A quarta Revolução industrial vem possibilitar a Simbiose de Socialismo, Capitalismo, Controle social e Vigilância
Agora que o processo da globalização gagueja, o cofundador da Microsoft Bill Gates, o diretor executivo da Apple, Tim Cook, e o diretor executivo da Tesla, Elon Musk, visitaram nas últimas semanas a China em missão globalista. Depois do encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, (16.06.2023) Bill Gates – chefe da Fundação Gates – revelou-se muito satisfeito com as conversações tidas e Xi disse a Gates: “você é o primeiro amigo americano que encontrei em Pequim este ano”. “Sempre depositamos nossas esperanças no povo americano e esperamos uma amizade contínua entre os povos dos dois países”, acrescentou Xi (1).
Como se constata a economia encontra-se empenhada em continuar a determinar o desenvolvimento das políticas conectadas no âmbito de supraestruturas a nível global, no seguimento da doutrina de Davos. Neste contexto, a crise da Ucrânia não passará de um mero episódio histórico na competição selectiva para o apuramento dos global player (jogadores universais) que sincronizadamente determinarão o futuro e a qualidade de vida dos povos das próximas gerações. No nosso sistema social, a política é uma divisão subordinado à economia, embora os políticos tenham de dar a impressão ao povo de que são eles os alquimistas do poder. A China faz brilhar os olhos da esquerda e do capitalismo turbo porque esse sistema conseguiu reunir política e economia em uma só mão.
Para se entender o que se passa é de lembrar que já em 21 de dezembro de 2018, o bilionário Klaus Schwab foi premiado pela China com a ‘Medalha da Amizade da Reforma da China’. Klaus Schwab é uma referência mundial e foi o fundador do Fórum Económico Mundial (WEF) em 1971 que se reúne anualmente em Davos, na Suíça e que conecta funcionários do governo, empresários, académicos e outros líderes de todo o mundo para discutir e determinar coordenadas e questões económicas e sociais globais. Como então dizia Klaus Schwab, “o WEF tem orgulho de trabalhar com a China nas últimas quatro décadas.” O fórum tem uma atitude inequivocamente positiva em relação à China sob a liderança do Partido Comunista, que considera o modelo globalista de uma simbiose de socialismo, capitalismo, controle social e vigilância.
Destes e doutros oligarcas, como Soros, estão a depender as coordenadas da política mundial numa promiscuidade política de capitalismo e socialismo que se servirão das administrações como que se dos braços de um polvo se tratasse. Como em tudo, estes universais player provocam desenvolvimentos muito positivos e também muito negativos no desenvolvimento dos povos. O modelo chinês é ainda orientado pelo partido comunista mas tudo leva a crer, como se observa pelo desenrolar do controlo social actual e da política mundial, que, com o tempo, bastará um executivo central para reger e controlar a informação e com ela proceder à manipulação das mentalidades dos povos de maneira a virmos a ter uma sociedade artificializada dirigida por um grupo de tecnocratas executor das indicações que um novo sistema IA produzirá.
O fórum de Davos tornou-se uma plataforma de elites influentes onde as tendências globais são analisadas e tomadas importantes decisões económicas e políticas para a generalidade dos países. As áreas de influência de Schwab são notáveis, como se pode ver pela participação de personalidades mundiais no fórum de Davos. Foi Schwab que cunhou o termo “capitalismo das partes interessadas”, uma espécie de capitalismo camaleão não vinculado a mundivisões, mas a interesses políticos e económicos. Por influência do Fórum e de outras supraestruturas políticas tudo leva a crer que se prepara a era da indústria do humano.
O termo “capitalismo das partes interessadas”, implementa a ideia de que as empresas estão comprometidas não apenas com os acionistas, mas também com os interesses de todas as partes relevantes – incluindo funcionários, clientes, comunidades e meio ambiente. Daí a eficiência de Agendas e ONG a actuar globalmente no sentido de criar uma conscientização análoga e anónima resultante da conectação das áreas económicas, políticas, culturais e sociais num denominador comum de negócio universal do humano. Schwab criou o termo quarta revolução industrial, que descreve a fusão progressiva do humano através de tecnologias como inteligência artificial, robótica, Internet e biotecnologia conectadas.
Schwab serve-se dos desenvolvimentos tecnológicos na economia, na sociedade e no mundo do trabalho e quer vê-las integradas activamente na governança global através da colaboração e governação globais que se serve cada vez mais do papel de organizações internacionais para pular sobre os interesses nacionais. Em nome de se enfrentar desafios globais e da multilateralidade as grandes potências instrumentalizam a cultura e a arte como forma moderna de deformação da sociedade. Neste sentido devem ser criadas novas formas de intercâmbio entre líderes empresariais e artistas. É verdade que Klaus Schwab se revela como um oportuno catalisador de pensamento e de mudanças a nível global, mas deixa extremamente a desejar o aspecto humano reduzido a um rebanho a viver dentro de um estábulo.
Resumindo: a quarta Revolução industrial de Schwab possibilita a simbiose de socialismo, capitalismo, controle social e vigilância; através de Davos e da ONU conecta políticas, empresários e políticos globais seguindo uma filosofia estruturalista e pragmática a que falta a perspectiva cristã do humano.
António CD Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8603
(1) https://www.dw.com/en/bill-gates-meets-chinas-president-xi-jinping/a-65934535
O “globalismo” não existe, é uma invenção das cabeças tontas da teoria da conspiração que odeiam a globalização.
Vão sofrer até morrer, a globalização que enriquece países pobres e ricos, está irreversivelmente para ficar, livre comércio em todo o mundo é o futuro.
José Luís Caldeira Fernandes , uns extremistas glorificam a globalização, outros afirmam que a globalização não existe e outros extremistas pegam só nos aspectos negativos da globalização para não reconhecerem os aspectos positivos que ela também tem!
Talvez em Portugal não se fale disso por ser uma nação que não interfere directamente na economia. O processo da globalização existe não só no aspecto económico, mas também no aspecto político como praxis globalmente orientada na maneira de pensar e agir. Além de ser uma adaptação às leis do mercado mundial ela manifesta-se a nível cultural como problemática na medida em que por um lado se fomenta a privatização (ada vez nas mãos de mais fortes que destroem a camada social média) , mas por outro lado leva o Estado a estabelecer um regime de controlo do cidadão de caracter socialista de forma inédita. Tudo acontece paulatinamente de maneira a que a maioria dos cidadãos não notem a mudança. Daí a necessidade de discussão de assuntos abertos que não precisam de ser considerados de forma dogmática ou autoritária.
António Cunha Duarte Justo ah, também é contra as privatizações…
Tal como o resto dos nacionalistas que partilham com os seus irmãos comunistas a doutrina económica.
Mas afinal o “globalismo” é o quê?
Porque a globalização parece ter uma ideia…
José Luís Caldeira Fernandes , tenho a impressão que só está interessado em pegar nos pelos do ovo quando o que está em discussão seria o ovo inteiro. Não sou contra a privatização de serviços muito relevantes para um povo; entre outros sou contra a privatização da água! Quanto a mim sou contra o modelo chinês que une socialismo e capitalismo nas mãos do Estado e observo com tristeza que em Portugal e em instituições da EU se está a criar um sistema de controlo do cidadão através de bancos, finanças e e conivência com os global player transmitindo para eles competências de controlo que só ao estado democrático pertenceriam. Por outro lado os governos das grandes potências e em grande parte os países de economia irrelevante são obrigados a subsidiar com o dinheiro dos contribuintes as grandes empresas multinacionais para deste modo manterem as suas fábricas nos países; enfim uma imitação da China comunista!
António Cunha Duarte Justo um perfeito comunista, os problemas são dos bancos e demais corporações.
Os privados pagam todos os dias é a existência de empresas públicas, não privadas independentemente da dimensão.
José Luís Caldeira Fernandes , mais uma vez observo que consegue fazer de uma mosca um elefante! Pelos vistos não se tem dado conta dos biliões de euros que estados como a Alemanha têm concedido a grandes empresas para que elas se radiquem ou continuem na Alemanha! Facto é que a classe média esá a pagar com impostos que em vez de terem retorno em empresas vêem seus impostos serem empregues no fomento de multinacionais… Compreendo que nos encontramos numa época em que os governos de estados capitalistas têm de fomentar as maiores empresas para poderem concorrer com o capitalismo de estado do regime comunista chinês. É a vida e não implica que uma pessoa tenha de ser por um sistema ou por outro como tentou implantar na consciência do povo o regime comunista abrilista; doutro modo basta uma visão simplicista de pensamento a preto e branco como fomos educados especialmente a partir do socialismo português que parece ter deixado os seus vestígios não só nos socialistas mas também nos conservadores.
Um bom artigo sobre as actuais mudanças do pensamento humano, por força da industrialização do humano sem o espírito crítico e a esperança de liberdade. Já não será no meu tempo. Não tenho pena por isso.
Aurora Martins Madaleno ,é verdade. O desenvolvimento da biotécnica e a nível de inteligência é tal que mal se pode imaginar! Uma coisa só nos deve preocupar: que todo o desenvolvimento bem-vindo seja em benefício do humano e respeite os direitos humanos e o direito à sua integridade. O problema não é realmente do desenvolvimento rapidíssimo das tecnologias, mas sim o problema de em que mãos caem. Por isso é preciso que quem tiver tempo e disposição chame a tempo para tais problemas para que toda a sociedade funcione para o bem dela mantendo nela a pessoa humana como a coisa mais sagrada num mundo a caminho do divino.