GUERRA E SUBMISSÃO

 

A guerra implica sempre injustiça dos dois lados. O fatal é que geralmente cada lado tem razão e faz uso do princípio: “nós” somos os bons, só os outros são maus. Socialmente seria mais honesto dizer: o “nós” são os nossos interesses e deles fazemos depender o bem e o mal.

Para complicar, na sociedade, as probabilidades de ser enganado multiplicam-se de ambos os lados. As duas partes governantes influenciam o seu público, através dos meios de comunicação, para que a população assuma com gratidão a fatura da guerra.

O povo carrega a cruz, e quem tem a cruz só lhe resta a possibilidade de abençoar!

Perante a decisão determinante dos governos a sociedade reage como o gato que uma vez admoestado assume o gesto de submissão roçando em torno das pernas do poder transformando a oportuna agressão em amizade submissa.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

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MODO DE CRISE

A palavra do ano 2023 na Alemanha é “modo crise” porque a política não consegue sair da crise e a coligação dos semáforos em Berlim está ela própria a criar crise na sua forma de governar. O governo quis burlar o orçamento de 2024 para contornar o travão constitucional da dívida, mas o Tribunal Constitucional impediu-o e deste modo o governo já não pôde utilizar os 60 mil milhões de dívidas da pandemia de Corona para a transformação ecológica e outros planos do governo.

O conflito político, económico e geoestratégico na Ucrânia e em Gaza e um amontoado de novas emergências estão a causar crises em todo o mundo. Esperemos que o modus de crise não passe a stand bei nos desafios da futura coexistência global.

Por estas e por outras, embora doloroso teremos todos, no futuro, de aprender a viver em “modo de crise”.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

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POLÍTICA DE INFORMAÇÃO  MISTERIOSA SOBRE O CRIME  COMETIDO NO NORD STREAM 1 E 2

A quem beneficiou o acto de sabotagem terrorista?

O presidente dos Estados Unidos Biden, já muito antes da guerra,  queria impedir a construccao do gasoducto Nord Stream 2 para que a Alemanha não ampliasse os negócios com a Rússia porque deste modo a Alemanha iria concorrer com os EUA no domínio da economia europeia e indirectamente favorecer a posição da rival chinesa. Por trás das guerras encontram-se sobretudo razões económicas e de domínio de mercados.

Segundo investigações do Ministério Público alemão, há indícios claros de um grupo pró-ucraniano ter efectuado o a explusão dos gasoductos. Na verdade, o iate usado para fazer expldir Nord Sream 1 e 2 foi alugado por uma empresa na Polónia e essa empresa alegadamente “pertence a dois ucranianos”.

A questão importante no ataque contra os gasoductos 1 e 2 é saber quem se beneficiou com o ato. Estes são os EUA com suas vendas de gás liquefeito e consequente enfraquecimento da Europa e os interesses em torno do governo ucraniano no fortalecimento do gasoduto que atravessa a Ucrânia.

A preparação da sabotagem do gasoducto Nord Stream 1 e 2 deu-se pela calada da noite e, na sequência, também a informação sobre o processo e resultados da investigação sobre o delito terá de ser nebulosa até que a guerra na Ucrânia passe pois no caso de se apresentar já a verdade esta iria enegrecer o rosto do Ocidente nesta meada de sabotagem e intrigas prepertadas a alto nível e pelos serviços secretos.

O repórter investigativo norte-americano Seymour Hesch já tinha indicado pistas claras de que o bombardeamento fora prepertado na conivência ocidental. O Presidente Biden ao referir-se ao gasoduto Nord Stream 2 já tinha previamente avisado:  se a Rússia invadir a Ucrânia, “Vamos acabar com isso (1).”

Os resultados da investigação alemã têm de apontar para a incerteza  porque se fosse dita a verdade a atitude do chanceler alemão cairia no ridículo ou provocaria uma viragem na política que beneficiaria a Europa mas contariaria os interesses americanos que querem e têm poder para evitar que a Europa lhes faça economicamente concorrência.  A Alemanha é a terceira/quarta potência económica mundial e dela depende toda a EU, e a situação de uma Alemanha amarrada aos EUA não só pelo Contrato 1+2 em consequência da permissão da união alemã, mas também ao facto de só poder produzir armas defensivas (Outras compram-nas aos EUA) quer-se agora mais enfraquecida por não poder comprar produtos base baratos à Rússia. Com a guerra na Ucrânia os EUA conseguem com uma só cajadada enfraquecer por algum tempo a Europa e a Rússia mas indirectamente fortalecer a China. A EU caiu na armadilha e agora tem de continuar a acção de autodestruição (os cidadãos europeus já estão a pagar de boa vontade a factura do bloqueio económico da EU à Rússia) e assumirão um dia a atitude que tiveram de assumir depois da guerra no Afeganistão.

A mediocridade política europeia constata-se na destruição progressiva da cidadania civil mediante uma polítia de informação afirmadora da guerra até ao fim e de causar um efeito expressivo no destinatário. Com um monótono tipo de narração fixa a atenção popular de modo a a levar à convicção emotiva.

Para que a narrativa apresentada seja confundida com a realidade é devidamente confeccionada com imagens que fiquem na memória emocional. Não se trata de tornar os factos explícitos, mas de envolvê-los numa narrativa pré-determinada e sugestiva com a intenção de provocar evidência em gente totalmente dependente dos meios de comunicação afectos aos governos. Por outro lado, actua de maneira a poder deixar nos observadores atentos uma visão confusa e assim evitar-se neles um distanciamento crítico.

Para a informação tipo campanha a que somos submetidos usam-se informações parciais coordenadas de maneira a criar credibilidade não tendo pejo, para isso,  em recorrer-se a uma linguagem paralela em que os factos são submetidos à premissa de que os fins justificam os meios; o que passa a valer é a selecção maligna dos factos e a sua interpretação; não é por acaso que cada estado protege os meios de comunicação social. Tal representação verbal exigiria uma análise crítica ou  meta texto de diferentes narrativas. A maioria vai na onda devido à propaganda política e mediática e segue o facilitismo e o impulso gratificante de seguir na onda (paradoxalmente a política tem imenso medo da imprensa).  O ocidente tem andado com Zelensky num andor a ponto de terem transformando os parlamentos em lugares de veneração! No meu entender, só mais tarde se revelará que o “santo” desprezava a Europa e destruía a Ucrânia ao serviço de interesses estranhos! Zelensky sabendo-se protegido e defensor dos interesses dos Estados Unidos (e de oligarcas internacionais) comporta-se como se fosse o xerife dos governantes europeus!  Muitos políticos que ainda andam na procissão, mais tarde, ao terem de reconhecer a evidência dos factos, arranjarão desculpas cínicas pelo facto de terem sido reduzidos a meninos de coro das peregrinações  a Kiew prestando homenagem à causa dos governantes dos EUA e de empresas multinacionais contra a Europa.

O desafio entre a Rússia e a OTAN começou certamente a ser preparado no terreno ucraniano pelos EUA e Rússia especialmente a partir da conferência de Munique de 2007. Em 2001 e 2007 Putin ainda queria que a Russia se unisse política e economicamente à Europa.

Num mundo agora dividido mais que nunca a Europa perdeu a credibilidade perante o sul global dado não ter resposta a dar aos próprios problemas e não ter capacidade para encarar os problemas do sul Global sem ser a partir da perspectiva dos EUA.

Também o noticiário de interesse tem o cuidado de deixar tudo isso no escuro porque assim os jornalistas só precisam de acompanhar e alimentar a opinião pública interpretando os fatos sem investigar os fatos

António CD Justo

Pegadas do Tempo

(1) https://dasculturas.com/2023/03/08/president-biden-on-nord-stream-2-pipeline-if-russia-invades-ukraine-we-will-bring-an-end-to-it-2/

(2)

“Povo de Portugal” : https://jornalpovodeportugal.eu/2022/07/28/o-sul-global-esta-a-chegar-vai-ser-grande-o-preco-a-pagar/  O povo andapor aí todo a gritar “Soltem o Barrabás!”

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O NOVO PRESÉPIO !

“Apresento-vos o novo presépio de Natal! Mais inclusivo e laico, como o nosso governo ordena. Já não contém animais para evitar maus tratos a estes e para agradar ao PAN. Já não contém Maria, porque as femininistas acham que a imagem da mulher não pode ser explorada. A do carpinteiro José, tão pouco, porque o sindicato da CGTP IN não autoriza. O Menino Jesus, foi retirado, porque ainda não escolheu o género, se vai ser menino, menina, ou outro. Já não contém Reis Magos, porque podem ser migrantes e um deles é negro (descriminação racial, xenófoba). Também já não contém um anjo, para não ofender os ateus, muçulmanos e outras crenças religiosas. Por último, suprimimos a palha, por causa do risco de incêndios e por não corresponder à Norma Europeia NF X 08-070. Ficou só a cabana, feita de madeira reciclada de florestas que respeitam as Normas Ambientais ISO 1432453425422. Já agora, tenha um Natal de merda, para aproveitarmos a dita para biomassa e gerarmos energia sustentável e proteger o nosso planeta.”
Texto que me chegou via Internet sem referência de autor. Esta é certamente a visão sínica de algum artista, mas a apontar para a realidade de ideologias vigentes que pelo exagero que expressam permitem exageros também!.

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DESENVOLVIMENTO É MUDANÇA E NÃO APENAS PROGRESSO!

“Muitos queixam-se que os tempos são maus. Mas lembrai-vos que os tempos sois vós: mudai e os tempos serão bons”, lembrava Santo Agostinho no século IV e V!

O pensar politicamente correcto instiga-nos a adaptar-nos aos tempos no sentido do progresso exterior; para progresso se tornar verdadeiro desenvolvimento teria de ter em conta a vertente interior e exterior da pessoa; tratar-se-ia de ir mudando os tempos mudando-nos doutro modo resta-nos o papel de carpideiras. O progresso tecnológico e económico é bom, mas sozinho amarra-nos ao jacto do tempo dificultando-nos a capacidade de nos tornarmos nós mesmos, de maneira a termos a supervisão sobre nós e sobre o que à volta nos determina. O espírito do tempo, fruto de circunstâncias determinantes, quer-nos escravos, quer reduzir-nos a meros produtos do tempo (modernos!) para sermos mais fáceis de gerir e governar! Importante é tentar ver não só através dos outros nem só através de nós mesmos.

António CD Justo

Pegadas do Tempo

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