IMIGRAÇÃO NOS EUA – A SOLICITAÇÃO DE UMA LEI DE IMIGRAÇÃO NA ALEMANHA

Nos EUA vivem 32,5 milhões de estrangeiros e 11,1 milhões de ilegais, (destes, 5,8 milhões são mexicanos, 1,7 milhões da américa central, 650 mil da américa do sul e doutras nações 2,5 milhões) como se verifica do Pew Research Center, US US Grenzschutz, AEP. Clinton começou a construir um muro de 1.000 Km em 1994. Muros dificultam mas não impedem.

A imigração ilegal nos EUA é desde há anos considerada um crime, não só uma infracção administrativa. Muros há também na Hungria, Marrocos e entre a Turquia e a Grécia.

Torna-se sínica a ideia de fechar as portas aos mexicanos e querer enviar muitos dos mexicanos ilegais para o México, precisamente nos EUA cuja parte do território era mexicana antes da formação dos EUA. A longo prazo os mexicanos tornam-se americanos não criando problema de identidade para os EUA. Mais difícil é a questão dos imigrados muçulmanos que concebem a sua vida a partir do gueto e se definem em oposição à sociedade acolhedora. Passadas centenas de anos exigem independência (constituição de estado muçulmano) como aconteceu na antiga Jugoslávia e noutras partes do globo.

Atacar ou defender a imigração torna-se uma questão confusa dado não se fazerem diferenciações nem definições de objectivos a atingir e meios de os conseguir quer para “hóspedes” quer para a sociedade acolhedora. Tudo se move apenas sob o jorro da economia.

Na Alemanha há a exigência de se criara uma nova lei de estrangeiros que facilite a entrada a imigrantes formados e que venham fortalecer a classe média culta. Ter-se-ia uma lei de estrangeiros que diria quem é bem-vindo e quem não. Melhor seria combater as causas do movimento dos refugiados e criar-se uma ordem mundial mais justa. Doutro modo a sociedade continua a jogar com as classes desprotegidas a nível interno e externo (imigrantes a recalcar os desprotegidos da sociedade acolhedora). Temos assim um progresso elaborado a partir da exploração dos grupos precários numa dinâmica de luta entre eles que possibilita a subida de alguns deles.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo

ALEMANHA A ACORDAR PARA O PERIGO DO FASCISMO TURCO

Importação de conflitos políticos religiosos e sociais

António Justo

No dia 16 de Abril 58,2 milhões de turcos vão deliberar por referendo a favor ou contra a constitucionalização de uma ditadura presidencial na Turquia. 2,9 milhões de eleitores encontram-se no estrangeiro; na Alemanha vivem 1,4 milhões.

O presidente turco Erdogan e seus ministros pretendem continuar a fazer sessões de propaganda a favor da introdução de um sistema presidencial. Como os turcos da diáspora são muito nacionalistas e nas últimas eleições o partido de Erdogan conseguiu na Alemanha um apoio superior a 60%, Erdogan espera destes que votem pelo seu programa de marginalizar instituições democráticas e obter para o presidente poderes que pertenceriam ao parlamento.

Ministros turcos viram impedidos os seus intuitos de fazerem propaganda pela ditadura ao ser-lhes proibidos os comícios de Gaggenau, Colónia e Frechen. O presidente da cidade de Gaggenau não permitiu o evento nas instalações, onde o ministro turco da justiça (Bozdat) ia fazer propaganda pela reforma antidemocrática; o autarca argumentou com a falta de lugares de estacionamento e de segurança para os visitantes que tadicionalmente assumem em grande número nos seus eventos políticos.

O regime de Erdogan persegue a liberdade de imprensa e de opinião e o seu ministro da Justiça tem a lata de declarar a proibição do seu comício de propaganda como “maneira de agir fascista”.

O tom entre a Turquia e a Alemanha é áspero e a agressividade dos representantes do governo turco tornou-se insuportável. Os inimigos da liberdade e da liberdade de expressão na Turquia usam-se e abusam da liberdade de expressão na Alemanha. O governo alemão deveria ter mais consideração pelos inocentes perseguidos na Turquia. A EU torna-se cúmplice ao fechar os olhos ao que tem acontecido e acontece na Turquia. Na EU e seus membros governa o medo em geral e o medo de governos  imprevisíveis. A Turquia permite-se ser arrogante não só por natureza mas como  estratégia (ad intra) porque sabe que dela depende em grande  parte a entrada de mais refugiados na EU e isso é o que mais assusta os polítcos da EU especialmente em ano de eleições importantes.

A sociedade alemã admira-se de tanta arrogância e atrevimento da parte turca que quer servir-se e abusar da liberdade de expressão na Alemanha para defender posições fascistas e ditatoriais em comícios organizados nos guetos turcos; por outro lado a sociedade pensante admira-se pelo facto do Governo Federal se manter bastante mudo em relação ao agir escandalosamente antidemocrático do Governo de Erdogan e à maneira arrogante como se manifestam os representantes do governo turco na Alemanha.

O partido “União de Democratas Turco-Europeus” (UETD) é considerado o escudeiro do AKP de Erdogan, tal como muitas das mesquitas turcas na Alemanha.

Importação de conflitos políticos religiosos e sociais

Na Alemanha, a Turquia e muitos turcos exigem, além de tolerância para a sua intolerância, também o direito a propagarem a intolerância.

Na Alemanha em 1961 havia 6.800 cidadãos de nacionalidade turca. Actualmente os

Turcos na alemanha são cerca de 3,5 milhões; na França são cerca de 1 milhão.

Na Alemanha avalia-se o número de curdos turcos em 800.000 e com os curdos do Iraque, Irão, Síria, Arménia e Líbano chegarão a 1,7 milhões. Nos últimos dois anos terá havido cerca de 150.000 curdos que pediram asilo na Alemanha. Curdos na Turquia não podem usar o seu nome curdo.

Curdos e turcos encontram-se em conflito na Turquia e importam o conflito para a Alemanha, especialmente através de governo turco que se comporta em casa alheia como se estivesses em sua casa.

Conflito Alemanha-Turquia de mãos atadas

A 20.03.2015 é celebrado o acordo da EU com a Turquia sobre refugiados, recebendo a Turquia milhares de milhões de Euros para travar o fluxo de refugiados para a Europa, como refere o HNA. Deste modo a EU torna-se dependente da Turquia. A 31.03 o satírico Jan Böhmermann faz uma poesia contra Erdogan; este mete o satírico em tribunal na Alemanha mas perde a questão. No dia 2.06 o Parlamento alemão decide uma resolução condenando e qualificando de “genocídio”  as barbaridades dos turcos contra os arménios há 100 anos. A 22.06, a Turquia proibiu a visita de parlamentares alemães à Base Aérea de Incirlik e, como reacção, a ministra das Forças Armadas Alemãs visita demonstrativamente os soldados alemães estacionados na Turquia. A 15.07 dá-se o golpe de estado falhado; o presidente Erdogan declara o estado de emergência e organiza um golpe às instituições de Estado aprisionando muitas dezenas de milhares de funcionários do Estado. A 2.09 a chanceler alemã declarou a resolução do Parlamento alemão sobre a Arménia como legalmente não vinculativa. A 15.02.2016 as instalações do Instituto religioso Turco-Islâmica (DITIB) são investigadas pelas autoridades alemãs (Imãs espionaram apoiantes de Fethullah Gülen e mandaram informações para o governo em Ankara. Na onda de atemorização e aprisionamentos de jornalistas, a 17.02 o correspondente turco-alemão Yuecel,  do jornal Die Welt é capturado em Istambul com o argumento de fazer  propaganda pelos curdos na resistência, sendo apelidado por Erdogan como um “agente alemão”.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo

“EMIGRAÇÃO PORTUGUESA” – O QUE POLÍTICA E IMPRENSA NÃO ABORDAM

Emigração-Remessas-Aquisição de nacionalidades por portugueses emigrantes

António Justo

Segundo o Relatório Estatístico 2016, em 2015 havia 2.306.321 de emigrantes portugueses, dos quais 1.433.482 na Europa, 775.050 na América e 97.789 no resto do mundo.

As Remessas entradas em Portugal em 2015 foram 3.304 milhões de Euros e as saídas de Portugal 523 milhões de Euros.

Segundo o Observatório da Emigração  em 1970 havia 1.284.269 emigrantes portugueses; em 1980: 1.872.021; em 1990: 1.780.764, em 2010: 2.229.620, em 2013:2.028.597 e em 2015: 2.306.321.

Emigração necessitada é a prova cabal da ineficiência de um regime

Em 2015 registou-se a saída de mais 101.203 emigrantes, dos quais 40.377 permanentes e 60.826 temporários. Este é um fenómeno trágico num Estado vaidoso mas irresponsável para com o seu povo, ao não criar no país as condições de vida para todos poderem ganhar honradamente a sua vida. Constitui negligência e oportunismo político não se agendar uma nova política económica e de parcerias , continuando a viver-se da sangria da nação e das remessas dos emigrantes para equilibrarem o orçamento do Estado. Macabramente, a negligência e a má consciência do Estado em relação aos emigrantes leva a opinião pública a ignorar a sua contribuição ou a menospreza-los.

Emigrantes por países

Na Alemanha, em 2015 havia 110.384 residentes nascidos em Portugal / 133.929 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 9.195 portugueses. Em 2015 adquiriram a nacionalidade alemã 698 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 255.470.000€ e recebidas de Portugal 4.640.000€.

Na Suíça em 2015 havia 216.714 residentes nascidos em Portugal / 267.474 residentes com nacionalidade portuguesa. Entraram 12.325 portugueses. Adquiriram a nacionalidade suíça 3.537 portugueses. Remessas para Portugal: 738.128.000€ e recebidas de Portugal 3.846.000€

No Reino Unido em 2015 havia 140.000 residentes nascidos em Portugal / 219.000 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 32.301 em 2015. No mesmo ano adquiriram a nacionalidade inglesa 422 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 156.226.000€ e recebidas de Portugal 6.635.000€.

Na França em 2015 havia 606.897 residentes nascidos em Portugal / 519.500 residentes com nacionalidade portuguesa (1.346.472 registados nos consulados). Tinham entrado 18.000 em 2012. Em 2015 adquiriram a nacionalidade francesa 3,109 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 1.033.120.000€ e recebidas de Portugal 19.030.000€

Nos EUA em 2015 havia 177.431 residentes nascidos em Portugal. Entrada de 857 portugueses. Aquisição da nacionalidade americana 1.690 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 210.220.000€ e recebidas de Portugal 9.280.000€.

Na Espanha em 2015 havia 107.226 residentes nascidos em Portugal / 98.751 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 6.638 portugueses em 2015. Em 2015 adquiriram a nacionalidade espanhola 341 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 127.220.000€ e 13.370.000€ recebidas de Portugal.

Na Áustria em 2015 havia 2.615 residentes nascidos em Portugal / 3.213 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 663 em 2015. Em 2015 adquiriram a nacionalidade austríaca 1 português. Remessas enviadas para Portugal 8.630.000€ e recebidas de Portugal 190.000€.

Na Bélgica em 2015 havia 34.455 residentes nascidos em Portugal / 42.794 residentes com nacionalidade portuguesa. (Registos consulares 61.376       ). Em 2014 entraram na Bélgica 3.594 portugueses. 112 Portugueses adquiriram a nacionalidade belga. Remessas enviadas para Portugal 66.600.000€ e recebidas de Portugal 1.970.000€.

Na Suécia em 2015 havia 3.583 residentes nascidos em Portugal / 2.344 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 330 em 2015. Em 2015 adquiriram a nacionalidade sueca 66 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 10.175.000€        € e recebidas de Portugal 169 €.

Na Holanda em2015 havia 16.868 residentes nascidos em Portugal / 18.704 residentes com nacionalidade portuguesa. Tinham entrado 1.860 em 2015. Em 2015 adquiriram a nacionalidade holandesa 59 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 42.760.000€ e recebidas de Portugal 1.620.000€.

No Luxemburgo, em 2015 havia 92.100 residentes com nacionalidade portuguesa e entraram no Luxemburgo 3.525 portugueses. Aquisição da nacionalidade luxemburguesa por 1.168 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 86,937.000€ e recebidas de Portugal 1.449.000€.

No Canadá, em 2015 havia 238.369 registos consulares; em 2011 havia 140.310 residentes nascidos em Portugal / 23.765 residentes com nacionalidade portuguesa. Em 2015 emigraram para o Canadá 822 portugueses. Adquiriram a nacionalidade do Canadá 1.484 portugueses, em 2014. Remessas enviadas para Portugal 32.490.000€ e recebidas de Portugal 2.180.000€.

No Brasil, em 2015 havia 670.760 portugueses registados tendo em 2015 entrado 1.294 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 19.950.000€ e recebidas de Portugal 231.380.000€.

Em Angola, em 2015 havia 134.473 portugueses registados no consulado, tendo entrado 6.715. Remessas enviadas para Portugal 213.120.000€ e recebidas de Portugal 19.540.000€.

Em Moçambique, em 2015 havia 29.360 registos consulares tendo entrado 4.000 portugueses. Remessas enviadas para Portugal 7.560.000€ e recebidas de Portugal 10.015.000€.

Um Estado, que não se preocupa com a defesa e o crescimento do seu povo e da sua cultura, abdicou de si mesmo, não merece confiança ao contentar-se com uma política de dançarinos do poder no fim da procissão da União Europeia. O regime do 25 de Abril, que antes criticava Salazar pela emigração dos portugueses, motivada principalmente pela fuga à pobreza e pela procura de melhor vida, deveria constatar que também o regime de Abril não conseguiu resolver o problema fundamental que é alimentar e enriquecer o país. Em contrapartida assiste-se em Portugal ao crescimento dos novos-ricos e a uma crescente parte da população a ter de deixar o seu lar, a sua família e a sua pátria na procura do que esta não lhe dá.

O regime de Abril, que canta a liberdade que todos os países europeus têm, não tem, tal como outrora, a capacidade de fazer de um país rico em recursos humanos um país rico na sua produtividade. Pelo contrário continua a viver da ajuda ao seu desenvolvimento pelos emigrantes através do envio das suas remessas. Já não basta aos emigrantes serem obrigados a procurar, noutros países, a vida que o seu país não lhes proporciona e ainda ver as suas remessas mal aplicadas.

A emigração aliada ao reduzido índice de natalidade constituem um abalo demográfico.  É humilhante para o cidadão pô-lo em condições de ter de emigrar e com isto a criar um défice de população que constituirá fraude às gerações que agora trabalham e amanhã não terão quem lhes pague as reformas e é crime contra as gerações vindouras que amanhão terão de pagar os défices do Estado.

Por outro lado, em Portugal vivem 388.731 estrangeiros. Muitos dos imigrantes da europa que chegam a Portugal são atraídos pelo regime fiscal e como tal já fora da idade de ter filhos, aquilo que Portugal mais precisaria para impedir o envelhecimento drástico da população.

 

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espirito no Tempo

É O ISLÃO A CAIXA DE PANDORA DA CIVILIZAÇÃO?

Impulsos para uma discussão honesta sobre o Islão

António Justo

Da falta de transparência numa discussão torcida

Dizer que «Alcorão não apela à guerra, mas à justiça» como faz o Xeque David Munir (Imã da Mesquita de Lisboa) é torcer e esconder a realidade literal e factual da linha oficial islâmica; uma tal afirmação sobre muitas suras do Corão faz lembrar um recurso a frases do tipo de interpretação das Sibilas sob inspiração de Apolo! Entre a objectividade das frases do Corão e uma interpretação individual (não oficial: o islão não permite anotações interpretativas ou explicativas do Corão) esconde-se a realidade das intenções numa confusão sempre oportuna, à margem das obras que se praticam.

Em tempos modernos, o recurso à ambiguidade como maneira de se desenvencilhar de situações embaraçosas não ajuda os muçulmanos nem os interlocutores.A alternativa é a reforma!

Naturalmente, um público pouco informado dá-se por contente com o primeiro aperitivo que se lhe apresente para alimentar a mente. Já vai sendo tempo de entrarmos num diálogo sério e com exigência, num encontro de olhos nos olhos de modo a deixar-se o estilo de discurso de subterfúgio e a atitude amaneirada e diplomática dos nossos salões de discussão. Isto adia o desenvolvimento do islão e apenas serve o negócio dos diferentes funcionários, interessados em ajuntar públicos mal servidos, ao serviço de diferentes grupos de interesses (numa união enganadora subterfugiada no uso do pensamento politicamente correcto) que têm medo de discussões de alto nível filosófico, teológico, sociológico e antropológico e como tal sem lugar para controvérsia. Não há lugar para a controvérsia porque os grupos de interesse estão empenhados na dfesa do status quo e nãointeressados na verdade que interessaria ao indivíduo e ao povo.

É também para admirar a vontade de uma sociedade do mainstream meramente ouvinte e de boca aberta na escuta de explicações que nos distraem e desviam do mundo dos factos que determinam o nosso viver e o de gerações futuras.

David Munir conhece certamente o princípio islâmico da Hudaybiyyah (método de enganar e obter vantagens). Esta tradição assenta no tratado de paz assinado por Maomé em Hudaybiyyah e onde este  se compromete a não atacar a cidade de Meca por um período de dez anos; os representantes de Meca confiaram no acordo feito com Maomé mas este aproveitou-se da confiança dos adversários no acordo para se preparar e assim poder atacar Meca com sucesso; passados dois anos, atacou Meca que em 24 horas venceu completamente, porque inesperadamente atacada. Este proceder de Maomé passou a ser um princípio da estratégia de guerra para o islão (O mesmo princípio aliado à Taqiyya constitui, como se vê da História, a tática de comportamento adaptado por minorias islâmicas enquanto vivem numa sociedade em minoria: como exemplo bem próximo temos o Kosovo e a Albânia).

Yasser Arafat, assinou o acordo de Oslo com Israel em 1993 para receber terras dos Judeus. Passados 8 anos quebrou o acordo (nem esperou 10 anos) e declarou a segunda revolta em 2.000, causando uma imensa confusão. Arafat conseguiu apaziguar alguns adversários que inicialmente estava contra o contrato, dizendo “Lembrem-se de Hudaybiyyah”!

Enganar e obter vantagens é também o outro princípio islâmico da taqiyya que consiste na prática da simulação (fingir a mundivisão), consiste, em casos embaraçosos, em dissimular a própria crença religiosa e em poder usar da mentira desde que isso sirva o Islão ou o crente! O princípio da Taqiya assenta na Sura 3:28, que diz: “Os crentes não devem tomar os incrédulos em vez dos fiéis como amigos. Quem faz isso já não tem nenhuma comunidade com Deus. É diferente, se estiverdes na frente deles (ou seja, os descrentes) e se tiverdes realmente medo deles”. A amizade com não muçulmanos só é justificada em caso de medo! Outras suras justificadoras da Taqiyya: Sura 49:13 e Sura 16:106

Uma mera tentativa de explicações do Corão para pessoas não muçulmanas, querendo interpretar a palavra jihad e outros solicitações do Corão à guerra e ao assassínio em nome de Alá, como algo descontextuado, vai contra a realidade muculmana e corresponde a lançar poeira sobre os olhos dos ouvintes, dado essa interpretação (que implicaria uma abordagem histórico-crítica) não ser praticada nos países islâmicos e continuar a não ser assumida pelas lideranças islâmicas. É preciso ter-se muita confiança sobre si mesmo e ser-se muito insensível à realidade dos factos para se conseguir passar a mensagem de que o islão é uma religião da paz. (O que não quer dizer que ele não tenha em si também potencialidades para se tornar numa religião da paz!)

A compreensão e o desconto que se pede para os apelos à violência nos textos sagrados islâmicos seriam de compreender se no islão fosse permitida uma abordagem que admita a análise histórico-crítica (que tivesse em conta o contexto humano e cultural da época e a pessoa de Maomé) e possibilitasse uma visão literária e não apenas literal dos textos (refira-se aqui, em abono da verdade, que também há algumas seitas cristãs que interpretam toda a Bíblia à letra; os seus estragos não são tão grandes porque se reduzem a grupos pouco numerosos e que não se afirmam como gueto). O que o Corão, a Sharia e os ensinamentos de Maomé precisam é de uma abordagem que lhes permita não continuar a interpretá-los hoje como se vivêssemos no contexto de Maomé. De resto muitos referentes do islão vêem-se obrigados a fazer uma apresentação enganosa de muitos textos.

Que os muçulmanos ajam como agem não é de admirar porque a sua estratégia de afirmação de grupo tem resultado em benefício da expansão islâmica, o que é de estranhar é o facto de pessoas formadas no espírito iluminista abdicarem das capacidades de discernimento e do espírito de procura da verdade em benefício das boas maneiras. Quem não for amigo da verdade também não serve como amigo do Homem.

 

Islão sem reforma é um engano para a ocasião

Quem for amigo do islão estará certamente interessado na sua reforma porque só desta forma ele poderá sobreviver ao saber da juventude muçulmana e contribuir para a paz no mundo.

Já não chega defender-se os interesses da religião ou da política, chegou a hora de se colocar a pessoa humana e o cidadão em primeiro plano independentemente das suas crenças ou tendências. A dignidade humana não pode ser posta de lado por muito amor e respeito que se possa ter por uma cultura ou religião. Só apresenta caracter de sustentabilidade a instituição que defenda os interesses do Homem que se expressam na inviolabilidade da dignidade humana e na sua liberdade. Sim, até porque Deus, na compreensão cristã, encarnou no Homem, independentemente da sua crença numa relação de amor que cria comunidade.

Isto de se querer apresentar exteriormente um islão vestido à maneira ocidental é um engano duplo ad intra et ad extra. Um engano para os de fora porque se faz dizer aos textos o que eles não dizem e que as autoridades islâmicas consequentemente impedem de dizer ad intra e é também um engano ad intra porque impede uma verdadeira discussão entre os funcionários do islão.

De facto estes são os mais perigosos porque são contra um islão moderno – um euro-islão em construção como alguns muçulmanos na Alemanha e não só. O muçulmano Prof. Dr. Bassam Tibi já confessou ter de capitular da visão de um islão humanista europeu porque vê que a política e a grande maioria das instituições europeias promovem um “islão de lenço na cabeça” um islão da sharia, só interessado numa discussão de um islão torcido a viver da dúvida e da insegurança dos outros.

Para que o Corão seja entendido e compreendido como código de vida para os muçulmanos modernos, os funcionários do Islão terão de começar por permitir o acesso histórico-crítico aos seus textos e deixar de os aferir e interpretar à maneira de Maomé (profeta e guerreiro) sem atender à revelação divina através da História e dos tempos. Naturalmente, o Corão ao pretender ser tido na sua leitura como a inlibração de Deus (Alá) impede qualquer interpretação liberal.

A Verdade não se encontra só no caminho caminhado

Naturalmente, não é possível eliminar as limitações humanas dos textos nem da História; pior ainda seria se permanecêssemos presos nelas. Assim também não é possível eliminar o preconceito da sua interpretação, atendendo às conotações da inspiração que cada época faz na sua interpretação como reacção à necessidade de se alinhar numa narrativa aberta mas coerente.

Cada pessoa, cada sociedade precisa de um certo enquadramento que lhe dê identidade e expressão própria e neste processo de identificação surge o problema dos caixilhos porque pretendem delinear as fronteiras da verdade quando ela é uma realidade sem fronteiras. Aqui se situa o problema do preconceito e a tática da confusão como maneira de se afirmar. O preconceito fundamenta a pretensão de se possuir a verdade encerrada no caixilho da própria visão ou entendimento. O Corão e o Islão pretendem-se como a verdade absoluta e derradeira da História humana, cometendo assim o equívoco de identificar os confins da verdade com a cultura árabe. Este comportamento verifica-se ainda hoje na prática das sociedades muçulmanas que consideram as minorias como seres de segunda ou terceira classe. (Porque não exigem os funcionários islâmicos da diáspora os mesmos direitos para as minorias que vivem nos seus sistemas como exigem para os seus crentes na diáspora; porque não se manifestam os representantes do islão na diáspora contra as barbaridades que seus irmãos cometem na África e na Ásia? – Não o fazem porque o Corão não o permite, não serviria o islão e o islão é contra a bilaterada em termos de igualdade de direitos religiosos e humanos).

Também a necessidade de uma “cidadania integrada, integradora e activa” não pode implicar uma discussão do faz de conta, pronta a engolir cobras e lagartos, doutro modo corresponderia a um marcar passo das culturas e abdicar do chamamento de todos à verdade (para lá dos enquadramentos culturais) a que toda a humanidade está chamada, em nome do desenvolvimento, a ver o mundo como um tecido comum que todos tecem. Só o conhecimento e o diálogo franco e aberto proveniente da diversidade religiosa poderão fomentar uma sociedade de alta competência, diversificada e oleada pelo respeito mútuo, sem cair na necessidade de se impor gato por lebre.

A preocupação da política pela igualdade e pelo equilíbrio dos grupos a agir no tecido social não deveria impedir um diálogo que para ser profícuo terá de seguir as regras do velho discurso da controvérsia. O respeito de uns pelos outros e o chamamento à descoberta da verdade não podem deixar-nos alinhar numa realidade do pós-facto em que a emoção e o oportunismo se tornem como orientadores da sociedade. A ideia e a procura da verdade são a luz que ilumina o nosso caminhar.

Continua num artigo próximo que tratará sobre razões do desinteresse numa discussão honesta e digno sobre o Islão.

© António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo

 

CASAMENTOS NULOS SE EFECTUADOS COM CRIANÇAS DE IDADE INFERIOR A 16 ANOS

O Lugar de Meninas menores é na Escola e não no Casamento

António Justo

Segundo informação do Ministério Federal do Interior, na Alemanha são conhecidos 1.475 casamentos com menores  de 16 anos. 361 deles são menores de 14 anos. A maior parte são meninas que se encontram casadas com homens muito mais velhos.

Na Alemanha, os partidos da coligação (CDU-SPD-CSU) concordaram em proibir casamentos de crianças. De futuro, serão anulados os casamentos de pessoas com menos de 16 anos. O projeto de lei do ministro da Justiça Maas, deve ser implementado o mais rapidamente possível.

Na Alemanha a Idade de consentimento sexual atinge-se aos 18 anos. A imigração de países islâmicos representa um desafio ao direito alemão da família. A CDU quer uma lei não diluída por o casamento de menores violar o bem-estar da criança e a decência moral. Assim se quer impedir que o regime patriarcal de casamento discriminador do sexo se volte a instalar na sociedade alemã.

Há temas que se encontram na fila à espera por Godot! Na Europa, o código civil não se encontra ainda adaptado aos costumes de imigrantes muçulmanos, o que provoca por vezes uma certa cumplicidade destes com a Sharia. A tentativa do projecto de lei do ministro Maas é uma medida que tenta opor-se à ” lei religiosa Sharia” que se aplica tacitamente nas nossas sociedades ocidentais na sombra das mesquitas.

Nos países islâmicos a questão do abuso da mulher não é encarada com grande apreciação porque o próprio profeta Maomé se casou com uma menina de 9 anos e a pática da escravização de mulheres e crianças (e a política de casamento) sempre se mostraram como grande factor de expansão e de recompensa económica.

Segundo a UNICEF os países com maiores taxas de casamento infantil são, Níger (com 75%), Chade (72%), Mali (71%), Bangladesh (64%), Guiné (63%). Na Indonésia também há uma grande percentagem de casamentos infantis. Na Índia também há muitos casamentos infantis, tendo este costume sido introduzido aquando da invasão muçulmana.

Muitas famílias dão a filha ao que oferecer mais dinheiro para resolverem problemas económicos. O fenómeno dos casamentos infantis é já muito antigo e anterior ao islão. Os invasores muçulmanos, na sua política de expansão recorriam à escravização como factor económico e praticavam muitas vezes a pirataria roubando mulheres e meninas não casadas o que levou povos e grupos a introduzir no seu meio o casamento infantil como medida de autodefesa e de preservação.

Há países islâmicos que civilmente não permitem o casamento infantil de meninas. Mas estes Estados reconhecem a lei islâmica da Sharia e como os tribunais religiosos têm o poder de substituir o código civil então este torna-se letra morta.

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Espírito no Tempo