O Ministro do Interior quer um Plano para a Alemanha e a Chanceler quer um Plano para a Europa
António Justo
A apresentação do Plano Mestre de Migração do ministro do Interior, Horst Seehofer, marcada para hoje (12.06.2018) foi adiada devido à intervenção da chanceler Merkel.
O motivo é uma disputa nos bastidores de Berlim com a chanceler Ângela Merkel. Seehofer quer resolver o problema nacional da imigração com medidas jurídicas nacionais enquanto que a Chanceler quer uma solução política para poder manter as portas da Europa abertas, mas ver a responsabilidade repartida por todos os países membros da EU.
O Plano do ministro viria fortalecer a posição dos países europeus que se declaram contra ou são reticentes em relação à política de imigração de Merkel. Seehofer não quer “um meio Plano com compromissos podres”, quer sim um Plano com medidas “que do meu ponto de vista são necessárias para restabelecer a lei e a ordem na Alemanha “.
O ministro do Interior, quer, de acordo com informações do “Bild am Sonntag”, que refugiados não documentados e que deportados solicitantes de asilo que desejam retornar à Alemanha sejam rejeitados na fronteira. O Plano prevê também a luta contra as causas que motivam a fuga.
Para Merkel, o que conta são os argumentos políticos e não os jurídicos apesar da desordem administrativa consequente na Alemanha e de frequentes informações na imprensa de mortes e violações provocadas por refugiados muçulmanos.
A nível de UE, a Alemanha não pode dar a impressão de querer defender os seus interesses nacionais porque então falharia a sua intenção de comunitarizar, a nível de EU, o problema da imigração de refugiados políticos e da pobreza.
No fim de Junho os estados membros da UE reunir-se-ão para decidir da distribuição de responsabilidades. Daí o veto de Merkel à apresentação actual do Plano Mestre de Migração do ministro.
O testo da fervura da sociedade alemã já faz muito barulho, tanto a nível partidário como a nível de povo. Que Merkel queira distribuir o mal pelas aldeias é compreensível. Que países que não fazem o seu negócio nos países de conflito que provocam a emigração e devam receber quotas de provenientes desstes países é um assunto de que a política correcta não deve falar! O dinheiro compra tudo, não respeitando sequer a honra das nações. Vamos ver aonde isto leva!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo
Caro António Justo , se for possível agradecia a tua opinião relacionada com a divergência do governo alemão ? Eu sou direto a expor a minha visão relacionada com a melindrosa temática que é a seguinte :Como a Europa não tem capacidade estrutural para receber todos os que fogem à miséria e muito menos os criminosos que aproveitando-se da situação migratória vêm provocar crimes dos mais odiosos,sou pela via de um controlo rigoroso.
Francisco Barbosa Velho
FB
O falhanço da política de imigração alemã e a sua unilateral tomada de iniciativa de abrir as fronteiras sem consultar os parceiros europeus e sem respeitar convenções europeias não deve ser agora premiada com a distribuição de quotas de refugiados. Os países europeus que contribuem para a instabilidade do Médio Oriente devem ser eles a pagar a factura.
A política do ministro do interior alemão corresponde aos desejos do povo alemão, o que se torna incómodo para Merkel que vê na Alemanha as forças que apoiam a política restritiva de países do leste europeu. Por outro lado a Áustria que também é pela política do ministro alemão vê-se obrigada a seguir em parte a política de Merkel doutro modo viria os refugiados (ilegais) serem impedidos de entrar na Alemanha ao serem revistados na fronteira e logo lá reenviados para trás (no caso para a Austria).
A politica alemã depende muito da CSU da Baviera.O actual Ministro Presidente Markus Soeder,que conheço muito bem,deseja uma politica à maneira do seu grande idolo Franz Josef Strauss.Os perdedores na coligação Groko,continua a ser o SPD que.continua a perder apoio dos alemães,segundo as sondagens!
Manuel Adaes
FB
É verdade! A Baviera tem uma economia forte e tem mais competência em questões nacionais e culturais; este aspecto foi descurado pelos governos anteriores em Berlim. Em questões da política de Merkel em relação à política de refugiados (políticos e económicos) havia consenso entre os partidos de toda a esquerda e de Merkel (CDU); a Baviera sempre se mostrou crítica à política de Berlim e como tal procura maior responsabilidade dos políticos ao querer apresentar um Plano mestre para a imigração.
Um certo sentimentalismo levou até muitos funcionários do Estado a possibilitar o reconhecimento de asilo a muita gente que não teria direito a ele e que posteriormente se têm revelado como perigo social.
A advertência do evangelho«Era estrangeiro e não me acolhestes» (Mt.25,43) não justifica a desordem num Estado que precisa de um mínimo de confiança nas suas instituições… Em questões de imigração de muçulmanos tem sido um facto que entram pessoas mas com elas entra também a instituiç1bo islão que se afirma hegemonicamente em relação a culturas que não sejam muçulmanas e criam depois os seus guetos na afirmação contra. O problema não vem dos muçulmanos mas da instituição islâmica que implantam. Daí um certa igenuidade em muitos de nós que querem ser consideradas pessoas boas mas não distinguem entre os direitos das pessoas a nível individual e os direitos e problemas que acarretam com as suas instituiões que os impedem de se integrarem.