A Excepção faz parte da Regra
António Justo
No sentido de proteger relações duradoiras, a Igreja Evangélica de Kurhessen-Waldeck, passou a abençoar pares de sexo igual (homossexuais). Nesta Igreja passa-se, oficialmente, a dar a bênção a pessoas homossexuais. Com a bênção, a união de parceiros recebe caracter confiável e permanente, tornando-se, ao mesmo tempo, em sinal contra a troca frequente de relações ad hoc. O sínodo evangélico deste Estado reformou também a lei do serviço paroquial para párocos, abrindo assim as portas a párocos homossexuais. 80% dos sinodais aprovaram o texto e os restantes 20% votaram contra ou abstiveram-se.
Apenas um problema de luta entre maiorias e minorias? Uns advogam a leitura acrítica de textos bíblicos, outros, o humanismo e o progresso.
Para uns estas medidas significam um afastamento da instituição da tradição bíblica sacrificada ao espírito do tempo. Para eles a Igreja nunca poderá aprovar uma prática “contra-natura” e fechada à vida. Por outro lado a Igreja faz casamentos de pessoas em idade fora do ciclo da reprodução.
Alguns argumentam que a Igreja só condena a homossexualidade mas que tem compreensão e caridade pelos homossexuais. Assim, colocam os homossexuais numa situação de coitadinhos. Se se aceita os homossexuais mas não se aceita que eles pratiquem a sua homossexualidade, significaria que teriam de ser celibatários e de renunciar ao amor íntimo (parceria amorosa). Para um homossexual, porém, a sua maneira de amar é sentida como natural e para cumprir o preceito teria de viver contra a sua natureza.
A questão torna-se mais difícil num tempo em que há frentes muito duras escondendo-se, por trás de movimentos homossexuais organizados globalmente, grandes forças de agressão contra a Igreja Católica.
Há homossexuais que vivem em contínuo conflito escondendo a própria homossexualidade perante a sociedade e perante a Igreja. Isto leva homossexuais crentes a viver com o problema ou a afastarem-se da Igreja. Muitos homossexuais têm uma tendência especial para a religiosidade, dado viverem em si, de maneira especial, uma parte da feminidade. Os homossexuais católicos são obrigados a ter uma perturbação na sua relação com a Igreja instituição.
Segundo C.G.Jung, cada pessoa tem em si potencialidades masculinas e potencialidades femininas com correspondentes tendências homossexuais escondidas e não vividas, o que torna o combate de uns e de outros mais aferrado.
A bênção é também uma consequência da misericórdia divina a ter em conta na pastoral. Irmana-nos a todos a luz e a treva. O que de um lado parece luz revela-se do outro lado treva e vice-versa.
Sob o ponto de vista pastoral deveria, cada comunidade, cada pároco poder decidir, a partir da situação concreta, a possibilidade da bênção. Todos precisamos do amor de Deus e duma comunidade. O cristão e o não cristão não devem julgar uma outra pessoa pelo facto de ela ser homo ou heterossexual. “Por que olhas o cisco no olho de teu irmão e não enxergas a trave que há no teu? …Não julgueis e não sereis julgados” – dizia o Mestre.
Seria óbvio aceitar a realidade de que, muitas vezes, o homossexual, com a sua inclinação natural, tal como o heterossexual, se encontra e vive em harmonia consigo e com o mundo. Porque criar desarmonia onde ela não está? Na natura tal como na cultura há regras e excepções a elas. Porque não aceitar concretamente a regra de que não há regra sem excepção? A tarefa da Igreja não se pode esgotar no seu aspecto didáctico-pedagógico. A pastoral, no encontro das pessoas, no terreno, não se pode esvaziar na defesa da ortodoxia mas sim integrá-la numa orto-praxia. Moral não é nenhuma mordaça, é apenas um capítulo do grande livro do cristianismo.
Deus criou o mundo, Deus criou homossexuais e heterossexuais e verificou que tudo era bom. Só assim poderemos viver e celebrar a paz. Só assim nos encontraremos todos em casa.
A característica comum a todo o humano é a fragilidade, são as faltas a todos comuns. No momento em que as não tivéssemos deixaríamos de ser humanos, de sermos reais. Somos peregrinos num mundo peregrino, não vale a pena sobrecarregar a mochila que cada um traz ou a dos outros com pesos que impedem o caminhar em conjunto. Quem me legitima a limitar Deus e a moral à sebe do meu pensamento se ainda não descobri sequer quem sou eu? Porque não meditar e verificar que aquilo que combatemos fora de nós (no outro) é o que temos dentro de nós? O combate distrai-nos de nós mesmos (da nossa ipseidade), impede-nos de nos descobrir no outro e de acariciar o outro em nós. Isto não é cristão
António da Cunha Duarte Justo
Teólogo católico
sim, isto sao os protestantes. católicos nicles…. ou será q me engano? você antónio q percebe do assunto q me corrija…
Tem razão. Os católicos andam mais devagar! Mas não se pode falar de maneira inclusiva dos católicos nem dos protestantes em geral, dado no seio de cada confissao haver opiniões controversas. O mesmo se dá na sociedade.
Não posso concordar, meu caro, com a tua argumentação um tanto ou quanto ambígua. Isto de sodomia não permite meias tintas ou se é ou não se é. e para um cristão não pode haver ambiguidades neste assunto.
O que se está a passar no Brasil com o célebre PL122 é demasiado grave para qualquer democracia.
Amigo, respeito a tua posição. Não podemos, porém, equacionar a sociedade como se ela fosse um convento. O mundo natural, social e intelectual assenta na base do compromisso e da complementaridade. Absoluto só Deus. Tens razão ao referires-te sobre os excessos que se passam no Brasil. Naturalmente que quando falo aqui de homossexuais não me refiro a organizações homossexuais fortes que pretendam “mudar a cultura” e usam a incriminação e a imagem de vítima para imporem também outros fins. Hoje existem discriminações incomparáveis com a dos homossexuais e ninguém fala nelas. São os sinais dos tempos.
De resto, porque criticar a tomada de posição daquela igreja. Que deve impedi-la de abençoar homossexuais; ela também abençoa casas, carros, animais, sementeiras. Os heterossexuais administram-se o sacramento do matrimónio com a bênção da igreja e os homossexuais cimentam a sua fidelidade com a benção. Uns realizam um sacramento, os outros uma paraliturgia. O sacramento implica algo exclusivo que é a transmição da vida, educaç1bo dos filhos, numa união de polos aparentemente opostos, mas que são símbolo da sua complementaridade.
Só Deus possui a verdade, mais ninguém!
“Deus criou o mundo, Deus criou homossexuais e heterossexuais e verificou que tudo era bom”
Ai! Eu não acredito que qualquer pessoa em seu juizo perferito diga uma barbaridade dessas, como cristão que sou sinto-me indignada com esta frase… desculpe… Deus criou o quê?
Deus criou sim o mundo. Mto bem! e criou homosexuais e heteressexuais? Desculpa? Deus criou o homem e como viu que não era bom que o homem ficasse sozinho então é que criou a mulher. O homem e a mulher completam-se, é uma complementariedade bela, digna e é por isso que nasceste, seu BURRO! Sinceramente, uma pessoa encontra cada asneira nesta Internet. A homosexualidade não foi criada por Deus. Ela é sim fruto da desobediencia do homem. Deus criou o homem em harmonia com a natureza e com Ele. Deus é o criador e nós somos criaturas, deveriamos ser perfeitas. Se fossemos perfeitos não estariamos usando o indestino como orgão reprodutor! Merda mesmo! Ó sexo é sagrado. Sexo é vida! Deus deu-nosexo para ser vivido com dignidade. Diga-me, que dignidade existe em enfiar o pénis no cu de outra pessoa? É merda mesmo, É aberração, desvio psico/fisico. ABERRAÇÃO!
Que raio de católico és tu, não conheces a tua religião, não lês a Biblia. Deus não muda, o que Deus disse á mais de 2 ooo mil anos é para todo o sempre. Lei de Deus é para se cumprir. Lei da natureza é para se cumprir. As leis de natureza foram feitas por Deus. Só a lei dos homens é que muda consoante o seu “belo prazer”. DEUS NÃO MUDA. ELE É O PRINCIPIO E O FIM. Que católico mais mal amanhado!!!
É verdade, Deus não muda. Quem muda é o Homem e as suas ideias sobre Deus e sobre o Homem.
O cristianismo é mais que uma religião!
Compreendo e até me alegro com a diferença de opinião em relação ao que escrevo.
Não defendo a homossexualidade e estimo muito quem não cede a qualquer instinto. Procuro compreender e não julgar, como queria o Mestre da Galileia. “Quem não tiver defeitos que atire a primeira pedra”!