proteção militar da aliança atlântica.
Numa política global de confronto mundial, o exemplo da Ucrânia mostra que quem não é uma potência nuclear tem uma carta má e perde. Quanto à energia nuclear dos EUA na Europa, utilizam os territórios da Europa (países da NATO) para bases militares dos EUA (além disso, os países com bases dos EUA também fornecem tropas auxiliares e não têm influência sobre o que acontece nas bases). Basicamente, os EUA não servem os interesses da Europa porque os interesses estratégicos dos EUA são completamente diferentes dos da Europa. No caso de uma guerra geoestratégica, a Europa seria reduzida a escombros e os Estados Unidos permaneceriam livres da radiação nuclear. A Europa deve cuidar de si mesma!…
A Alemanha bloqueia um debate sobre defesa nuclear na Europa dado o armamento nuclear estacionado na Alemanha ser americano, e rivalidades entre os membros da EU levam-na a impedir um consenso comum entre os membros europeus em termos de defesa estratégica e a recusar a oferta de conversação de Mácron preferindo apostar em sub-alianças!
A Alemanha está mais interessada em comprar armamento americano do que em investir no armamento europeu já existente porque um tal apoio beneficiaria a posição da França na Europa; por isso a Alemanha esforça-se por angariar aliados de armamentos que a beneficiem a preço de uma Europa dividida em grupos de interesses bélicos diferentes. O ministro da Defesa Boris Pistorius (verdadeiro “soldado” germânico) é contra a oferta de Paris, ele defende os interesses da Alemanha no Leste e não no sul dos povos latinos (este muro invisível da Europa entre uma zona europeia “de mentalidade protestante” e uma outra zona mais de “mentalidade católica” é observável também na Alemanha: a parte norte da Alemanha protestante e a parte sul Baviera de caracter mais latino! Passei grande parte da minha vida na Alemanha no sul e no centro-norte e verifiquei que mesmo no partido SPD de que era membro havia os mesmos preconceitos contra a Baviera e contra o catolicismo tal como se encontra na posição de alguns alemães contra estrangeiros! Assim a Europa continuará também depois de séculos dividida numa parte alemã de génio anglo-saxónico (protestante com os Estados Unidos) e, como tal, vocacionada a unir-se mais com os irmãos dos EUA do que os companheiros da Europa do Sul (de mentalidade mais latino-católica). A Alemanha levou à divisão da Europa e com ela parece afirmar-se na divisão!
Assim, logicamente, a Alemanha é contra um guarda-chuva nuclear europeu. Uma discussão sobre um guarda-chuva nuclear da Europa para a Europa mostraria ao público europeu a divisão cultural da cultura europeia em latina e nórdica com correspondentes grupos de interesses por vezes antagónicos. No meu entender, uma discussão pública e aberta sobre isto protegeria os interesses do Sul da Europa e, levaria a questionar os interesses económicos e militares da Alemanha na Ucrânia, pelos quais o Sul também tem estado a pagar, por uma parte não interessada em compromissos com a Rússia. Zelensky sabe disso e é por isso que se poderá perceber a sua autoridade sobranceira (atrevimento!) em relação aos governantes do Ocidente (embora o seu sistema seja tão corrupto como o russo)! A Alemanha prefere estar sob o domínio dos EUA do que ter de contribuir para o poder nuclear francês. Por outro lado, a França não está disposta a uma mutualização do controlo sobre as suas armas nucleares. É claro que isto parece ser do interesse da Alemanha, uma vez que apenas a França e a Inglaterra possuem armas nucleares próprias enquanto as estacionadas na Alemanha pertencem aos USA e estes têm poder soberano nas suas bases de estacionamento. É claro que, em caso de conflito, a Alemanha veria a expansão dos seus poderes. Nesse pensar, a Alemanha já trabalha no sentido de se tornar a representante da NATO na Europa. A Alemanha quer assumir o papel de liderança na NATO com a possível secretária geral Von der Leyen. (Na Alemanha, em Büchel, no Eifel, estariam armazenadas cerca de 20 bombas termonucleares de gravidade B61 das forças armadas dos EUA (Cf HNA, 15 de fevereiro de 2024).
Uma mistura de medo da Rússia, da Alemanha e uma guerra cultural tácita entre a Europa “germânica” e a Europa Latina existem como elementos inibidores num movimento que seria urgentemente necessário de um em direção ao outro.
Como se nota no nervosismo de Bruxelas e Berlim, a política interna dos EUA continuará a fazer parte das preocupações internas dos países Europeus.
O “ponto de viragem” proclamado pelo governo Scholz teve grande impacto por determinar a militarização (100.000 milhões de euros) de uma Alemanha ainda economicamente forte, mas sobretudo militarmente dependendo dos EUA. O seu ponto de viragem é uma viragem que parecendo em benefício da Alemanha se poderá tornar num motivo de maior distanciamento entre povos. Pelo que se observa da facilidade de movimentação de imensas massas populares (sem discussão de conteúdos) apenas com base em slogans e emoções constata-se que o povo alemão ainda se encontra muito dependente do dirigismo político, o que não motiva grande confiança numa Alemanha demasiadamente determinadora dos destinos da Europa! Na União Europeia nota-se, tal como a nível mundial, o domínio do Norte perante o Sul! Para se conseguir uma Europa mais equilibrada, humana e universalista teria de se conseguir um melhor caldeamento do espírito nórdico (e interesses) com o espírito do Sul (e correspondentes interesses económicos e culturais).
A reviravolta económica provocada pelo boicote económico à Rússia revelou-se, a curto prazo e mais a longo prazo numa grande perda para a Europa. Os locais de negócios europeus irão deslocar-se para a Ásia (em parte para os EUA) e a Europa não tem como fugir a esta realidade. Os EUA ainda se afirmam como o motor da economia mundial tendo ainda imensos recursos não utilizados a nível de impostos, coisa que a Europa já esgotou. Os preços da electricidade na Alemanha são três vezes mais elevados do que nos EUA…
A Alemanha encontra-se socialmente irritada porque dividida e desorientada porque segue os interesses americanos e tendo de reconhecer que a Itália, a França e a Espanha defendem também interesses genuínos latinos (do Sul) não apostando tudo na cartada do Leste (cf. Ucrânia) e que por seu lado também a Polónia se apresenta cada vez mais consciente do seu poder na Europa. A Alemanha, com o seu apoio quase incondicional à Ucrânia – depois de um tempo de indecisão oportuna – (e com a sua política de imigração imposta à Europa), negligenciou os interesses de uma Europa integral de espírito que não é só económico, mas sobretudo cultural. A Alemanha está interessada em fortalecer os seus vizinhos de Leste, mas querendo que os países latinos a apoiem sem compensações sustentáveis.
Um erro crasso nos afazeres europeus tem sido confundir a Europa da cultura (fundada por S. Bento) com a União Europeia pós-guerra, baseada sobretudo na economia e na ideologia política (fundada por Robert Schumann). A afirmação da economia sobre a cultura (ou mesmo contra a cultura no desrespeito de tradições dos seus próprios povos e por outro lado afirmando irrefletidamente a tradição islâmica) tem destruído a Europa no seu ser (a).
A discussão pública na Alemanha desceu a um nível impensável, o que demonstra a irritação e insegurança em que a classe política vive! O chanceler Scholz apelidou Putin e os seus colegas de “predadores” (no Wall Street Journal) e o presidente Steinmeier apelidou de “ratazanas” os apoiantes do partido AfD. Vai-se tendo a impressão de nos encontrarmos a caminho de uma sociedade zoológica sem cercas, mas onde predadores e animais domesticados têm que coabitar em guerra. O ponto de viragem traz-nos de volta a guerra fria. A Alemanha disponibilizou mais de 30 mil milhões de dólares em ajuda armamentista à Ucrânia. Ao declarar a nova era (ponto de viragem”), o governo alemão pensou que seria tão fácil convencer o povo como foi com o vírus Corona. A Europa trouxe para casa os problemas do mundo e não consegue ver o que acontece nela mesma. A EU é incapaz de resolver os problemas de incompatibilidade entre situações e interesses do Norte e do Sul por se encontrar demasiadamente ideologizada e a viver numa esfera de vidro.
Se Trump chegar ao poder, a Europa terá ensejo para acordar e ter a oportunidade de tomar o seu destino nas próprias mãos (3)!
Talvez deste modo a União Europeia acorde para uma Europa que seja voz do humanismo no mundo e assim desperte para o seu papel de medianeira na inter-relação de países e blocos sem se perder num bloco virado para um passado que ainda teima em apostar na hegemonia americano-europeia.
Como primeira reação às palavras de Trump, a discussão pública na Alemanha já aponta para a criação de um exército europeu e para uma obrigação de serviço militar. Esta será também uma oportunidade para se criar também uma imigração de soldados.
A Europa encontra-se num momento crítico da sua história porque tem andado sem conceito próprio ao sabor dos ventos! Ao desabamento que estava a acontecer a nível cultural por influência do marxismo e do turbo-capitalismo vem-se juntar a derrocada económica a longo prazo, pelo menos até que a União Europeia descubra de novo a sua outra parte europeia na Rússia. Não há males que não venham por bem!
O que a Europa precisa, em vez da idiotice do empenho total no armamento nuclear e armamento convencional, é aplicar esse esforço em iniciativas de paz. Em vez de exportar a guerra com as armas a Europa deveria exportar paz e tudo o que fomente uma cultura da paz! À frente da iniciativa do fomento da paz devia estar a Alemanha a dar o exemplo.
Seria digno de um discurso público e de se questionar: porque é que a sociedade e a política não se empenham por uma cultura de paz destinando a ela também 2% do PIB como faz para fomentar as guerras?
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
(1) Portugal gasta agora 2,85 mil milhos de euros, isto é, 1,3% do PIB. Também a Bélgica, Luxemburgo, Espanha e Noruega seriam afectados pela declaração de tropas pelo facto de não atingirem os 2% do PIB nas despesas de defesa.
(2) REUNIÃO IMPORTANTE NA BASE AMERICANA DE RAMSTEIN https://antonio-justo.eu/?p=8218
Crítica à Base Aérea dos EUA na Alemanha: https://antonio-justo.eu/?p=7663
O sonho da Eurásia morreu na Ucrânia: https://jornaldeoleiros.sapo.pt/2023/09/08/politica-nacional/politica-internacional/o-sonho-da-eurasia-morreu-na-ucrania.html
A Europa dividida favorece a sabotagem geopolítica: https://geopol.pt/a-europa-dividida-favorece-a-sabotagem-geopolitica/
O Sul global está a chegar: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2022/07/o-sul-global-est%C3%A1-a-chegar-vai-ser-grande-o-pre%C3%A7o-a-pagar.html
Internacionalmente a Alemanha não é livre de decidir (decidem interesses recíprocos): https://antonio-justo.eu/?p=8223
Guerras da América e da Rússia: https://geopol.pt/guerras-da-america-e-da-russia/
Taiwan e Ucrânia são cavalos troianos: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2022/08/taiwan-e-ucr%C3%A2nia-na-situa%C3%A7%C3%A3o-de-cavalos-troianos-de-interesses-imperialistas-rivais.html
Coisas da Democracia: https://www.linkedin.com/pulse/idade-digital-inicia-era-p%C3%B3s-f%C3%A1tica-o-sentimento-%C3%A9-ant%C3%B3nio/?originalSubdomain=pt
(3) Com as afirmações de Trump torna-se claro que a UE negligenciou os seus próprios interesses em favor dos interesses geopolíticos dos EUA e agora sente-se ameaçada caso os EUA não a apoiem! As negligências europeias depois da queda da União Soviética e com a guerra na Ucrânia impediram a oportunidade de se construir uma Europa forte com a Rússia a bordo, o que não era dos interesses dos EUA e significaria grande concorrência para os EUA.
A Europa seguiu de ânimo leve os interesses geopolíticos dos EUA no conflito a desenrolar-se na Ucrânia. A Alemanha, de mãos atadas pelos EUA (Acordo 2+4) apressou-se a declarar a descontinuidade da política de aproximação cautelosa à parte da europa russa cortando com todo um passado de relações com a Rússia de que também se aproveitou.
(a) Talvez o génio da História venha a superar a divisão da Europa que se encontra realizada na Alemanha servindo-se também do factor da imigração para unir os diversos povos que se encontram do lado ocidental e do lado oriental da Europa e assim se venha a realizar uma Europa toda.
Em tempos dei-me ao cuidado de coleccionar livros de leitura para diversas idades e regimes políticos.
São como janelas para espreitar os objectivos do Estado no que respeita à instrução das gerações de tenra idade.
Nuns casos pressenti manipulação, intenção de formatar …
Mas o conto que vou narrar é benéfico.
Ocorreu-me a propósito dessa solicitude anglo-americana em colocar armas nucleares em terra alheia com o pretexto de a defender de presumíveis inimigos.
Vai já a seguir:
Pedro Torres de Castro , é verdade, a intenção de formatar encontra-se hoje aos pontapés desde o ensino aos meios de comunicação social! Tenho a impressão que hoje em sociedade se faz uso e abuso da programação neurolinguística para as pessoas receptoras processarem nos seus neuróneos cerebrais informações de maneira a quebrar barreiras que destruam a autoconsciência e modelos mentais internos de modo a seguirem os objectivos intencionados pelos emissores! Quanto aos EUA na qualidade de interesses estatais continuam a repetir a estratégia grega de se afirmarem pela esperteza e pelo poder (uma ajuda de auto-ajuda) e que se se expressa na estratégia do Cavalo de Troia, ou cavalo troiano! (O amigo conhece bem isto mas eu faço referência a isto aqui para aqueles que por acaso não estudaram história/mitologia grega notem esta história hoje mais que presente nas relações de interesses entre povos!). O cavalo oferecido pelos gregos aos troianos durante a Guerra de Troia levaram os gregos a vencerem a guerra! Os EUA repetiram essa estratégia quando meteram o pé na Europa aquando da ajuda nas primeira e segunda guerra mundial. Por isso mesmo a Alemanha por muitas potencialidades que tenha continua condicionada ao facto de ter as bases americanas no seu país (cimentadas pelo tratado 2+4)! Deste a administração americana deu seguimento a uma parte da história europeia nem sempre edificante!!! Muito boa analogia a da panela! Muito agradecido!
A panela de ferro e a panela de barro.
Viajavam juntas, rio abaixo e a de ferro disse para a de barro:
《Encosta-te a mim.
Como eu sou mais forte, vais mais protegida… 》
A de barro, objectou:
《 É melhor não, nestes balanços e na corrente pode ser que eu venha a chocar contra ti e com isso me quebre …》
Aqui nesta parábola a panela de ferro não são os USA mas sim as bombas atómicas.
Mas quem lá as instalou foram os USA…
Pedro Torres de Castro , exactamente. Que os EUA instalaram as bombas foi um facto que também ajudou a Europa a defender-se do regime socialista soviético! Só que uma vez caído o império soviético teria sido uma oportunidade para a Europa se tornar consciente dela mesma sem ter de continuar a tser a panela de barro dependente dos EUA nem da Rússia. Houve oportunidade para isso mas uma Europa dividida e com medo da Alemanha preferiu fomentar a própria divisão e assim continuar dependente dos EUA em vez de procurar transformar a panela de barro que era e é em panela de ferro, para depois poderem andar de olhos nos olhos!
Muita informação e conhecimento, para poder compartilhar uma opinião. Todavia sim, concordo que o esforço e investimento, deveria ser no sentido da paz e não da guerra…
Só esse faz sentido.
Fica contraditória a realidade que vivemos, face ao mundo, que se dizemos querer, mais humano e mais fraterno!
Não se compreende que não haja, quem possa por côbro à acção criminosa e genocida!
Dói e revolta, saber que tudo continua impávido, perante mortes, jogos maquiavélicos e chacinas!
Que não se aprenda, com o que já deu ensinamento e orientação!
Perante tudo isto, fica um sentimento, de muita tristeza, frustração e impotência, por nada podermos fazer.
Teste duro este, o de assistirmos em dor e revolta e o de reagirmos, silenciosamente, como se tudo isso fosse normal!
Muito obrigada pelas suas, sempre tão actuais e pertinentes, reflexões e partilhas.
Bem-haja.
Manuela Silva , obrigado pelo comentário. Geralmente o que aqui coloco é comprido e mais comprido é o texto completo na minha página. A minha intenção é apresentar várias perspectivas para haver vários pontos de abordagem numa realidade que geralmente é a-perspectiva. No fundo não nos podemos queixar dos responsáveis pelo mal e bem que fazem porque somos nós que os elegemos. O problema é que Portugal figura na Europa, segundo dadas estatísticas, como politicamente inculto e os políticos em vez de procurarem criar condições de verdadeira formação política abusam da situação do povo. Os do arco do poder diabolizam publicamente quem também quer assuir poder e o povo deixa-se levar na cantiga de um discurso político sem fundamentos lógicos e desorientador.É verdade que que está consciente do que realmente se passa sofra e por vezes desespere. Por isso grande parte dos portugueses por impotência de poder mudar um sistema intrinsecamente fechado em si (dos amigos e amiguinhos do poder) tornado de si imutável e porque a vida que lhes é dado viver é árdua, preferem retirarem-se para sector privado e familiar . Asim nao sofrem com a miséria crónica que nos governa. O que escrevo faz doer e principalmente porque toca nos aspectos da vida que causa sofrimento. Mas é sempre melhor tomarmos a atitude do filósofo Sócrates que se consegue distanciar de tudo e pegar com as próprias mãos o cálice da cicuta. Todo o tomar consciência de si mesmo e da sociedade provoca dores como as de parto porque deste modo nos encotramos sempre em processo novo de renovamento.
Desculpe, não quero ousar por ignorância, mas deixe-me dizer-lhe que não sei, se escolhemos mesmo, sinceramente.
Afinal, resta-nos apenas o que nos apresentam numa mera lista, que pode depois, por avidez pela cadeira do poder, fazerem dela valer, qualquer geringonça!
Vemos uma confusão, de ideias e valores nos próprios políticos. Parece, já disso não quererem mais saber.
Se é verdade que uma certa “voz única” impera e que muito por isso, o povo não consegue discernir, é verdade também que há por parte dos próprios representantes políticos, pouco rigor e honestidade, quer nas suas acções, quer nos seus discursos. Sabemos como angariam sócios e votos na franja mais carente da sociedade.
Quanto mais ignorância melhor para a distrair e manipular.
Continuam a dar ao povo, pão e circo e povo carente, alinha e agradece.
Tudo vale, para se conseguir assento na cadeira do poder.
O ego comanda a acção do político.
Fica assim, difícil tomar um papel mais activo e acreditar neste sistema de eleição e na máquina que extrapola a nossa acessibilidade e entendimento Pelos acordos assinados fora do âmbito nacional, perdemos a nossa soberania e parece irreversível um certo sentido.
Neste “vale de lágrimas”, parece restar como alento, o exemplo de determinação e coragem, que tão bem e oportunamente lembrou, o nosso eterno e sempre actual filósofo, Sócrates, que perante as injustiças, fez valer a sua convicção, de como deve ser Homem, numa sociedade cega e sem valores.
Muito obrigada
Manuela Silva, gostei do seu texto. Só não percebi o que queria dizer com a frase (ou a que assunto do texto se referia): “Desculpe, não quero ousar por ignorância, mas deixe-me dizer-lhe que não sei, se escolhemos mesmo, sinceramente.” Obrigado.
A sua última pergunta, Antonio, é muito justificada, no entanto nenhum político atual tem o tema “cultura da paz” na sua agenda. Todo mundo aposta no poder e na guerra. Acabei de ouvir que Alemanha, França e Inglaterra fizeram um pacto contra a Rússia.
D.h.der grande guerra está cada vez mais próxima, paz cada vez mais longe
Deine letzte Frage, Antonio, ist sehr berechtigt, jedoch kein aktueller Politiker hat das Thema “Friedenskultur” in seiner Agenda. Alle setzen auf die Macht und den Krieg. Ich habe gerade gehört, dass Deutschland, Frankreich und England einen Pakt gegen Russland geschlossen haben.
D.h.der große Krieg ist immer näher, der Frieden immer weiter
Ksenija Duhovic-Filipovic , Tu és uma observadora atenta à política mundial e ao que realmente se passa!
A Inglaterra, a Alemanha e a França sempre consideraram o resto da Europa como a sua horta!.
Mas isso não vem escrito claramente nos livros de História porque, caso contrário, o povo acordaria e exigiria uma atitude de responsabilidade aos seus governantes, quero dizer, administradores! O conhecimento pelo povo da realidade em que navega obrigaria a política à instalação de uma cultura de paz, mas na realidade a continuação do Status quo serve as forças parasitas!
Como esta é a realidade na natureza e na sociedade, as pessoas que têm mais disponibilidade para observar, sob várias perspectivas, o que se passa, deveriam todas empenhar-se, gratuitamente, no serviço da humanidade e não resignar fechando-se em casa. Essa poderia ser uma missão propícia para os reformados em vez de meterem o seu saber e experiência debaixo do alqueire.
O título do meu texto, “ABANÃO DE TRUMP A UMA EUROPA DIVIDIDA ENTRE INTERESSES NÓRDICOS E LATINOS”, para pessoas que leem também o que está nas entrelinhas, é claro ao apontar para uma Europa ao serviço dos interesses das três potências.
A Europa com o início do século XXI deu início apressado à era das trevas que apontam para a sua decadência rápida (uma grande guerra na Europa seria a realização do Apocalipse; as forças do mal trabalham para isso enquanto o povo dorme na sua “inocência”!). Os nossos políticos mostram ter um quociente de inteligência muito inferior ao do povo que manipulam.
Uma nova grande guerra destruiria totalmente a Europa mas deixaria ainda suficiente espaço para os EUA, (América do Sul) Ásia e África.
Mas isso não está claramente afirmado nos livros de história, caso contrário o povo acordaria e exigiria uma atitude responsável dos seus governantes, quero dizer, dos administradores! Isto exigiria o estabelecimento de uma cultura de paz, mas a manutenção do status quo serve as forças parasitas!
O título do meu texto “O AGITO DE TRUMP PARA UMA EUROPA DIVIDIDA ENTRE OS INTERESSES NÓRDICOS E LATINOS” – para quem também lê o que está escrito nas entrelinhas – aponta claramente para uma Europa que serve os interesses das três potências.
No início do século 21, começou a Idade das Trevas para a Europa. Os nossos políticos mostram que têm um quociente de inteligência muito inferior ao das pessoas que manipulam.
Uma nova grande guerra destruiria completamente a Europa, mas ainda deixaria espaço suficiente para os EUA, (América do Sul), Ásia e África.
Mas confortemo-nos uns aos outros com base na realidade. O ser humano a nível individual e social é feito de forças positivas e negativas que o beneficiam e ao mesmo tempo prejudicam. Daí o problema no sentido de conseguirmos um mundo melhor . O problema radica na luta!
Ksenija Duhovic-Filipovic , Du bist ein aufmerksamer Beobachterin der Weltpolitik und dessen, was wirklich vor sich geht!! England, Deutschland und Frankreich haben den Rest Europas immer als ihren Gemüsegarten betrachtet. Aber das steht nicht eindeutig in den Geschichtsbüchern, denn sonst würde das Volk aufwachen und von seinen Herrschern, ich meine Verwaltern, eine verantwortungsvolle Haltung einfordern! Dies würde die Etablierung einer Kultur des Friedens erfordern, aber die Aufrechterhaltung des Status Quo dient den parasitären Kräften! Da dies die Realität in der Natur und in der Gesellschaft ist, sollten sich alle Menschen, die am ehesten dazu in der Lage sind, das Geschehen wirklich zu beobachten, unentgeltlich in den Dienst der Menschheit stellen und sich nicht damit abfinden, sich zu Hause einzuschließen. Dies könnte eine geeignete Mission für Rentner sein, anstatt ihr Wissen und ihre Erfahrung unter den Scheffel zu stellen. Der Titel meines Textes „TRUMP’S SHAKE TO A EUROPE DIVIDED BETWEEN NORDIC AND LATIN INTERESTS“ – für diejenigen, die auch lesen, was zwischen den Zeilen steht – weist deutlich auf ein Europa hin, das den Interessen der drei Mächte dient. Mit Beginn des 21. Jahrhunderts begann in Europa überstürzt das dunkle Zeitalter (Proletarisierung der Kultur und der Menschen), was als Hinweis auf seinen raschen Niedergang interpretiert werden könnte (ein großer Krieg in Europa wäre die Verwirklichung der Apokalypse; die Mächte des Bösen). sind in der Welt erfolgreich dafür im Einsatz, während die Menschen in ihrer „Unschuld“ schlafen!). Unsere Politiker zeigen, dass sie einen viel geringeren Intelligenzquotienten haben als die Menschen, die sie manipulieren. Ein neuer großer Krieg würde Europa völlig zerstören, aber immer noch genügend Raum für die USA, (Südamerika), Asien und Afrika lassen. Aber lasst uns einander auf der Grundlage der Realität trösten. Der Mensch besteht auf individueller und sozialer Ebene aus positiven und negativen Kräften, die ihm gleichzeitig nützen und schaden. Daraus ergibt sich das Problem, eine bessere Welt zu erreichen. Das Problem liegt im Kampf!
Obrigado Antonio pela resposta. Desde a guerra na Iugoslávia, tenho acompanhado mais de perto o que está acontecendo na política mundial. Não antes. Não acreditei que poderia haver uma guerra. Tinha ilusões de que as elites políticas mundiais também têm razão e humanidade.. ,.
Estava errada. A política mundial está focada apenas no poder, domínio e dinheiro. Homem não significa muito…
E hoje em dia eu tenho tempo pra ler muito. Também recebendo muitos correios… Tente explicar tudo a mim mesmo e pergunte a si mesmo também
qual é a sua opinião? ,,,
Ksenija Duhovic-Filipovic
António Cunha Duarte Justo Danke, Antonio, für die Beantwortung. Seit dem Krieg in Jugoslawien verfolge ich aufmerksamer die Geschehnisse in der Weltpollitik. Davor nicht. Hatte nicht geglaubt, dass es zu einem Krieg hätte kommen können. Hatte Illusionen, dass die politischen Eliten der Welt auch Vernunft und Menschlichkeit haben..,.
War falsch. Die Weltpolitik richtet sich nur nach Macht, Herrschaft und Geld. Der Mensch bedeutet nicht viel …
Und in diesen Tagen habe Zeit , um viel zu lesen. Bekomme auch viel Post…Versuche mir alles selbst zu erklären. Dann frage Dich auch
wie Deine Meinung ist .,,,
Ksenija Duhovic-Filipovic, as guerras que na minha vida me causaram mais sofrimento, a nível emocional, foi a guerra na Jugoslávia de 1999 em que a NATO – aliança de defesa – atacou a Jugoslávia com o argumento de defender os Kosovo-Albaner. O bombardeamento da Jugoslávia deu-se ilegalmente contra o direito dos povos e causou muitos milhares de mortos. Foi o primeiro ataque da NATO na direção Leste.
A outra guerra que me feriu muito foi a da Indonésia contra Timor! As operações militares da indonésia provocaram a maior tragédia na história de Timor Leste entre 1977 e 1979. A ocupação pela Indonésia provocou a morte a 200.000 pessoas. O povo português solidarizou-se com o povo timorense o que ajudou muito a Timor Leste que viu reconhecida a sua independência pelas nações Unidas em 2002. Na altura escrevi muitos artigos sobre o assunto!
Ksenija Duhovic-Filipovic , der Krieg in meinem Leben, der mir auf emotionaler Ebene am meisten Leid zugefügt hat, war der Krieg in Jugoslawien im Jahr 1999, in dem NATO – Verteidigungsbündnis!!! – griff Jugoslawien mit dem Argument an, die Kosovo-Albaner zu verteidigen. Die Bombardierung Jugoslawiens erfolgte illegal unter Verletzung der Rechte des Volkes und forderte viele tausend Todesopfer. Es war der erste Angriff der NATO im Osten, der ihr die Gelegenheit gab, ihren Einfluss gegenüber Russland zu erhöhen.
Der andere Krieg war Indonesiens Krieg gegen Timor! Indonesische Militäroperationen verursachten zwischen 1977 und 1979 die größte Tragödie in der Geschichte Osttimors. Die Besetzung durch Indonesien forderte den Tod von 200.000 Menschen. Das portugiesische Volk zeigte Solidarität mit dem timoresischen Volk, was für Osttimor, dessen Unabhängigkeit 2002 von den Vereinten Nationen anerkannt wurde, sehr hilfreich war. Ich habe damals viele Artikel zu diesem Thema geschrieben!
António Cunha Duarte Justo, sim, parece-me muito ignorante, aquele que emite opinião, perante quem detém o saber sobre um determinado assunto.
A ignorância dá-nos essa ousadia e eu não quereria fazer, essa triste figura!…
Manuela Silva , o problema é que ninguém detém o saber absoluto sobre qualquer coisa, a não ser o saber místico! De resto nem sequer a Ciência natural trabalha com certezas. O seu instrumento de trabalho são as hipóteses que se colocam perante a dúvida!