REVANCHISMO DA HISTÓRIA EM PLENA ACÇÃO CONTRA O OCIDENTE

O Presidente Rebelo de Sousa juntou-lhe o seu Pó de Mostarda

Segundo noticiou a Reuters, Rebelo de Sousa declarou a correspondentes estrangeiros, nas vésperas da comemoração do 50° aniversário do 25 de Abril, que Portugal era responsável pelos crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e sugeriu que havia necessidade de reparações. Portugal “assume total responsabilidade” pelos erros do passado e que esses crimes, incluindo massacres coloniais, tiveram “custos” e que “temos que pagar os custos”. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”, disse irresponsável e levianamente o Presidente. Reparar o quê, devolver o quê e a quem? Não será que Rebelo de Sousa não se terá deixado levar pelos gases da ideologia que se juntaram no tecto das comemorações do 25 de Abril? Que finalidade há em andar a querer desenterrar os mortos? O Presidente da República, com a sua conversa inoportuna meteu o pé na poça!

Como pode um país assumir reparações em relação ao colonialismo do passado se nem sequer os políticos de hoje são responsabilizados perante o país a nível de legislação por possíveis medidas e actos que, por vezes, praticam em desfavor do país e contra o seu povo ou por ações nefastas noutros países através das suas empresas e intervenções?

Numa altura em que precisaríamos de medidas que fomentassem a harmonia entre povos levantam-se os espíritos malignos do revanchismo sendo todos eles, sintomaticamente, contra a civilização ocidental. A era colonial não precisa de ser arvorada em fonte de orgulho excessivo e menos ainda ser motivo para revanchismo.

Por outro lado, conversa fiada para se julgar no pelotão moral da frente poderia tornar-se num eufemismo de sentimentos de caracter saudosista quando não imperialista, além de fomentadora de reivindicações disparatadas por parte de manipuladores da História!

Há falta de realismo e de lógica no assunto das reparações pela escravatura. É preciso reconhecer os erros do passado e o abominável mal feito, mas não reactivá-lo de modo a provocar um incêndio internacional de que nenhuma nação ou povo estaria isento. Isto só serviria os activistas de ideologias empenhadas na desmontagem da sociedade europeia.

O mesmo olhar crítico expresso em relação ao passado seria necessário para acautelar o actuar dos governantes de hoje para precaverem as consequências das suas medidas em relação ao futuro. É legítimo assumir responsabilidade moral para que os actuais e futuros governos ajam de forma responsável e humana. Cada pessoa, cada povo tem os seus pais e a sua história que os forma. Responsabilidade é de assumir agora pelo presente e por um futuro mais justo e equilibrado.

Os Romanos também levaram o ouro e a prata do território onde hoje é Portugal. Deixaram-nos a riqueza da sua língua latina, o seu Direito, estradas, a sua civilização e o cristianismo! Independentemente de relações mais ou menos justas há sempre um dar e receber!

O facto de algum familiar de Rebelo de Sousa ter estado envolvido em responsabilidades coloniais não justificam as palavras do Presidente no estrangeiro. Esta matéria ganha relevância e deveria preocupar-nos em relação ao atuar económico-político-militar de hoje em relação aos vindouros! O mesmo se diga em relação à “soberana” Dívida Nacional que hipoteca as próximas gerações não lhes permitindo agir livremente devido ao débito que os políticos de hoje irresponsavelmente postergam nelas.

Num contexto de revanchismo contra a Europa surgem perguntas ao senhor presidente: 

Queremos começar agora a exigir da França pelos roubos e crimes cometidos contra as populações portuguesas durante as invasões francesas?

Vamos exigir da Espanha a restituição de Olivença?

Quem fala do milhão de escravas e escravos europeus feita pelo corso muçulmano norte-africano na Europa?

Vai-se pedir indemnização ao 25 de Abril por portugueses mortos devido ao abandono dos portugueses deixados ao Deus dará em África? E a questão esquecida dos retornados e dos soldados mortos em serviço do país?

Será que queremos ter direito a reaver Cabo Verde e São Tomé e Príncipe povoados pelos portugueses?

Que reparações terão de fazer os países colonizados pelos espólios deixados pelos colonos bem como pelos serviços prestados a essas culturas?

Deve o dinheiro dos impostos do cidadão de hoje ser utilizado por erros de políticos de outrora? Será que as retribuições terão de ser pagas pelas classes políticas dirigentes de outrora e seus continuadores no presente?

Será que Portugal quer introduzir o princípio da justiça na História tendo para isso ter de ser posto a leilão? Não seria a aplicação de tal princípio a causa de novas guerras? Que interesses legitimam políticos a declarar uma culpa colectiva a um povo?

Ao serviço de quem se encontram os revanchistas e desconstrutores do passado europeu?

Não seria de falar, em termos actuais do que fazem em menor escala empresas multinacionais em África e em Portugal enriquecendo accionistas à custa dos nativos com ordenados de miséria?

Que reparação será exigida a políticos e capitalistas por usufruírem ou que usufruem dos serviços de trabalhadores com salários indignos que os impossibilitam de viver uma vida culturalmente digna e humana?

O colonialismo nórdico teve outras dimensões de caracter estrutural e tem interesses actuais de outra natureza e categoria nas regiões das antigas colónias não comparáveis com o dos portugueses pelo que não poderão ser tomados como exemplo nas suas iniciativas de reparações. Quanto à devolução de espólio trazido a museus dos países colonizados seria uma atitude de boa vontade a realizar desde que haja condições adequadas e de intercâmbio para o fazer.

Erros passado não se podem “pagar”, o máximo é sofrê-los e reconhecer os motivos que se encontram por trás deles.  A culpa só se poderia herdar no sentido de Adão!

Não se trata aqui de criticar uma visão fundamentalista com outra visão fundamentalista, mas sim de refletirmos sobre um assunto que poderia ser oportuno e assim impedirmos de se substituir o velho colonialismo por um imperialismo moralista.

Não podemos mudar o passado, o que podemos e devemos é ajudar a história no sentido de uma boa mudança de direção.

Encarar e reconhecer o passado com responsabilidade será a melhor maneira de preparar um presente e um futuro responsável; neste sentido poderá a História ser mestra da vida!

António da Cunha Duarte Justo

Pegadas do Tempo

ALEMANHA CRIOU CARTÃO DE PAGAMENTO PARA REQUERENTES DE ASILO

No futuro, os requerentes de asilo deverão receber parte do subsídio de subsistência do Estado como crédito no cartão. (o cartão de pagamento será utilizado para carregar parte dos benefícios estatais dos requerentes de asilo no cartão como crédito. O crédito deverá então poder ser utilizado, por exemplo, para pagar compras no supermercado). O objetivo é evitar que os migrantes transfiram dinheiro para contrabandistas ou familiares no estrangeiro. Destina-se a substituir o anterior pagamento em dinheiro de benefícios ao abrigo da Lei de Benefícios para Requerentes de Asilo. O valor das prestações situa-se atualmente entre 368 e 460 euros mensalmente para adultos. Dependendo da idade, as crianças recebem entre 278 e 364 euros.
Desde 1 de janeiro de 2024 aplicam-se as seguintes taxas de exigência: Nível de necessidade 1 (pessoas solteiras ou pais solteiros) 256 euros (necessidades necessárias) + 204 euros (necessidades pessoais) = 460 euros no total. Além disso, os refugiados recebem a chamada mesada em dinheiro que se cifra em 146 euros por mês (1).
António CD Justo
Pegadas do Tempo

A DIRETA ENTROU COM O PÉ ESQUERDO NO SEU GOVERNO

Presidência da Assembleia da República à Maneira de Geringonça?

Dois partidos adversários (PSD e PS) dividem entre si a presidência da AR! No teatro político-partidário a que assistimos para a eleição do presidente da Assembleia da República manifestou-se como causa primeira a luta de interesses e intrigas partidárias.  A cena é indigna de um povo sério que esperaria menos cálculo político e menos preconceitos nos deputados em que a disciplina partidária se manifesta superior à consciência individual dos eleitos.

Temos assim numa legislatura dois presidentes da AR que se poderão tornar numa espécie de cangalheiros do próprio governo se não houver compromissos que evitem tocar nos assuntos de corrupção sistémica (numa espécie de fiabilidade de conivência partidária). Assim passa a haver uma espécie de concubinato políticoentre o PSD e o PS, o que só prejudicará o PSD.

É pena constatar como uns se afirmam através do caos e outros a partir do preconceito e da difamação.

Para enganarem o povo dizem que a rotação introduzida (primeiro PSD com Aguiar-Branco e PS em 2026 com candidato a designar) não é resultado de um acordo programático, mas sim institucional! E isto como se a instituição pudesse ser responsabilizada pelos verdadeiros interesses ideológico-partidários que determinaram tal opção.

Uma outra coisa triste de ver no nosso Portugal político foi o afirmarem-se uns contra os outros com base sobretudo em preconceitos.

O preconceito é uma característica comum ao humano independentemente da sua nacionalidade, partido, ideologia ou cor de pele. O pior mal que se pode enraizar numa pessoa é a arrogância. O que mais perturba é encontrarem-se pessoas de “nariz arrebitado”: os donos da democracia e da verdade.

Esta foi a hora dos partidos espera-se que chegue a hora dos portugueses. As 4 votações são o melhor presságio da instabilidade política deste governo.

Apesar de tudo, parabéns e bom sucesso aos eleitos no sentido de servirem Portugal.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

UNIÃO EUROPEIA NO MAU CAMINHO AO QUERER IGUALAR LEI E MORAL

Vingança não pode tornar-se em Fundamento quer da Lei quer da Ética

Ursula von der Leyen quer empregar os lucros do investimento provenientes de activos russos, que a EU congelou no seu espaço, para comprar armas para a Ucrânia. Na Bélgica encontram-se 200 mil milhões de euros do banco central russo, que em 2023 obteve 4,4 mil milhões de lucros.

A UE quer aplicar uma moral construída ad hoc para se vingar da invasão russa. O activismo parece ser o seu movente em vez da atitude nobre e racional. Como pode a UE justificar-se depois da guerra em tribunal se a moral não é objecto de aplicação legislativa! Com esta medida em termos legais a UE ficaria no banco dos réus ao lado da Rússia que a UE condena por lesar direito internacional!

Por que não fazer uso da paciência e não esperar para o fim da guerra geopolítica na Ucrânia para então se proceder à distribuição das reparações a fazer? Tem a UE a necessidade de usar armas contra os russos empregando para isso dinheiro russo? Não se trata aqui de defender alguém, mas de se manter a decência em relação à lei e à moralidade!

Como refere The European, “os bens dos Estados gozam de imunidade ou são pelo menos protegidos de expropriação sem indemnização. O congelamento de dinheiro é permitido em caso de conflito, pelo que a movimentação e utilização do dinheiro devem ser evitadas de todas as formas possíveis. Nada pode ser transferido e nada pode ser retirado. As instituições financeiras estão autorizadas a creditar juros e outros rendimentos aos seus clientes sancionados, mas estes também devem ser congelados imediatamente”.

Os representantes da EU reúnem-se hoje para deliberarem sobre o assunto. Já o motivo da reunião revela como desvairada e desorientada se encontram os nossos representantes políticos demasiadamente dominados por ideias bélicas.

Lei e moral querem-se de mãos dadas não devendo ser aplicadas uma contra a outra. Por trás destas tentativas expressa-se uma consciência decadente e no fundo arbitrária e antidemocrática.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

LIBERDADE DE QUEM E PARA QUEM?

Chegamos a um estado da liberdade pública deprimente! Grande parte das pessoas tem medo de expressar a sua opinião em público!

De facto, as consequências que a liberdade de opinião pode trazer revelam-se, por vezes, como tóxicas em relação a amigos e nas relações laborais ou de adquisição de emprego.

Hoje quem não traz a tesoura da censura do pensamento na cabeça vê-se cada vez mais condenado às ostras.

E depois fala-se de tolerância!

António CD Justo

Pegadas do Tempo